Nem todo filme sobre o universo infantil é só carregado de doçura. Frida, a personagem central tem seis anos e precisa superar a morte da mãe e ainda fazer conexões com sua nova família, a família do tio materno que se encarregou de lhe dar, dentre outras coisas materiais, o afeto necessário para que ela continuasse sua caminhada pela vida! Não há fórmulas mágicas para esta conexão acontecer...só há mesmo a escolha do amor e o deixar que aconteça! Filme essencialmente humano e belo!
Uma obra sublime. Sua premissa é simples, mas sua generalização é denunciante, impactante!
Misha Brankov, um professor de música aposentado revisitará o seu passado ao receber uma carta do museu judaico de Belgrado. A verdadeira história de sua origem emergirá, fazendo-o sentir necessidades de se reconectar com suas raízes através da música. Quer fazer uma homenagem aos milhares de judeus exterminados no campo de prisioneiros comandado pela Gestapo, instalado em Jasenovac (hoje território croata). Lá foram também mortos sérvios e ciganos.
Brankov deseja uma cerimônia comemorativa para executar uma composição musical, cuja partitura foi achada no local. Ele pede ajuda à músicos conterrâneos para alcançar o seu intento, inclusive para seu filho, um renomado maestro de uma orquestra. Ninguém tem tempo para se voltar para o passado!
A ajuda virá dos ciganos (vítimas do passado e do presente) e de um velho amigo, músico aposentado, com bloqueios há uma década! Eles executarão a canção, escrita pelo compositor e prisioneiro, Isaac Weiss. Ele compôs “Enquanto a música existir, nós existiremos”.
Em tempos de governos ultranacionalistas, fica o lema, talvez um pouco clichê, mas altamente necessário: É PRECISO LEMBRAR PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA, PARA QUE NUNCA MAIS ACONTEÇA!
Que as perseguições por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas não aconteçam mais nem lá, nem cá!
Este é um filme urgente e necessário! Ken Loach, veterano do cinema político que retratou, em grande medida, as condições de trabalho e de vida dos diferentes trabalhadores britânicos, se mostra mais uma vez atento às grandes transmutações dos modelos produtivos e distributivos, nos levando às reflexões tão necessárias nesses novos tempos.
O enredo é simples e parece ser conhecido: Ricky e sua família se encontram em situação financeira precária, de modo que, ele acaba indo para o setor de entregas. O apelo da empresa da qual Ricky se tornará "colaborador" é instigante: ele não será um “empregado”, mas será seu próprio patrão, fazendo seu horário e utilizando a própria van (custo que assumirá para entrar no negócio). Enquanto isso, sua esposa se desdobra diariamente manter o trabalho freelancer de cuidadora de idosos.
A autonomia de Ricky logo se mostra uma ilusão. Para compensar algum tipo de ganho, que minimamente sustente sua família, ele precisa trabalhar por horas a fio, distanciando-se de sua família.
Tom Slee (2017) diz que a chamada Economia do Compartilhamento promete "ajudar" indivíduos vulneráveis a assumir o controle de suas vidas, tornando-os microempreendedores. Contudo ela entrega outra coisa, ou seja, propaga um livre mercado inóspito e desregulado em áreas que antes eram protegidas. Eis um de nossos grandes dilemas contemporâneos!
As Herdeiras, essa obra paraguaia, vale a pena ser assistida e observada por alguns motivos: 1) retrata um grupo geralmente negligenciado pela sétima arte e seus movimentos estéticos: a velhice; 2) uma obra latino americana que revela algumas contradições sociais, sem que os holofotes estejam pulsando sobre elas; 3) a obra se passa num mundo de mulheres: desde a personagem central, sua empregada, sua companheira, a prisão feminina, o grupo de carteados que reúne mulheres ricas e outras da alta sociedade decadente paraguaia; 4) o filme é uma jornada de Chela (personagem central), que necessita ultrapassar as barreiras da solidão e de suas inseguranças cômodas.
O filme começa numa belíssima festa de casamento típica da cultura iorubá, que acontece na multicultural Nova York. As condições para a felicidade estão postas neste dia: as mulheres dão conselhos à jovem noiva de como se deve cuidar dos filhos. A matriarca, mãe do noivo, marcada pelas suas tradições, exercerá pressões para que esse modelo não falhe. O amor existe, a cumplicidade existe, mas o tradicionalismo se encarregará de lançar os conflitos entre as gerações e para além das fronteiras nacionais! É um filme para se refletir, não para se julgar segundo nossas visões maniqueístas ocidentais!
Que história de José Mujica, Mauricio Rosencof e Eleuterio Fernández Huidobro e da ditadura uruguaia! Eles foram encarcerados por 12 anos, viveram em lugares inóspitos, foram alimentados precariamente, tiveram seus direitos fundamentais surrupiados pelo Estado... Por isso, a abertura com Kafka faz todo o sentido.
Lá se diz o seguinte: "O homem olhou o condenado e perguntou ao oficial: o preso sabe a sentença dele? Não, disse o oficial - ele sentirá na própria pele"
A sinopse não está condizente, pois os cinco casais passam a noite discutindo a relação de cada um, trazendo à tona os seus vazios existenciais, os questionamentos sobre o amor, estando muito agarrados aos preceitos da vida conjugal que intuitivamente idealizam e/ou desejam, enquanto personagens de uma sociedade que a tudo objetifica. Os sons emitidos de um apartamento pouco importam para os moradores de outro, já que a explosão de sentimentos emerge a cada palavra pronunciada...
É um bom filme para ser assistido em família, pois sua temática é voltada para os acontecimentos marcantes da passagem da nossa vida adolescente para a adulta. Tem uma trilha sonora que nos remete aos anos 1980 e que funciona como um flashback piegas, mas necessário, para nos lembrar de como as nossas referências estéticas são efêmeras, de que como certos hits do universo pop rock se colocam, em algum momento num espaço não delimitado, como pequenos “guias” diante da vida em permanente transformação.
Esse filme tem uma beleza poética singular, única. Exprime que, mesmo na rudeza das relações, é possível ser sensível à arte, e sua à sua consequente libertação. A alma humana pode ser livre, pode ser transcendente!
É um filme que se baseia no entrechoque do índio com o invasor, seja ele europeu ou americano. Karamatake é o último membro de uma tribo de guerreiros que não se rendeu à escravidão nos seringais e nem às ações dos padres missionários, que usam da força e da violência para "reeducar" crianças aos moldes da fé católica. Enquanto, Karamatake tenta se manter fiel ao compromisso com suas raízes, o etnobotânico alemão, Theodor Von Martius (que na vida real se chamava Theodor Koch-Grünberg), parte em busca da Yakruna, uma planta sagrada que supostamente lhe traria a cura da malária. Alguns anos mais tarde, a ciência mais uma vez entra em cena na pele do biólogo e antropólogo americano Richard Evans Schultes, que refaz a rota de Theodor durante a segunda Guerra Mundial, cujo interesse principal é encontrar um vegetal associado à exploração da borracha, constituindo-se como importante matéria-prima para a indústria bélica durante esse contexto de conflito internacional. A partir desse choque de civilização, o filme mostrará, sem maniqueísmos, a beleza e a contradição do ser humano!
Belo retrato de nosso mundo contemporâneo, pois mostra as dificuldades de uma mulher, que é mãe e chefe do lar e que está em fase produtiva, tendo portanto, que se esforçar muito para sustentar a si e a sua família, e que por conta disso não tem energia para cuidar de um idoso. Ela ganha pouco e não pode pagar por serviços de saúde que deem conta dos problemas da saúde mental do pai e o Estado não lhe oferece apoio pelo fato dela ter renda, ainda que não desfrute de nenhum bem-estar. O modelo de organização produtiva e social se reflete nas vidas humanas e isso pode, em muitos casos, ser angustiante.
Maggie e Milo representam uma geração que acreditou deliberadamente no "sucesso" e não sabe muito bem como lidar com as suas frustrações.Eventos impactantes, comuns e não comuns, marcam a vida de cada um ao seu modo e percepção. A família, ao primeiro olhar, parece não funcionar, mas terminamos o filme acreditando que a "vida no plural" fortalece a nossa caminhada nesse mundo de decepções. Lindo filme!
O filme não alcançou sucesso de crítica em seu país de origem, mas pela produção de orientação comercial conquistou o público. Eu, particularmente, apenas como uma apreciadora de filmes (nacionais e de toda a parte do mundo) gostei muito dele. Num país em que a crise econômica, como é o caso de Portugal (não só, infelizmente) se reflete na vida dos jovens e idosos, um pouco de frescor pode ser encontrado por meio da literatura e da amizade improvável entre pessoas tão diferentes.
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Verão 1993
3.8 45 Assista AgoraNem todo filme sobre o universo infantil é só carregado de doçura. Frida, a personagem central tem seis anos e precisa superar a morte da mãe e ainda fazer conexões com sua nova família, a família do tio materno que se encarregou de lhe dar, dentre outras coisas materiais, o afeto necessário para que ela continuasse sua caminhada pela vida! Não há fórmulas mágicas para esta conexão acontecer...só há mesmo a escolha do amor e o deixar que aconteça! Filme essencialmente humano e belo!
Quando o Dia Amanhece
3.7 1Uma obra sublime. Sua premissa é simples, mas sua generalização é denunciante, impactante!
Misha Brankov, um professor de música aposentado revisitará o seu passado ao receber uma carta do museu judaico de Belgrado. A verdadeira história de sua origem emergirá, fazendo-o sentir necessidades de se reconectar com suas raízes através da música. Quer fazer uma homenagem aos milhares de judeus exterminados no campo de prisioneiros comandado pela Gestapo, instalado em Jasenovac (hoje território croata). Lá foram também mortos sérvios e ciganos.
Brankov deseja uma cerimônia comemorativa para executar uma composição musical, cuja partitura foi achada no local. Ele pede ajuda à músicos conterrâneos para alcançar o seu intento, inclusive para seu filho, um renomado maestro de uma orquestra. Ninguém tem tempo para se voltar para o passado!
A ajuda virá dos ciganos (vítimas do passado e do presente) e de um velho amigo, músico aposentado, com bloqueios há uma década! Eles executarão a canção, escrita pelo compositor e prisioneiro, Isaac Weiss. Ele compôs “Enquanto a música existir, nós existiremos”.
Em tempos de governos ultranacionalistas, fica o lema, talvez um pouco clichê, mas altamente necessário: É PRECISO LEMBRAR PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA, PARA QUE NUNCA MAIS ACONTEÇA!
Que as perseguições por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas não aconteçam mais nem lá, nem cá!
Você Não Estava Aqui
4.1 243 Assista AgoraEste é um filme urgente e necessário! Ken Loach, veterano do cinema político que retratou, em grande medida, as condições de trabalho e de vida dos diferentes trabalhadores britânicos, se mostra mais uma vez atento às grandes transmutações dos modelos produtivos e distributivos, nos levando às reflexões tão necessárias nesses novos tempos.
O enredo é simples e parece ser conhecido: Ricky e sua família se encontram em situação financeira precária, de modo que, ele acaba indo para o setor de entregas. O apelo da empresa da qual Ricky se tornará "colaborador" é instigante: ele não será um “empregado”, mas será seu próprio patrão, fazendo seu horário e utilizando a própria van (custo que assumirá para entrar no negócio). Enquanto isso, sua esposa se desdobra diariamente manter o trabalho freelancer de cuidadora de idosos.
A autonomia de Ricky logo se mostra uma ilusão. Para compensar algum tipo de ganho, que minimamente sustente sua família, ele precisa trabalhar por horas a fio, distanciando-se de sua família.
Tom Slee (2017) diz que a chamada Economia do Compartilhamento promete "ajudar" indivíduos vulneráveis a assumir o controle de suas vidas, tornando-os microempreendedores. Contudo ela entrega outra coisa, ou seja, propaga um livre mercado inóspito e desregulado em áreas que antes eram protegidas. Eis um de nossos grandes dilemas contemporâneos!
As Herdeiras
3.4 38As Herdeiras, essa obra paraguaia, vale a pena ser assistida e observada por alguns motivos: 1) retrata um grupo geralmente negligenciado pela sétima arte e seus movimentos estéticos: a velhice; 2) uma obra latino americana que revela algumas contradições sociais, sem que os holofotes estejam pulsando sobre elas; 3) a obra se passa num mundo de mulheres: desde a personagem central, sua empregada, sua companheira, a prisão feminina, o grupo de carteados que reúne mulheres ricas e outras da alta sociedade decadente paraguaia; 4) o filme é uma jornada de Chela (personagem central), que necessita ultrapassar as barreiras da solidão e de suas inseguranças cômodas.
Mother of George
3.8 27O filme começa numa belíssima festa de casamento típica da cultura iorubá, que acontece na multicultural Nova York. As condições para a felicidade estão postas neste dia: as mulheres dão conselhos à jovem noiva de como se deve cuidar dos filhos. A matriarca, mãe do noivo, marcada pelas suas tradições, exercerá pressões para que esse modelo não falhe. O amor existe, a cumplicidade existe, mas o tradicionalismo se encarregará de lançar os conflitos entre as gerações e para além das fronteiras nacionais! É um filme para se refletir, não para se julgar segundo nossas visões maniqueístas ocidentais!
A Noite de 12 Anos
4.3 302 Assista AgoraQue história de José Mujica, Mauricio Rosencof e Eleuterio Fernández Huidobro e da ditadura uruguaia! Eles foram encarcerados por 12 anos, viveram em lugares inóspitos, foram alimentados precariamente, tiveram seus direitos fundamentais surrupiados pelo Estado... Por isso, a abertura com Kafka faz todo o sentido.
Lá se diz o seguinte: "O homem olhou o condenado e perguntou ao oficial: o preso sabe a sentença dele? Não, disse o oficial - ele sentirá na própria pele"
Eu Não Sou Madame Bovary
3.8 10Eu, particularmente, acho que o filme deveria se chamar "Eu não sou Pan Jinlian", mas como há um interesse de ocidentalizá-lo...
Edifício Paraíso
3.9 5 Assista AgoraA sinopse não está condizente, pois os cinco casais passam a noite discutindo a relação de cada um, trazendo à tona os seus vazios existenciais, os questionamentos sobre o amor, estando muito agarrados aos preceitos da vida conjugal que intuitivamente idealizam e/ou desejam, enquanto personagens de uma sociedade que a tudo objetifica. Os sons emitidos de um apartamento pouco importam para os moradores de outro, já que a explosão de sentimentos emerge a cada palavra pronunciada...
Notte Prima degli Esami
3.6 3É um bom filme para ser assistido em família, pois sua temática é voltada para os acontecimentos marcantes da passagem da nossa vida adolescente para a adulta. Tem uma trilha sonora que nos remete aos anos 1980 e que funciona como um flashback piegas, mas necessário, para nos lembrar de como as nossas referências estéticas são efêmeras, de que como certos hits do universo pop rock se colocam, em algum momento num espaço não delimitado, como pequenos “guias” diante da vida em permanente transformação.
A História da Eternidade
4.3 448Esse filme tem uma beleza poética singular, única. Exprime que, mesmo na rudeza das relações, é possível ser sensível à arte, e sua à sua consequente libertação. A alma humana pode ser livre, pode ser transcendente!
O Abraço da Serpente
4.4 237 Assista AgoraÉ um filme que se baseia no entrechoque do índio com o invasor, seja ele europeu ou americano. Karamatake é o último membro de uma tribo de guerreiros que não se rendeu à escravidão nos seringais e nem às ações dos padres missionários, que usam da força e da violência para "reeducar" crianças aos moldes da fé católica. Enquanto, Karamatake tenta se manter fiel ao compromisso com suas raízes, o etnobotânico alemão, Theodor Von Martius (que na vida real se chamava Theodor Koch-Grünberg), parte em busca da Yakruna, uma planta sagrada que supostamente lhe traria a cura da malária. Alguns anos mais tarde, a ciência mais uma vez entra em cena na pele do biólogo e antropólogo americano Richard Evans Schultes, que refaz a rota de Theodor durante a segunda Guerra Mundial, cujo interesse principal é encontrar um vegetal associado à exploração da borracha, constituindo-se como importante matéria-prima para a indústria bélica durante esse contexto de conflito internacional. A partir desse choque de civilização, o filme mostrará, sem maniqueísmos, a beleza e a contradição do ser humano!
A Demora
3.8 30 Assista AgoraBelo retrato de nosso mundo contemporâneo, pois mostra as dificuldades de uma mulher, que é mãe e chefe do lar e que está em fase produtiva, tendo portanto, que se esforçar muito para sustentar a si e a sua família, e que por conta disso não tem energia para cuidar de um idoso. Ela ganha pouco e não pode pagar por serviços de saúde que deem conta dos problemas da saúde mental do pai e o Estado não lhe oferece apoio pelo fato dela ter renda, ainda que não desfrute de nenhum bem-estar. O modelo de organização produtiva e social se reflete nas vidas humanas e isso pode, em muitos casos, ser angustiante.
Irmãos Desastre
3.5 139 Assista AgoraMaggie e Milo representam uma geração que acreditou deliberadamente no "sucesso" e não sabe muito bem como lidar com as suas frustrações.Eventos impactantes, comuns e não comuns, marcam a vida de cada um ao seu modo e percepção. A família, ao primeiro olhar, parece não funcionar, mas terminamos o filme acreditando que a "vida no plural" fortalece a nossa caminhada nesse mundo de decepções. Lindo filme!
Os Gatos não Têm Vertigens
4.0 9O filme não alcançou sucesso de crítica em seu país de origem, mas pela produção de orientação comercial conquistou o público. Eu, particularmente, apenas como uma apreciadora de filmes (nacionais e de toda a parte do mundo) gostei muito dele. Num país em que a crise econômica, como é o caso de Portugal (não só, infelizmente) se reflete na vida dos jovens e idosos, um pouco de frescor pode ser encontrado por meio da literatura e da amizade improvável entre pessoas tão diferentes.