Texto publicado originalmente no link: sessao-privada.blogspot.com.br/2014/10/following.html
Filmes de estreia de diretores renomados sempre chamaram minha atenção. Geralmente são filmes de baixo orçamento e que dependem totalmente da autoria do diretor. Por exemplo David Lynch e seu clássico cult Eraserhead, com um humilde orçamento de 10 mil dólares, conseguiu marcar o cinema estadunidense dos anos 70. Também poderia falar de Pi do Darren Aronofsky, um filme com um orçamento um pouco mais elevado, só que da mesma maneira transborda criatividade e já exibe características fundamentais da filmografia do diretor.
Christopher Nolan começou com um orçamento de 6 mil dólares para dirigir seu primeiro filme. Contando com um elenco amador, câmera de 16mm preto e branco e utilizando como locação a casa de seus amigos, Nolan conseguiu definir características importantíssimas de seus filmes. Como exemplo as famosas narrativas não-lineares, que chamaram ainda mais atenção em Amnésia que fez no ano 2000.
O argumento de Following é bem simples, conta a história de um escritor que começa a seguir pessoas na rua para ganhar inspiração para seu livro, que posteriormente se envolve com duas dessas pessoas: Um metódico ladrão de casas chamado Cobb (Mesmo nome do protagonista de A Origem), e uma personagem sem nome que o protagonista começa a seguir após roubar a casa dela. Entregar mais sobre a trama, estragaria o cuidado com a narrativa que Nolan constrói nesse filme, mesmo com um roteiro simples ele consegue enriquecer toda a história trabalhando com a não-linearidade.
Following é um ótimo longa de estreia. Um filme curtíssimo, mas que com o pouco tempo de duração, consegue desenvolver os personagens da trama, criar o conflito do longa e o mistério, trabalhando com alterações de tempo no roteiro sem se tornar incoerente. Mesmo com a produção de baixo custo, tem uma fotografia competente e que sabe utilizar de composições simples, nem os limites da iluminação ambiente prejudicam diretamente o filme.
Se você aprecia um bom suspense e é fã de Noir, Following é um filme ideal para você. Os fãs do Nolan também não podem perder esse ótimo trabalho do diretor, que entrega muitos detalhes sobre o caminho que ele tomaria nos filmes posteriores.
Texto publicado originalmente no link: http://sessao-privada.blogspot.com.br/2014/10/operacao-invasao.html#more
Quando o Tenente Wahyu atira em uma criança que corre dos policiais para informar aos traficantes que o prédio está sendo invadido, no início do filme; por alguns segundos o filme tirou minha respiração. E após isso, o filme me deu poucos segundos para respirar. A sequência inicial do filme que em poucos planos mostra o cotidiano do novato na força tarefa, Rama (protagonista do filme), alternando entre um beijo na sua esposa grávida, seu treino diário e sua promessa que vai trazer o irmão de volta; essa sequência inicial ágil é um dos poucos momentos calmos do filme - Ágil e momento calmo? Sim! - Cena que em seguida já é cortada, mudando para a força tarefa se preparando para invadir o prédio.
O ritmo do filme é totalmente frenético, são poucos os momentos que o espectador tem para descansar da ação, porém, é ação que carrega o longa. A fotografia do filme é extremamente ágil, cortes rápidos que alcançam êxito em serem totalmente orgânicos e facilitarem a compreensão da mise-en-scène (então não precisa se preocupar com cortes rápidos no estilo Transformers, que prejudicam em vez de ajudar), a câmera não fica parada nas cenas de ação, apostando na utilização de traveling rápido entre os cortes possibilitando a compreensão de cada movimento dos atores no meio da pancadaria e da geografia do cenário.
A coreografia dos atores beira a perfeição, o nível dos artistas marciais é altíssimo, o que unindo aos fatores citados anteriormente, adicionando ainda a extrema violência do longa, tudo isso compõe cenas de ação fantásticas que são o ponto- chave do filme.
Nem tudo no filme é um mar de rosas (talvez um mar de sangue), o maior ponto prejudicial sem dúvida alguma é a superficialidade da história. Em poucos momentos o filme demonstra alguma profundidade. O longa explora levemente a corrupção das autoridades e a extrema violência da força tarefa (inevitável a comparação a Tropa de Elite), mas são pouquíssimas cenas que realmente levam a esse tipo de reflexão, pois logo em seguida você vai ser bombardeado com mais ação. Quase todos os personagens da história não têm muito desenvolvimento, o que impossibilita algum tipo de sensação emocional com a situação deles, até mesmo o vilão é bem unidimensional, explorando apenas o lado paranoico dele (clichê). O protagonista e seu irmão (braço direito do vilão) são a exceção, mas ainda assim a relação deles não é algo muito explorado.
Mesmo com os pontos negativos, eu recomendo o filme. O filme me deixou preso na frente da TV e totalmente tenso com a atmosfera dele. As cenas de ação encherão seus olhos compensando a história superficial. Minha dica é assistir esse filme depois de um dia cansativo e se deixar levar pela diversão que ele proporciona, garanto que vai ser uma ótima experiência!
Texto publicado originalmente no link: http://sessao-privada.blogspot.com.br/2014/08/a-beira-da-loucura.html
À Beira da Loucura foi um filme que achei na sorte, não é um filme de grande popularidade no Brasil, não costuma aparecer em listas de sites sobre cinema. O que me acabou me surpreendendo, considerando que o filme tem um elenco famoso, Cillian Murphy que interpreta Jonathan tem uma carreira sólida e já foi até vilão do Batman. O diretor também tem filmes competentíssimos como o belo musical Once - Apenas uma Vez. Esses fatores unidos a sinopse foram o suficiente para me fazer dar uma chance ao filme. A pergunta que fica, é : O filme é subestimado ou a falta de popularidade dele é equivalente a qualidade do filme?
Uma das primeiras cenas do protagonista no filme já consegue impactar e seduzir quem assiste o filme. A expressão de serenidade de Jonathan ao se jogar de um penhasco e se livrar de todos os problemas existentes com a possibilidade de morte cria uma sequência provocante e belíssima.
A idealização do suicídio como o fim dos problemas e a possibilidade de paz é um dos temas centrais do filme. Utilizar jovens para centralizar o tema é um dos grandes acertos no filme, explorar depressão na adolescência e os fatores que dão estopim a essa condição se torna o ponto mais interessante na trama. Obviamente desmitificar adolescência e juventude como um período de glória não é algo necessariamente novo (Clube dos Cinco e Vantagens de Ser Invisível são exemplos rápidos, de épocas distintas de filmes que se constroem com esse recurso), mas utilizar como plano de fundo um hospital psiquiátrico e o encontro dos jovens em terapias em grupo se torna uma maneira mais racional e delicada de explorar os problemas da juventude.
John Carney já demonstra nesse longa ser um diretor que sabe utilizar a trilha sonora com muita eficiência para complementar a compreensão da trama e dos personagens (o que ele fez com muita maestria em Once), uma cena que exemplifica isso é quando ele utiliza a música Is She Weird da banda Pixies para ajudar a compreender a personagem Rachel e seu envolvimento emocional com Jonathan.
À Beira da Loucura infelizmente é subestimado, nos lados técnicos ele é um filme competente, conta com uma fotografia eficiente que consegue transmitir com clareza para o espectador o sentimento de cada cena, tem uma narrativa leve e que é eficiente ao escapar do temática pesada que é abordada no longa mas sem perder o lado reflexivo. Uma pena que o longa passou despercebido.
Minha experiência com esse filme foi ótima, o filme não exagera em subjetividade o que torna a experiência simples e gostosa. Tudo surge de forma natural. Recomendo a todos dar uma chance para esse longa, ele vai presentear você com boas atuações, boas reflexões e um desfecho naturalmente belo.
Texto publicado originalmente no link: http://sessao-privada.blogspot.com.br/2014/07/procura-se-por-amy.html#more
Comédia romântica com Ben Affleck? Isso é o suficiente para assustar alguns espectadores mais "exigentes", a sinopse não demonstra grandes pretensões em relação ao filme. Infeliz é quem deixar essa película passar levando em conta apenas a sinopse. Essa despretensão enriquece ainda mais o filme do diretor Kevin Smith, que três anos antes teria se consagrado com a comédia Clerks (O Balconista) que deu origem ao View Askewniverse, o universo que ambienta alguns filmes e personagens do diretor. Mesmo universo que Procura-se por Amy é ambientado.
Um filme despretensioso quando bem efetuado costuma ser uma ótima experiência , em Procura-se por Amy cada segundo de filme consegue te deixar ainda mais interessado na trama, que desenvolve de maneira grandiosa e se torna mais conflitante com o desenvolver da história e dos sentimentos dos personagens.
Um dos maiores méritos de Procura-se por Amy, é a eficiência em fazer o espectador entrever erroneamente o possível conflito do filme: Alyssa ser lésbica. Isso tudo graças a recursos competentes no roteiro. Posteriormente, com eficiência o verdadeiro conflito do filme é entregue ao espectador no segundo ato do filme: o passado da Alyssa e como isso afeta Holden. O filme ganha densidade nesse momento, e consegue gerar boas reflexões sobre relacionamentos e amizade. Isso deixa o filme com uma delicadeza singular, é surpreendente como você acaba se envolvendo com a história e os protagonistas. E sem dúvida alguma, é um dos filmes que melhor trata o tema de passado em um relacionamento.
A competência do filme não fica só na história, os quesitos técnicos são ótimos. Ele é um filme totalmente temporal, não existe dificuldade alguma de definir ele como anos 90. Fotografia aposta em planos fixos com cortes que são característicos do diretor. Apesar de uma fotografia simples, em certos momentos isso é compensado com transições lindíssimas, um exemplo é o diálogo que Banky e Alyssa contam histórias sobre sexo oral, com transições frequentes entre os dois contando as histórias e flashbacks em preto e branco dos acontecimentos.
O filme também conta com boas atuações, e até mesmo a voz forte (enjoativa) da Joey Lauren Adams se torna um ponto marcante do filme. Ben Affleck consegue expressar bem toda a fase de crescimento de Holden e Jason Lee consegue criar um Banky totalmente carismático que rende momentos divertidíssimos para o filme, e enriquece a trama com sua amizade com Holden. O trio consegue conquistar facilmente quem assiste o filme, pelo menos, eles me conquistaram.
Procura-se por Amy é um ótimo filme, ele consegue mesclar comédia inserindo o drama e romance de forma orgânica e leve. Mesmo despretensioso proporciona belas reflexões para o espectador e consegue prender do inicio ao fim, nos presenteando com o belo desfecho do filme. É divertido, engraçado, emocionante, conta uma história bonita de amor e de amizade... Garanto que se você assistir, você não vai precisar de uma pintura de pássaros para se lembrar desse filme! Recomendo!
Um filme que utiliza a eternidade de seres mitológicos para simbolizar a eternidade do amor. De longe um dos melhores usos do vampiro nos últimos anos.
O filme conta com uma direção muito poética. Apostando na subjetividade dos personagens e nas reflexões dos mesmos. Um amor tão forte que foi presenteado com a eternidade. Mas a eternidade é uma dádiva?
Para os eternos apaixonados, não; pois acaba sendo necessário uma adaptação constante nos padrões da sociedade, o que torna cada vez mais complicada sobrevivência na sociedade contemporânea, uma sociedade cada vez mais distante do emocional.
A análise da sociedade também é complementada com os pensamentos um pouco extremos do personagem Adam, que afirma que a humanidade tem como tendencia destruir seu processo criativo (Utilizando de grandes artistas e cientistas da história) e se tornou uma raça em decomposição, utilizando o termo Zumbis para se direcionar a ela.
Only Lovers Left Alive é um filme excelente, apesar que tem umas pequenas falhas ao se perder no seu lado subjetivo, tornando o filme muito pesado e cansativo, com uma narrativa com tendência a estender certos momentos, que acaba se unindo com um plot raso, tornando tudo isso um pouco problemático para filme de duas horas.
Perfeito para quem gosta de um retrato de um artista. O processo de passar as incertezas com o mundo e emoções para um texto (Musica, pintura ou qualquer outra forma de arte).
Achei um filme bem competente em quesitos técnicos, fotografia bonita e quase sempre intimista (Focando bastante no rosto dos protagonistas), figurino lindíssimo e trilha sonora que alterna constantemente entre musicas da época e atuais, deixando o retrato bem digerível. Elenco bem preparado, e créditos ao Daniel Radcliffe, que tá apostando em projetos menores e não tanto em filmes pipoca.
Um filme sobre um homem que se apaixona por um sistema de computador, por ironia, é um dos filmes mais humanos que eu assisti nos últimos dias.
A delicadeza que o filme tem ao tratar a paixão, a solidão, as incertezas... Quando você se depara, logo na primeira cena, com o personagem trabalhando: escrevendo cartas de outras pessoas. A cena já nos leva pensar, o quanto estamos nos distanciando das pequenas coisas e das relações que nos tornam tão ricos emocionalmente.
Recomendo muito, o filme é maravilhoso. A direção de arte do filme é riquíssima, eficiente ao construir um futuro que não parece nada distante (O que combina muito bem, com as reflexões que o filme nos leva). Tirando que a trilha sonora com participações do Win Butler (Arcade Fire), foi uma escolha brilhante.
É um filme totalmente denso. Acabei de assistir o filme, e ainda estou levemente atordoado. O filme é lindíssimo, e totalmente verdadeiro... A relação dos personagens, a construção do casal, as atuações e a intensidade delas ( Tanto do casal, quanto da filha ). É tudo muito emocional. A construção do roteiro consegue criar uma narrativa muito eficiente, alternando entre passado-presente e futuro, mas sem se perder, e mais importante, sem fazer o espectador ficar confuso. Em quesitos técnicos o filme é matador, trilha sonora linda, fotografia que vai de tons claros a filtros escuros eficiente ao passar a energia de cada trecho do filme.
Tirando que é muito interessante, o contraste que ele faz de ambos os lados, para superar a perda... Tanto a religião, quanto o ateísmo, criando essa dualidade de forma inteligente.
Impossível não sair extasiado após a projeção desse filme. Humor no melhor estilo Scorsese, sujo mas inteligentíssimo. Atuação do DiCaprio impecável, talvez a melhor de todos os filmes da parceria Scorsese e DiCaprio. Outra coisa que eu gostei bastante, é o filme passar por vários pontos da filmografia do Scorsese, de Bons Companheiros á Taxi Driver.
Eu não consigo resumir os motivos de eu ter um carinho tão grande por esse filme, talvez pelo personagem não saber quem realmente é, que é uma característica muito humana. O filme é muito lindo, ele envolve um tópico muito interessante no comportamento, a dificuldade de escolher e viver com a escolha. Outra coisa que eu gosto muito nesse filme, é que você pode enxerga-lo da maneira que mais se encaixa com sua personalidade. Você pode puxar o filme para o lado mais cientifico, religioso ou até mesmo, o meu favorito, o emocional. E o filme vai te recompensar independente de sua visão. Pra quem também gosta dos quesitos técnicos, pode assistir sem medo; o filme tem uma fotografia maravilhosa, uma trilha sonora totalmente natural e um cuidado com figurino e maquiagem ( Que ambos desempenham uma grande importância no filme ) excepcional.
Um Road Movie ( gênero tipicamente americano) que consegue resumir e levar para o final da década de 70 do Brasil. Mostrando as mudanças que o país sofria na época, e criando paralelos com as mudanças dos personagens. Muito bom.
O filme me surpreendeu muito, estava esperando apenas mais um filme clichê ( O trailer do filme mesmo engana ), mas o filme acaba sendo um retrato muito natural de uma forte amizade. A atuação do Jack Johnson junto com a Olivia é uma das coisas mais bonitas desse filme, totalmente simples, sem exageros e apostando nos diálogos simples. Recomendo
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Following
4.0 302 Assista AgoraTexto publicado originalmente no link: sessao-privada.blogspot.com.br/2014/10/following.html
Filmes de estreia de diretores renomados sempre chamaram minha atenção. Geralmente são filmes de baixo orçamento e que dependem totalmente da autoria do diretor. Por exemplo David Lynch e seu clássico cult Eraserhead, com um humilde orçamento de 10 mil dólares, conseguiu marcar o cinema estadunidense dos anos 70. Também poderia falar de Pi do Darren Aronofsky, um filme com um orçamento um pouco mais elevado, só que da mesma maneira transborda criatividade e já exibe características fundamentais da filmografia do diretor.
Christopher Nolan começou com um orçamento de 6 mil dólares para dirigir seu primeiro filme. Contando com um elenco amador, câmera de 16mm preto e branco e utilizando como locação a casa de seus amigos, Nolan conseguiu definir características importantíssimas de seus filmes. Como exemplo as famosas narrativas não-lineares, que chamaram ainda mais atenção em Amnésia que fez no ano 2000.
O argumento de Following é bem simples, conta a história de um escritor que começa a seguir pessoas na rua para ganhar inspiração para seu livro, que posteriormente se envolve com duas dessas pessoas: Um metódico ladrão de casas chamado Cobb (Mesmo nome do protagonista de A Origem), e uma personagem sem nome que o protagonista começa a seguir após roubar a casa dela. Entregar mais sobre a trama, estragaria o cuidado com a narrativa que Nolan constrói nesse filme, mesmo com um roteiro simples ele consegue enriquecer toda a história trabalhando com a não-linearidade.
Following é um ótimo longa de estreia. Um filme curtíssimo, mas que com o pouco tempo de duração, consegue desenvolver os personagens da trama, criar o conflito do longa e o mistério, trabalhando com alterações de tempo no roteiro sem se tornar incoerente. Mesmo com a produção de baixo custo, tem uma fotografia competente e que sabe utilizar de composições simples, nem os limites da iluminação ambiente prejudicam diretamente o filme.
Se você aprecia um bom suspense e é fã de Noir, Following é um filme ideal para você. Os fãs do Nolan também não podem perder esse ótimo trabalho do diretor, que entrega muitos detalhes sobre o caminho que ele tomaria nos filmes posteriores.
Operação Invasão
3.9 628 Assista AgoraTexto publicado originalmente no link: http://sessao-privada.blogspot.com.br/2014/10/operacao-invasao.html#more
Quando o Tenente Wahyu atira em uma criança que corre dos policiais para informar aos traficantes que o prédio está sendo invadido, no início do filme; por alguns segundos o filme tirou minha respiração. E após isso, o filme me deu poucos segundos para respirar. A sequência inicial do filme que em poucos planos mostra o cotidiano do novato na força tarefa, Rama (protagonista do filme), alternando entre um beijo na sua esposa grávida, seu treino diário e sua promessa que vai trazer o irmão de volta; essa sequência inicial ágil é um dos poucos momentos calmos do filme - Ágil e momento calmo? Sim! - Cena que em seguida já é cortada, mudando para a força tarefa se preparando para invadir o prédio.
O ritmo do filme é totalmente frenético, são poucos os momentos que o espectador tem para descansar da ação, porém, é ação que carrega o longa. A fotografia do filme é extremamente ágil, cortes rápidos que alcançam êxito em serem totalmente orgânicos e facilitarem a compreensão da mise-en-scène (então não precisa se preocupar com cortes rápidos no estilo Transformers, que prejudicam em vez de ajudar), a câmera não fica parada nas cenas de ação, apostando na utilização de traveling rápido entre os cortes possibilitando a compreensão de cada movimento dos atores no meio da pancadaria e da geografia do cenário.
A coreografia dos atores beira a perfeição, o nível dos artistas marciais é altíssimo, o que unindo aos fatores citados anteriormente, adicionando ainda a extrema violência do longa, tudo isso compõe cenas de ação fantásticas que são o ponto- chave do filme.
Nem tudo no filme é um mar de rosas (talvez um mar de sangue), o maior ponto prejudicial sem dúvida alguma é a superficialidade da história. Em poucos momentos o filme demonstra alguma profundidade. O longa explora levemente a corrupção das autoridades e a extrema violência da força tarefa (inevitável a comparação a Tropa de Elite), mas são pouquíssimas cenas que realmente levam a esse tipo de reflexão, pois logo em seguida você vai ser bombardeado com mais ação. Quase todos os personagens da história não têm muito desenvolvimento, o que impossibilita algum tipo de sensação emocional com a situação deles, até mesmo o vilão é bem unidimensional, explorando apenas o lado paranoico dele (clichê). O protagonista e seu irmão (braço direito do vilão) são a exceção, mas ainda assim a relação deles não é algo muito explorado.
Mesmo com os pontos negativos, eu recomendo o filme. O filme me deixou preso na frente da TV e totalmente tenso com a atmosfera dele. As cenas de ação encherão seus olhos compensando a história superficial. Minha dica é assistir esse filme depois de um dia cansativo e se deixar levar pela diversão que ele proporciona, garanto que vai ser uma ótima experiência!
À Beira da Loucura
3.8 96Texto publicado originalmente no link: http://sessao-privada.blogspot.com.br/2014/08/a-beira-da-loucura.html
À Beira da Loucura foi um filme que achei na sorte, não é um filme de grande popularidade no Brasil, não costuma aparecer em listas de sites sobre cinema. O que me acabou me surpreendendo, considerando que o filme tem um elenco famoso, Cillian Murphy que interpreta Jonathan tem uma carreira sólida e já foi até vilão do Batman. O diretor também tem filmes competentíssimos como o belo musical Once - Apenas uma Vez. Esses fatores unidos a sinopse foram o suficiente para me fazer dar uma chance ao filme. A pergunta que fica, é : O filme é subestimado ou a falta de popularidade dele é equivalente a qualidade do filme?
Uma das primeiras cenas do protagonista no filme já consegue impactar e seduzir quem assiste o filme. A expressão de serenidade de Jonathan ao se jogar de um penhasco e se livrar de todos os problemas existentes com a possibilidade de morte cria uma sequência provocante e belíssima.
A idealização do suicídio como o fim dos problemas e a possibilidade de paz é um dos temas centrais do filme. Utilizar jovens para centralizar o tema é um dos grandes acertos no filme, explorar depressão na adolescência e os fatores que dão estopim a essa condição se torna o ponto mais interessante na trama. Obviamente desmitificar adolescência e juventude como um período de glória não é algo necessariamente novo (Clube dos Cinco e Vantagens de Ser Invisível são exemplos rápidos, de épocas distintas de filmes que se constroem com esse recurso), mas utilizar como plano de fundo um hospital psiquiátrico e o encontro dos jovens em terapias em grupo se torna uma maneira mais racional e delicada de explorar os problemas da juventude.
John Carney já demonstra nesse longa ser um diretor que sabe utilizar a trilha sonora com muita eficiência para complementar a compreensão da trama e dos personagens (o que ele fez com muita maestria em Once), uma cena que exemplifica isso é quando ele utiliza a música Is She Weird da banda Pixies para ajudar a compreender a personagem Rachel e seu envolvimento emocional com Jonathan.
À Beira da Loucura infelizmente é subestimado, nos lados técnicos ele é um filme competente, conta com uma fotografia eficiente que consegue transmitir com clareza para o espectador o sentimento de cada cena, tem uma narrativa leve e que é eficiente ao escapar do temática pesada que é abordada no longa mas sem perder o lado reflexivo. Uma pena que o longa passou despercebido.
Minha experiência com esse filme foi ótima, o filme não exagera em subjetividade o que torna a experiência simples e gostosa. Tudo surge de forma natural. Recomendo a todos dar uma chance para esse longa, ele vai presentear você com boas atuações, boas reflexões e um desfecho naturalmente belo.
Procura-se Amy
3.6 179 Assista AgoraTexto publicado originalmente no link: http://sessao-privada.blogspot.com.br/2014/07/procura-se-por-amy.html#more
Comédia romântica com Ben Affleck? Isso é o suficiente para assustar alguns espectadores mais "exigentes", a sinopse não demonstra grandes pretensões em relação ao filme. Infeliz é quem deixar essa película passar levando em conta apenas a sinopse. Essa despretensão enriquece ainda mais o filme do diretor Kevin Smith, que três anos antes teria se consagrado com a comédia Clerks (O Balconista) que deu origem ao View Askewniverse, o universo que ambienta alguns filmes e personagens do diretor. Mesmo universo que Procura-se por Amy é ambientado.
Um filme despretensioso quando bem efetuado costuma ser uma ótima experiência , em Procura-se por Amy cada segundo de filme consegue te deixar ainda mais interessado na trama, que desenvolve de maneira grandiosa e se torna mais conflitante com o desenvolver da história e dos sentimentos dos personagens.
Um dos maiores méritos de Procura-se por Amy, é a eficiência em fazer o espectador entrever erroneamente o possível conflito do filme: Alyssa ser lésbica. Isso tudo graças a recursos competentes no roteiro. Posteriormente, com eficiência o verdadeiro conflito do filme é entregue ao espectador no segundo ato do filme: o passado da Alyssa e como isso afeta Holden. O filme ganha densidade nesse momento, e consegue gerar boas reflexões sobre relacionamentos e amizade. Isso deixa o filme com uma delicadeza singular, é surpreendente como você acaba se envolvendo com a história e os protagonistas. E sem dúvida alguma, é um dos filmes que melhor trata o tema de passado em um relacionamento.
A competência do filme não fica só na história, os quesitos técnicos são ótimos. Ele é um filme totalmente temporal, não existe dificuldade alguma de definir ele como anos 90. Fotografia aposta em planos fixos com cortes que são característicos do diretor. Apesar de uma fotografia simples, em certos momentos isso é compensado com transições lindíssimas, um exemplo é o diálogo que Banky e Alyssa contam histórias sobre sexo oral, com transições frequentes entre os dois contando as histórias e flashbacks em preto e branco dos acontecimentos.
O filme também conta com boas atuações, e até mesmo a voz forte (enjoativa) da Joey Lauren Adams se torna um ponto marcante do filme. Ben Affleck consegue expressar bem toda a fase de crescimento de Holden e Jason Lee consegue criar um Banky totalmente carismático que rende momentos divertidíssimos para o filme, e enriquece a trama com sua amizade com Holden. O trio consegue conquistar facilmente quem assiste o filme, pelo menos, eles me conquistaram.
Procura-se por Amy é um ótimo filme, ele consegue mesclar comédia inserindo o drama e romance de forma orgânica e leve. Mesmo despretensioso proporciona belas reflexões para o espectador e consegue prender do inicio ao fim, nos presenteando com o belo desfecho do filme. É divertido, engraçado, emocionante, conta uma história bonita de amor e de amizade... Garanto que se você assistir, você não vai precisar de uma pintura de pássaros para se lembrar desse filme! Recomendo!
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraNão cabe a mim julgar!
Amantes Eternos
3.8 782 Assista AgoraUm filme que utiliza a eternidade de seres mitológicos para simbolizar a eternidade do amor. De longe um dos melhores usos do vampiro nos últimos anos.
O filme conta com uma direção muito poética. Apostando na subjetividade dos personagens e nas reflexões dos mesmos. Um amor tão forte que foi presenteado com a eternidade. Mas a eternidade é uma dádiva?
Para os eternos apaixonados, não; pois acaba sendo necessário uma adaptação constante nos padrões da sociedade, o que torna cada vez mais complicada sobrevivência na sociedade contemporânea, uma sociedade cada vez mais distante do emocional.
A análise da sociedade também é complementada com os pensamentos um pouco extremos do personagem Adam, que afirma que a humanidade tem como tendencia destruir seu processo criativo (Utilizando de grandes artistas e cientistas da história) e se tornou uma raça em decomposição, utilizando o termo Zumbis para se direcionar a ela.
Only Lovers Left Alive é um filme excelente, apesar que tem umas pequenas falhas ao se perder no seu lado subjetivo, tornando o filme muito pesado e cansativo, com uma narrativa com tendência a estender certos momentos, que acaba se unindo com um plot raso, tornando tudo isso um pouco problemático para filme de duas horas.
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraPerfeito para quem gosta de um retrato de um artista. O processo de passar as incertezas com o mundo e emoções para um texto (Musica, pintura ou qualquer outra forma de arte).
Achei um filme bem competente em quesitos técnicos, fotografia bonita e quase sempre intimista (Focando bastante no rosto dos protagonistas), figurino lindíssimo e trilha sonora que alterna constantemente entre musicas da época e atuais, deixando o retrato bem digerível. Elenco bem preparado, e créditos ao Daniel Radcliffe, que tá apostando em projetos menores e não tanto em filmes pipoca.
Recomendo!
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraUm filme sobre um homem que se apaixona por um sistema de computador, por ironia, é um dos filmes mais humanos que eu assisti nos últimos dias.
A delicadeza que o filme tem ao tratar a paixão, a solidão, as incertezas... Quando você se depara, logo na primeira cena, com o personagem trabalhando: escrevendo cartas de outras pessoas. A cena já nos leva pensar, o quanto estamos nos distanciando das pequenas coisas e das relações que nos tornam tão ricos emocionalmente.
Recomendo muito, o filme é maravilhoso. A direção de arte do filme é riquíssima, eficiente ao construir um futuro que não parece nada distante (O que combina muito bem, com as reflexões que o filme nos leva). Tirando que a trilha sonora com participações do Win Butler (Arcade Fire), foi uma escolha brilhante.
Her é um filme sobre amor, um amor puro.
Sobre Meninos e Lobos
4.1 1,5K Assista Agora"Todos nós entramos no carro aquele dia..."
Amo esse filme.
Apenas Uma Vez
4.0 1,4K Assista AgoraAssisti o filme faz semanas, e Falling Slowly ainda está na minha mente
Alabama Monroe
4.3 1,4KÉ um filme totalmente denso. Acabei de assistir o filme, e ainda estou levemente atordoado.
O filme é lindíssimo, e totalmente verdadeiro... A relação dos personagens, a construção do casal, as atuações e a intensidade delas ( Tanto do casal, quanto da filha ). É tudo muito emocional.
A construção do roteiro consegue criar uma narrativa muito eficiente, alternando entre passado-presente e futuro, mas sem se perder, e mais importante, sem fazer o espectador ficar confuso.
Em quesitos técnicos o filme é matador, trilha sonora linda, fotografia que vai de tons claros a filtros escuros eficiente ao passar a energia de cada trecho do filme.
Tirando que é muito interessante, o contraste que ele faz de ambos os lados, para superar a perda... Tanto a religião, quanto o ateísmo, criando essa dualidade de forma inteligente.
Guerreiro
4.0 919 Assista AgoraQuando começou a tocar About Today da banda The National, foi impossível segurar as lagrimas.
Grande filme!
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraImpossível não sair extasiado após a projeção desse filme.
Humor no melhor estilo Scorsese, sujo mas inteligentíssimo.
Atuação do DiCaprio impecável, talvez a melhor de todos os filmes da parceria Scorsese e DiCaprio.
Outra coisa que eu gostei bastante, é o filme passar por vários pontos da filmografia do Scorsese, de Bons Companheiros á Taxi Driver.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraO capitulo delírios e o final do filme estão passando em loop na minha cabeça...
Obrigado Lars Von Trier
E apenas pena de quem vai negativar o filme e falar que é ruim, por não ser "chocante"
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraDavid Lynch criou uma das maiores frustrações da minha vida...
A vontade de tomar uma Blue Pabst Ribbon
Sr. Ninguém
4.3 2,7KEu não consigo resumir os motivos de eu ter um carinho tão grande por esse filme, talvez pelo personagem não saber quem realmente é, que é uma característica muito humana.
O filme é muito lindo, ele envolve um tópico muito interessante no comportamento, a dificuldade de escolher e viver com a escolha.
Outra coisa que eu gosto muito nesse filme, é que você pode enxerga-lo da maneira que mais se encaixa com sua personalidade. Você pode puxar o filme para o lado mais cientifico, religioso ou até mesmo, o meu favorito, o emocional. E o filme vai te recompensar independente de sua visão.
Pra quem também gosta dos quesitos técnicos, pode assistir sem medo; o filme tem uma fotografia maravilhosa, uma trilha sonora totalmente natural e um cuidado com figurino e maquiagem ( Que ambos desempenham uma grande importância no filme ) excepcional.
Bye Bye Brasil
3.9 145 Assista AgoraUm Road Movie ( gênero tipicamente americano) que consegue resumir e levar para o final da década de 70 do Brasil.
Mostrando as mudanças que o país sofria na época, e criando paralelos com as mudanças dos personagens.
Muito bom.
Um Brinde à Amizade
2.9 413 Assista AgoraO filme me surpreendeu muito, estava esperando apenas mais um filme clichê ( O trailer do filme mesmo engana ), mas o filme acaba sendo um retrato muito natural de uma forte amizade.
A atuação do Jack Johnson junto com a Olivia é uma das coisas mais bonitas desse filme, totalmente simples, sem exageros e apostando nos diálogos simples.
Recomendo