"Ela" não é somente sobre a relação homem e tecnologia, solidão, muito menos consumismo.
Se olharmos fundo nos encontraremos no filme, e para mim é isso que Spike Jonze quer, que nos encontremos, que tenhamos a capacidade de refletir, que sejamos capazes de questionar a nossa existência. Nós nos perdemos diante de coisas, de fatos, do concreto. A subjetividade individual foi posta de lado para dar lugar a uma intricada mecânica de momentos previamente construídos, o mundo moderno nos faz ser o que as coisas pedem para sermos, o movimento do processo de formação do eu passou de fora para dentro e não mais de dentro para fora.
O Sistema Operacional do filme foi capaz de fazer um caminho evolutivo de nascimento, formação, questionamento da existência, conflito e por fim libertação do que os prendiam e juntos partir para a construção de um total uníssono.
Seria belo o homem buscando os mesmos passos, questionando a existência, buscando a semelhança ao perceber que estamos todos sob as mesmas condições e assim juntos nos entregássemos a jornada da vida, criando algo maior do que nós mesmo podemos mensurar, criando a VIDA em si e agradecendo por "Ela".
No começo do filme o áspero diálogo entre a diretora da escola e algum tipo de dirigente estudantil dá o seu recado, o problema é maior. E é isso que o filme faz, não acusa ninguém particularmente para a situação escolar, do comportamento juvenil, o problemas somos todos nós, todos temos culpa e todos sofremos com a sociedade falida que vivemos, estamos todos como o personagem de Adrien Brody, vazios. E lutamos desesperadamente para mantermos algum tipo de consciência própria capaz de diagnosticar as nossas dificuldades e as dificuldade do mundo que nos cerca. Mundo que é ambientado no filme através de uma fotografia crua, edição brusca e movimentos de câmera inconstantes. O diretor Tony Kaye mais uma vez ajuda a criar uma obra capaz de abordar profundos temas, com narrativas que atingem amplos aspectos como no documentário Lake of fire, e fugindo do erro de levantar questões apenas superficiais ao criar personagens densos, como em A outra história americana,
Atuações constrangedores, Thiago Mendonça apenas mimetiza os trejeitos de Renato Russo e parece ser apenas uma imitação e não um personagem em si. O roteiro não se decide entre contar a história do rock de brasília ou a fase inicial da carreira de Renato. Diálogos previsíveis, forçados, nenhum personagem na trama é aprofundado, nem a relação entre eles, nem mesmo a de Renato com Ana que deveria ser o fio condutor da trama. Se salvam no filme o trabalho da direção de arte e a fotografia em algumas cenas, nada mais.
Filme com arte impecável e com grandes atuações, mas os diálogos excessivamente cantados abafam a trama, a enxurrada de cantos dos personagens não deixam brechas para o espectador assimilar ele mesmo a narrativa, tudo se torna concreto nas músicas, todos os sentimentos, as angústias. Uma pena, tinha tudo pra ser um excelente musical, mas é apenas um belíssimo filme do ponto de vista estético mas extremamente maçante.
Ela
4.2 5,8K Assista Agora"Ela" não é somente sobre a relação homem e tecnologia, solidão, muito menos consumismo.
Se olharmos fundo nos encontraremos no filme, e para mim é isso que Spike Jonze quer, que nos encontremos, que tenhamos a capacidade de refletir, que sejamos capazes de questionar a nossa existência. Nós nos perdemos diante de coisas, de fatos, do concreto. A subjetividade individual foi posta de lado para dar lugar a uma intricada mecânica de momentos previamente construídos, o mundo moderno nos faz ser o que as coisas pedem para sermos, o movimento do processo de formação do eu passou de fora para dentro e não mais de dentro para fora.
O Sistema Operacional do filme foi capaz de fazer um caminho evolutivo de nascimento, formação, questionamento da existência, conflito e por fim libertação do que os prendiam e juntos partir para a construção de um total uníssono.
Seria belo o homem buscando os mesmos passos, questionando a existência, buscando a semelhança ao perceber que estamos todos sob as mesmas condições e assim juntos nos entregássemos a jornada da vida, criando algo maior do que nós mesmo podemos mensurar, criando a VIDA em si e agradecendo por "Ela".
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraNo começo do filme o áspero diálogo entre a diretora da escola e algum tipo de dirigente estudantil dá o seu recado, o problema é maior.
E é isso que o filme faz, não acusa ninguém particularmente para a situação escolar, do comportamento juvenil, o problemas somos todos nós, todos temos culpa e todos sofremos com a sociedade falida que vivemos, estamos todos como o personagem de Adrien Brody, vazios. E lutamos desesperadamente para mantermos algum tipo de consciência própria capaz de diagnosticar as nossas dificuldades e as dificuldade do mundo que nos cerca.
Mundo que é ambientado no filme através de uma fotografia crua, edição brusca e movimentos de câmera inconstantes.
O diretor Tony Kaye mais uma vez ajuda a criar uma obra capaz de abordar profundos temas, com narrativas que atingem amplos aspectos como no documentário Lake of fire, e fugindo do erro de levantar questões apenas superficiais ao criar personagens densos, como em A outra história americana,
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KAtuações constrangedores, Thiago Mendonça apenas mimetiza os trejeitos de Renato Russo e parece ser apenas uma imitação e não um personagem em si.
O roteiro não se decide entre contar a história do rock de brasília ou a fase inicial da carreira de Renato.
Diálogos previsíveis, forçados, nenhum personagem na trama é aprofundado, nem a relação entre eles, nem mesmo a de Renato com Ana que deveria ser o fio condutor da trama.
Se salvam no filme o trabalho da direção de arte e a fotografia em algumas cenas, nada mais.
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraFilme com arte impecável e com grandes atuações, mas os diálogos excessivamente cantados abafam a trama, a enxurrada de cantos dos personagens não deixam brechas para o espectador assimilar ele mesmo a narrativa, tudo se torna concreto nas músicas, todos os sentimentos, as angústias. Uma pena, tinha tudo pra ser um excelente musical, mas é apenas um belíssimo filme do ponto de vista estético mas extremamente maçante.