A série desapontou e muito. Ficou forçada. Inseriram novos personagens do nada, o enredo anterior se perdeu. Enfim, parece que foi vendida e perdeu a qualidade. Que pena!
O romance de Igor é Niko é assim tratado: nada é anormal, tudo é fluído, a sexualidade não é tabu. Nem mesmo com os pais. Que sonho. A questão do autismo também é tratada de uma forma bonita e ajuda a descontruir preconceitos sobre o espectro. A forma com que a separação dos pais de Niko se dá também é linda, e o personagem de Niko ganha cada vez mais sentido conforme a trama vai trazendo as cenas da mãe e do pai dele. Uma coisa só que eu fiquei sem entender, e acho que ficou "solto": os pais de Lena. Por que queriam ir para Itália? Por que desistiram? Por que ficaram no hotel? Acho que faltou trabalhar um pouco mais o papel deles. Aposto que uma saída seria explorar mais a relação entre irmãs (mãe de Niko e mãe de Lena).
Posso não ter prestado atenção em algo, porque por vezes achei a série arrastada, monótona - há que se ter paciência, é verdade. Mas é uma série bonita.
Concordo que seja um pouco exagerada em alguns momentos, mas não é um tempo jogado fora. É uma trama envolvente e o espectador fica curioso para saber o que acontecerá no próximo momento. Não é a melhor coisa que já vi, mas também não acredito que seja tão ruim. Fiquei curioso, inclusive, para uma segunda temporada, que com certeza veria.
Uma das melhores séries dos últimos tempos. Maratonei em uma semana. Realmente vale a pena. Sobretudo para quem precisa criar uma visão menos estereotipada sobre pessoas com autismo. Ri muito, chorei várias vezes, tive raiva do pai do Sam em algumas. É uma série que ensina sobre a importância de se ter sensibilidade para olhar e ouvir o outro e suas necessidades. Vou sentir saudades da família Gadner, do Zahid, da Paige.
Uma ótima série, que apresenta o cotidiano de pessoas judias ortodoxas, mas sem a pretensão de tecer nenhuma crítica, apenas expor. E isso é bonito, porque as vezes nos atemos somente as críticas, sem reparar no humano que existe por detrás de cada sujeito. E essa série esfrega na nossa cara que, mesmo os fanáticos religiosos, são tão humanos quanto nós mesmos.
Confesso que, no começo, detestei a terceira temporada. Odiei Libbi ter morrido, mas depois do envolvimento de Kiva com Racheli, tudo começou a fazer sentido e a ganhar cor de novo. É engraçado como essa série faz a gente se aproximar tanto dos personagens, que acabamos nutrindo uma relação com eles, como se fôssemos um membro da família. Senti raiva de Lippi e depois gostei. Depois desgotei dele de novo. Amei e também senti raiva da Gitti e Ruchama - A Gitti, em específico, me fez refletir muito sobre o quanto é doloroso conviver com alguém controlador -. Me apaixonei por Hanina. Me apenei com a secretaria do Shulem e tive vontade de abraçá-la. Detestei o Shulem, achei ele velho, depois achei ele super jovem, descontraído. Amei a esposa que compra o carro. Enfim, cada personagem despertou em mim um sentimento, uma sensação.
A cena final foi muito inesperada pra mim. Achei de uma poética incrível. Aliás, a série toda é poética, mas é uma poética do cotidiano, que as vezes é difícil de perceber.
Como fiquei em dúvida se via ou não via, corri logo pro episódio do Brasil, que conta a história de Nicinha e Jurema. Só queria dizer que começarei a ver agora o segundo episódio.
Série super legal, com um enredo bem produzido. Vale a pena ver, apesar de algumas coisinhas que incomodam.
A principal falha da série, sob meu ponto de vista, é que mostram uma realidade bem romantizada das pessoas surdas. A história toda fala só de pessoas surdas com boas condições financeiras, com boas casas. Só mostram paisagens de praia, boas ruas, uma estética bem diferente do que se vê todos os dias na vida real. (E posso estar me esquecendo algo, porque vi já faz alguns dias).
Ainda assim, a série não perde o brilho, porque trata da temática super importante, urgente e até curiosa, que é a cultura surda. Percebe-se que há um esforço por fazer da série didática com relação ao direito e a existência de pessoas surdas, e ao meu ver, isso não tem nada de ruim ou mal. É até bonito.
Pra mim, a questão do racismo foi uma sacada boa, mas não convence, porque tem um único negro no meio da história toda. Outra questão que foi uma boa sacada, mas ficou meio superficial, é sobre a drag queen. Mas, para uma primeira temporada, é um bom começo, porque toca (ainda que de muito leve) na construção da ideia de que todas as opressões se perpassam e se encontram.
Enfim, quero ver a próxima temporada e torço para que ela venha um tanto mais real e menos idealizada. De qualquer forma, senti uma pegada pegada meio adolescente, que trata de um tema sério com leveza, e faz a série ser gostosa de assistir.
Série foda. É um dos suspenses com maior crítica social que já vi na produção brasileira. Atuações excelentes dos protagonistas e uma reconstrução muito detalhista dos contexto dos anos 90.
Sofri junto com Cristina, entendi a Darlene e as dores do Edson. O final é muito digno, embora eu não saiba como ficará a nova temporada sem a presença marcante da Darlene. No fundo, eu torcia para que Cristina a tivesse salvado e elas se perdoassem. Mas, não seria nada convincente, porque a Darlene nunca mais ia confiar na Cristina caso ela tivesse sobrevivido.
Agora Cristina estará livre para contar a versão que ela quiser da história. E no fundo, é a própria Cristina a maior vítima de tudo isso. Ela é mais vítima até que o próprio Edson. A Cristina deixou uma vida de paz para tentar socorrer o irmão que estava com problemas, um irmão que era também vítima. Mas ela deu um passo maior que as pernas.
E é por isso que temos que aprender a ajudar o próximo sempre respeitando nossos limites. A questão é que isso é muito difícil quando se trata de um familiar, de alguém que você ama e que você tem uma história, um passado. Só que esse é o tipo de coisa dura que nós precisamos fazer por nós mesmos, pelo bem de nossa segurança e de nossa saúde. Precisamos aprender a dizer não, quando dizer sim significa nos colocar em risco pelo bem do outro.
Outra coisa que talvez essa série me ensine é a necessidade de lutar com inteligência. A inteligência é a maior arma que existe. Maior até do que qualquer arma de fogo, do que qualquer faca, é a inteligência. A estratégia. A esperteza. A irmandade.
Uma série super fofa. Consegue juntar duas coisas que amo: simplicidade sem perder a profundidade, uma boa fotografia/estética em ambientes "pobres". A protagonista é um amor e realmente conseguiu me despertar sentimentos pela personagem: pena, tristeza, impaciência, raiva, ansiedade.
Gosto muito da proposta de que o enredo vá se encaixando aos poucos e sempre há algo por se descobrir. São várias revelações e reviravoltas, mas de uma maneira inteligente, que faz o espectador pensar. Não são reviravoltas mirabolantes, apenas para colocarem uma surpresa descabida no meio da história.
No final, eu já tinha até me esquecido de como a história começou, mas parece que quem dirigiu sabia exatamente de onde queria partir e onde queria chegar. Aí, quando a cena final voltou para a primeira, eu fui relembrando aos poucos, e foi tão prazeroso!
Achei o irmão da protagonista um gostoso. Puts, que homem sexy! E até nos momentos em que ele era grosseiro, se percebia certa sensibilidade na maneira desconcertada dele de expor o que sentia. É claro que os machismos do personagem incomodam muito, mas acho que isso nos coloca em confronto com a realidade cultural do local de origem da série.
Embora a história seja muito boa, algumas coisas eu não consegui compreender: aquele pé de fruta que o irmão da protagonista dá um ataque e come só porque a esposa estava olhando fixamente, e o título da série. Alguém entendeu isso? Outra coisa que ficou meio desconexa foi: por que o cara rico chorava cheirando o lenço da Meryen? Aquela psicóloga com o irmão com deficiência, por que brigava tanto com a irmã?
Enfim, a série é cheia de detalhes sensíveis, e seria difícil comentar cada um deles. Mas eu quis desistir no primeiro/segundo capítulo, e ainda bem que insisti. Então, se você tiver lendo esse comentário na dúvida se deve ou não continuar vendo, por favor: continue!
Rita é uma série sensível, que conta sobre o cotidiano de uma professora, que assim como toda pessoa humana, passa por suas dificuldades e por seus perrengues.
No entanto, a série vai além desse propósito que parece ser o "cerne" da trama. A série fala sobre amizade, sobre preconceitos, relacionamentos, política, sobre como a vida pode ser bonita em meio a tristeza... e eu amo séries assim! Rita nos ensina que o bom humor é essencial para se encarar os desafios, mas que até os bem humorados tem as suas coisas difíceis pra lidar.
Em tempos em que tenho me decepcionado com as temporadas lançadas pela Netflix, ou por deixarem muito a desejar ou porque as séries parecem não conseguir mais sair da mesmice, esta temporada de Rita me surpreendeu. Deu um show de que é possível uma série dar ao público uma temporada linda, surpreendente e mesmo assim sem perder a essência. Não há enormes mudanças nos personagens ou no roteiro, mas há uma evolução enorme.
Aliás, essa é uma série que acredito que é pouco assistida, e por isso nem tinha esperança de que saísse outra temporada. Parecia ser aqueles tesouros que ninguém assiste mas que é bom pra caralho.
Essa série é uma das minha favoritas e me emociono horrores porque fala de algo tão importante para mim, que é minha profissão de professor. Rita me ajuda a lembrar o porquê da minha opção por essa profissão. Ainda que o contexto da Dinamarca e do Brasil estejam anos luz de distância, posso perceber que todo professor lida mais ou menos com questões que, hora ou outra, se aproximam.
Fiquem com vontade de gritar com o final desta temporada. Será que vai ter mais? Eu e todos os professores merecemos!
Enfim, queria escrever mais, mas tenho a sensação de que por mais que escreva não conseguirei expressar a gratidão que tenho por conhecer essa série.
A série é linda, realista, sensível, política. Toca em muitos temas com tanta naturalidade e sinceridade que a gente realmente torce muito pelas personagens.
a série ganha um reviravolta muito sem sentido no último capítulo e pra mim entregou um final de temporada muito aquém do que foi toda a série.
A Ada tentar cortar o pau do cara é muito legal, mas ficou feio como o fizeram: o cara entrando no prédio, aparece os gritos, depois a Ada na prisão e Fabi brigando com ela. E outra: ela tinha acabado de sair da terapia, parecia estar tudo legal. Sabemos que depois do processo de terapia nem tudo são flores, mas acredito que foi uma mudança de pensamento muito imediata, que não condiz com uma pessoa que acabou de sair de um processo terapêutico. E sem contar da raiva que fiquei da Caro por apoiar o agressor dela.
Enfim, parece que fizeram esse final com pressa e sem pensar direito. Só não é 5 estrelas por esse final.
Bom, a série pecou porque a 3a temporada é mais do mesmo: as protagonistas sendo perseguidas, dando voltas e voltas em torno dos temas: sobrevivência e ficar/não ficar com o dinheiro. Podiam ter inovado um pouco.
Mas, a trama em si é maravilhosa. A ideia é muito bem desenvolvida (considerando a série como um todo, até o momento). Estou ainda na metade, mas não pude deixar de vir comentar algo sobre o marido da Beth Boland. Cara, que nojo que eu tenho desse homem. O papel dele é só atrapalhar a vida da Beth. Estou torcendo para que eles não fiquem juntos.
Acho que a série é inteligente até em colocar uma mãe fora dos padrões impostos para maternidade (Annie Marks). É linda a relação de normalidade dela com o que, verdadeiramente, é normal - o filho transexual. A série não foca nisso, trata com a normalidade devida nessa terceira temporada, e isso é maravilhoso.
Enfim, é sensível a série porque trata justamente do cotidiano das mulheres, que passam por bons bocados a vida toda e ainda tem que criar os filhos e suportar homens idiotas.
O que seria desse mundo se não fossem as mulheres? Provavelmente seria uma merda mil vezes pior do que está sendo agora.
Depois de todo sofrimento (que parece ser alongado a todo momento, pois sempre que vai dar certo, dá errado), o telespectador merecia um final feliz. Não seria dar demais.
De todas as formas, achei bonito o texto que passou ao final. A ideia poderia ter ido por aí, sem que tivesse o final que teve.
Curioso. Sensível. Simples, mas inteligente (em todos os sentidos: tema, tempo de duração, estética). Maratonei em uma noite. Quero a segunda temporada.
Eu não curto esse tipo de fantasia e confesso que comecei a ver esperando um filme realista. Aliás, eu tava procurando isso na Netflix e parece que não tem muitas opções (alou, netflix, você tá ficando péssima!).
Fiquei assustado quando apareceu o robô, mas isso não fez com que eu desistisse de ver (talvez, pela falta de opção, segui vendo). Mas é uma série legalzinha, tem uma história que a gente fica envolvido. Gostei da experiência de fugir do real.
Para quem estudou toda a educação básica (12 anos de minha vida) em uma escola pública e periférica, sabe muito bem que a série não exagera em nada.
A série é ótima, retrata com fidelidade a realidade de escolas brasileiras: esquecidas, jogadas ao descaso dos governos, e ainda assim cheias de gentes que acreditam na educação. Principalmente os alunos.
Tenho, sim, algumas críticas: 1) Como especialista em educação, como professor, não posso deixar de dizer que é fantasioso e até perigoso colocarem as professoras como "salvadoras, heroínas" da vida dos estudantes. É lógico que (muitas) professoras fazem de tudo para ajudar seus alunos, mas a série mostra a protagonista (Lúcia) passando dos limites nisso. Se bem que não duvido que exista alguém assim. A escola pública pode traumatizar tanto uma pessoa, que vai saber como esses traumas podem trazer de reações, né? Assim como tem gente que de tão traumatizado passa a cagar e não dar a mínima pra tudo, não duvido que haja gente que faça mais do que deve, inclusive colocando sua vida em risco. Mas que é perigoso romantizar a profissão docente assim, é.
2) A série foca demais na história da perda do filho de Lúcia e em como ela está lidando com isso. Realmente esse é o pior ponto da série, porque é um saco. Ficou cansativo e não combinava com a trama. Seria muito mais bonito se tivessem focado apenas nas histórias da escola, dos alunos.
3) Dar o protagonismo para Débora Bloch (Lúcia) não colou. Acho que ela foi uma boa atriz, mas não sustenta por muito tempo. Não convence o tempo todo.
4) O protagonismo deveria ter sido dado para Thalita Carauta (Eliete), que arrasou na interpretação de sua personagem. A gente acredita mesmo que uma Elite existe e até fica querendo ser amigo dela. Como professor, quero ser mais Eliete e menos Lúcia. Se tem algo que as escolas precisam, é de gente com humor e descontração. Gente que luta, que dá o seu melhor, mas que consegue ser alegre apesar de tudo.
Enfim, mas todas essas críticas são releváveis. Essa é a melhor série que já vi sobre escola. Ganha inclusive de séries conhecidas (como Merlí). Tô doido pra que saía a segunda. Vi que tava pra sair em abril. Cadê você, Globo?
Fiquei com preguiça. A proposta é boa, muito interessante. A gente fica morrendo de vontade de ver ao ler a sinopse. Uma pena constatar em poucos episódios que se trata de uma trama tão adolescente e imatura. Decepcionei total. Tô dando meia estrela só pra não deixar de avaliar, mas nem isso vale.
Victória é minha personagem favorita: oscila da seriedade ao cômico com uma naturalidade que só as coisas que realmente são engraçadas tem. É lindo ver como as personalidades dos personagens se complementam e ver também como esses personagens evoluem ao decorrer da trama. E Victória é também a personagem que mais evolui, ao meu ponto de vista. Victória salva a série nos momentos em que fica chata.
Sim, depois do 5o episódio começou a ficar exaustivo e a vontade que eu tinha era de adiantar o episódio e parar só nas partes que a Victória aparecia. Ser cansativo não tirou totalmente a graça da série, mas talez a história poderia se passar em menos episódios.
Partes chatas como as que aparecem o advogado e a do namoro do Franz poderiam ser encurtadas, pra mim, por exemplo.
A série pode até parecer clichê na maneira de provocar o riso (e acho que a personagem Victória até brinca com isso atuando que está atuando mal, rs), mas a série sai na frente e inova em muitaa coisas:
1) Com as interações intergeracionais entre atores. Pessoas idosas, criança, adultos maia velhos, adultos jovens, adolescentes trabalham junto entregam algo de qualidade.
2) Há uma pessoa negra como uma das protagonistas. Na verdade é a única pessoa negra de toda a história, o que é revoltante. Mas eu tenho visto tanta série em que não tem umx pretx. E é claro que não podemos aceitar só isso. Temos que exigir mais.
3) A série trata do tema da adoção sem tratar disso. Explico: todo mundo vê que um dos filhos é adotado, mas isso não é, em nenhum momento, o foco central na história. Todos agem com normalidade quanto a isso e o personagem adotado é super saudável e de boa com isso também.
4) Há uma criança que não é infantilizada. É uma criança normal, com suas questões e responsabilidades. Adoro isso!
5) O tema dosnadolescentes com dificuldades de socializar é tratado com sensibilidade (Franz e Alex), apesar disso tomar uma centralidade e ficar cansativo em certa altura da temporada.
Enfim, gostei muito e fiquei super curioso pra ver a 2a temporada. Não achei que o final foi ruim, pelo contrário, acho que o final terminou como devia terminar: dando uma dica para a continuação, como toda boa série clichê faz. Afinal, quem disse que só por que é clichê é ruim?
Valéria é uma série que narra bem como as decisões que vamos tomando ao longo da vida vão formando e moldando a nossa história.
Casar? Terminar? Viajar? Encontrar os país? Rever nossas diferenças com nossa irmã, nosso irmão? Perdoar? Como conhecemos aquela amiga? Como formamos o nosso grupo de amizade e por qual motivo nos identificamos com este grupo? Onde foi meu primeiro beijo? Como foi minha primeira vez? Quantas vezes precisamos aceitar algo que não queremos, como um emprego provisório, enquanto aquilo que queremos não chega? Quantas vezes sentimos medo diante de uma decisão?
A série fala de passado mas sem saudosismos, não tem aquela chatice de pensar que o passado era melhor do que é agora. A série relata um passado que ajuda a entender o presente da protagonista. Ao meu ver, um dos fortes da série é que ela explora o feminino e a sexualidade feminina sem medo.
Mais bonito seria se o elenco fosse mais realista, por exemplo, se tivesse algum ator ou atriz negra (oi? Como assim, na Espanha não existem negrxs? Eu não vi nem umx figurante pretx!), alguém gordo e não fosse todo mundo padrãozinho. Esse é o defeito da série. Desculpem, mas não posso deixar de me incomodar com isso.
Ainda que não seja, nem de longe, a melhor série da minha vida, tem uma história boa pra aquelas pessoas que gostam de romance, principalmente.
Ah, e eu acho que a série podia focar mais no relacionamento das amigas, no grupo de amigas, do que nas relações das mulheres com os boys. Dá a impressão que colocaram a lésbica só pra dar uma destoada e não ficar muito heteronormativo (as cenas da sapatão sendo sapatão são poucas e vazias. Ficam no ar muitas coisas).
Série sensível e é um tapa na cara da gente pra mostrar que há grande chances de sermos felizes e não sabermos. Sempre estamos nos despedindo de algo e nos apegar ao passado, esquecendo do presente, não é uma boa opção. Olhamos pro passado com saudosismos e ilusionismos: "ah, antes era melhor, antes não sei o quê..." e temos grandes chances de errar nos nossos julgamentos. O jeito é perdoar nosso passado, nos resolver com ele, e viver o presente. Essa série me deu mais certeza disso.
Devi perdeu seu pai há três meses e apesar disso tenta seguir a sua vida como uma adolescente "normal" e realmente parece ser duro seguir a vida depois da morte de um pai tão querido e com uma mãe controladora. Fiquei emocionado em diversos momentos porque também tive uma adolescência conflitiva e não ter parentes que sejam compreensivos torna tudo ainda tão mais difícil.
O legal da série é que trata da diversidade étnica e faz a gente ver a índia incluída dentro de uma perspectiva comum, porque nada é tão místico ou espantoso (como forçam mostrar quando vão retratar a cultura indiana), as coisas só são normais e isso é bem legal. Se pode falar de uma cultura com descontração, sem fazer todo um teatro ilusório em torno disso e essa série é a prova de que isso é possível.
Realmente as piadas gordofóbicas não foram acertadas, mas a série se destaca por tantas outras coisas legais: protagonista negra, psicóloga negra, garota com down... Não é perfeita, mas também não é um desastre.
Militada básica: Confesso que me sinto incomodado com a venda do "American Dream": tudo é perfeito e bonito, não tem um teto caindo na cabeça das pessoas e não há problemas sociais. A escola é legal, o mundo é lindo e os únicos problemas são os pessoais, todos tem emprego e saúde, carros bons, os pais tem tempo para ficar em casa se querem e não há discriminação étnica. Sabemos que não é bem assim e o COVID tá aí pra mostrar que os Estados Unidos é um país bem problemático socialmente.
Mas, também, dava pra querer outra coisa? Acho que essa é a pegada da série e apesar de ser incômodo, a sessão da tarde sempre nos acostumou ver esse tipo de arte. Talvez seja por isso que nos emocione.
Eu relutei em avaliar porque sabia que não ia conseguir escrever um comentário à altura, mas vamos lá: não consigo encontrar nada que me desagrade na série. Ela é perfeita em tudo: enredo, estética, cor, imagens, na fidelidade à cultura que retrata, na continuação da história sensível que conta, na crítica MUITO política e inteligente que faz. Eu simplesmente amei e estou muito triste que seja a última.
Paulina é mesmo a melhor personagem e gostei que nessa temporada deram o reconhecimento pra isso, pois ela protagoniza mais.
A melhor cena da temporada é quando Paulina vai xingar o cunhado e fala:
Não é do tipo de drama que eu curto: ao terminar de ver ficamos sem nenhuma crença ou esperança no mundo. Pelo menos é assim que me sinto agora, 1:09 da manhã, depois de ver tudo. O enredo não dá desconto. É pra acabar mesmo com o quem vê.
Mas foi bom para conhecer mais sobre o conflito da Síria e sobre o aliciamento de pessoas. Não posso deixar de dizer da raiva que eu fiquei das três adolescentes no filme. Não sei o que faria no lugar dos pais das duas irmãs. Aliás, sofri com o pai o tempo todo - com a mãe eu tive vontade de surtar, fiquei com raiva dela também. Pensando nessa mãe dá até pra gente entender as filhas.
A maior vítima disso tudo é a menina filha do pai bêbado. Coitada. Ela só precisava de um sentido de vida. Taí, a falta que uma escola significativa, com arte, com música, com movimento faz na vida de uma pessoa. Talvez minha esperança esteja nisso - no que a história poderia ter sido se a proposta fosse outra.
Quanto a Eva... putz! Que raiva dela também. Essa sim mereceu o final que teve. Foi egoísta com a Pervin, não a respeitou, foi abusiva e nada profissional. A série é ótima pra quem curte reviravoltas, porque a gente passa um tempão adorando a Eva e depois entende o tanto filha da puta que ela é.
Outra coisa que analiso: essa série fala muito sobre o fanatismo religioso. Não posso deixar de relacionar ela com a série Nada Ortodoxa, também da Netflix. Tenho certeza que a religião é o câncer do mundo. A falta de sentido de vida faz a pessoa se afundar no fanatismo. A cura pra esse câncer está em dar pras pessoas verdadeiros motivos pelos quais lutar: justiça social, comida na mesa de todo mundo, direitos humanos... já pensou se todos fanáticos fossem fanáticos por essas causas? Já pensou se todos os crentes do Brasil (ou os muçulmanos lá da Síria) brigassem não por um Deus, mas por qualidade de vida pro mundo todo?
A religião me afasta de Deus. Estou tentando escrever algo sobre a série mas sinto que não posso me expressar direito. Ainda estou digerindo tudo.
Enfim, depois de ver a série acabei de entender que sou fraco pra dramas.
Alguém traz de volta meu drama romântico? Quero esquecer que os Malafaias e "Allahus Akbar" existem. Só hoje.
Bridgerton (3ª Temporada)
3.9 24 Assista AgoraA série desapontou e muito. Ficou forçada. Inseriram novos personagens do nada, o enredo anterior se perdeu. Enfim, parece que foi vendida e perdeu a qualidade. Que pena!
Primeiros Amores (1ª Temporada)
4.1 14 Assista AgoraAdoro enredos em que a sexualidade é tratada com naturalidade.
O romance de Igor é Niko é assim tratado: nada é anormal, tudo é fluído, a sexualidade não é tabu. Nem mesmo com os pais. Que sonho.
A questão do autismo também é tratada de uma forma bonita e ajuda a descontruir preconceitos sobre o espectro.
A forma com que a separação dos pais de Niko se dá também é linda, e o personagem de Niko ganha cada vez mais sentido conforme a trama vai trazendo as cenas da mãe e do pai dele.
Uma coisa só que eu fiquei sem entender, e acho que ficou "solto": os pais de Lena. Por que queriam ir para Itália? Por que desistiram? Por que ficaram no hotel? Acho que faltou trabalhar um pouco mais o papel deles. Aposto que uma saída seria explorar mais a relação entre irmãs (mãe de Niko e mãe de Lena).
Posso não ter prestado atenção em algo, porque por vezes achei a série arrastada, monótona - há que se ter paciência, é verdade. Mas é uma série bonita.
Treta
4.1 315 Assista AgoraConcordo que seja um pouco exagerada em alguns momentos, mas não é um tempo jogado fora. É uma trama envolvente e o espectador fica curioso para saber o que acontecerá no próximo momento. Não é a melhor coisa que já vi, mas também não acredito que seja tão ruim. Fiquei curioso, inclusive, para uma segunda temporada, que com certeza veria.
Outlander (7ª Temporada)
3.9 11Estou sentindo tanta falta dessa série. Contando os dias para sair a próxima temporada.
Atypical (4ª Temporada)
4.1 208 Assista AgoraUma das melhores séries dos últimos tempos. Maratonei em uma semana. Realmente vale a pena. Sobretudo para quem precisa criar uma visão menos estereotipada sobre pessoas com autismo. Ri muito, chorei várias vezes, tive raiva do pai do Sam em algumas. É uma série que ensina sobre a importância de se ter sensibilidade para olhar e ouvir o outro e suas necessidades. Vou sentir saudades da família Gadner, do Zahid, da Paige.
Shtisel (3ª Temporada)
4.4 12Uma ótima série, que apresenta o cotidiano de pessoas judias ortodoxas, mas sem a pretensão de tecer nenhuma crítica, apenas expor. E isso é bonito, porque as vezes nos atemos somente as críticas, sem reparar no humano que existe por detrás de cada sujeito. E essa série esfrega na nossa cara que, mesmo os fanáticos religiosos, são tão humanos quanto nós mesmos.
Confesso que, no começo, detestei a terceira temporada. Odiei Libbi ter morrido, mas depois do envolvimento de Kiva com Racheli, tudo começou a fazer sentido e a ganhar cor de novo. É engraçado como essa série faz a gente se aproximar tanto dos personagens, que acabamos nutrindo uma relação com eles, como se fôssemos um membro da família. Senti raiva de Lippi e depois gostei. Depois desgotei dele de novo. Amei e também senti raiva da Gitti e Ruchama - A Gitti, em específico, me fez refletir muito sobre o quanto é doloroso conviver com alguém controlador -. Me apaixonei por Hanina. Me apenei com a secretaria do Shulem e tive vontade de abraçá-la. Detestei o Shulem, achei ele velho, depois achei ele super jovem, descontraído. Amei a esposa que compra o carro. Enfim, cada personagem despertou em mim um sentimento, uma sensação.
A cena final foi muito inesperada pra mim. Achei de uma poética incrível. Aliás, a série toda é poética, mas é uma poética do cotidiano, que as vezes é difícil de perceber.
Nossos mortos sempre estarão com a gente.
Meu Amor: Seis Histórias de Amor Verdadeiro (1ª Temporada)
4.0 11Como fiquei em dúvida se via ou não via, corri logo pro episódio do Brasil, que conta a história de Nicinha e Jurema. Só queria dizer que começarei a ver agora o segundo episódio.
Crisálida
4.0 9Série super legal, com um enredo bem produzido. Vale a pena ver, apesar de algumas coisinhas que incomodam.
A principal falha da série, sob meu ponto de vista, é que mostram uma realidade bem romantizada das pessoas surdas. A história toda fala só de pessoas surdas com boas condições financeiras, com boas casas. Só mostram paisagens de praia, boas ruas, uma estética bem diferente do que se vê todos os dias na vida real. (E posso estar me esquecendo algo, porque vi já faz alguns dias).
Ainda assim, a série não perde o brilho, porque trata da temática super importante, urgente e até curiosa, que é a cultura surda. Percebe-se que há um esforço por fazer da série didática com relação ao direito e a existência de pessoas surdas, e ao meu ver, isso não tem nada de ruim ou mal. É até bonito.
Pra mim, a questão do racismo foi uma sacada boa, mas não convence, porque tem um único negro no meio da história toda. Outra questão que foi uma boa sacada, mas ficou meio superficial, é sobre a drag queen. Mas, para uma primeira temporada, é um bom começo, porque toca (ainda que de muito leve) na construção da ideia de que todas as opressões se perpassam e se encontram.
Enfim, quero ver a próxima temporada e torço para que ela venha um tanto mais real e menos idealizada. De qualquer forma, senti uma pegada pegada meio adolescente, que trata de um tema sério com leveza, e faz a série ser gostosa de assistir.
Irmandade (1ª Temporada)
4.0 159 Assista AgoraSérie foda. É um dos suspenses com maior crítica social que já vi na produção brasileira. Atuações excelentes dos protagonistas e uma reconstrução muito detalhista dos contexto dos anos 90.
Sofri junto com Cristina, entendi a Darlene e as dores do Edson. O final é muito digno, embora eu não saiba como ficará a nova temporada sem a presença marcante da Darlene. No fundo, eu torcia para que Cristina a tivesse salvado e elas se perdoassem. Mas, não seria nada convincente, porque a Darlene nunca mais ia confiar na Cristina caso ela tivesse sobrevivido.
Agora Cristina estará livre para contar a versão que ela quiser da história. E no fundo, é a própria Cristina a maior vítima de tudo isso. Ela é mais vítima até que o próprio Edson. A Cristina deixou uma vida de paz para tentar socorrer o irmão que estava com problemas, um irmão que era também vítima. Mas ela deu um passo maior que as pernas.
E é por isso que temos que aprender a ajudar o próximo sempre respeitando nossos limites. A questão é que isso é muito difícil quando se trata de um familiar, de alguém que você ama e que você tem uma história, um passado. Só que esse é o tipo de coisa dura que nós precisamos fazer por nós mesmos, pelo bem de nossa segurança e de nossa saúde. Precisamos aprender a dizer não, quando dizer sim significa nos colocar em risco pelo bem do outro.
Outra coisa que talvez essa série me ensine é a necessidade de lutar com inteligência. A inteligência é a maior arma que existe. Maior até do que qualquer arma de fogo, do que qualquer faca, é a inteligência. A estratégia. A esperteza. A irmandade.
8 em Istambul (1ª Temporada)
4.2 34 Assista AgoraUma série super fofa. Consegue juntar duas coisas que amo: simplicidade sem perder a profundidade, uma boa fotografia/estética em ambientes "pobres". A protagonista é um amor e realmente conseguiu me despertar sentimentos pela personagem: pena, tristeza, impaciência, raiva, ansiedade.
Gosto muito da proposta de que o enredo vá se encaixando aos poucos e sempre há algo por se descobrir. São várias revelações e reviravoltas, mas de uma maneira inteligente, que faz o espectador pensar. Não são reviravoltas mirabolantes, apenas para colocarem uma surpresa descabida no meio da história.
No final, eu já tinha até me esquecido de como a história começou, mas parece que quem dirigiu sabia exatamente de onde queria partir e onde queria chegar. Aí, quando a cena final voltou para a primeira, eu fui relembrando aos poucos, e foi tão prazeroso!
Achei o irmão da protagonista um gostoso. Puts, que homem sexy! E até nos momentos em que ele era grosseiro, se percebia certa sensibilidade na maneira desconcertada dele de expor o que sentia. É claro que os machismos do personagem incomodam muito, mas acho que isso nos coloca em confronto com a realidade cultural do local de origem da série.
Embora a história seja muito boa, algumas coisas eu não consegui compreender: aquele pé de fruta que o irmão da protagonista dá um ataque e come só porque a esposa estava olhando fixamente, e o título da série. Alguém entendeu isso? Outra coisa que ficou meio desconexa foi: por que o cara rico chorava cheirando o lenço da Meryen? Aquela psicóloga com o irmão com deficiência, por que brigava tanto com a irmã?
Enfim, a série é cheia de detalhes sensíveis, e seria difícil comentar cada um deles. Mas eu quis desistir no primeiro/segundo capítulo, e ainda bem que insisti. Então, se você tiver lendo esse comentário na dúvida se deve ou não continuar vendo, por favor: continue!
Rita (5ª Temporada)
4.2 34 Assista AgoraEscrevo isso chorando.
Rita é uma série sensível, que conta sobre o cotidiano de uma professora, que assim como toda pessoa humana, passa por suas dificuldades e por seus perrengues.
No entanto, a série vai além desse propósito que parece ser o "cerne" da trama. A série fala sobre amizade, sobre preconceitos, relacionamentos, política, sobre como a vida pode ser bonita em meio a tristeza... e eu amo séries assim! Rita nos ensina que o bom humor é essencial para se encarar os desafios, mas que até os bem humorados tem as suas coisas difíceis pra lidar.
Em tempos em que tenho me decepcionado com as temporadas lançadas pela Netflix, ou por deixarem muito a desejar ou porque as séries parecem não conseguir mais sair da mesmice, esta temporada de Rita me surpreendeu. Deu um show de que é possível uma série dar ao público uma temporada linda, surpreendente e mesmo assim sem perder a essência. Não há enormes mudanças nos personagens ou no roteiro, mas há uma evolução enorme.
Aliás, essa é uma série que acredito que é pouco assistida, e por isso nem tinha esperança de que saísse outra temporada. Parecia ser aqueles tesouros que ninguém assiste mas que é bom pra caralho.
Essa série é uma das minha favoritas e me emociono horrores porque fala de algo tão importante para mim, que é minha profissão de professor. Rita me ajuda a lembrar o porquê da minha opção por essa profissão. Ainda que o contexto da Dinamarca e do Brasil estejam anos luz de distância, posso perceber que todo professor lida mais ou menos com questões que, hora ou outra, se aproximam.
Fiquem com vontade de gritar com o final desta temporada. Será que vai ter mais? Eu e todos os professores merecemos!
Enfim, queria escrever mais, mas tenho a sensação de que por mais que escreva não conseguirei expressar a gratidão que tenho por conhecer essa série.
Obrigado, Rita.
Entendeu ou Precisa Desenhar? (1ª Temporada)
4.1 24 Assista AgoraA série é linda, realista, sensível, política. Toca em muitos temas com tanta naturalidade e sinceridade que a gente realmente torce muito pelas personagens.
Mas...
a série ganha um reviravolta muito sem sentido no último capítulo e pra mim entregou um final de temporada muito aquém do que foi toda a série.
A Ada tentar cortar o pau do cara é muito legal, mas ficou feio como o fizeram: o cara entrando no prédio, aparece os gritos, depois a Ada na prisão e Fabi brigando com ela. E outra: ela tinha acabado de sair da terapia, parecia estar tudo legal. Sabemos que depois do processo de terapia nem tudo são flores, mas acredito que foi uma mudança de pensamento muito imediata, que não condiz com uma pessoa que acabou de sair de um processo terapêutico. E sem contar da raiva que fiquei da Caro por apoiar o agressor dela.
Enfim, parece que fizeram esse final com pressa e sem pensar direito.
Só não é 5 estrelas por esse final.
Mas, ainda sim vale muito a pena ver!
Good Girls (3ª Temporada)
3.4 123 Assista AgoraBom, a série pecou porque a 3a temporada é mais do mesmo: as protagonistas sendo perseguidas, dando voltas e voltas em torno dos temas: sobrevivência e ficar/não ficar com o dinheiro. Podiam ter inovado um pouco.
Mas, a trama em si é maravilhosa. A ideia é muito bem desenvolvida (considerando a série como um todo, até o momento). Estou ainda na metade, mas não pude deixar de vir comentar algo sobre o marido da Beth Boland. Cara, que nojo que eu tenho desse homem. O papel dele é só atrapalhar a vida da Beth. Estou torcendo para que eles não fiquem juntos.
Acho que a série é inteligente até em colocar uma mãe fora dos padrões impostos para maternidade (Annie Marks). É linda a relação de normalidade dela com o que, verdadeiramente, é normal - o filho transexual. A série não foca nisso, trata com a normalidade devida nessa terceira temporada, e isso é maravilhoso.
Enfim, é sensível a série porque trata justamente do cotidiano das mulheres, que passam por bons bocados a vida toda e ainda tem que criar os filhos e suportar homens idiotas.
O que seria desse mundo se não fossem as mulheres?
Provavelmente seria uma merda mil vezes pior do que está sendo agora.
As Telefonistas (6ª Temporada)
3.6 48Realmente merecia um final melhor.
Depois de todo sofrimento (que parece ser alongado a todo momento, pois sempre que vai dar certo, dá errado), o telespectador merecia um final feliz. Não seria dar demais.
De todas as formas, achei bonito o texto que passou ao final. A ideia poderia ter ido por aí, sem que tivesse o final que teve.
Amizade Dolorida (1ª Temporada)
3.6 134 Assista AgoraCurioso. Sensível. Simples, mas inteligente (em todos os sentidos: tema, tempo de duração, estética). Maratonei em uma noite. Quero a segunda temporada.
Perdidos no Espaço (1ª Temporada)
3.7 271 Assista AgoraEu não curto esse tipo de fantasia e confesso que comecei a ver esperando um filme realista. Aliás, eu tava procurando isso na Netflix e parece que não tem muitas opções (alou, netflix, você tá ficando péssima!).
Fiquei assustado quando apareceu o robô, mas isso não fez com que eu desistisse de ver (talvez, pela falta de opção, segui vendo). Mas é uma série legalzinha, tem uma história que a gente fica envolvido. Gostei da experiência de fugir do real.
Não é o que eu procurava ou queria, mas é bom.
Segunda Chamada (1ª Temporada)
4.5 111Para quem estudou toda a educação básica (12 anos de minha vida) em uma escola pública e periférica, sabe muito bem que a série não exagera em nada.
A série é ótima, retrata com fidelidade a realidade de escolas brasileiras: esquecidas, jogadas ao descaso dos governos, e ainda assim cheias de gentes que acreditam na educação. Principalmente os alunos.
Tenho, sim, algumas críticas:
1) Como especialista em educação, como professor, não posso deixar de dizer que é fantasioso e até perigoso colocarem as professoras como "salvadoras, heroínas" da vida dos estudantes. É lógico que (muitas) professoras fazem de tudo para ajudar seus alunos, mas a série mostra a protagonista (Lúcia) passando dos limites nisso. Se bem que não duvido que exista alguém assim. A escola pública pode traumatizar tanto uma pessoa, que vai saber como esses traumas podem trazer de reações, né? Assim como tem gente que de tão traumatizado passa a cagar e não dar a mínima pra tudo, não duvido que haja gente que faça mais do que deve, inclusive colocando sua vida em risco. Mas que é perigoso romantizar a profissão docente assim, é.
2) A série foca demais na história da perda do filho de Lúcia e em como ela está lidando com isso. Realmente esse é o pior ponto da série, porque é um saco. Ficou cansativo e não combinava com a trama. Seria muito mais bonito se tivessem focado apenas nas histórias da escola, dos alunos.
3) Dar o protagonismo para Débora Bloch (Lúcia) não colou. Acho que ela foi uma boa atriz, mas não sustenta por muito tempo. Não convence o tempo todo.
4) O protagonismo deveria ter sido dado para Thalita Carauta (Eliete), que arrasou na interpretação de sua personagem. A gente acredita mesmo que uma Elite existe e até fica querendo ser amigo dela. Como professor, quero ser mais Eliete e menos Lúcia. Se tem algo que as escolas precisam, é de gente com humor e descontração. Gente que luta, que dá o seu melhor, mas que consegue ser alegre apesar de tudo.
Enfim, mas todas essas críticas são releváveis. Essa é a melhor série que já vi sobre escola. Ganha inclusive de séries conhecidas (como Merlí). Tô doido pra que saía a segunda. Vi que tava pra sair em abril. Cadê você, Globo?
The 100 (1ª Temporada)
4.0 559 Assista AgoraFiquei com preguiça.
A proposta é boa, muito interessante.
A gente fica morrendo de vontade de ver ao ler a sinopse.
Uma pena constatar em poucos episódios que se trata de uma trama tão adolescente e imatura. Decepcionei total.
Tô dando meia estrela só pra não deixar de avaliar, mas nem isso vale.
Bem Vindo à Família
3.8 10 Assista AgoraDá pra dar umas boas risadas com esaa série.
Victória é minha personagem favorita: oscila da seriedade ao cômico com uma naturalidade que só as coisas que realmente são engraçadas tem. É lindo ver como as personalidades dos personagens se complementam e ver também como esses personagens evoluem ao decorrer da trama. E Victória é também a personagem que mais evolui, ao meu ponto de vista. Victória salva a série nos momentos em que fica chata.
Sim, depois do 5o episódio começou a ficar exaustivo e a vontade que eu tinha era de adiantar o episódio e parar só nas partes que a Victória aparecia. Ser cansativo não tirou totalmente a graça da série, mas talez a história poderia se passar em menos episódios.
Partes chatas como as que aparecem o advogado e a do namoro do Franz poderiam ser encurtadas, pra mim, por exemplo.
A série pode até parecer clichê na maneira de provocar o riso (e acho que a personagem Victória até brinca com isso atuando que está atuando mal, rs), mas a série sai na frente e inova em muitaa coisas:
1) Com as interações intergeracionais entre atores. Pessoas idosas, criança, adultos maia velhos, adultos jovens, adolescentes trabalham junto entregam algo de qualidade.
2) Há uma pessoa negra como uma das protagonistas. Na verdade é a única pessoa negra de toda a história, o que é revoltante. Mas eu tenho visto tanta série em que não tem umx pretx. E é claro que não podemos aceitar só isso. Temos que exigir mais.
3) A série trata do tema da adoção sem tratar disso. Explico: todo mundo vê que um dos filhos é adotado, mas isso não é, em nenhum momento, o foco central na história. Todos agem com normalidade quanto a isso e o personagem adotado é super saudável e de boa com isso também.
4) Há uma criança que não é infantilizada. É uma criança normal, com suas questões e responsabilidades. Adoro isso!
5) O tema dosnadolescentes com dificuldades de socializar é tratado com sensibilidade (Franz e Alex), apesar disso tomar uma centralidade e ficar cansativo em certa altura da temporada.
Enfim, gostei muito e fiquei super curioso pra ver a 2a temporada. Não achei que o final foi ruim, pelo contrário, acho que o final terminou como devia terminar: dando uma dica para a continuação, como toda boa série clichê faz. Afinal, quem disse que só por que é clichê é ruim?
13/5/2020
Valéria (1ª Temporada)
3.6 94Valéria é uma série que narra bem como as decisões que vamos tomando ao longo da vida vão formando e moldando a nossa história.
Casar? Terminar? Viajar? Encontrar os país? Rever nossas diferenças com nossa irmã, nosso irmão? Perdoar? Como conhecemos aquela amiga? Como formamos o nosso grupo de amizade e por qual motivo nos identificamos com este grupo? Onde foi meu primeiro beijo? Como foi minha primeira vez? Quantas vezes precisamos aceitar algo que não queremos, como um emprego provisório, enquanto aquilo que queremos não chega? Quantas vezes sentimos medo diante de uma decisão?
A série fala de passado mas sem saudosismos, não tem aquela chatice de pensar que o passado era melhor do que é agora. A série relata um passado que ajuda a entender o presente da protagonista. Ao meu ver, um dos fortes da série é que ela explora o feminino e a sexualidade feminina sem medo.
Mais bonito seria se o elenco fosse mais realista, por exemplo, se tivesse algum ator ou atriz negra (oi? Como assim, na Espanha não existem negrxs? Eu não vi nem umx figurante pretx!), alguém gordo e não fosse todo mundo padrãozinho. Esse é o defeito da série. Desculpem, mas não posso deixar de me incomodar com isso.
Ainda que não seja, nem de longe, a melhor série da minha vida, tem uma história boa pra aquelas pessoas que gostam de romance, principalmente.
Ah, e eu acho que a série podia focar mais no relacionamento das amigas, no grupo de amigas, do que nas relações das mulheres com os boys. Dá a impressão que colocaram a lésbica só pra dar uma destoada e não ficar muito heteronormativo (as cenas da sapatão sendo sapatão são poucas e vazias. Ficam no ar muitas coisas).
10/5/2020
Quase Feliz (1ª Temporada)
4.1 11Série sensível e é um tapa na cara da gente pra mostrar que há grande chances de sermos felizes e não sabermos. Sempre estamos nos despedindo de algo e nos apegar ao passado, esquecendo do presente, não é uma boa opção. Olhamos pro passado com saudosismos e ilusionismos: "ah, antes era melhor, antes não sei o quê..." e temos grandes chances de errar nos nossos julgamentos. O jeito é perdoar nosso passado, nos resolver com ele, e viver o presente. Essa série me deu mais certeza disso.
Eu Nunca... (1ª Temporada)
4.0 421 Assista AgoraMuito fofinha a série: moderna e ao mesmo tempo engraçada, embora trate de um tema delicado que é o luto e a adolescência.
Devi perdeu seu pai há três meses e apesar disso tenta seguir a sua vida como uma adolescente "normal" e realmente parece ser duro seguir a vida depois da morte de um pai tão querido e com uma mãe controladora. Fiquei emocionado em diversos momentos porque também tive uma adolescência conflitiva e não ter parentes que sejam compreensivos torna tudo ainda tão mais difícil.
O legal da série é que trata da diversidade étnica e faz a gente ver a índia incluída dentro de uma perspectiva comum, porque nada é tão místico ou espantoso (como forçam mostrar quando vão retratar a cultura indiana), as coisas só são normais e isso é bem legal. Se pode falar de uma cultura com descontração, sem fazer todo um teatro ilusório em torno disso e essa série é a prova de que isso é possível.
Realmente as piadas gordofóbicas não foram acertadas, mas a série se destaca por tantas outras coisas legais: protagonista negra, psicóloga negra, garota com down... Não é perfeita, mas também não é um desastre.
Militada básica:
Confesso que me sinto incomodado com a venda do "American Dream": tudo é perfeito e bonito, não tem um teto caindo na cabeça das pessoas e não há problemas sociais. A escola é legal, o mundo é lindo e os únicos problemas são os pessoais, todos tem emprego e saúde, carros bons, os pais tem tempo para ficar em casa se querem e não há discriminação étnica. Sabemos que não é bem assim e o COVID tá aí pra mostrar que os Estados Unidos é um país bem problemático socialmente.
Mas, também, dava pra querer outra coisa? Acho que essa é a pegada da série e apesar de ser incômodo, a sessão da tarde sempre nos acostumou ver esse tipo de arte. Talvez seja por isso que nos emocione.
28/04/2020
A Casa das Flores (3ª Temporada)
4.2 50 Assista AgoraEu relutei em avaliar porque sabia que não ia conseguir escrever um comentário à altura, mas vamos lá: não consigo encontrar nada que me desagrade na série. Ela é perfeita em tudo: enredo, estética, cor, imagens, na fidelidade à cultura que retrata, na continuação da história sensível que conta, na crítica MUITO política e inteligente que faz. Eu simplesmente amei e estou muito triste que seja a última.
Paulina é mesmo a melhor personagem e gostei que nessa temporada deram o reconhecimento pra isso, pois ela protagoniza mais.
A melhor cena da temporada é quando Paulina vai xingar o cunhado e fala:
CALA BOCA! VOCÊ É BURRO? SEU SOBRENOME É BOLSONARO?
¡Que viva méjico!
Califado (1ª Temporada)
4.5 126 Assista AgoraNão é do tipo de drama que eu curto: ao terminar de ver ficamos sem nenhuma crença ou esperança no mundo. Pelo menos é assim que me sinto agora, 1:09 da manhã, depois de ver tudo. O enredo não dá desconto. É pra acabar mesmo com o quem vê.
Mas foi bom para conhecer mais sobre o conflito da Síria e sobre o aliciamento de pessoas. Não posso deixar de dizer da raiva que eu fiquei das três adolescentes no filme. Não sei o que faria no lugar dos pais das duas irmãs. Aliás, sofri com o pai o tempo todo - com a mãe eu tive vontade de surtar, fiquei com raiva dela também. Pensando nessa mãe dá até pra gente entender as filhas.
A maior vítima disso tudo é a menina filha do pai bêbado. Coitada. Ela só precisava de um sentido de vida. Taí, a falta que uma escola significativa, com arte, com música, com movimento faz na vida de uma pessoa. Talvez minha esperança esteja nisso - no que a história poderia ter sido se a proposta fosse outra.
Quanto a Eva... putz! Que raiva dela também. Essa sim mereceu o final que teve. Foi egoísta com a Pervin, não a respeitou, foi abusiva e nada profissional. A série é ótima pra quem curte reviravoltas, porque a gente passa um tempão adorando a Eva e depois entende o tanto filha da puta que ela é.
Outra coisa que analiso: essa série fala muito sobre o fanatismo religioso. Não posso deixar de relacionar ela com a série Nada Ortodoxa, também da Netflix. Tenho certeza que a religião é o câncer do mundo. A falta de sentido de vida faz a pessoa se afundar no fanatismo. A cura pra esse câncer está em dar pras pessoas verdadeiros motivos pelos quais lutar: justiça social, comida na mesa de todo mundo, direitos humanos... já pensou se todos fanáticos fossem fanáticos por essas causas? Já pensou se todos os crentes do Brasil (ou os muçulmanos lá da Síria) brigassem não por um Deus, mas por qualidade de vida pro mundo todo?
A religião me afasta de Deus.
Estou tentando escrever algo sobre a série mas sinto que não posso me expressar direito. Ainda estou digerindo tudo.
Enfim, depois de ver a série acabei de entender que sou fraco pra dramas.
Alguém traz de volta meu drama romântico? Quero esquecer que os Malafaias e "Allahus Akbar" existem. Só hoje.
07/04/2020