Nota: 9.5/10. A civilização entre duas selvas. "O diabo vive lá", disse a pequena índia. Sim, e reina nas cortes da Europa, selva ainda mais selvagem, como acusa o Bispo. São esses os dois eixos de uma mesma cruz, na qual agoniza o mártir de coração ou etnia indígena, na qual padece o Paraíso na Terra, regando com sangue o Celestial. Os nativos são salvos da ignorância para morrerem pelas mãos do progresso.
No filme, a missão é semeada com um martírio, o do padre que desce crucificado rio abaixo, e regada com a arte. Uma cruz e uma flauta levam um povo selvagem a construir uma das civilizações mais prósperas em termos de economia, cultura e harmonia social. Não era coisa deste mundo e, por isso, este mundo não a aceitou. A missão foi assassinada como Abel atacado por Caim. Dois filhos do pecado original: o que não era mais inocente, tendo já ouvido a voz de Deus, golpeia de morte seu irmão. Finda a violência, o filme termina também no rio: o corpo de Cristo dissolvido na natureza, o ostensório profanado e o violino. A fé e a arte destroçadas. Mas a morte nunca é o fim para quem crê: rio acima, vão as crianças levando consigo o Reino dos Céus, que lhes é de direito.
Não consigo dar a nota dez porque os padres espanhóis falam inglês.
Nota: 1,5/10. Um homem grande num filme pequeno. É como assistirmos a um pregador eloquente, de uns dois metros de altura, metido numa batina para anões. Ele pode ser bom, as palavras bonitas, mas não tiraremos muito proveito, caso consigamos ser ousados o suficiente para suportar ouvi-lo.
A queda (2022), dirigido por Scott Mann. Nota: 5,1/10. Fica acima da média, que ponho em cinco, por conseguir me deixar pendurado por uma corda tênue, e muito tensa, no meio dum abismo vertiginoso. Claro, queremos o chão, onde estaremos seguros; mas, se largarmos a corda com este fim, embora alcancemos o objetivo, estaremos já espatifados: um banquete aos urubus. Por isso, a suspensão de descrença, durante este filme, é nossa própria suspensão, já que, na altura do inacreditável, tão somente lá (não quero dizer que coisas incríveis não acontecem, mas…) o filme nos sustenta até o fim. Se cada furo de roteiro, falha, forçada, etc. fosse um degrau, a torre seria ainda mais alta que a do filme.
A Missão
3.8 226Nota: 9.5/10. A civilização entre duas selvas. "O diabo vive lá", disse a pequena índia. Sim, e reina nas cortes da Europa, selva ainda mais selvagem, como acusa o Bispo. São esses os dois eixos de uma mesma cruz, na qual agoniza o mártir de coração ou etnia indígena, na qual padece o Paraíso na Terra, regando com sangue o Celestial. Os nativos são salvos da ignorância para morrerem pelas mãos do progresso.
No filme, a missão é semeada com um martírio, o do padre que desce crucificado rio abaixo, e regada com a arte. Uma cruz e uma flauta levam um povo selvagem a construir uma das civilizações mais prósperas em termos de economia, cultura e harmonia social. Não era coisa deste mundo e, por isso, este mundo não a aceitou. A missão foi assassinada como Abel atacado por Caim. Dois filhos do pecado original: o que não era mais inocente, tendo já ouvido a voz de Deus, golpeia de morte seu irmão. Finda a violência, o filme termina também no rio: o corpo de Cristo dissolvido na natureza, o ostensório profanado e o violino. A fé e a arte destroçadas. Mas a morte nunca é o fim para quem crê: rio acima, vão as crianças levando consigo o Reino dos Céus, que lhes é de direito.
Não consigo dar a nota dez porque os padres espanhóis falam inglês.
O Santo de Todos
2.7 1Nota: 1,5/10. Um homem grande num filme pequeno. É como assistirmos a um pregador eloquente, de uns dois metros de altura, metido numa batina para anões. Ele pode ser bom, as palavras bonitas, mas não tiraremos muito proveito, caso consigamos ser ousados o suficiente para suportar ouvi-lo.
A Queda
3.2 744 Assista AgoraA queda (2022), dirigido por Scott Mann. Nota: 5,1/10. Fica acima da média, que ponho em cinco, por conseguir me deixar pendurado por uma corda tênue, e muito tensa, no meio dum abismo vertiginoso. Claro, queremos o chão, onde estaremos seguros; mas, se largarmos a corda com este fim, embora alcancemos o objetivo, estaremos já espatifados: um banquete aos urubus. Por isso, a suspensão de descrença, durante este filme, é nossa própria suspensão, já que, na altura do inacreditável, tão somente lá (não quero dizer que coisas incríveis não acontecem, mas…) o filme nos sustenta até o fim. Se cada furo de roteiro, falha, forçada, etc. fosse um degrau, a torre seria ainda mais alta que a do filme.
Por falar em torre: não é simbolicamente interessante que este objeto um tanto fálico, e seu desmanche, tenha sido o protagonista de toda a tragédia?