Fraco, muito fraco. Muitas histórias que até lembravam o antigo "Contos da Cripta", mas todas elas com um nível bem abaixo tanto de suspense, quanto de terror, com uma verdadeira mistura desde sátira sombria até slasher, vingança, fantasmas e até mesmo um demônio, coberto com uma pitada de ficção científica. Poderiam ter menos contos e elaborado melhor o roteiro delas, causando ao espectador apenas uma vontade de que o filme terminasse o quanto antes. Claramente de baixo orçamento, com um CGI bem amador, dando a impressão que estávamos diante de um filme sem condições de bancar efeitos toscos da década de 90. As duas primeiras histórias até passam, depois é só ladeira abaixo, a única coisa que pode-se tirar desse filme que prestou são os atores do palco no teatro simulando cada história, que juntas não chegaram a lugar algum. Ruim. Nota: 2/10.
Pois bem, Aquaman 2 volta às telas em meio ao turbulento momento da DC nos cinemas e bilheterias, apostando na mesma fórmula utilizada no seu antecessor: recheado de ação com muita aventura, explorando através da tecnologia em 3D, todo o potencial da computação gráfica por CGI. Sem dúvida alguma, os efeitos especiais (e nisso o maior destaque são os cenários), é o maior ponto forte do filme, sendo bem feitos e menos artificiais que os vistos na Marvel, ficando bem interessantes no fundo do mar. O humor sarcástico do personagem do Aquaman assim como sua imponência é algo muito bem dosado, não sendo irritante, com Jason Momoa tendo uma boa atuação, desta vez deixando Patrick Wilson e Amber Heard bem discretos e um vilão "sem sal" como o Arraia Negra. A história é simples, rasa e objetiva com o simples intuito de dar vida aos personagens. Uma das características do James Wan que são válidas neste tipo de gênero são explicações rápidas de elementos presentes, não se prendendo e deixando a ação e a história fluírem de forma que o telespectador não sinta a duração do mesmo. Enfim, Aquaman 2 é o tipo de filme que tem elementos suficientes para entreter e traz uma luz de esperança ao universo da DC, podendo futuramente ter êxitos em suas produções, sendo capaz de tirar um pouco essa fama de fracassos e adaptações mal dirigidas. Pra quem curte cinema vale o ingresso (principalmente pelos efeitos em 3D). Bom. Sem mais comentários. Nota: 8/10.
Posso dizer que "Night of The Hunted" é um filme de tirar o fôlego. É a típica história dentre muitas já contadas de vítimas presas a determinadas situações bem delicadas, precisando se desdobrar em espaços fechados, e essa fórmula quando bem executada não falha em ter a atenção e curiosidade do espectador até o final. Com uma produção simples, pouquíssimos atores e uma história bem simples, o mesmo consegue se sobressair e entregar um bom suspense, sendo tenso do início ao fim, com boa atuação da protagonista e não poupando cenas de violência com tiro pra todos os lados. Enfim, é uma boa pedida pra quem curte suspense/thriller, não decepcionando e com um final polêmico, mas aceitável ao meu ver. Sem mais comentários. Nota: 8/10. Agora vem a hora dos spoilers:
1) Quem era o atirador? O filme nunca revela a identidade do assassino, deixando o público a derivar suas próprias teorias. Ao longo do filme, vemos o atirador listando vários motivos, pedindo a Alice para adivinhar o verdadeiro motivo de sua má sorte. Na loja, Alice encontra uma caixa endereçada a Henry. Entre as coisas estão uma camisa da loja com o escrito de Henry, um livro intitulado "The Camp of the Saints" escrito por Jean Raspail, e uma foto de Henry com seu sobrinho no que parece ser uma roupa militar. Assim, é possível que o atirador seja Henry. A camuflagem militar que vemos do atirador no final do filme também dá peso a essa teoria. Mas e o motivo? Seguindo essa linha de raciocínio, Henry não era um assassino aleatório, como evidenciado pelo fato de que ele nunca levantou um dedo para aqueles que foram ao posto de gasolina para reabastecer seu carro. Ele só atirou naqueles que estavam tentando ajudar Alice, como Doug (que estava procurando por Amelia) e o velho casal (que estavam com a garotinha Cindy). Além disso, as coisas pessoais da loja sugeriam que ele trabalhava no posto de gasolina. Então, é possível que Henry tenha sido demitido de seu emprego depois que Amelia apresentou uma queixa falsa contra ele. Isso resultou em Henry perder o emprego e acabou posteriormente perdendo seu sobrinho. No entanto, ainda não explica por que Henry estava mirando Alice. Pois bem, ela trabalhou para uma grande empresa farmacêutica, então é possível que, enquanto o sobrinho de Henry estava internado no hospital, o médico estava administrando nele os medicamentos fabricados pela empresa de Alice. O menino acabou falecendo, e Henry começou a culpar a empresa de Alice. A razão pela qual Henry alvejou Alice foi que ela era a responsável pela comercialização desses medicamentos. Henry a perseguiu por um tempo, na esperança de encontrar a oportunidade certa. Durante isso, Henry soube que ela estava traindo seu marido e decidiu fazê-la pagar por ambos. Mas e o livro? É possível que Henry tenha sido motivado a tomar as rédeas em suas próprias mãos depois de ler "The Camp of the Saints". O livro retrata políticos, mídia e elites como tímidos e moralmente comprometidos, considerando que o cidadão comum é irritado, temível e xenófobo. Eles, como Henry, tomam o assunto em suas próprias mãos para proteger seu direito à vida. Eles sentem que foram abandonados tanto pelas elites quanto pelos políticos e que deveriam fazer justiça e honrar pelos seus direitos.
2) Alice morreu no final? Com apenas os itens na loja à sua disposição, Alice provou ser extremamente engenhosa, e ela manteve-se viva pelo tempo que pôde. Ela tinha a mentalidade de uma sobrevivente e por isso conseguiu suportar sua dor por horas. Mas ao esmagar a cabeça do agressor, Alice finalmente sucumbiu às suas feridas e morreu. A única certeza de seus últimos segundos de vida foi ter garantido que a criança estava segura.
Pois bem, "As Marvels" chega como mais uma continuação dos inúmeros filmes do UCM, contendo a velha fórmula de manter os personagens originais desde sua criação. O filme trata mais de seguir o seriado da Miss Marvel que dar ênfase realmente aos episódios que foram mostrados em Capitã Marvel e com a Monica Raumbeau, apesar de estarem interligados e terem citações durante o mesmo. Sobre o filme, pode-se ver claramente que a Marvel perdeu seu fôlego, tentando inovar, trazer elementos novos, mas que de certa forma não empolgam mais o espectador, visto que as histórias, além de terem se dividido muito e deixado várias pontas soltas, não têm surtido muito efeito, além de terem restado heróis não muito cativantes ao público. O maior problema da Marvel foi ter perdido sua essência: demonstrar o grau de ameaça que estaria por vir a seguir, ou seja, aquele ar obscuro que marcavam os antecedentes de Guerra Infinita e Ultimato. Tudo parece que foi reduzido a personagens mais infantilizados e vilões esquecíveis, que mesmo sendo vistos em fases iniciais, foram contornados se realinhando ao rumo. De ponto positivo fica o enredo dinâmico de não se explicar muito e focar na ação, os efeitos especiais e a cena pós crédito, de negativo o resto....a vilã, o musical, e a falta de empatia que as 3 heroínas juntas causam. Fico no regular talvez por não ter criado expectativa nenhuma. Enfim, sem mais comentários. Nota: 5/10.
Pois bem, "Ninguém Vai Te Salvar" é um filme realmente de tirar o fôlego. Com um tema já batido sobre alienígenas, o mesmo consegue sair da mesmice sendo bem original com uma mistura de drama, suspense e ação em praticamente todo o seu decorrer, sem dar um minuto de descanso para o espectador (e para a protagonista, diga-se de passagem), reunindo elementos que lembram um pouco o título "Não olhe!" (e bem melhor que este), com passagens um tanto quanto sinistras, mas não menos bizarras. Quem espera por uma história com diálogos pode se decepcionar, baseando-se em tudo através de imagens, não havendo nenhum problema em sua construção e explicação, sendo de fácil compreensão. Apresenta-se bastante escuro, com cenários sombrios e um elenco bem reduzido, mas satisfatório pela proposta apresentada com boa atuação da protagonista. Mesmo tendo um final bem polêmico (apesar de estranho), achei que foi aceitável e pra mim ganhou mais um ponto em sua originalidade, já que eu não esperava por ele, acrescentando algo novo ao gênero, colocando-se em camadas componentes morais e emocionais que nos levam a nos conectar com a personagem imediatamente. Recomendado para os que curtem suspense com perseguição. Ótimo. Nota: 9/10. Com relação ao seu desfecho, agora vem a hora dos spoilers.
1) Sobre Brynn e Maude: enquanto brincavam na floresta quando eram crianças, Brynn e Maude discutiam. Como a maioria do filme, isso acontece em silêncio, então não sabemos exatamente o que foi dito. O que sabemos é que Maude empurrou Brynn e Brynn reagiu pegando uma pedra e batendo na cabeça de Maude. Maude, presumivelmente, morreu do golpe aos 12 anos de idade. Esta é a razão pela qual Brynn é o assunto de olhares sobre a cidade e por que a mãe de Maude cospe na cara dela na delegacia.
2) O que os alienígenas querem de fato? Por que esses estão implantando criaturas na garganta das pessoas e cavando suas memórias? Qual é o propósito da coisa toda? Em uma entrevista concedida pelo diretor Brian Duffield, ele caracterizou os alienígenas como uma espécie de exploradores, sugerindo que sua principal preocupação no filme é aprender mais sobre o nosso planeta e as coisas que o habitam. Há uma curiosidade real sobre Brynn, e como começam a descobrir as coisas sobre ela, eles meio que querem saber mais a respeito. O "mais a respeito" vem depois que os alienígenas descobriram o segredo que a manteve presa na casa de seus falecidos pais como um estado de trauma com reclusão social, e que por trás disso tudo teria um motivo.
3) Clone da Brynn: muitos podem se perguntar se ela realmente morreu esfaqueada após o golpe de seu próprio clone. A verdade é que ela não morreu, pois nas cenas seguintes ela tem sinais de um ferimento na cabeça, ou seja, ela sobreviveu e tudo que se passa não é uma simples alucinação de uma cidade em que ela queria viver.
4) Por que os alienígenas decidiram deixar Brynn em paz? Não está totalmente claro, mas é possível que eles entenderam que ela só estava lutando contra eles devido ao seu trauma passado. Com ela se conciliando com seu passado, talvez eles soubessem que ela não seria mais um problema. O filme inteiro acaba sendo uma alegoria de perdão, onde nós humanos não podemos perdoar Brynn por algo que ela fez quando criança, mas os alienígenas, que são emocionalmente contidos, entendem que Brynn carregou por longo tempo seu calvário, e portanto deveria ser permitida voltar à sociedade.
5) Cena final: Em vez de controlá-la como as outras pessoas na cidade, os alienígenas optam por permitir que ela continue vivendo sua vida em uma versão idealista da cidade que é semelhante à que ela cria em seus próprios dioramas em miniatura. O filme termina com ela dançando em harmonia com os habitantes da cidade, aparentemente contentes. No fim das contas, ela finalmente consegue algo que ela achava que alguma vez mereceria. A música tocada no final "Knock on Any Door" diz que Mill River agora se tornou um lugar onde, se você "bater em qualquer porta, você encontrará boas-vindas, faça chuva ou faça sol". Um olhar para várias naves espaciais no céu sugere que isso também não aconteceu apenas em Mill River.
Meu Deus, que filme ruim! Normalmente meus comentários aqui no Filmow eu tento relevar algumas coisas mesmo quando não gosto, mas nesse caso sinceramente eu não consegui. Margot excelente atriz, assim como Ryan Gosling no papel de Ken fazendo um papel musical de passar vergonha, tentando passar uma mensagem que poderia ter sido melhor aproveitada caso o roteiro fosse melhor trabalhado, principalmente da metade pro final, parecendo um misto de uma comédia pastelão com um humor americanizado completamente sem sal. Ao meu ver, fica só a nostalgia, o figurino e os excelentes cenários produzidos, porque de resto não vejo nada que salve, sendo chato e tedioso, se arrastando por quase 2 horas. Não chamo isso nem de Sessão da Tarde. Ruim. Sem mais comentários. Nota: 2/10.
O Acampamento é um filme de terror/suspense que apresenta uma pitada de drama com um tema atual e pertinente com personagens que se reúnem em um local que parece ser inofensivo, com um início lento, mas com o passar de toda a trama, aquele cenário que se mostra pacífico e solitário vai dando lugar a um local sombrio e assustador. É notável a diferença do plano dia/noite, tendo as primeiras cenas em sua maior parte diurnas e da metade pro final, as cenas noturnas vão tomando espaço, lembrando nesses aspecto clássicos filmes que envolvem assassinos. É visivelmente de baixo orçamento, com um roteiro simples, e mesmo com todas as suas falhas, me prendeu a atenção do início ao fim. As atuações em geral são boas, mas a falta de empatia da maior parte do elenco torna muitos momentos que poderiam ser cruciais, mornos e sem aquela tensão que este gênero deveria ter. Com um final aceitável, mas bem previsível, fico no bom quase regular. Sem mais comentários. Nota: 7/10.
Boogeyman foi mais um filme de terror lançado, sendo mais uma obra de Stephen King, considerado um dos grandes mestres do gênero. Olha, confesso que ele me lembrou bastante do filme Quando as luzes se apagam, tendo uma ameaça que resolve aparecer na escuridão, mexendo o tempo todo com efeitos de luz e imagem, sendo previsível e recheado de "jump scares", que às vezes acabam te ganhando no grito, mesmo sendo previsíveis. Ele até contém elementos interessantes, como o jogo de câmeras utilizados em 360 graus, tanto por debaixo da cama quanto para o teto. Além disso, apresenta-se em sua maior parte muito escuro, jogando para o espectador efeitos de iluminação como lâmpadas, velas e etc. pra lá de precários, apenas para criar um clima de suspense. Pelas atuações, dá pra sentir um pouco do drama da personagem, apesar da sensação de ser bem raso. Enfim, é o típico filme que não te prende pela história, mas sim por uma ambientação que tenta ser escura e claustrofóbica, mas que não traz nada de inovador. Como curto bastante o gênero classifico como bom, quase regular. Nota: 7/10.
"Fale Comigo" é um filme realmente de cair o queixo. Visivelmente com um orçamento "modesto", ele mostra a que veio com apenas poucos minutos de tela já introduzindo os personagens em uma trama bizarra, obscura e sem muita enrolação. Aborda a temática brincadeira de adolescentes que mexem com o desconhecido (nesse caso o sobrenatural), enfrentando consequências inimagináveis de algo aparentemente inofensivo e proporções cavalares (confesso que lembrei da velha brincadeira do copo). Por ser um horror moderno adolescente não cai na cilada da mesmice como vemos em outros deste gênero (como uma enxurrada de piadas bobas ou focando o batido tema de matança em festas), sendo o maior trunfo dele sem sombra de dúvidas. Apresenta ótima atuação da protagonista Sophie Wilde no papel de Mia, tendo todo o restante do elenco praticamente como coadjuvantes (mas não menos importantes), com boas atuações. "Fale Comigo" é o típico filme que conseguiu se sobressair em meio a tantos outros (principalmente do gênero terror), não falhando em sua narrativa com um final surpreendente. Um prato cheio para os que curtem o gênero! Recomendo. Ótimo. Nota: 9/10. Agora vem a hora do spoiler pra quem não entendeu o final:
No início do filme, o espírito que possuiu a Mia já estava dizendo que Riley seria o preferido. Pois bem, de acordo com as regras da brincadeira, quem morresse possuído ficaria preso no lado espiritual pra sempre. Essa era a real intenção dos espíritos: matar Riley. Isso explica dos espíritos usarem a fraqueza da Mia para que a brincadeira passasse da hora com Riley a ponto de ter tempo dele se matar, aproveitando-se da fragilidade da protagonista. Mia fica possuída com a brincadeira tendo estranhas visões, ficando confusa do que de fato aconteceu realmente com sua mãe. O espírito que a possuiu se passou por sua mãe, tentando convencê-la de que seu pai a havia assassinado e a causa não era suicídio. Isso fez com que Mia esfaqueasse seu pai e se apressasse a matar Riley, que estava no hospital possuído. A primeiro momento ela não consegue com uma tesoura, mas pega a cadeira de rodas pra jogá-lo na estrada. No fim das contas, Mia acaba se acidentando falecendo logo em seguida, e tanto seu pai como Riley conseguiram se recuperar (Riley conseguiu expulsar a entidade dentro de si), tanto é que Mia visualiza essas cenas (ambos recebendo alta), já no lado espiritual. Por fim, como Mia morreu possuída, acaba se tornando uma alma perdida presa à mão, passando a fazer parte da brincadeira, resultando na última cena do filme.
Pois bem, Pantera Negra volta ao seu segundo episódio após o grande sucesso que a sua primeira versão fez, além da grande contribuição no universo cinematográfico da Marvel. Assim como o primeiro, o mesmo apresenta questões relacionadas ao reino de Wakanda, mas neste a profundidade foi aumentada em um sentido diferente que geram consequências e culminando em confrontos posteriores. Como todos já sabemos, o filme teve o seu maior obstáculo driblar um personagem que teve uma construção de sucesso, o ator Chadwick Boseman na pele do Rei T'Challa fez com que todo o roteiro tivesse alterações, mas mesmo assim, acredito que o roteiro foi bem conduzido nesse sentido. O grande problema desse filme ao meu ver é a falta de simpatia e carisma da atriz Letitia Wright no papel de Shuri onde suas cenas passam frias e não dão a sensação que todos os outros personagens ao redor conseguem gerar. O maior ponto positivo foi a atuação de Angela Basset no papel de Ramonda, conseguindo se impor e levando o filme nas costas nas primeiras horas, tendo Okoye e Nakia também com ótimas atuações. Bela fotografia, trilha sonora e CGI complementam a história. Bom filme e linda homenagem, apesar de considerar inferior ao primeiro. Nota: 7/10. Alguns spoilers de alguns pontos pessoais e como eu acho que deveria ser o desfecho:
1- O traje de Okoye poderia ter sido melhor trabalhado, não me convenceu (por mais que seja igual aos quadrinhos). 2- Acredito que Shuri, por ter a vingança consumada após a morte de Ramona, poderia matar Namor e ser morta por ele também, mesmo que mais um luto de um Pantera tornaria o filme pesado. 3- Na minha opinião, Ramonda não deveria dar adeus.
Pois bem, Aterrorizante (Terrifier) é o típico filme de um assassino, neste caso aqui um palhaço (bem diferente do famoso It/Pennywise), em noite de Halloween, com elementos bem básicos de um filme de terror, com muita gritaria e sangue. Eu havia assistido "All Hallows Eve" de 2013, que se assemelha bastante (inclusive o próprio palhaço), tendo a mesma pegada, lembrando muito aquela vibe dos anos 80 e principalmente 90, com uma produção limitada, efeitos amadores de iluminação e filmagem, ou seja, visualmente de orçamento muito baixo, inserindo em exagero e não poupando a combinação gore/slasher em praticamente todo o seu decorrer, sendo bastante violento e conseguindo entregar o que o diretor propôs: um assassino maníaco, sinistro, bizarro e assustador, sem origens ou algo do tipo. Para aqueles que esperam ver apenas gênero terror com matanças, deixando história e diálogos de lado, esse filme não vai decepcionar. Confesso que assisti pela repercussão de seu sucessor com boatos de pessoas passando mal nos cinemas, notícia que se espalhou pelo mundo. O final me decepcionou um pouco, pareceu forçar um pouco a barra. Agora resta assistir a continuação. Bom. Sem mais comentários. Nota: 7/10.
É compreensível esperar um alto nível da Marvel, pois durante seus últimos anos tem feito filmes muito bons, principalmente entre 2016 a 2019, onde tivemos grandes ensaios de uma união de heróis, que culminaram em seu ápice em Guerra Infinita e Ultimato. Após isso, é fato que cresceu uma legião de fãs da Marvel impacientes e decepcionados nessa Fase 4. Mesmo assim, é saliente comentar que nenhum dos filmes anteriores do Thor agradaram de fato; a mão do neozelandês Taika Waititi pesou mais do que o próprio Mjolnir, sua impressão no personagem parece que o tornou um herói bobo, onde as consequências geradas em batalhas e as reviravoltas não conseguem colocá-lo em um patamar que ao menos possa receber seu apelido de Deus do Trovão, bem longe do que foi visto nos quadrinhos. Me pareceu um filme preguiçoso, faltando explorar um pouco mais a origem, tanto da Jane Foster (sua transformação e lado pessoal mais aprofundado), quanto do próprio Gorr, que aliás, foi uma boa surpresa, e uma bela entrega de Bale que fez jus ao papel, assim como Natalie Portman. Os outros personagens não acrescentam em nada e não empolgam em cena, pouco restando do protagonista. Deu pra perceber que a Marvel tenta encontrar um drama pra cada personagem nessa nova fase, porém, o filme não contribui no crescimento do Thor, desperdiçando uma chance de dar um passo maior no desenvolvimento dele (observe que Thor é muito melhor junto com os Vingadores). O ponto mais alto foi sem dúvida o título dado: "Amor e Trovão" (as melhores coisas do filme ficam bem pro final). Enfim, filme com alguns momentos bons conduzidos principalmente pelo vilão, com boas cenas de luta, roteiro raso e corrido, piadas sem graça e desnecessárias com visual deslumbrante e bonito, apesar da artificialidade do excesso de CGI. Regular. Esperava bem mais. Nota: 6/10. Coloquei uns spoilers para reflexão:
1- Jane Foster está realmente morta? Embora não reste muitas dúvidas, Jane realmente está morta ao fim do filme. E durante a cena pós-créditos, temos mais uma comprovação disso, já que a vemos sendo recebida por Heimdall em Valhalla. Uma situação bem parecida com o último sacrifício de Jane e sua chegada em Valhalla realmente acontecem nas HQs. Porém, ela volta à vida graças aos esforços de Thor e Odin. Parece impossível que eles deem um jeito de trazê-la de volta nesse sentido, já que seria uma total repetição de seu retorno nesse mesmo filme. Nas HQs ela se torna uma Valquíria, espero que a Marvel não torne isso como desculpa para uma participação no futuro.
2- Como Jane entrou em Valhala? No início do filme, quando Thor está falando com Sif, ele explica as regras para entrar em Valhalla. A vida após a morte dos deuses só permite a entrada de guerreiros que morrem em batalha. Jane é fatalmente ferida quando está em sua forma Thor lutando contra Gorr no portão da Eternidade. Além disso, quando ela se torna a Poderosa Thor, ela assume os poderes asgardianos e, como asgardiana, ela recebe a entrada para a vida após a morte.
3- Como Jane se tornou a poderosa Thor? Embora nunca tenha ficado explicitamente claro como ela conseguiu fazer a transição, parece ser uma promessa que Thor fez ao martelo. Quando ele e Jane ainda estavam namorando, ele diz ao Mjolnir para sempre proteger Jane e parece que a promessa foi cumprida.
4 - Para onde foram os Guardiões da Galáxia? Será revelado em " The Guardians of the Galaxy Holiday Special" dirigido por James Gunn, que será lançado em dezembro na Disney Plus. Depois o veremos em seu terceiro e último filme dirigido por Gunn: Guardiões da Galáxia 3, que tem data de lançamento em 3 de maio de 2023.
Bom, “La Abuela” (título espanhol que significa “A Avó”) é mais um dos inúmeros filmes de terror espanhóis, sendo dirigido por ninguém menos que Paco Plaza, diretor do tão conhecido REC, que fez bastante sucesso na época, sendo filmado em primeira pessoa. O filme passa um ar bem sombrio, claustrofóbico (a maior parte se passa dentro de casa), com alguns dos elementos mais convencionais do gênero de terror, como a música de alta tensão que amplia os momentos mais aterrorizantes do filme, o bater das portas e as luzes que de repente se apagam. Apresenta muitos elementos simbólicos, que podem passar despercebidos (comentarei nos meus spoilers), contendo uma pitada de terror psicológico e uma análise bastante pertinente sob o cuidado ao idoso, mas a verdadeira fonte de terror no filme baseia-se na velhice e a consequente perda de beleza e lucidez que isso envolve. O filme não economiza nas imagens que mostram a deterioração do corpo da avó. Ela, que já foi uma bela jovem de pele firme e lisa, agora é uma senhora frágil e idosa que definha, aprisionada em um corpo fraco visivelmente prejudicado pela passagem do tempo. E, paralelamente a isso, é difícil decidir o que mais preocupa a jovem: a situação de sua avó ou o tempo que nossa protagonista está perdendo, sobre o qual alguma outra pessoa pode ocupar seu lugar no mundo da moda. O filme martela psicologicamente na sua cabeça: cuidar de alguém em tal estado não é fácil e nem bonito. A vida da protagonista de repente mudou de glamour para melancolia. A figura de Pilar (avó) é algo que o diretor escancara da velhice: corpo bem magro e enrugado, cara fechada, lábios encolhidos e boca aberta na maior parte do tempo. O diretor brinca com os pesadelos de Susana e suas visões, fazendo o espectador questionar o que é realidade ou não, assim como a protagonista também o faz através de sua saúde mental. O filme me lembrou de muitos elementos utilizados no filme “A Chave Mestra” de 2005, mais que recomendado para quem ainda não viu. O filme também nos faz pensar em questões como a tirania da beleza, que é especialmente impiedosa quando se trata de mulheres condenadas à invisibilidade quando seus encantos desaparecem. Há também nossa obsessão pelo sucesso e a insignificância dos laços familiares diante das demandas do mercado capitalista, sem falar da solidão e do isolamento sofrido pelas pessoas que habitam as grandes cidades. Enfim, bom filme. Nota: 8/10. Agora vem a hora dos spoilers tentando simplificar alguns acontecimentos:
1) A cena inicial: a cena em que aparece Pilar (avó) com a Júlia (no corpo da Eva), mostra que Eva foi vítima do mesmo ritual que Susana, ou seja, a cena inicial é a própria cena final de conclusão do ritual. O motivo pelo qual Júlia morreu não ficou muito claro, provavelmente ela engasgou com o pedaço do bolo de aniversário que foi mostrado em cima da mesa nessa mesma cena.
2) O relógio: o filme conta com inúmeros relógios que apresentam sempre aquele mesmo horário e não avançam. Nada mais é que um simbolismo do medo de envelhecer e não querer que o tempo passe. No filme, uma negação da avó à passagem do tempo.
3) Os espelhos: Susana, por ser modelo, preocupava-se muito com os aspectos físicos, porém ao chegar na casa de sua avó, percebeu que lá não havia espelhos, fazendo com que Susana comprasse. Isso mostra um outro reflexo da negação ao envelhecimento da avó por não querer se ver no espelho.
4) A boneca russa: também conhecida por matrioska, são bonecas que dentro delas existem outras bonecas, cada vez menores, a boneca maior é chamada Mãe e a menor Semente, o que reflete o plano das avós, ou seja, uma mulher dentro do corpo de outra mulher, no filme as avós no corpo das netas. Tem uma cena de um papel na parede que também ilustra várias pessoas numa fila, dando a entender o mesmo propósito do feitiço, algo vai passando ao outro, de geração em geração.
5) Cena do diário: mostra que algo estranho passou naquele aniversário, no diário mostra que um pedaço de cabelo foi cortado, isso mostra então que o ritual já se iniciou a partir daquele momento e que foi a causa mais provável de Susana não se lembrar de muitas outras coisas que aconteceram depois. Também é mostrada uma cena de um pedaço do cabelo de Eva cortado com sua foto quando menina. A “poção”, um líquido vermelho que bebem, também seja provável fazer parte do ritual. Na cena inicial, Pilar sorri para Júlia (no corpo de Eva) com os olhos dessa focados bem de perto, isso pode explicar também o desenho de um olho no diário.
6) Acidente dos pais de Susana: O diretor não deixa claro, mas Pilar poderia também ter sido a mesma autora do acidente de seus pais, deixando Susana sozinha e mais suscetível à avó.
7) Cortinas, imagens e reflexos: há uma cena que mostra uma cortina contendo outras imagens menores de Susana, um simbolismo com a memória de todas as mulheres que foram o receptáculo de outras. Esta ideia é endossada pela presença constante de retratos, as fotografias que captam o momento exato da plenitude, assim como as dezenas que aparecem na cabeceira da cama têm uma implicação sinistra ao sugerir o tempo durante o qual as posses têm ocorrido.
8) Morte de Pilar: Tudo indica que a morte da avó foi proposital por Susana, e, ao vê-la engasgar antes com um pedaço de vegetal, prepara uma última refeição sabendo que sua avó não conseguiria fazer a correta mastigação e deglutição da comida. Quando Susana viu que os cuidados de sua avó começaram a interromper sua carreira de modelo, os melhores cuidados que estavam sendo dados no início deram lugar a uma disposição que começa a diminuir rapidamente, chegando à conclusão de levá-la ao asilo e ao extremo de deixá-la morrer.
9) Cena da foto: Susana aparece ao lado de Eva e não se recorda, porém aquela foto tinha sido mostrada anteriormente com a Pilar ao lado da Eva, ou seja, o feitiço já estava tendo seu efeito, além disso, Susana atende a um telefonema que chama por Pilar, mostrando que a troca de corpo já tinha dado início, faltava apenas o ritual final. Isso explica também a mudança no desenho do quadro na cena em que Susana (agora como Pilar) se move nua em direção ao desenho.
10) Cena da vela: a cena da vela parece também ser um simbolismo em que a vela (que não se apaga), representa a avó que se recusa a envelhecer e morrer mesmo não tendo mais sua alma, representado pelo fogo. Quando Susana tenta tirar a vela, ela se desloca do fogo, ou seja, corpo e alma já não estão mais unidos.
11) Gaiola vazia e pássaro azul: o filme mostra uma gaiola vazia, talvez dando a entender que após Pilar tomar o corpo de Susana, esta não terá mais como sair. Se observamos também, no momento que Pilar está tomando o corpo de sua neta, aparece um pássaro azul na gaiola, podendo ser um simbolismo da alma aprisionada de Susana, que agora está totalmente incapacitada no corpo de sua avó.
Olha, acho que pelos comentários anteriores eu estou literalmente indo contra a maré, pois no geral não curti esse novo filme do Batman, apesar de enxergar aspectos positivos nele (por isso fiquei no regular). Sendo sincero, chegou uma hora que quase cochilei na sessão. Vi muita gente elogiando, tanto na mídia quanto do pessoal que estava no cinema, mas achei tudo muito previsível, tendo pontos altos e baixos: gostei do personagem do Charada, bem realista e personificado, utilizando de meios atuais de comunicação, sendo de difícil adaptação, (ainda mais considerando os filmes anteriores onde era extremamente ridículo); a cena da perseguição do batmóvel também merece destaque, tanto na ação quanto na ambientação. O aspecto do batsinal foi algo antes nunca visto e bem original, sendo mais um ponto positivo. Fiquei dividido com a mulher gato gostando de sua interpretação como atriz, mas a sua forma de uma adaptação bem diferente, me pareceu qualquer outro personagem de um filme de ação, sem uma identidade própria, ou seja, não era talvez a felina que eu gostaria de assistir. E pra ser franco, sou contra todas as "romantizações" em filmes de heróis. O pinguim acredito ter sido um ponto fora da curva, com tom bem abobalhado, diferente das visões intimidadoras e ameaçadoras que tinha dele; parece que sua ausência não faria falta alguma e não mudaria a história como um todo. A duração do filme foi o que mais pecou, talvez se tivessem feitos cortes mais precisos na história poderia dar uma melhorada e agilizada no ritmo (achei cansativo). Com relação ao ator Robert Pattinson na interpretação do homem morcego não colou pra mim, pela premissa ser exatamente uma atmosfera mais realista, faltou caracterização, mesmo que mínima, de danos nas brigas (até os anteriores rolava um sangue, boca inchada e etc.). Enfim, verei uma segunda vez pra tentar enxergar algo a mais. Valeu a intenção, mas pra mim não foi dessa vez. Regular: 6/10.
Pois bem, "The Sleeplest Unrest" (título sem uma tradução em português) é um filme que baseia-se em um documentário de um grupo de investigadores paranormais que se hospedam na famosa casa que inspirou o filme do primeiro "Invocação do Mal" lançado em 2013. Desde que foi vendida em 2019, a casa foi aberta para investigações com donos bem simpáticos e bem corajosos, diga-se de passagem. Como diz em seu início, quem compraria uma casa dessas já sabendo de sua história? O filme tem seus altos e baixos, talvez possa ser um pouco cansativo, com ângulos que lembram o velho Bruxa de Blair podendo contrariar aqueles que esperam por um filme de terror, com gritarias e pânico; muito pelo contrário, o filme passa um ar de suspense e mistério por se tratar de manifestações do mundo real, que são mais discretas, onde o desconhecido toma conta do lugar, com uma ambientação assustadora, tanto do interior da casa, quanto de seus arredores, além de informar detalhes históricos interessantes do local. Enfim, por gostar e se interessar pelo tema, acho que valha a pena, mas confesso que poderia ser melhor aproveitado considerando a quantidade de equipamentos presentes e os registros que poderiam ter sido feitos. E o final? Acredito ter sido a parte mais assustadora. Bom, mas não espere grandes coisas. Nota: 7/10.
"A Maldição do Espelho" é um filme russo que baseia-se em lendas ou contos fantasmagóricos, daqueles em que cada país apresenta, na forma de invocar algo ou alguém, geralmente através de um objeto em determinado local, como por exemplo o tão famoso "Bloody Mary" nos EUA, a "Loira do banheiro" no Brasil ou no caso aqui a "Rainha de Espadas" na Rússia, entre outras. Lembrando que este título não chega a ser uma novidade, sendo nada mais do que uma adaptação de refilmagens anteriores, com uma tentativa do diretor de colocar alguns elementos a mais. Apresenta atuações aceitáveis dos protagonistas no papel de Olya e Artyom, mas o resto do elenco não ajuda, sendo bem superficial e não enriquecendo o clima da história. O cenário se destaca, contendo uma atmosfera sombria, uma fotografia maravilhosa e captura perfeitamente o clima assustador e a iluminação daquela área, mas têm como pontos negativos clichês de sobra, sustos "jumpscares" previsíveis, efeitos de computação amadores e muito exagero em algumas cenas, o que acaba estragando o resultado final. Na verdade, não é um filme ruim, muito pelo contrário, apresenta diversas ideias úteis, muito poderia se aproveitar dele, mas o problema é que o mesmo não desenvolve sua própria identidade única, o maior mal dos filmes de terror atuais. Até que gostei do final. Regular. Nota: 5/10.
Pois bem, "O Céu da Meia-Noite" é mais um dos títulos de ficção científica/drama lançados na Netflix com a participação em sua maior parte do veterano George Clooney, sendo lento e arrastado em seus desnecessários 122 minutos de duração. É baseado no livro "Good Morning, Midnight: A Novel" de Lily Brooks-Dalton. Considerando uma comparação, sua história seria oposta ao filme "Perdido em Marte" com Matt Damon. Neste com Clooney, ele está sozinho na Terra tentando alertar uma missão espacial para não voltar ao planeta. Já o filme com Damon é uma missão de resgate em que a humanidade se une para trazê-lo de volta para casa, sendo bem mais interessante. Me fez lembrar de "Gravidade" com o Clooney também, mas apenas pelo ator e tema espacial, não a história em si. Considerando a fotografia, o mesmo consegue entregar belíssimas imagens espaciais, acredito ser o ponto mais forte do filme, contendo um drama que não se aprofunda tanto, sendo sombrio e focando mais no fenômeno pós-apocalíptico que o mesmo não entrega realmente o que é e como foi causado de fato. Enfim, apresenta uma interessante mensagem final, belas imagens e uma história que poderia ser melhor aprofundada. Não me convenceu. Ruim. Nota: 4/10. Coloquei alguns "spoilers", afim de esclarecer alguns fatos sob meu ponto de vista:
1 - Inicialmente, o filme mostra brevemente um mapa com uma série de círculos vermelhos em expansão, que parecem indicar vários eventos destrutivos em todo o mundo acontecendo simultaneamente. Existem alguns outros detalhes que podem indicar o que aconteceu com a Terra. Em seu primeiro contato com Aether, Lofthouse diz à Sully (Felicity Jones): "Eu não sei todos os detalhes, foi um erro ..." antes de perder a comunicação. Isso implica que o evento destrutivo não foi algum tipo de desastre natural, mas um evento feito pelo homem. 2 - Dr. Lofthouse também diz: "Todas as áreas de sobrevivência são subterrâneas. E essas são temporárias." Tudo indica que houve algum tipo de apocalipse nuclear onde a radiação da Terra a deixou inabitável para os humanos, com alguns permanecendo temporariamente em segurança no subsolo. No final, não ficou claro se o vôo à K-23 chegou ao seu destino ou não, mas certamente qualquer pessoa deixada na Terra não sobreviveria. 3 - O que houve e quem é Íris e Sully? Em sua conversa final com Sully, depois que a nave decidiu retornar à lua habitável de Júpiter K-23, é revelado que o nome de Sully é Iris. Sully diz a Lofthouse que decidiu se tornar astronauta por causa de uma pedra lunar que sua mãe lhe deu há muito tempo. É revelado também que sua mãe é Jean, e Sully é Iris, a filha que Lofthouse teve muitos anos antes. Lofthouse diz a ela que está orgulhoso de finalmente tê-la conhecido. Nos momentos finais, Lofthouse está olhando para o pôr do sol com a criança Iris, que desaparece e parece ser uma espécie de invenção de sua imaginação, ou uma manifestação de sua culpa por negligenciar sua filha. Tudo indica que a criança representa sua motivação para este ato final de abnegação para salvar a humanidade.
"Vozes" ou "Voces" é um filme espanhol contando com um pequeno elenco, uma produção modesta, usando e abusando de "jumpscares", ganhando alguns sustos no grito, enquanto outros com rápidas passagens e aparições mantendo o silêncio apenas num clima de suspense. De início, o mesmo já mostra a que veio e não demora pegar no tranco, já dando a entender o princípio de toda história. Apresenta bons elementos, como a ambientação do local, dando uma certa sensação de isolamento, uma fotografia com tom azulado que contribui pra isso, ótima trilha e algumas cenas de suspense que fazem jus ao gênero, com clichês e "jumpscares" que acabam se tornando chatos e mal feitos na maioria das vezes (confesso que ficava com mais medo do ator mirim naquele pijama listrado meio estilo "vintage", lembrando clássicos como poltergeist). Faz lembrar também outras referências, como "A Mulher de Preto", "A Maldição da Residência Hill" e sinais espalhados pela casa, cenas vistas muitas outras vezes. Enfim, é um bom filme, contando com uma conclusão até surpreendente, com alguns furos no roteiro (vou mandar um como spoiler):
Em determinada parte do filme, a mãe de Eric conta ao pai de sua expulsão da escola, logo após o pai fala pro Eric fazer os deveres de casa, mas como se ele foi expulso? Que furo hein...
Como terror, cumpre bem seu papel, mas acredito para os que estão acostumados ao gênero, podem não se surpreender tanto. Bom. Nota: 7/10.
"Fuja" ou "Run" é um ótimo filme de suspense contando praticamente com apenas 2 personagens em sua grande maioria, tendo a participação da já veterana Sarah Paulson e a jovem atriz Kiera Allen, ambas com atuações que elevaram bastante o nível de histórias já manjadas e previsíveis desse gênero. O maior ponto positivo é prender o espectador do início ao fim, mantendo um clima de suspense em todo seu decorrer, conseguindo o que o diretor propôs: a iminência do perigo, dando-nos a sensação a todo momento de que algo irá ocorrer, o que aumenta mais ainda considerando a situação física da personagem Chloe, impondo-lhe muitas limitações, trazendo em alguns momentos uma sensação de agonia "claustrofóbica" para que tudo aquilo ocorra rápido e se resolva da melhor maneira possível. Também o mesmo não tenta ganhar no grito e nem apresenta aquelas tão conhecidas atitudes bem burrinhas que costumam forçar a barra neste tipo de gênero. Enfim, roteiro simples, ótimas atuações e boa dose de suspense resumem esse título. Recomendo. Ótimo. Nota: 9/10.
A Disney prepara mais uma de suas superproduções, dessa vez com um remake da guerreira Mulan, mostrando um lado mais maduro da versão da personagem, inserindo elementos da cultura chinesa e tentando se provar diferente da animação em alguns aspectos. Sinceramente, achei que teria um tom mais infantil, porém conseguiu usufruir das cenas de batalhas muito bem, com cenários e personagens utilizando de tons bem diversificados e bastante coloridos, uma linda fotografia, figurino e ambientação de cair o queixo. Há um bom tempo não via uma produção tão caprichada nesses aspectos. O filme parte e foca apenas na jornada da protagonista, isso me gerou um alívio por não perder tempo com romances ou algum sentimento de drama que possa explorar mais a fundo, e nem partes musicais chatas e repetitivas, onde curiosamente a bruxa colocada ali em poucas palavras consegue trazer até mais carisma e simpatia, agregando mais valor à personagem principal e enriquecendo uma história simples e objetiva. Sugiro aos que forem assistir não ficar comparando e esperando fidelidade com a animação. Ótimo filme. Recomendo. Nota: 9/10.
Os novos Mutantes chega talvez como uma forma de passar uma borracha em tudo que foi visto nos filmes da Marvel, principalmente quando se fala no universo dos mutantes. Sinceramente, fui com poucas expectativas (confesso que o trailer não me agradou muito), porém o mesmo mostrou ter um bom potencial, dando um tom diferencial a filmes deste tipo e alavancando outras possíveis continuações, podendo futuramente encontrar cross-over com outras histórias tendo personagens deste universo. Acredito que as atuações foram a melhor parte, principalmente de Anya Taylor-Joy e Maisie Williams, porém os outros cumpriram bem seus papéis, tendo nossa compatriota a jovem brasileira Alice Braga. Uma observação: para os que curtiram bastante a história envolvendo a personagem Miragem/Moonstar (Blu Hunt), recomendo assistir a 2° Temporada de Patrulha do Destino, com um grau de coincidência bem grande com Dorothy (Abigail Shapiro). Enfim, vale dar uma conferida, não fique esperando muito dos filmes habituais da Marvel, mas uma esfera sombria e isolada, uma ameaça sempre iminente, tendo um tom de suspense com uma escura fotografia. Recomendo. Bom. Nota: 7/10.
Bom, "Alone" aborda um tema bem desafiador no mundo dos filmes, trata-se sobre zumbis, pois mesmo com diversas produções, orçamentos, elenco e etc. a receita para o fracasso é quase certa e são inúmeras, muitos sendo repetitivos e não conseguindo se sobressair. Acredito que este título não seja exceção; "Alone" não tem uma história, uma causa, um fundo de verdade a ponto de dar maior profundidade à narrativa, mas se prende em apenas um único lugar, com um final previsível, dando apenas a impressão de fazê-lo esperar seu fim. Apresenta 90 minutos de duração, que ao meu ver, já é mais que necessário e começa a ficar cansativo por volta da metade, apresentando furos e passagens pra lá de forçadas na pele do protagonista, perceptíveis para continuação de sua narrativa. Enfim, filme que se resume em apenas um único papel, sendo até aceitável, com uma história mediana sem um roteiro promissor, servindo pra passar o tempo na falta de opções, mas existem outras bem melhores (como comentaram anteriormente, os filmes coreanos procuram ser superiores e mais tensos nesse mesmo tema). Consegue ser assistível, porém ao mesmo tempo é dispensável. Resumindo: mais do mesmo. Regular quase ruim. Nota: 5/10.
“Nocturne” é mais um dos filmes lançados na plataforma da Amazon Prime, contando com um suspense de cunho psicológico envolvendo elementos e gravuras satânicas, abordando uma história que envolve uma rivalidade entre as irmãs gêmeas, Juliet e Vivian, tendo como protagonista a atriz Sydney Sweeney, com uma ótima atuação, conseguindo passar diversas camadas interpretativas em um thriller/drama bem “frio”, apresentando vários trechos sem diálogos, apenas contando com expressões faciais e alusão a sentimentos, com uma fotografia azulada/cinza que acompanha seu ritmo lento. Como disseram nos comentários anteriores, lembra “Cisne Negro”, mas o contexto da história, bem como a importância que a personagem principal conseguiu impor, consigo destacá-lo como um bom filme e diferencial até certo ponto. Apresenta um final que pode ser considerado interpretativo, metafórico e ambíguo. A moral da história? Talvez devêssemos parar de pressionar as pessoas a seguir seus sonhos e começar a encorajá-las a viver suas vidas. Bom. Nota: 8/10. Para os que acharam o final confuso, coloquei spoilers a fim de explicar sob meu ponto de vista:
O ponto é: afinal, Juliet morreu ou não? Qual seu sacríficio? Juliet tinha algo que Moira não tinha. Ela tinha Vivian (que por sinal significa "viva" em latim) e no final, Juliet sacrifica seu relacionamento com sua irmã. Ela teve a chance de se reconciliar. Este é o sacrifício: a morte de seu vínculo de irmã que era a essência do caráter de Juliet. Quando Juliet acorda e percebe que ela tocou, ela escuta uma fala muito importante: “Juliet, você é uma estrela." Ou seja, ela conseguiu o que queria, mas a troco de sua alma. E como não perceberam seu corpo? O corpo morto que vemos na verdade é a alma de Juliet. Sua alma para viver precisaria de sua irmã e é por isso que é sua alma que vemos paralisar no palco e sair, pois deste vinculo nada mais restava (outra referência seria a cena final na palavra “exit” - saída em português, com as palavras brilhando, como uma alma que se foi). É por isso que ninguém pôde ver seu cadáver (alma). Juliet teve apenas mortes metafóricas, enquanto Moira teve mortes literais que significam algo mais.
Bom filme, lembra realmente uma mistura de "Corra" e "Nós", apresentando um grande clima de mistério de uma situação que envolve "lavagem cerebral" e "transplante de memória", nos corpos de Nolan e Thomas, respectivamente. Apesar de uma boa fotografia, um bom desenvolvimento e sendo bastante envolvente, a atuação de Nolan (Mamoudou Athie) não me convenceu muito, sendo um pouco "sem sal", mesmo assim não o impede de ser um bom título. Apresenta uma narrativa muito boa, sendo "histérico" nas cenas dentro da Caixa e cheio de reviravoltas, com um final repentino, mas bastante aceitável, tendo suspense, drama e um "terror" não tão convencional. Bom filme. Nota: 8/10. Pra quem achou confuso, coloquei spoilers a fim de explicar alguns fatos:
1 - Enquanto conectado à Caixa Preta, Thomas luta contra uma criatura humanóide e sem rosto, que é o próprio Nolan, que ainda está lá, lutando para pegar seu corpo de volta. Dr. Brooks tenta convencer Thomas de que, uma vez que ele destrua a criatura enquanto estiver conectado à Caixa Preta, ele não terá mais esses problemas. 2 - Thomas muda de ideia e decide deixar Nolan viver e dar a si mesmo o castigo que merece saindo da memória para a escuridão, deixando Nolan sozinho em seu próprio corpo. Quando Nolan se desconecta da Caixa Preta, ele alcança Ava e finalmente dá seu aperto de mão secreto, provando que é ele próprio e retomou suas memórias em seu corpo. 3 - Na última cena de Nolan na caixa preta, ao sair para a escuridão, Thomas não estava apenas deixando o cérebro de Nolan - ele parece se deixar cair no esquecimento. Isso também é apoiado pelo fato de que, quando a Dra. Brooks carrega o arquivo EEG de Thomas (também conhecido como arquivo de "ondas cerebrais"), no final do filme, ela parece surpresa ao vê-lo dentro da Caixa Preta. 4 - O "Thomas" que ela carrega no final do filme não é o mesmo Thomas que tomou a decisão final; é apenas outra cópia de sua consciência. Como resultado, o único vilão que sobrou no final é a Dra. Brooks, e parece que ela inventou uma nova maneira de reviver seu filho - potencialmente um número infinito de vezes - carregando sua consciência, não em um hospedeiro humano, mas na própria Caixa Preta.
All The Creatures Were Stirring
2.2 5 Assista AgoraFraco, muito fraco. Muitas histórias que até lembravam o antigo "Contos da Cripta", mas todas elas com um nível bem abaixo tanto de suspense, quanto de terror, com uma verdadeira mistura desde sátira sombria até slasher, vingança, fantasmas e até mesmo um demônio, coberto com uma pitada de ficção científica. Poderiam ter menos contos e elaborado melhor o roteiro delas, causando ao espectador apenas uma vontade de que o filme terminasse o quanto antes. Claramente de baixo orçamento, com um CGI bem amador, dando a impressão que estávamos diante de um filme sem condições de bancar efeitos toscos da década de 90. As duas primeiras histórias até passam, depois é só ladeira abaixo, a única coisa que pode-se tirar desse filme que prestou são os atores do palco no teatro simulando cada história, que juntas não chegaram a lugar algum. Ruim. Nota: 2/10.
Aquaman 2: O Reino Perdido
2.9 298 Assista AgoraPois bem, Aquaman 2 volta às telas em meio ao turbulento momento da DC nos cinemas e bilheterias, apostando na mesma fórmula utilizada no seu antecessor: recheado de ação com muita aventura, explorando através da tecnologia em 3D, todo o potencial da computação gráfica por CGI. Sem dúvida alguma, os efeitos especiais (e nisso o maior destaque são os cenários), é o maior ponto forte do filme, sendo bem feitos e menos artificiais que os vistos na Marvel, ficando bem interessantes no fundo do mar. O humor sarcástico do personagem do Aquaman assim como sua imponência é algo muito bem dosado, não sendo irritante, com Jason Momoa tendo uma boa atuação, desta vez deixando Patrick Wilson e Amber Heard bem discretos e um vilão "sem sal" como o Arraia Negra. A história é simples, rasa e objetiva com o simples intuito de dar vida aos personagens. Uma das características do James Wan que são válidas neste tipo de gênero são explicações rápidas de elementos presentes, não se prendendo e deixando a ação e a história fluírem de forma que o telespectador não sinta a duração do mesmo. Enfim, Aquaman 2 é o tipo de filme que tem elementos suficientes para entreter e traz uma luz de esperança ao universo da DC, podendo futuramente ter êxitos em suas produções, sendo capaz de tirar um pouco essa fama de fracassos e adaptações mal dirigidas. Pra quem curte cinema vale o ingresso (principalmente pelos efeitos em 3D). Bom. Sem mais comentários. Nota: 8/10.
Night of the Hunted
2.7 34Posso dizer que "Night of The Hunted" é um filme de tirar o fôlego. É a típica história dentre muitas já contadas de vítimas presas a determinadas situações bem delicadas, precisando se desdobrar em espaços fechados, e essa fórmula quando bem executada não falha em ter a atenção e curiosidade do espectador até o final. Com uma produção simples, pouquíssimos atores e uma história bem simples, o mesmo consegue se sobressair e entregar um bom suspense, sendo tenso do início ao fim, com boa atuação da protagonista e não poupando cenas de violência com tiro pra todos os lados. Enfim, é uma boa pedida pra quem curte suspense/thriller, não decepcionando e com um final polêmico, mas aceitável ao meu ver. Sem mais comentários. Nota: 8/10. Agora vem a hora dos spoilers:
1) Quem era o atirador? O filme nunca revela a identidade do assassino, deixando o público a derivar suas próprias teorias. Ao longo do filme, vemos o atirador listando vários motivos, pedindo a Alice para adivinhar o verdadeiro motivo de sua má sorte. Na loja, Alice encontra uma caixa endereçada a Henry. Entre as coisas estão uma camisa da loja com o escrito de Henry, um livro intitulado "The Camp of the Saints" escrito por Jean Raspail, e uma foto de Henry com seu sobrinho no que parece ser uma roupa militar. Assim, é possível que o atirador seja Henry. A camuflagem militar que vemos do atirador no final do filme também dá peso a essa teoria. Mas e o motivo? Seguindo essa linha de raciocínio, Henry não era um assassino aleatório, como evidenciado pelo fato de que ele nunca levantou um dedo para aqueles que foram ao posto de gasolina para reabastecer seu carro. Ele só atirou naqueles que estavam tentando ajudar Alice, como Doug (que estava procurando por Amelia) e o velho casal (que estavam com a garotinha Cindy). Além disso, as coisas pessoais da loja sugeriam que ele trabalhava no posto de gasolina. Então, é possível que Henry tenha sido demitido de seu emprego depois que Amelia apresentou uma queixa falsa contra ele. Isso resultou em Henry perder o emprego e acabou posteriormente perdendo seu sobrinho. No entanto, ainda não explica por que Henry estava mirando Alice. Pois bem, ela trabalhou para uma grande empresa farmacêutica, então é possível que, enquanto o sobrinho de Henry estava internado no hospital, o médico estava administrando nele os medicamentos fabricados pela empresa de Alice. O menino acabou falecendo, e Henry começou a culpar a empresa de Alice. A razão pela qual Henry alvejou Alice foi que ela era a responsável pela comercialização desses medicamentos. Henry a perseguiu por um tempo, na esperança de encontrar a oportunidade certa. Durante isso, Henry soube que ela estava traindo seu marido e decidiu fazê-la pagar por ambos. Mas e o livro? É possível que Henry tenha sido motivado a tomar as rédeas em suas próprias mãos depois de ler "The Camp of the Saints". O livro retrata políticos, mídia e elites como tímidos e moralmente comprometidos, considerando que o cidadão comum é irritado, temível e xenófobo. Eles, como Henry, tomam o assunto em suas próprias mãos para proteger seu direito à vida. Eles sentem que foram abandonados tanto pelas elites quanto pelos políticos e que deveriam fazer justiça e honrar pelos seus direitos.
2) Alice morreu no final? Com apenas os itens na loja à sua disposição, Alice provou ser extremamente engenhosa, e ela manteve-se viva pelo tempo que pôde. Ela tinha a mentalidade de uma sobrevivente e por isso conseguiu suportar sua dor por horas. Mas ao esmagar a cabeça do agressor, Alice finalmente sucumbiu às suas feridas e morreu. A única certeza de seus últimos segundos de vida foi ter garantido que a criança estava segura.
As Marvels
2.7 405Pois bem, "As Marvels" chega como mais uma continuação dos inúmeros filmes do UCM, contendo a velha fórmula de manter os personagens originais desde sua criação. O filme trata mais de seguir o seriado da Miss Marvel que dar ênfase realmente aos episódios que foram mostrados em Capitã Marvel e com a Monica Raumbeau, apesar de estarem interligados e terem citações durante o mesmo. Sobre o filme, pode-se ver claramente que a Marvel perdeu seu fôlego, tentando inovar, trazer elementos novos, mas que de certa forma não empolgam mais o espectador, visto que as histórias, além de terem se dividido muito e deixado várias pontas soltas, não têm surtido muito efeito, além de terem restado heróis não muito cativantes ao público. O maior problema da Marvel foi ter perdido sua essência: demonstrar o grau de ameaça que estaria por vir a seguir, ou seja, aquele ar obscuro que marcavam os antecedentes de Guerra Infinita e Ultimato. Tudo parece que foi reduzido a personagens mais infantilizados e vilões esquecíveis, que mesmo sendo vistos em fases iniciais, foram contornados se realinhando ao rumo. De ponto positivo fica o enredo dinâmico de não se explicar muito e focar na ação, os efeitos especiais e a cena pós crédito, de negativo o resto....a vilã, o musical, e a falta de empatia que as 3 heroínas juntas causam. Fico no regular talvez por não ter criado expectativa nenhuma. Enfim, sem mais comentários. Nota: 5/10.
Ninguém Vai Te Salvar
3.2 562 Assista AgoraPois bem, "Ninguém Vai Te Salvar" é um filme realmente de tirar o fôlego. Com um tema já batido sobre alienígenas, o mesmo consegue sair da mesmice sendo bem original com uma mistura de drama, suspense e ação em praticamente todo o seu decorrer, sem dar um minuto de descanso para o espectador (e para a protagonista, diga-se de passagem), reunindo elementos que lembram um pouco o título "Não olhe!" (e bem melhor que este), com passagens um tanto quanto sinistras, mas não menos bizarras. Quem espera por uma história com diálogos pode se decepcionar, baseando-se em tudo através de imagens, não havendo nenhum problema em sua construção e explicação, sendo de fácil compreensão. Apresenta-se bastante escuro, com cenários sombrios e um elenco bem reduzido, mas satisfatório pela proposta apresentada com boa atuação da protagonista. Mesmo tendo um final bem polêmico (apesar de estranho), achei que foi aceitável e pra mim ganhou mais um ponto em sua originalidade, já que eu não esperava por ele, acrescentando algo novo ao gênero, colocando-se em camadas componentes morais e emocionais que nos levam a nos conectar com a personagem imediatamente. Recomendado para os que curtem suspense com perseguição. Ótimo. Nota: 9/10. Com relação ao seu desfecho, agora vem a hora dos spoilers.
1) Sobre Brynn e Maude: enquanto brincavam na floresta quando eram crianças, Brynn e Maude discutiam. Como a maioria do filme, isso acontece em silêncio, então não sabemos exatamente o que foi dito. O que sabemos é que Maude empurrou Brynn e Brynn reagiu pegando uma pedra e batendo na cabeça de Maude. Maude, presumivelmente, morreu do golpe aos 12 anos de idade. Esta é a razão pela qual Brynn é o assunto de olhares sobre a cidade e por que a mãe de Maude cospe na cara dela na delegacia.
2) O que os alienígenas querem de fato? Por que esses estão implantando criaturas na garganta das pessoas e cavando suas memórias? Qual é o propósito da coisa toda? Em uma entrevista concedida pelo diretor Brian Duffield, ele caracterizou os alienígenas como uma espécie de exploradores, sugerindo que sua principal preocupação no filme é aprender mais sobre o nosso planeta e as coisas que o habitam. Há uma curiosidade real sobre Brynn, e como começam a descobrir as coisas sobre ela, eles meio que querem saber mais a respeito. O "mais a respeito" vem depois que os alienígenas descobriram o segredo que a manteve presa na casa de seus falecidos pais como um estado de trauma com reclusão social, e que por trás disso tudo teria um motivo.
3) Clone da Brynn: muitos podem se perguntar se ela realmente morreu esfaqueada após o golpe de seu próprio clone. A verdade é que ela não morreu, pois nas cenas seguintes ela tem sinais de um ferimento na cabeça, ou seja, ela sobreviveu e tudo que se passa não é uma simples alucinação de uma cidade em que ela queria viver.
4) Por que os alienígenas decidiram deixar Brynn em paz? Não está totalmente claro, mas é possível que eles entenderam que ela só estava lutando contra eles devido ao seu trauma passado. Com ela se conciliando com seu passado, talvez eles soubessem que ela não seria mais um problema. O filme inteiro acaba sendo uma alegoria de perdão, onde nós humanos não podemos perdoar Brynn por algo que ela fez quando criança, mas os alienígenas, que são emocionalmente contidos, entendem que Brynn carregou por longo tempo seu calvário, e portanto deveria ser permitida voltar à sociedade.
5) Cena final: Em vez de controlá-la como as outras pessoas na cidade, os alienígenas optam por permitir que ela continue vivendo sua vida em uma versão idealista da cidade que é semelhante à que ela cria em seus próprios dioramas em miniatura. O filme termina com ela dançando em harmonia com os habitantes da cidade, aparentemente contentes. No fim das contas, ela finalmente consegue algo que ela achava que alguma vez mereceria. A música tocada no final "Knock on Any Door" diz que Mill River agora se tornou um lugar onde, se você "bater em qualquer porta, você encontrará boas-vindas, faça chuva ou faça sol". Um olhar para várias naves espaciais no céu sugere que isso também não aconteceu apenas em Mill River.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraMeu Deus, que filme ruim! Normalmente meus comentários aqui no Filmow eu tento relevar algumas coisas mesmo quando não gosto, mas nesse caso sinceramente eu não consegui. Margot excelente atriz, assim como Ryan Gosling no papel de Ken fazendo um papel musical de passar vergonha, tentando passar uma mensagem que poderia ter sido melhor aproveitada caso o roteiro fosse melhor trabalhado, principalmente da metade pro final, parecendo um misto de uma comédia pastelão com um humor americanizado completamente sem sal. Ao meu ver, fica só a nostalgia, o figurino e os excelentes cenários produzidos, porque de resto não vejo nada que salve, sendo chato e tedioso, se arrastando por quase 2 horas. Não chamo isso nem de Sessão da Tarde. Ruim. Sem mais comentários. Nota: 2/10.
They/Them: O Acampamento
2.3 149O Acampamento é um filme de terror/suspense que apresenta uma pitada de drama com um tema atual e pertinente com personagens que se reúnem em um local que parece ser inofensivo, com um início lento, mas com o passar de toda a trama, aquele cenário que se mostra pacífico e solitário vai dando lugar a um local sombrio e assustador. É notável a diferença do plano dia/noite, tendo as primeiras cenas em sua maior parte diurnas e da metade pro final, as cenas noturnas vão tomando espaço, lembrando nesses aspecto clássicos filmes que envolvem assassinos. É visivelmente de baixo orçamento, com um roteiro simples, e mesmo com todas as suas falhas, me prendeu a atenção do início ao fim. As atuações em geral são boas, mas a falta de empatia da maior parte do elenco torna muitos momentos que poderiam ser cruciais, mornos e sem aquela tensão que este gênero deveria ter. Com um final aceitável, mas bem previsível, fico no bom quase regular. Sem mais comentários. Nota: 7/10.
Boogeyman: Seu Medo é Real
2.8 225 Assista AgoraBoogeyman foi mais um filme de terror lançado, sendo mais uma obra de Stephen King, considerado um dos grandes mestres do gênero. Olha, confesso que ele me lembrou bastante do filme Quando as luzes se apagam, tendo uma ameaça que resolve aparecer na escuridão, mexendo o tempo todo com efeitos de luz e imagem, sendo previsível e recheado de "jump scares", que às vezes acabam te ganhando no grito, mesmo sendo previsíveis. Ele até contém elementos interessantes, como o jogo de câmeras utilizados em 360 graus, tanto por debaixo da cama quanto para o teto. Além disso, apresenta-se em sua maior parte muito escuro, jogando para o espectador efeitos de iluminação como lâmpadas, velas e etc. pra lá de precários, apenas para criar um clima de suspense. Pelas atuações, dá pra sentir um pouco do drama da personagem, apesar da sensação de ser bem raso. Enfim, é o típico filme que não te prende pela história, mas sim por uma ambientação que tenta ser escura e claustrofóbica, mas que não traz nada de inovador. Como curto bastante o gênero classifico como bom, quase regular. Nota: 7/10.
Fale Comigo
3.6 968 Assista Agora"Fale Comigo" é um filme realmente de cair o queixo. Visivelmente com um orçamento "modesto", ele mostra a que veio com apenas poucos minutos de tela já introduzindo os personagens em uma trama bizarra, obscura e sem muita enrolação. Aborda a temática brincadeira de adolescentes que mexem com o desconhecido (nesse caso o sobrenatural), enfrentando consequências inimagináveis de algo aparentemente inofensivo e proporções cavalares (confesso que lembrei da velha brincadeira do copo). Por ser um horror moderno adolescente não cai na cilada da mesmice como vemos em outros deste gênero (como uma enxurrada de piadas bobas ou focando o batido tema de matança em festas), sendo o maior trunfo dele sem sombra de dúvidas. Apresenta ótima atuação da protagonista Sophie Wilde no papel de Mia, tendo todo o restante do elenco praticamente como coadjuvantes (mas não menos importantes), com boas atuações. "Fale Comigo" é o típico filme que conseguiu se sobressair em meio a tantos outros (principalmente do gênero terror), não falhando em sua narrativa com um final surpreendente. Um prato cheio para os que curtem o gênero! Recomendo. Ótimo. Nota: 9/10. Agora vem a hora do spoiler pra quem não entendeu o final:
No início do filme, o espírito que possuiu a Mia já estava dizendo que Riley seria o preferido. Pois bem, de acordo com as regras da brincadeira, quem morresse possuído ficaria preso no lado espiritual pra sempre. Essa era a real intenção dos espíritos: matar Riley. Isso explica dos espíritos usarem a fraqueza da Mia para que a brincadeira passasse da hora com Riley a ponto de ter tempo dele se matar, aproveitando-se da fragilidade da protagonista. Mia fica possuída com a brincadeira tendo estranhas visões, ficando confusa do que de fato aconteceu realmente com sua mãe. O espírito que a possuiu se passou por sua mãe, tentando convencê-la de que seu pai a havia assassinado e a causa não era suicídio. Isso fez com que Mia esfaqueasse seu pai e se apressasse a matar Riley, que estava no hospital possuído. A primeiro momento ela não consegue com uma tesoura, mas pega a cadeira de rodas pra jogá-lo na estrada. No fim das contas, Mia acaba se acidentando falecendo logo em seguida, e tanto seu pai como Riley conseguiram se recuperar (Riley conseguiu expulsar a entidade dentro de si), tanto é que Mia visualiza essas cenas (ambos recebendo alta), já no lado espiritual. Por fim, como Mia morreu possuída, acaba se tornando uma alma perdida presa à mão, passando a fazer parte da brincadeira, resultando na última cena do filme.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 799 Assista AgoraPois bem, Pantera Negra volta ao seu segundo episódio após o grande sucesso que a sua primeira versão fez, além da grande contribuição no universo cinematográfico da Marvel. Assim como o primeiro, o mesmo apresenta questões relacionadas ao reino de Wakanda, mas neste a profundidade foi aumentada em um sentido diferente que geram consequências e culminando em confrontos posteriores. Como todos já sabemos, o filme teve o seu maior obstáculo driblar um personagem que teve uma construção de sucesso, o ator Chadwick Boseman na pele do Rei T'Challa fez com que todo o roteiro tivesse alterações, mas mesmo assim, acredito que o roteiro foi bem conduzido nesse sentido. O grande problema desse filme ao meu ver é a falta de simpatia e carisma da atriz Letitia Wright no papel de Shuri onde suas cenas passam frias e não dão a sensação que todos os outros personagens ao redor conseguem gerar. O maior ponto positivo foi a atuação de Angela Basset no papel de Ramonda, conseguindo se impor e levando o filme nas costas nas primeiras horas, tendo Okoye e Nakia também com ótimas atuações. Bela fotografia, trilha sonora e CGI complementam a história. Bom filme e linda homenagem, apesar de considerar inferior ao primeiro. Nota: 7/10. Alguns spoilers de alguns pontos pessoais e como eu acho que deveria ser o desfecho:
1- O traje de Okoye poderia ter sido melhor trabalhado, não me convenceu (por mais que seja igual aos quadrinhos).
2- Acredito que Shuri, por ter a vingança consumada após a morte de Ramona, poderia matar Namor e ser morta por ele também, mesmo que mais um luto de um Pantera tornaria o filme pesado.
3- Na minha opinião, Ramonda não deveria dar adeus.
Aterrorizante
2.9 456 Assista AgoraPois bem, Aterrorizante (Terrifier) é o típico filme de um assassino, neste caso aqui um palhaço (bem diferente do famoso It/Pennywise), em noite de Halloween, com elementos bem básicos de um filme de terror, com muita gritaria e sangue. Eu havia assistido "All Hallows Eve" de 2013, que se assemelha bastante (inclusive o próprio palhaço), tendo a mesma pegada, lembrando muito aquela vibe dos anos 80 e principalmente 90, com uma produção limitada, efeitos amadores de iluminação e filmagem, ou seja, visualmente de orçamento muito baixo, inserindo em exagero e não poupando a combinação gore/slasher em praticamente todo o seu decorrer, sendo bastante violento e conseguindo entregar o que o diretor propôs: um assassino maníaco, sinistro, bizarro e assustador, sem origens ou algo do tipo. Para aqueles que esperam ver apenas gênero terror com matanças, deixando história e diálogos de lado, esse filme não vai decepcionar. Confesso que assisti pela repercussão de seu sucessor com boatos de pessoas passando mal nos cinemas, notícia que se espalhou pelo mundo. O final me decepcionou um pouco, pareceu forçar um pouco a barra. Agora resta assistir a continuação. Bom. Sem mais comentários. Nota: 7/10.
Thor: Amor e Trovão
2.9 973 Assista AgoraÉ compreensível esperar um alto nível da Marvel, pois durante seus últimos anos tem feito filmes muito bons, principalmente entre 2016 a 2019, onde tivemos grandes ensaios de uma união de heróis, que culminaram em seu ápice em Guerra Infinita e Ultimato. Após isso, é fato que cresceu uma legião de fãs da Marvel impacientes e decepcionados nessa Fase 4. Mesmo assim, é saliente comentar que nenhum dos filmes anteriores do Thor agradaram de fato; a mão do neozelandês Taika Waititi pesou mais do que o próprio Mjolnir, sua impressão no personagem parece que o tornou um herói bobo, onde as consequências geradas em batalhas e as reviravoltas não conseguem colocá-lo em um patamar que ao menos possa receber seu apelido de Deus do Trovão, bem longe do que foi visto nos quadrinhos. Me pareceu um filme preguiçoso, faltando explorar um pouco mais a origem, tanto da Jane Foster (sua transformação e lado pessoal mais aprofundado), quanto do próprio Gorr, que aliás, foi uma boa surpresa, e uma bela entrega de Bale que fez jus ao papel, assim como Natalie Portman. Os outros personagens não acrescentam em nada e não empolgam em cena, pouco restando do protagonista. Deu pra perceber que a Marvel tenta encontrar um drama pra cada personagem nessa nova fase, porém, o filme não contribui no crescimento do Thor, desperdiçando uma chance de dar um passo maior no desenvolvimento dele (observe que Thor é muito melhor junto com os Vingadores). O ponto mais alto foi sem dúvida o título dado: "Amor e Trovão" (as melhores coisas do filme ficam bem pro final). Enfim, filme com alguns momentos bons conduzidos principalmente pelo vilão, com boas cenas de luta, roteiro raso e corrido, piadas sem graça e desnecessárias com visual deslumbrante e bonito, apesar da artificialidade do excesso de CGI. Regular. Esperava bem mais. Nota: 6/10. Coloquei uns spoilers para reflexão:
1- Jane Foster está realmente morta? Embora não reste muitas dúvidas, Jane realmente está morta ao fim do filme. E durante a cena pós-créditos, temos mais uma comprovação disso, já que a vemos sendo recebida por Heimdall em Valhalla. Uma situação bem parecida com o último sacrifício de Jane e sua chegada em Valhalla realmente acontecem nas HQs. Porém, ela volta à vida graças aos esforços de Thor e Odin. Parece impossível que eles deem um jeito de trazê-la de volta nesse sentido, já que seria uma total repetição de seu retorno nesse mesmo filme. Nas HQs ela se torna uma Valquíria, espero que a Marvel não torne isso como desculpa para uma participação no futuro.
2- Como Jane entrou em Valhala? No início do filme, quando Thor está falando com Sif, ele explica as regras para entrar em Valhalla. A vida após a morte dos deuses só permite a entrada de guerreiros que morrem em batalha. Jane é fatalmente ferida quando está em sua forma Thor lutando contra Gorr no portão da Eternidade. Além disso, quando ela se torna a Poderosa Thor, ela assume os poderes asgardianos e, como asgardiana, ela recebe a entrada para a vida após a morte.
3- Como Jane se tornou a poderosa Thor? Embora nunca tenha ficado explicitamente claro como ela conseguiu fazer a transição, parece ser uma promessa que Thor fez ao martelo. Quando ele e Jane ainda estavam namorando, ele diz ao Mjolnir para sempre proteger Jane e parece que a promessa foi cumprida.
4 - Para onde foram os Guardiões da Galáxia? Será revelado em " The Guardians of the Galaxy Holiday Special" dirigido por James Gunn, que será lançado em dezembro na Disney Plus. Depois o veremos em seu terceiro e último filme dirigido por Gunn: Guardiões da Galáxia 3, que tem data de lançamento em 3 de maio de 2023.
A Avó
3.0 168 Assista AgoraBom, “La Abuela” (título espanhol que significa “A Avó”) é mais um dos inúmeros filmes de terror espanhóis, sendo dirigido por ninguém menos que Paco Plaza, diretor do tão conhecido REC, que fez bastante sucesso na época, sendo filmado em primeira pessoa. O filme passa um ar bem sombrio, claustrofóbico (a maior parte se passa dentro de casa), com alguns dos elementos mais convencionais do gênero de terror, como a música de alta tensão que amplia os momentos mais aterrorizantes do filme, o bater das portas e as luzes que de repente se apagam. Apresenta muitos elementos simbólicos, que podem passar despercebidos (comentarei nos meus spoilers), contendo uma pitada de terror psicológico e uma análise bastante pertinente sob o cuidado ao idoso, mas a verdadeira fonte de terror no filme baseia-se na velhice e a consequente perda de beleza e lucidez que isso envolve. O filme não economiza nas imagens que mostram a deterioração do corpo da avó. Ela, que já foi uma bela jovem de pele firme e lisa, agora é uma senhora frágil e idosa que definha, aprisionada em um corpo fraco visivelmente prejudicado pela passagem do tempo. E, paralelamente a isso, é difícil decidir o que mais preocupa a jovem: a situação de sua avó ou o tempo que nossa protagonista está perdendo, sobre o qual alguma outra pessoa pode ocupar seu lugar no mundo da moda. O filme martela psicologicamente na sua cabeça: cuidar de alguém em tal estado não é fácil e nem bonito. A vida da protagonista de repente mudou de glamour para melancolia. A figura de Pilar (avó) é algo que o diretor escancara da velhice: corpo bem magro e enrugado, cara fechada, lábios encolhidos e boca aberta na maior parte do tempo. O diretor brinca com os pesadelos de Susana e suas visões, fazendo o espectador questionar o que é realidade ou não, assim como a protagonista também o faz através de sua saúde mental. O filme me lembrou de muitos elementos utilizados no filme “A Chave Mestra” de 2005, mais que recomendado para quem ainda não viu. O filme também nos faz pensar em questões como a tirania da beleza, que é especialmente impiedosa quando se trata de mulheres condenadas à invisibilidade quando seus encantos desaparecem. Há também nossa obsessão pelo sucesso e a insignificância dos laços familiares diante das demandas do mercado capitalista, sem falar da solidão e do isolamento sofrido pelas pessoas que habitam as grandes cidades. Enfim, bom filme. Nota: 8/10. Agora vem a hora dos spoilers tentando simplificar alguns acontecimentos:
1) A cena inicial: a cena em que aparece Pilar (avó) com a Júlia (no corpo da Eva), mostra que Eva foi vítima do mesmo ritual que Susana, ou seja, a cena inicial é a própria cena final de conclusão do ritual. O motivo pelo qual Júlia morreu não ficou muito claro, provavelmente ela engasgou com o pedaço do bolo de aniversário que foi mostrado em cima da mesa nessa mesma cena.
2) O relógio: o filme conta com inúmeros relógios que apresentam sempre aquele mesmo horário e não avançam. Nada mais é que um simbolismo do medo de envelhecer e não querer que o tempo passe. No filme, uma negação da avó à passagem do tempo.
3) Os espelhos: Susana, por ser modelo, preocupava-se muito com os aspectos físicos, porém ao chegar na casa de sua avó, percebeu que lá não havia espelhos, fazendo com que Susana comprasse. Isso mostra um outro reflexo da negação ao envelhecimento da avó por não querer se ver no espelho.
4) A boneca russa: também conhecida por matrioska, são bonecas que dentro delas existem outras bonecas, cada vez menores, a boneca maior é chamada Mãe e a menor Semente, o que reflete o plano das avós, ou seja, uma mulher dentro do corpo de outra mulher, no filme as avós no corpo das netas. Tem uma cena de um papel na parede que também ilustra várias pessoas numa fila, dando a entender o mesmo propósito do feitiço, algo vai passando ao outro, de geração em geração.
5) Cena do diário: mostra que algo estranho passou naquele aniversário, no diário mostra que um pedaço de cabelo foi cortado, isso mostra então que o ritual já se iniciou a partir daquele momento e que foi a causa mais provável de Susana não se lembrar de muitas outras coisas que aconteceram depois. Também é mostrada uma cena de um pedaço do cabelo de Eva cortado com sua foto quando menina. A “poção”, um líquido vermelho que bebem, também seja provável fazer parte do ritual. Na cena inicial, Pilar sorri para Júlia (no corpo de Eva) com os olhos dessa focados bem de perto, isso pode explicar também o desenho de um olho no diário.
6) Acidente dos pais de Susana: O diretor não deixa claro, mas Pilar poderia também ter sido a mesma autora do acidente de seus pais, deixando Susana sozinha e mais suscetível à avó.
7) Cortinas, imagens e reflexos: há uma cena que mostra uma cortina contendo outras imagens menores de Susana, um simbolismo com a memória de todas as mulheres que foram o receptáculo de outras. Esta ideia é endossada pela presença constante de retratos, as fotografias que captam o momento exato da plenitude, assim como as dezenas que aparecem na cabeceira da cama têm uma implicação sinistra ao sugerir o tempo durante o qual as posses têm ocorrido.
8) Morte de Pilar: Tudo indica que a morte da avó foi proposital por Susana, e, ao vê-la engasgar antes com um pedaço de vegetal, prepara uma última refeição sabendo que sua avó não conseguiria fazer a correta mastigação e deglutição da comida. Quando Susana viu que os cuidados de sua avó começaram a interromper sua carreira de modelo, os melhores cuidados que estavam sendo dados no início deram lugar a uma disposição que começa a diminuir rapidamente, chegando à conclusão de levá-la ao asilo e ao extremo de deixá-la morrer.
9) Cena da foto: Susana aparece ao lado de Eva e não se recorda, porém aquela foto tinha sido mostrada anteriormente com a Pilar ao lado da Eva, ou seja, o feitiço já estava tendo seu efeito, além disso, Susana atende a um telefonema que chama por Pilar, mostrando que a troca de corpo já tinha dado início, faltava apenas o ritual final. Isso explica também a mudança no desenho do quadro na cena em que Susana (agora como Pilar) se move nua em direção ao desenho.
10) Cena da vela: a cena da vela parece também ser um simbolismo em que a vela (que não se apaga), representa a avó que se recusa a envelhecer e morrer mesmo não tendo mais sua alma, representado pelo fogo. Quando Susana tenta tirar a vela, ela se desloca do fogo, ou seja, corpo e alma já não estão mais unidos.
11) Gaiola vazia e pássaro azul: o filme mostra uma gaiola vazia, talvez dando a entender que após Pilar tomar o corpo de Susana, esta não terá mais como sair. Se observamos também, no momento que Pilar está tomando o corpo de sua neta, aparece um pássaro azul na gaiola, podendo ser um simbolismo da alma aprisionada de Susana, que agora está totalmente incapacitada no corpo de sua avó.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraOlha, acho que pelos comentários anteriores eu estou literalmente indo contra a maré, pois no geral não curti esse novo filme do Batman, apesar de enxergar aspectos positivos nele (por isso fiquei no regular). Sendo sincero, chegou uma hora que quase cochilei na sessão. Vi muita gente elogiando, tanto na mídia quanto do pessoal que estava no cinema, mas achei tudo muito previsível, tendo pontos altos e baixos: gostei do personagem do Charada, bem realista e personificado, utilizando de meios atuais de comunicação, sendo de difícil adaptação, (ainda mais considerando os filmes anteriores onde era extremamente ridículo); a cena da perseguição do batmóvel também merece destaque, tanto na ação quanto na ambientação. O aspecto do batsinal foi algo antes nunca visto e bem original, sendo mais um ponto positivo. Fiquei dividido com a mulher gato gostando de sua interpretação como atriz, mas a sua forma de uma adaptação bem diferente, me pareceu qualquer outro personagem de um filme de ação, sem uma identidade própria, ou seja, não era talvez a felina que eu gostaria de assistir. E pra ser franco, sou contra todas as "romantizações" em filmes de heróis. O pinguim acredito ter sido um ponto fora da curva, com tom bem abobalhado, diferente das visões intimidadoras e ameaçadoras que tinha dele; parece que sua ausência não faria falta alguma e não mudaria a história como um todo. A duração do filme foi o que mais pecou, talvez se tivessem feitos cortes mais precisos na história poderia dar uma melhorada e agilizada no ritmo (achei cansativo). Com relação ao ator Robert Pattinson na interpretação do homem morcego não colou pra mim, pela premissa ser exatamente uma atmosfera mais realista, faltou caracterização, mesmo que mínima, de danos nas brigas (até os anteriores rolava um sangue, boca inchada e etc.). Enfim, verei uma segunda vez pra tentar enxergar algo a mais. Valeu a intenção, mas pra mim não foi dessa vez. Regular: 6/10.
The Sleepless Unrest: The Real Conjuring Home
1.6 2 Assista AgoraPois bem, "The Sleeplest Unrest" (título sem uma tradução em português) é um filme que baseia-se em um documentário de um grupo de investigadores paranormais que se hospedam na famosa casa que inspirou o filme do primeiro "Invocação do Mal" lançado em 2013. Desde que foi vendida em 2019, a casa foi aberta para investigações com donos bem simpáticos e bem corajosos, diga-se de passagem. Como diz em seu início, quem compraria uma casa dessas já sabendo de sua história? O filme tem seus altos e baixos, talvez possa ser um pouco cansativo, com ângulos que lembram o velho Bruxa de Blair podendo contrariar aqueles que esperam por um filme de terror, com gritarias e pânico; muito pelo contrário, o filme passa um ar de suspense e mistério por se tratar de manifestações do mundo real, que são mais discretas, onde o desconhecido toma conta do lugar, com uma ambientação assustadora, tanto do interior da casa, quanto de seus arredores, além de informar detalhes históricos interessantes do local. Enfim, por gostar e se interessar pelo tema, acho que valha a pena, mas confesso que poderia ser melhor aproveitado considerando a quantidade de equipamentos presentes e os registros que poderiam ter sido feitos. E o final? Acredito ter sido a parte mais assustadora. Bom, mas não espere grandes coisas. Nota: 7/10.
A Maldição do Espelho
2.1 47 Assista Agora"A Maldição do Espelho" é um filme russo que baseia-se em lendas ou contos fantasmagóricos, daqueles em que cada país apresenta, na forma de invocar algo ou alguém, geralmente através de um objeto em determinado local, como por exemplo o tão famoso "Bloody Mary" nos EUA, a "Loira do banheiro" no Brasil ou no caso aqui a "Rainha de Espadas" na Rússia, entre outras. Lembrando que este título não chega a ser uma novidade, sendo nada mais do que uma adaptação de refilmagens anteriores, com uma tentativa do diretor de colocar alguns elementos a mais. Apresenta atuações aceitáveis dos protagonistas no papel de Olya e Artyom, mas o resto do elenco não ajuda, sendo bem superficial e não enriquecendo o clima da história. O cenário se destaca, contendo uma atmosfera sombria, uma fotografia maravilhosa e captura perfeitamente o clima assustador e a iluminação daquela área, mas têm como pontos negativos clichês de sobra, sustos "jumpscares" previsíveis, efeitos de computação amadores e muito exagero em algumas cenas, o que acaba estragando o resultado final. Na verdade, não é um filme ruim, muito pelo contrário, apresenta diversas ideias úteis, muito poderia se aproveitar dele, mas o problema é que o mesmo não desenvolve sua própria identidade única, o maior mal dos filmes de terror atuais. Até que gostei do final. Regular. Nota: 5/10.
O Céu da Meia-Noite
2.7 511Pois bem, "O Céu da Meia-Noite" é mais um dos títulos de ficção científica/drama lançados na Netflix com a participação em sua maior parte do veterano George Clooney, sendo lento e arrastado em seus desnecessários 122 minutos de duração. É baseado no livro "Good Morning, Midnight: A Novel" de Lily Brooks-Dalton. Considerando uma comparação, sua história seria oposta ao filme "Perdido em Marte" com Matt Damon. Neste com Clooney, ele está sozinho na Terra tentando alertar uma missão espacial para não voltar ao planeta. Já o filme com Damon é uma missão de resgate em que a humanidade se une para trazê-lo de volta para casa, sendo bem mais interessante. Me fez lembrar de "Gravidade" com o Clooney também, mas apenas pelo ator e tema espacial, não a história em si. Considerando a fotografia, o mesmo consegue entregar belíssimas imagens espaciais, acredito ser o ponto mais forte do filme, contendo um drama que não se aprofunda tanto, sendo sombrio e focando mais no fenômeno pós-apocalíptico que o mesmo não entrega realmente o que é e como foi causado de fato. Enfim, apresenta uma interessante mensagem final, belas imagens e uma história que poderia ser melhor aprofundada. Não me convenceu. Ruim. Nota: 4/10. Coloquei alguns "spoilers", afim de esclarecer alguns fatos sob meu ponto de vista:
1 - Inicialmente, o filme mostra brevemente um mapa com uma série de círculos vermelhos em expansão, que parecem indicar vários eventos destrutivos em todo o mundo acontecendo simultaneamente. Existem alguns outros detalhes que podem indicar o que aconteceu com a Terra. Em seu primeiro contato com Aether, Lofthouse diz à Sully (Felicity Jones): "Eu não sei todos os detalhes, foi um erro ..." antes de perder a comunicação. Isso implica que o evento destrutivo não foi algum tipo de desastre natural, mas um evento feito pelo homem.
2 - Dr. Lofthouse também diz: "Todas as áreas de sobrevivência são subterrâneas. E essas são temporárias." Tudo indica que houve algum tipo de apocalipse nuclear onde a radiação da Terra a deixou inabitável para os humanos, com alguns permanecendo temporariamente em segurança no subsolo. No final, não ficou claro se o vôo à K-23 chegou ao seu destino ou não, mas certamente qualquer pessoa deixada na Terra não sobreviveria.
3 - O que houve e quem é Íris e Sully? Em sua conversa final com Sully, depois que a nave decidiu retornar à lua habitável de Júpiter K-23, é revelado que o nome de Sully é Iris. Sully diz a Lofthouse que decidiu se tornar astronauta por causa de uma pedra lunar que sua mãe lhe deu há muito tempo. É revelado também que sua mãe é Jean, e Sully é Iris, a filha que Lofthouse teve muitos anos antes. Lofthouse diz a ela que está orgulhoso de finalmente tê-la conhecido. Nos momentos finais, Lofthouse está olhando para o pôr do sol com a criança Iris, que desaparece e parece ser uma espécie de invenção de sua imaginação, ou uma manifestação de sua culpa por negligenciar sua filha. Tudo indica que a criança representa sua motivação para este ato final de abnegação para salvar a humanidade.
Vozes
2.9 305"Vozes" ou "Voces" é um filme espanhol contando com um pequeno elenco, uma produção modesta, usando e abusando de "jumpscares", ganhando alguns sustos no grito, enquanto outros com rápidas passagens e aparições mantendo o silêncio apenas num clima de suspense. De início, o mesmo já mostra a que veio e não demora pegar no tranco, já dando a entender o princípio de toda história. Apresenta bons elementos, como a ambientação do local, dando uma certa sensação de isolamento, uma fotografia com tom azulado que contribui pra isso, ótima trilha e algumas cenas de suspense que fazem jus ao gênero, com clichês e "jumpscares" que acabam se tornando chatos e mal feitos na maioria das vezes (confesso que ficava com mais medo do ator mirim naquele pijama listrado meio estilo "vintage", lembrando clássicos como poltergeist). Faz lembrar também outras referências, como "A Mulher de Preto", "A Maldição da Residência Hill" e sinais espalhados pela casa, cenas vistas muitas outras vezes. Enfim, é um bom filme, contando com uma conclusão até surpreendente, com alguns furos no roteiro (vou mandar um como spoiler):
Em determinada parte do filme, a mãe de Eric conta ao pai de sua expulsão da escola, logo após o pai fala pro Eric fazer os deveres de casa, mas como se ele foi expulso? Que furo hein...
Fuja
3.4 1,1K Assista Agora"Fuja" ou "Run" é um ótimo filme de suspense contando praticamente com apenas 2 personagens em sua grande maioria, tendo a participação da já veterana Sarah Paulson e a jovem atriz Kiera Allen, ambas com atuações que elevaram bastante o nível de histórias já manjadas e previsíveis desse gênero. O maior ponto positivo é prender o espectador do início ao fim, mantendo um clima de suspense em todo seu decorrer, conseguindo o que o diretor propôs: a iminência do perigo, dando-nos a sensação a todo momento de que algo irá ocorrer, o que aumenta mais ainda considerando a situação física da personagem Chloe, impondo-lhe muitas limitações, trazendo em alguns momentos uma sensação de agonia "claustrofóbica" para que tudo aquilo ocorra rápido e se resolva da melhor maneira possível. Também o mesmo não tenta ganhar no grito e nem apresenta aquelas tão conhecidas atitudes bem burrinhas que costumam forçar a barra neste tipo de gênero. Enfim, roteiro simples, ótimas atuações e boa dose de suspense resumem esse título. Recomendo. Ótimo. Nota: 9/10.
Mulan
3.2 1,0K Assista AgoraA Disney prepara mais uma de suas superproduções, dessa vez com um remake da guerreira Mulan, mostrando um lado mais maduro da versão da personagem, inserindo elementos da cultura chinesa e tentando se provar diferente da animação em alguns aspectos. Sinceramente, achei que teria um tom mais infantil, porém conseguiu usufruir das cenas de batalhas muito bem, com cenários e personagens utilizando de tons bem diversificados e bastante coloridos, uma linda fotografia, figurino e ambientação de cair o queixo. Há um bom tempo não via uma produção tão caprichada nesses aspectos. O filme parte e foca apenas na jornada da protagonista, isso me gerou um alívio por não perder tempo com romances ou algum sentimento de drama que possa explorar mais a fundo, e nem partes musicais chatas e repetitivas, onde curiosamente a bruxa colocada ali em poucas palavras consegue trazer até mais carisma e simpatia, agregando mais valor à personagem principal e enriquecendo uma história simples e objetiva. Sugiro aos que forem assistir não ficar comparando e esperando fidelidade com a animação. Ótimo filme. Recomendo. Nota: 9/10.
Os Novos Mutantes
2.6 719 Assista AgoraOs novos Mutantes chega talvez como uma forma de passar uma borracha em tudo que foi visto nos filmes da Marvel, principalmente quando se fala no universo dos mutantes. Sinceramente, fui com poucas expectativas (confesso que o trailer não me agradou muito), porém o mesmo mostrou ter um bom potencial, dando um tom diferencial a filmes deste tipo e alavancando outras possíveis continuações, podendo futuramente encontrar cross-over com outras histórias tendo personagens deste universo. Acredito que as atuações foram a melhor parte, principalmente de Anya Taylor-Joy e Maisie Williams, porém os outros cumpriram bem seus papéis, tendo nossa compatriota a jovem brasileira Alice Braga. Uma observação: para os que curtiram bastante a história envolvendo a personagem Miragem/Moonstar (Blu Hunt), recomendo assistir a 2° Temporada de Patrulha do Destino, com um grau de coincidência bem grande com Dorothy (Abigail Shapiro). Enfim, vale dar uma conferida, não fique esperando muito dos filmes habituais da Marvel, mas uma esfera sombria e isolada, uma ameaça sempre iminente, tendo um tom de suspense com uma escura fotografia. Recomendo. Bom. Nota: 7/10.
Isolado na Pandemia
2.2 85Bom, "Alone" aborda um tema bem desafiador no mundo dos filmes, trata-se sobre zumbis, pois mesmo com diversas produções, orçamentos, elenco e etc. a receita para o fracasso é quase certa e são inúmeras, muitos sendo repetitivos e não conseguindo se sobressair. Acredito que este título não seja exceção; "Alone" não tem uma história, uma causa, um fundo de verdade a ponto de dar maior profundidade à narrativa, mas se prende em apenas um único lugar, com um final previsível, dando apenas a impressão de fazê-lo esperar seu fim. Apresenta 90 minutos de duração, que ao meu ver, já é mais que necessário e começa a ficar cansativo por volta da metade, apresentando furos e passagens pra lá de forçadas na pele do protagonista, perceptíveis para continuação de sua narrativa. Enfim, filme que se resume em apenas um único papel, sendo até aceitável, com uma história mediana sem um roteiro promissor, servindo pra passar o tempo na falta de opções, mas existem outras bem melhores (como comentaram anteriormente, os filmes coreanos procuram ser superiores e mais tensos nesse mesmo tema). Consegue ser assistível, porém ao mesmo tempo é dispensável. Resumindo: mais do mesmo. Regular quase ruim. Nota: 5/10.
Noturno
2.9 213 Assista Agora“Nocturne” é mais um dos filmes lançados na plataforma da Amazon Prime, contando com um suspense de cunho psicológico envolvendo elementos e gravuras satânicas, abordando uma história que envolve uma rivalidade entre as irmãs gêmeas, Juliet e Vivian, tendo como protagonista a atriz Sydney Sweeney, com uma ótima atuação, conseguindo passar diversas camadas interpretativas em um thriller/drama bem “frio”, apresentando vários trechos sem diálogos, apenas contando com expressões faciais e alusão a sentimentos, com uma fotografia azulada/cinza que acompanha seu ritmo lento. Como disseram nos comentários anteriores, lembra “Cisne Negro”, mas o contexto da história, bem como a importância que a personagem principal conseguiu impor, consigo destacá-lo como um bom filme e diferencial até certo ponto. Apresenta um final que pode ser considerado interpretativo, metafórico e ambíguo. A moral da história? Talvez devêssemos parar de pressionar as pessoas a seguir seus sonhos e começar a encorajá-las a viver suas vidas. Bom. Nota: 8/10.
Para os que acharam o final confuso, coloquei spoilers a fim de explicar sob meu ponto de vista:
O ponto é: afinal, Juliet morreu ou não? Qual seu sacríficio? Juliet tinha algo que Moira não tinha. Ela tinha Vivian (que por sinal significa "viva" em latim) e no final, Juliet sacrifica seu relacionamento com sua irmã. Ela teve a chance de se reconciliar. Este é o sacrifício: a morte de seu vínculo de irmã que era a essência do caráter de Juliet. Quando Juliet acorda e percebe que ela tocou, ela escuta uma fala muito importante: “Juliet, você é uma estrela." Ou seja, ela conseguiu o que queria, mas a troco de sua alma. E como não perceberam seu corpo? O corpo morto que vemos na verdade é a alma de Juliet. Sua alma para viver precisaria de sua irmã e é por isso que é sua alma que vemos paralisar no palco e sair, pois deste vinculo nada mais restava (outra referência seria a cena final na palavra “exit” - saída em português, com as palavras brilhando, como uma alma que se foi). É por isso que ninguém pôde ver seu cadáver (alma). Juliet teve apenas mortes metafóricas, enquanto Moira teve mortes literais que significam algo mais.
Caixa Preta
3.2 175 Assista AgoraBom filme, lembra realmente uma mistura de "Corra" e "Nós", apresentando um grande clima de mistério de uma situação que envolve "lavagem cerebral" e "transplante de memória", nos corpos de Nolan e Thomas, respectivamente. Apesar de uma boa fotografia, um bom desenvolvimento e sendo bastante envolvente, a atuação de Nolan (Mamoudou Athie) não me convenceu muito, sendo um pouco "sem sal", mesmo assim não o impede de ser um bom título. Apresenta uma narrativa muito boa, sendo "histérico" nas cenas dentro da Caixa e cheio de reviravoltas, com um final repentino, mas bastante aceitável, tendo suspense, drama e um "terror" não tão convencional. Bom filme. Nota: 8/10.
Pra quem achou confuso, coloquei spoilers a fim de explicar alguns fatos:
1 - Enquanto conectado à Caixa Preta, Thomas luta contra uma criatura humanóide e sem rosto, que é o próprio Nolan, que ainda está lá, lutando para pegar seu corpo de volta. Dr. Brooks tenta convencer Thomas de que, uma vez que ele destrua a criatura enquanto estiver conectado à Caixa Preta, ele não terá mais esses problemas.
2 - Thomas muda de ideia e decide deixar Nolan viver e dar a si mesmo o castigo que merece saindo da memória para a escuridão, deixando Nolan sozinho em seu próprio corpo. Quando Nolan se desconecta da Caixa Preta, ele alcança Ava e finalmente dá seu aperto de mão secreto, provando que é ele próprio e retomou suas memórias em seu corpo.
3 - Na última cena de Nolan na caixa preta, ao sair para a escuridão, Thomas não estava apenas deixando o cérebro de Nolan - ele parece se deixar cair no esquecimento. Isso também é apoiado pelo fato de que, quando a Dra. Brooks carrega o arquivo EEG de Thomas (também conhecido como arquivo de "ondas cerebrais"), no final do filme, ela parece surpresa ao vê-lo dentro da Caixa Preta.
4 - O "Thomas" que ela carrega no final do filme não é o mesmo Thomas que tomou a decisão final; é apenas outra cópia de sua consciência. Como resultado, o único vilão que sobrou no final é a Dra. Brooks, e parece que ela inventou uma nova maneira de reviver seu filho - potencialmente um número infinito de vezes - carregando sua consciência, não em um hospedeiro humano, mas na própria Caixa Preta.