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Últimas opiniões enviadas

  • flint

    (desculpem-me por repostar, não sei o que houve, mas não estava mais encontrando o comentário)

    Contem spoilers abertos

    Nos esquecemos de nossa ancestralidade. De onde viemos. Com isso, a gente se perde no para onde ir e inicia condições ruins que se perpetuam. Amélie Poulain estava certa em seu mais famoso dizer e nós temos que lutar contra isso arduamente. Iniciando pelo conhecimento de nosso próprio passado. O real, não o criado para manobrar interesses.

    "Sonhar" é a maior bênção e maldição que uma criança pode ter. Ser criança é dever respeito e atenção acirrada a tudo que envolve o mundo dos adultos e aprender que o sonho é somente para boas noites dormidas. Esse foi o pior de todos os passos dados pela "evolução" humana. Com ele veio o sistema capitalista, veio a sociedade adoecida e o rasgo na foto da utopia como forma bonita de se viver.
    Utopia tem em seu significado, lugar almejado e ideal. E esquecendo a sociedade como meio para entender isso. Reposicionando o termo para nosso interno. Se veja nesse lugar, me veja nesse lugar, nos veja nesse lugar. A lembrança é tão importante para o futuro quanto o futuro é para a lembrança. O tempo é unidade e nós deveríamos ser também.

    O conceito de família foi pulverizado com o decorrer dos "tempos modernos", houve sim, ares onde família era proteção e núcleo de impulso. E mesmo que ainda haja as que se construam nesse contexto e ideal, a grande esmagadora maioria dos núcleos é baseado em "cresça socialmente, eu sei o que é o melhor para você". O poder da palavra familiar na cabeça de uma criança deveria ser de enaltecimento imaginário, expansão de valores espirituais e morais, sem demagogia, com o único intuito de mostrar que o verdadeiro poder é o amor. Mas, separaram as inteligências como cárceres emocionais e a arte no meio disso é inexistente. "São tempos difíceis para os sonhadores".

    Essa é uma mensagem muito importante e muito negligenciada. As famílias na tentativa de proteger, privam. E prender uma mente, é adoece-la.

    É impossível não criar umas boas lágrimas internas ou externas, então, com tudo que Coco constrói em seus atos. Não irei me posicionar sobre os "clichês" da animação, como as saídas rápidas de um perigo, porque essa linguagem é muito bem elaborada para atrair um publico infantil. E esse é o nicho que precisa URGENTEMENTE assistir esse trajeto. Lógico, que adultos devem e muito aprender com as mensagens que voam como Alebrijes em tela, mas o alerta principal é para as pequenas, em tamanho, pessoas. Para que não aceitem os erros deliberados de seus círculos parentais.

    A lenda dos Alebrijes, e também a origem do termo, é ligada a criaturas que nos ajudam contra nosso medos e anseios. Portanto, usar a figura de um cachorro em situação de rua como o guia espiritual de Miguel, é uma das coisas mais bonitas que eu já presenciei no cinema. Não somente pela simbologia de melhor amigo, mas principalmente pela empatia que lidaram com o assunto e pelo chacoalhar de nossa consciência. Dante, teve todo seu processo de inferno. E sem a necessidade de mostrar o que se sucedeu, ganhou suas cores quando ganhou seu real valor merecido. Obrigado roteiristas.

    As musicas respeitam a origem de toda a historia, o México. Alegres, com conotações sentimentais e dedilhados mariachis. Muito bem posicionadas politicamente num ano de especulações criacionais de muros. Os traços da animação ajudam no vislumbre de emoções. A Mamá Coco tem suas rugas e pele quase tão reias quanto a minha avó me olhando. Me emocionei muito diante disso.
    O plot twist é bem elaborado, não tem apelação emocional. Nem haveria motivo para ter. Todo o processo para chegar ali engrandece esse apelo e consegue nutrir uma sincera ligação entre o fora e dentro da tela. É um arco de orbita simples, mas que tem em suas camadas e entrelinhas, a potencia narrativa da Pixar.

    E esse é o real grande trunfo de Coco. Suas camadas. Ele não se fecha em um arco indicativo e centralizado.

    A arte é a forma mais sincera que um corpo tem de se expandir. Seja ela em qualquer área. A arte salva vidas e mentes, desde nossos primeiros antepassados e até o sempre será assim. O hominídeo não tinha vocabulário, mas já desenhava para se livrar de acontecimentos bons ou ruins. E as pinceladas instigadas por uma médica brasileira, resgataram do limbo muitas pessoas dentro de um hospital psiquiátrico. Porém, o egoísmo e a astúcia negativa, com a vinda do capitalismo para a vida social humana, fizeram o uso da arte, assim como o conceito de família, ser deturpado. Logo, não menos importante que nos socar com a noção de escravização emocional familiar, falar sobre esse outro ponto, chega a ser instintivo. As duas colocações se encaixam num mesmo espectro. O de sonhar e se entender. Como já dito antes, na cisão das inteligências a arte não ganha um altar e oferendas. E sendo esquecida, abriu e abre brechas para o surgimento de vilões que se assemelham com suas caricaturas cinematográficas.
    Só precisamos nos lembrar do que fizeram com Amy Winehouse e Michael Jackson.

    Trazer essas questões a tona sobre o alicerce do dia dos mortos, é incrível, quiçá, genial. Deixando bem as vistas que nossas vidas são eternas, porém ao mesmo tempo, únicas. É fato que a verdadeira vida é a que viveremos extracarnalmente. Escrevo isso sem me beneficiar de qualquer religião. Mas, se não deixarmos nossa parcela de bondade e crescimento terreno, nossas ligações e marcas, quem seremos ao sair daqui? Tudo gira em torno do coletivo. Como tem de ser.

    Correr atrás de um sonho não deve ser considerado erro tampouco ser diminuído. Numa sociedade que visa lucrar as custas de qualquer alma, a utopia é o movimento de vida que verdadeiramente temos. Não concordo com Belchior, viver é o igualitário de sonhar, sem maior ou menor porcentagem. Queria que tivessem lançado uma animação com temática parecida nos tempos infantis de meu circulo familiar. Espero que surja algo assim, daqui a alguns anos novamente. Não deixar que esqueçamos essas mensagens é um caminho muito bonito para a construção de um futuro melhor.
    União e empatia.

    Há semelhanças com outra animação de mesma base. Festa no céu. Porém, isso não anula os méritos criados por Coco. Com certeza circula dentre os melhores trabalhos da Pixar.

    Assim como foi em Ratatouille. "Qualquer um pode..." compreender e ensinar e aprender e TUDO. Nossas crianças falam MUITO sobre o que é a verdadeira indentidade da vida. Basta nós deixarmos.

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  • flint

    pode conter spoilers abertos.

    A gente perde muito tempo sendo algo que a gente não é, crescendo algo que não quer e preenchendo as coisas apenas como o materialismo nosso de cada dia. Isso dificulta nossa existência, quando escolhemos ao invés das libertações, as prisões e suas mais variadas formas de culpa, introduzindo em nosso âmago tensitudes.
    Nosso maior sentimento é nossa menor prisão, a mais claustrofóbica de todas elas. Para o espiritismo kardecista, o apego a matéria é uma das piores coisas que um espírito desencarnado pode enfrentar, porque com ele, a noção de tempo se esvai e segundos podem parecer anos e anos podem simplesmente sumir. Mas não importa se há ligação religiosa dentro de quem lê isso ou vê o filme, viver é um ato espirituoso e se apegar a coisas que passarão em cronologias temporais completamente diferentes do nosso espírito, é subverter a nossa principal lei. Viver.

    A Ghost Story, sendo um longa existencialista, traz uma visão completamente nova para um assunto já muito discutido no cinema e em outras formas de arte e conversas. Quando o espírito de um marido volta a sua antiga casa, onde ainda vive a sua mulher, a nossa compreensão sobre o que é vida, o que nos cerca, o que é efêmero, sobre nós mesmos, caminha junto a um fantasma que só entende, a principio, que necessita de alguma coisa para se creditar ainda “vivo”. Para cumprir e suprir suas lacunas. Talvez essa seja a nossa menor prisão. A nossa noção de que precisamos provar a futuras, passadas e presentes gerações que estamos naquele tempo e lugar, nos mantendo indiscutivelmente donos.

    A coragem de David Lowery, diretor e roteirista, nos chega desde a escolha do enquadramento, remetendo, pra mim, a algo caseiro e intimista, já com a intenção de nos fazer imergir naquela situação. Situação que traz as vistas uma noção de tempo completamente deslinear e ao mesmo tempo cíclica. É um arco fechado e entupido de ramificações em seu trajeto, é uma vida, “porque tudo que é vivo, morre”.

    Não sou tanto de tentar ler as partes técnicas dos filmes que vejo, mas não da pra passar batido pela direção de arte aqui. Há um quebra cabeças muito bem montado entre imagens e sons. Escolher traduzir o filme em poucas falas, intensifica a relação de angustia e desconforto. A fotografia é muito bonita, é escura, mas muito bem detalhada e minimalista (dê pause em alguns frames e terá quadros ótimos a serem emoldurados, de verdade). A outra peça vem da paleta de cores sem vida, mesmo onde há vida. Somente em um momento do filme que isso se modifica e é justamente no momento em que o personagem do Casey Affleck, o fantasma, mais se sente desconexo e com raiva. Interagindo com o ambiente de forma rude e abrupta. E por fim, me parece que ao compor a trilha sonora, Daniel Hart, que assina essa parte, se comprometeu a sentir o espectador do seu lado lhe dizendo "essa nota nos causa esse sentimento", porque ela vem para conversar com a gente olho no olho, com expressões de calma, dor, vazio, esperança.

    O filme fala muito sobre o tempo, sobre subjetividade do passar dele. Há cenas com cortes temporais muito rápidos e outras que se justificam longas com os sentimentos ruins dos personagens. Uma em específico, onde a personagem da Ronney Mara come uma torta sentada por grandes minutos. Nada acontece além dela comento a torta. Chega um momento que é intragável até para quem está assistindo e ali a gente percebe a que ponto David Lowery vai para explicar a história. Como ele escolheu de forma sutil e muito inteligente construir sua forma de narrar o caminho. Explicar não é a melhor palavra para um filme tão em aberto. Contar é a palavra. É um conto que pode ser de qualquer pessoa e não vejo possibilidades diferentes a quem se entregar, que não um dia(s) ou noite(s) inteira pensando no "que porra foi essa?", "o que eu faço agora?". Completamente metafórico e cheio de significados. É um banquete.

    Existem muito mais coisas para falar e escrever sobre ele, mas não acho que eu consiga exprimir sem assisti-lo mais algumas vezes e talvez, nem assim eu consiga. Fica por conta de cada casa.

    p.s O monologo durante a festa, além de lindo é eficaz em nos direcionar. Por mais que pareça expositivo, ele é essencial na narrativa e é o contraponto do protagonismo do apego. É o instante de vazio nos filmes do Miyazaki.

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  • flint

    Por estarmos tão mal acostumados a receber tudo em mãos, filmes com finais em aberto ou sem respostas diretas, passam a se enquadrar apenas como margens de erro. Não estamos diante de uma obra prima, mas Sam Was Here é tão importante para a sua época, quanto qualquer outro filme que não se adeque apenas para agradar.

    A maior preocupação que permanece entre o longa que dissertarmos e essa condição que foi citada, é que não é difícil imaginar o caminho proposto. Não há grandes alternativas ou complicações tão extraordinárias em seu final. Ele apenas não é direto, mas se guia habilmente por sua historia, que mesmo não sendo tão original, se faz bem feita. E ainda assim, em quase todas as palavras que os textos usam para descreve-lo, temos que é um filme chato por não se responder.
    Enfim.

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    De inicio, imaginei ser um estudo de personagem, mas as coisas vão se intensificando e colaborando para ser um estudo da psique de alguém. É como viajar dentro de uma mente em transe, direcionada de forma proposital a pensar em algo. E com isso, os apontamentos sobre a lavagem cerebral que a mídia nos impõe é muito sagaz e inteligente. A única voz que liga Sam ao resto do mundo, é um programa de rádio que facilmente podemos associar a programas televisivos de sensacionalismo. No caso, é a construção da historia que importa, não como ela se iniciou. O que por vezes pode ser irresponsável, aqui se torna cruel. Com boas doses de violência não gratuita e um percorrer denso e massivo.

    Se levarmos em consideração o aspecto espiritualista,

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    podemos citar que, o eterno ciclo proporcionado pela culpa é o gerador que move os acontecimentos em torno de Sam, personagem principal e quase único. Há vários indícios disso em seus monólogos com o telefone ou nas frases escutadas no rádio. Contudo, dentro ou fora da tela, as perguntas são as mesmas e o sentimento é quase igual. A ambientação é magistral ao ligar diretamente o espectador ao personagem. E mesmo que nós tenhamos uma visão um pouco privilegiada dos fatos, entender o algoz como o julgado, é um processo caloroso e agoniante.

    Ao esbarrar em clichês de seu próprio estilo, como suas cores amareladas e seus planos abertos, utiliza-os a seu favor. Em crescente densidade e claustrofobia. Talvez essa seja a diferença mais importante entre filmes que permanecem no limbo, vagando em seus territórios sem escolher para que lado vão, por não conseguirem se ater a algo e filmes que vagam porque sabem bem que seu posicionamento é não se entregar por completo. É a seriedade que empregam as técnicas e a seu próprio curso.
    Cito a direção de arte e o uso das mascaras como exemplo.

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    Por mais recorrente que seja no cinema de horror, principalmente no subgênero slasher, aqui ela tem propósito e firmeza. Não é para esconder as identidades, é por elas não serem importantes. E aproveito para dizer que a imagem frontal do urso de pelúcia no carro é assustadora.

    Diretores que se colocam em posições sem meio termo entre os gostos de quem os assiste, são ótimas espécies cinematográficas. Mesmo quando o resultado não nos é satisfatório. Porque apesar de não superar nossas expectativas ou ideias, são corajosos no mercado financeiro que impera e principalmente , são corajosos em se aceitar como são.
    É amar ou odiar o final de O Nevoeiro, por exemplo.
    Entendo que hajam filmes que se dificultam apenas para maior propagação. Mas não é o caso aqui.

    Chegamos ao ponto de usar o cinema apenas como forma de entretenimento. E mesmo que essa seja uma das suas funções em raiz, não podemos simplesmente aceitar o processo de, perdão pelo termo, “idiotização” como parâmetro para classificar filmes como bons ou ruins.
    Entre gostar ou não de um filme, há muito mais que o fadigado “é a minha opinião” e motivos são MUITO importantes. Sempre foram, mas atualmente se fazem essenciais.

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