O filme não é difícil de entender, mas também não é óbvio. Você precisa encaixar as peças, mas que também não são difíceis de encontrar. Os olhares, as músicas, as cores, todo o ambiente (estrada que vai para lugar nenhum, um deserto), absolutamente todos os elementos são trabalhados para você fechar a gestalt e entender por si só o que, afinal, são esses animais noturnos que se escondem e aparecem quando a gente menos espera. Dá pra ser criativo para enfrentá-los...
Encontrei essa breve análise nas notas do meu celular, que tinha feito para uma das aulas da minha disciplina de Cinema no mestrado e resolvi colocar aqui. Não tem spoiler, mas pode dar indicativo de algumas coisas, então fica o alerta.
Em termos de forma estética, o filme visa a problemática evidenciando seu caráter histórico e diversas determinações, assim como os fatores que perduraram ao longo das vivências das personagens e as consequências que se sucederam a partir disso. São três momentos imprescindíveis que fazem o receptor da obra entender o comportamento das personagens e o que levou ao final tão trágico. O conteúdo evidencia as relações, os sentimentos dos que estão vivendo a história e, principalmente, em como eles não estão separados daquele contexto. A unidade indissociável entre conteúdo e forma nos faz ver a homoafetividade, assim como o sofrimento das personagens, como uma questão individual, social, história mas, principalmente, política. A catarse estética se dá por meio da empatia que sentimos e o sofrimento das personagens que não cessa, mas que pelo contrário, cada vez mais se acentua. O filme vai além e não mostra apenas o sofrimento como culpa, dor e vergonha de ser o que se é, mas também a vergonha de ser o que não é. A dialética constitui a realidade. A infâmia, infelizmente, é legado de todos nós.
Sobre o final: "Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provações e em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais (...)" Hamlet - Shakespeare
Alguns diálogos a gente nunca esquece: - Só deus pode te perdoar. - Mas você acabou de dizer que não acredita em deus! - É exatamente nesse ponto que quero chegar.
Para um filme que levou 12 anos para ser filmado, mostrou tão pobremente características do desenvolvimento humano que mereciam mais atenção e que trazem traços de personalidade marcantes para a vida de uma pessoa, mas que no entanto, pouco parecem afetar a vida de Mason. Filme realista? Sim e não. Eu diria que imagino Mason algum dia sentado em um bar ou café, conhecendo uma moça nova e contando exatamente a história do filme. Aquele momento em que fazemos um rápido esboço da nossa vida mas não contamos os detalhes, não falamos como foram ao certo as transições. Quem sabe Mason não se case com essa moça e resolva contar?
A impressão que me deu é que todas as mudanças que deveriam ter acontecido ao longo da vida do protagonista foram centralizadas no cabelo, já que este sempre mudou mas o humor e personalidade não. E os eventos externos? Mudanças de escola, casa, pessoas ao redor e estilo de vida, além de descoberta de coisas novas como sexualidade e drogas. Alguém percebeu como ele lidou com tudo aquilo de forma totalmente indiferente? "Ah, meu patrão gritou comigo? Tanto faz..." Senhores, somos assim nas nossas histórias, não somos assim na vida real. É claro que podemos lidar de forma calma e tranquila com as situações, algumas pessoas têm uma inteligência emocional aguçada, mas alguém também percebeu que a irmã, mãe e pai também não mudaram de personalidade? Frente a tantas mudanças ocorrendo, parece que o interior continuou sempre o mesmo e existe uma probabilidade muito pequena disso acontecer principalmente em um ambiente conturbado. Já antes de Cristo, Heráclito já dizia que tudo flui e ninguém entra em um rio duas vezes porque estamos em constantes mudanças, afinal, manter a essência é uma coisa, mas se manter à margem de si mesmo é outra completamente diferente. Uma história que tem como objetivo mostrar o crescimento e é bem contada, traz consigo desenvolvimento da personalidade e não alguma coisa pronta dessa forma. Viemos à vida para nos explorar e explorar o mundo, dar algum sentido às potencialidades e ao conatus. O filme passa essa mensagem sim, mas de uma forma superficial, infelizmente. Tinha todos os elementos para se aprofundar e explorar justamente isso, mas não o fez.
É claro que será memorável pelo tempo que levou para ser feito, fotografia e trilha sonora, mas o roteiro que deveria ter sido o xeque mate, não foi.
Somos grandes demais, pequenos demais. Somos velhos de espécie e jovens em um mundo tão velho. Somos aquilo que somos e aquilo que fazem da gente. Somos espirito e um corpo humano. Somos todas nossas questões existencialistas e toda nossa busca por Deus. Somos uma cachoeira, que apesar de tudo, sempre segue em frente. Somos perdão, vingança. Somos amor, toques, sentimentos. Somos vida. Somos morte.
O Harold e a Maude são personagens que nosso senso comum não permite enxergá-los. E é exatamente esse tipo de pessoa que mais gosto. Eles não são só "o garoto deprimido e a velha maluca", eles são muito mais que isso, são pessoas que só as entenderemos se nos aprofundarmos em seus modos de enxergar a vida.
If you want to sing out, sing out, if you want to be free, be free, cause there's a million things to be, you know that there are... ♥
Esse episódio com certeza é um dos que mais me marcaram. Os episódios de DW sempre vão além de viagens, espaço, estrelas, tempo, monstros e aliens, e esse especial envolve a questão de destino, que é algo que eu não consigo formular uma ideia certa para isso. Será que em lugar está escrito as histórias de nossas vidas ou será que nós estamos escrevendo através de ações? Juro que gosto dos inimigos desse episódio, eles são diferentes e tem duas cenas em especial que são muitissimo bem feitas, que sempre me deixam de olhos arregalados e hipnotizada, não importa quantas vezes eu assista. Mas é claro, é Doctor Who, só podia ser incrivel.
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Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraO filme não é difícil de entender, mas também não é óbvio. Você precisa encaixar as peças, mas que também não são difíceis de encontrar. Os olhares, as músicas, as cores, todo o ambiente (estrada que vai para lugar nenhum, um deserto), absolutamente todos os elementos são trabalhados para você fechar a gestalt e entender por si só o que, afinal, são esses animais noturnos que se escondem e aparecem quando a gente menos espera.
Dá pra ser criativo para enfrentá-los...
Infâmia
4.4 300Encontrei essa breve análise nas notas do meu celular, que tinha feito para uma das aulas da minha disciplina de Cinema no mestrado e resolvi colocar aqui. Não tem spoiler, mas pode dar indicativo de algumas coisas, então fica o alerta.
Em termos de forma estética, o filme visa a problemática evidenciando seu caráter histórico e diversas determinações, assim como os fatores que perduraram ao longo das vivências das personagens e as consequências que se sucederam a partir disso. São três momentos imprescindíveis que fazem o receptor da obra entender o comportamento das personagens e o que levou ao final tão trágico.
O conteúdo evidencia as relações, os sentimentos dos que estão vivendo a história e, principalmente, em como eles não estão separados daquele contexto.
A unidade indissociável entre conteúdo e forma nos faz ver a homoafetividade, assim como o sofrimento das personagens, como uma questão individual, social, história mas, principalmente, política.
A catarse estética se dá por meio da empatia que sentimos e o sofrimento das personagens que não cessa, mas que pelo contrário, cada vez mais se acentua. O filme vai além e não mostra apenas o sofrimento como culpa, dor e vergonha de ser o que se é, mas também a vergonha de ser o que não é. A dialética constitui a realidade. A infâmia, infelizmente, é legado de todos nós.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista Agora"But I could have told you, Vincent
this world was never
meant for one as beautiful as you..."
Creepy
3.1 69 Assista AgoraWhat the fuck?!
A Origem da Vida
3.7 266Impossível não lembrar de Tolstói: Todas as famílias felizes são iguais; as infelizes são infelizes cada uma a sua maneira.
E se não fosse a falta de simetria excessiva, poderia achar que era um filme do Wes Anderson.
O Show de Truman
4.2 2,6K Assista AgoraSobre o final:
"Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provações e em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais (...)" Hamlet - Shakespeare
Magia ao Luar
3.4 569 Assista AgoraAlguns diálogos a gente nunca esquece:
- Só deus pode te perdoar.
- Mas você acabou de dizer que não acredita em deus!
- É exatamente nesse ponto que quero chegar.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraPara um filme que levou 12 anos para ser filmado, mostrou tão pobremente características do desenvolvimento humano que mereciam mais atenção e que trazem traços de personalidade marcantes para a vida de uma pessoa, mas que no entanto, pouco parecem afetar a vida de Mason. Filme realista? Sim e não. Eu diria que imagino Mason algum dia sentado em um bar ou café, conhecendo uma moça nova e contando exatamente a história do filme. Aquele momento em que fazemos um rápido esboço da nossa vida mas não contamos os detalhes, não falamos como foram ao certo as transições. Quem sabe Mason não se case com essa moça e resolva contar?
A impressão que me deu é que todas as mudanças que deveriam ter acontecido ao longo da vida do protagonista foram centralizadas no cabelo, já que este sempre mudou mas o humor e personalidade não. E os eventos externos? Mudanças de escola, casa, pessoas ao redor e estilo de vida, além de descoberta de coisas novas como sexualidade e drogas. Alguém percebeu como ele lidou com tudo aquilo de forma totalmente indiferente? "Ah, meu patrão gritou comigo? Tanto faz..." Senhores, somos assim nas nossas histórias, não somos assim na vida real. É claro que podemos lidar de forma calma e tranquila com as situações, algumas pessoas têm uma inteligência emocional aguçada, mas alguém também percebeu que a irmã, mãe e pai também não mudaram de personalidade? Frente a tantas mudanças ocorrendo, parece que o interior continuou sempre o mesmo e existe uma probabilidade muito pequena disso acontecer principalmente em um ambiente conturbado. Já antes de Cristo, Heráclito já dizia que tudo flui e ninguém entra em um rio duas vezes porque estamos em constantes mudanças, afinal, manter a essência é uma coisa, mas se manter à margem de si mesmo é outra completamente diferente.
Uma história que tem como objetivo mostrar o crescimento e é bem contada, traz consigo desenvolvimento da personalidade e não alguma coisa pronta dessa forma. Viemos à vida para nos explorar e explorar o mundo, dar algum sentido às potencialidades e ao conatus.
O filme passa essa mensagem sim, mas de uma forma superficial, infelizmente. Tinha todos os elementos para se aprofundar e explorar justamente isso, mas não o fez.
É claro que será memorável pelo tempo que levou para ser feito, fotografia e trilha sonora, mas o roteiro que deveria ter sido o xeque mate, não foi.
Cantando na Chuva
4.4 1,1K Assista Agora"Moses supposes his toeses are roses, but moses supposes erroneously. Moses he knowses his toeses aren't roses, as moses supposes his toeses to be!"
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraSomos grandes demais, pequenos demais. Somos velhos de espécie e jovens em um mundo tão velho. Somos aquilo que somos e aquilo que fazem da gente. Somos espirito e um corpo humano. Somos todas nossas questões existencialistas e toda nossa busca por Deus. Somos uma cachoeira, que apesar de tudo, sempre segue em frente. Somos perdão, vingança. Somos amor, toques, sentimentos. Somos vida. Somos morte.
Ensina-me a Viver
4.3 873 Assista AgoraO Harold e a Maude são personagens que nosso senso comum não permite enxergá-los. E é exatamente esse tipo de pessoa que mais gosto.
Eles não são só "o garoto deprimido e a velha maluca", eles são muito mais que isso, são pessoas que só as entenderemos se nos aprofundarmos em seus modos de enxergar a vida.
If you want to sing out, sing out, if you want to be free, be free, cause there's a million things to be, you know that there are... ♥
Conta Comigo
4.3 1,9K Assista AgoraSo darling darling, stand by me, oooh, stand by me, oh stand, stand by me, stand by me... ♥
Adam
3.9 825Acho que entendi porque o Adam gostava tanto do universo.
Líbano
3.9 49Que show de interpretação! É isso o que eu chamo de arte, meus amigos.
Doctor Who: The Waters of Mars
4.4 34Esse episódio com certeza é um dos que mais me marcaram. Os episódios de DW sempre vão além de viagens, espaço, estrelas, tempo, monstros e aliens, e esse especial envolve a questão de destino, que é algo que eu não consigo formular uma ideia certa para isso. Será que em lugar está escrito as histórias de nossas vidas ou será que nós estamos escrevendo através de ações?
Juro que gosto dos inimigos desse episódio, eles são diferentes e tem duas cenas em especial que são muitissimo bem feitas, que sempre me deixam de olhos arregalados e hipnotizada, não importa quantas vezes eu assista. Mas é claro, é Doctor Who, só podia ser incrivel.