O filme ao meu ver, fala sobretudo, da representação social dos papéis dela e para ela criados. Fala sobre como muito do que a cultura cristã e ocidental vê como parâmetros de conduta. A forma como Lucas é visto antes e depois da acusação, como sua possível “doença” altera sua imagem, o tratamento da cidade para com ele até sua jornada ao se redimir. O olhar de Klara ao longo do filme muitas vezes é um ponto primordial pro nosso discernimento da narrativa em contrapartida ao de Lucas. Colocando em pauta talvez o que seja o cerne da questão.
A fotografia desse filme é uma das coisas mais lindas que já vi... A forma como morte e vida são retratados realça ainda mais a história, tudo muito coeso e conversado com a linguagem cinematográfica proposta. E o que falar da atuação do Javier? Direção impecável tbm.
Um filme que merecia ter sido melhor aproveitado. Até o segundo ato, o diretor e o roteiro foram incríveis, depois ficou tudo muito rápido e 'exprimido'. Brilhante atuação do Robert!
Em alguns momentos achei que estava assistindo "A Montanha Sagrada" novamente, só que uma versão mais ritualística... Uma estória meio exaurida, porém mantém a qualidade das obras do Ari.
É daqueles filmes que você sente que se você assistir mais duas ou três vezes, se torna um dos seus favoritos, de primeira, um tanto quanto enigmático. Salve a trilha e os diálogos e deixe que as imagens salvem-se sozinhas.
Uma falta de afago em como se baseia a sociedade moderna, que passa por mudanças metaforicamente caracterizadas em aspectos físicos, estruturais e em como se pensa ela mesma. Seja nas cenas nas quais o diretor se beneficia dos atores para dizer mais do que criticar ou na trilha que enfatiza descaradamente essa própria insistência em dar vida a um roteiro imaginário, que se não fosse contado cinematograficamente se assemelharia aos textões de Facebook. Me fez lembrar de um livro chamado "Abandonarás teu pai e tua mãe" de Philippe Julien".
Uma direção bem cru para um roteiro que sugere o mesmo, revelando as várias identidades de uma artista, uma terrorista de identidades. Muita câmera na mão, música política e uns focos fodidos em contraposto de alguns planos bem quadrados e estáticos. Talvez de longe um documento histórico que no momento atual do país transborda o grito de liberdade e autonomia.
Escrever sobre o documentário é fácil, cumpre o papel que se propõe, de forma bastante convincente e em muitos momentos de suma importância, beira o cru e a realidade desconfortante. Entretanto vai além, deixa lacunas e brechas que ou pairam diante da imagem formada ou literalmente foram abertas para futuras discussões. Ao meu entender o diretor mais do que dar voz aos relatos, soube malear inteligentemente as influências consideradas entre o que aconteceu através da mídia, das possíveis vítimas, do acusado, das famílias e o mais curioso: os ambientes em que supostamente aconteciam. Ao assistir a obra me deparei com momentos de ira, desconstrução, dúvidas, até mesmo desconfiança, mas sobretudo o sentimento que mais se sobressaiu foi o de instabilidade. Durante as duas partes me senti instável, ao receber, analisar e automaticamente racionalizar. Ao fim sobra o mesmo sentimento e uma única certeza que mais se parece com uma crítica. Seria Michael dono de várias personas ou várias personas seriam donas de Michael?
Mais um filme do Spike que vejo e o sentimento é de que o cinema ainda tem sua função real em evidência. O entretenimento não o tomou por completo. Numa absorção de roteiros cada vez mais feitos para agradar aos olhos, temos essa obra que eleva a perspectiva de quem produz e quem apenas consome arte. Mais do que enxergar-se este é claramente um filme para a supremacia. Mesmo que o Brasil ainda seja um pouco atrasado em questões raciais, aqui vemos em contrapartida os EUA, que não só exprime sua verdadeira cara de pau como expõe-se novamente como a escória dos países desenvolvidos. Não seria a reflexão o principal intuito aqui? Tá todo mundo bancando o crítico cinematográfico...
Custei a vê-lo e sabia muito antes que se tratava de uma obra a ser desconstruída de parâmetros comuns, e definitivamente as primeiras conclusões que vierem com o desfecho.
Michaela hipnotiza em cena, sua interpretação envolve e salva o enredo. Seu parceiro de cena ajuda, mas parece que não fica mt clara a maneira como tudo se desenvolve, as musicas deveriam guiar só que ainda sim ficam meio distantes dos temas tão profundos que o roteiro aborda, sobretudo da solidão da mulher negra. Não tem nada de muito negativo, gostei dos personagens e da direção, se fosse mais direto e menos "alongado" talvez perdesse o intuito (se tiver sido esse).
O mapa de luz embeleza mais ainda as cenas e traz toda a nostalgia da época, tudo entrelaçado com os assuntos delicados e a carga do documentário. As entrevistas são fluídas, gerando assim, espaço para digerir e deixando o roteiro mais natural e nada presunçoso. Um clássico vivo e atual que deveria ser visto e estudado como forma de conscientização, comunicação e luta por mais equanimidade dos grupos marginalizados, distantes de serem apenas minorias.
Ava merece muito por nos conceder essa preciosidade audiovisual. Histórico e necessário, com certeza foi elaborado pra dialogar com gerações distintas e o mais certeiro foi a forma como isso soou. Os diálogos inteligentes exploram diferentes argumentações e me emocionou muito a maneira que as imagens foram trabalhadas para que fossem expostos, e de uma forma biográfica, os processos que Martin travou em sua luta. Ainda que sejam apenas frações (e que frações!) de uma batalha que continua nos dias de hoje. O filme pôde deixar claro a responsabilidade que a comunidade americana carrega consigo, depois dos avanços em questões raciais nos EUA. A pergunta que termina o longa é na verdade uma resposta aos retrocessos atuais. Engrandecido!
É sutil a forma como o Linklater cria uma história tão perene e ao mesmo tempo tão inconstante em sua perspicácia. Tinha visto o segundo filme antes, e posso afirmar que os dois são completamente carregados de emoções distintas e significativas. Os atores são singulares e conseguem elevar os diálogos para níveis onde não se cabe expressões que as possam definir em meras palavras. Meu favorito no meio dos borbulhões dos romances cinematográficos.
Ainda há coragem em ser resiliente quando há merda por todo lado. Cada cena uma inquietude que paralisa e embeleza a atmosfera do roteiro. Cada ator representa uma faceta humana (pelo menos das abordadas). Apaixonante a forma como as cenas te levam pra um mesmo espaço de reflexão absurda.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraO filme ao meu ver, fala sobretudo, da representação social dos papéis dela e para ela criados. Fala sobre como muito do que a cultura cristã e ocidental vê como parâmetros de conduta. A forma como Lucas é visto antes e depois da acusação, como sua possível “doença” altera sua imagem, o tratamento da cidade para com ele até sua jornada ao se redimir. O olhar de Klara ao longo do filme muitas vezes é um ponto primordial pro nosso discernimento da narrativa em contrapartida ao de Lucas. Colocando em pauta talvez o que seja o cerne da questão.
Biutiful
4.0 1,1KA fotografia desse filme é uma das coisas mais lindas que já vi... A forma como morte e vida são retratados realça ainda mais a história, tudo muito coeso e conversado com a linguagem cinematográfica proposta. E o que falar da atuação do Javier? Direção impecável tbm.
Bom Comportamento
3.8 392Um filme que merecia ter sido melhor aproveitado. Até o segundo ato, o diretor e o roteiro foram incríveis, depois ficou tudo muito rápido e 'exprimido'. Brilhante atuação do Robert!
As Golpistas
3.5 538 Assista AgoraÓtimas passagens e atrizes estonteantes. Trilha e enredo que dão um toque de surpresa ao longo da narrativa.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraEm alguns momentos achei que estava assistindo "A Montanha Sagrada" novamente, só que uma versão mais ritualística... Uma estória meio exaurida, porém mantém a qualidade das obras do Ari.
Reflexões de um Liquidificador
3.8 583 Assista AgoraSelton nunca decepciona, e o que falar da atuação Ana Lúcia Torre? Devaneios do liquidificador são hilários.
Rastros de um Sequestro
3.8 563 Assista AgoraDaria uma boa série pro tanto de reviravolta.
Nós Não Envelheceremos Juntos
3.8 10Quem quer um relacionamento desse bicho? Só pra aprender!
Adeus ao Sul
3.6 12É daqueles filmes que você sente que se você assistir mais duas ou três vezes, se torna um dos seus favoritos, de primeira, um tanto quanto enigmático. Salve a trilha e os diálogos e deixe que as imagens salvem-se sozinhas.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraNotório a incrível evolução no roteiro criado pela Greta.
Força Maior
3.6 241Uma falta de afago em como se baseia a sociedade moderna, que passa por mudanças metaforicamente caracterizadas em aspectos físicos, estruturais e em como se pensa ela mesma. Seja nas cenas nas quais o diretor se beneficia dos atores para dizer mais do que criticar ou na trilha que enfatiza descaradamente essa própria insistência em dar vida a um roteiro imaginário, que se não fosse contado cinematograficamente se assemelharia aos textões de Facebook. Me fez lembrar de um livro chamado "Abandonarás teu pai e tua mãe" de Philippe Julien".
Alita: Anjo de Combate
3.6 813 Assista AgoraOlha só o Caetano Veloso no elenco
Bixa Travesty
4.3 78 Assista AgoraUma direção bem cru para um roteiro que sugere o mesmo, revelando as várias identidades de uma artista, uma terrorista de identidades. Muita câmera na mão, música política e uns focos fodidos em contraposto de alguns planos bem quadrados e estáticos. Talvez de longe um documento histórico que no momento atual do país transborda o grito de liberdade e autonomia.
Eu Não Quero Dormir Sozinho
3.7 26Aquele gélido desconforto que sucumbe a profunda sensação do desamparo humano.
Deixando Neverland
3.4 245Escrever sobre o documentário é fácil, cumpre o papel que se propõe, de forma bastante convincente e em muitos momentos de suma importância, beira o cru e a realidade desconfortante. Entretanto vai além, deixa lacunas e brechas que ou pairam diante da imagem formada ou literalmente foram abertas para futuras discussões. Ao meu entender o diretor mais do que dar voz aos relatos, soube malear inteligentemente as influências consideradas entre o que aconteceu através da mídia, das possíveis vítimas, do acusado, das famílias e o mais curioso: os ambientes em que supostamente aconteciam. Ao assistir a obra me deparei com momentos de ira, desconstrução, dúvidas, até mesmo desconfiança, mas sobretudo o sentimento que mais se sobressaiu foi o de instabilidade. Durante as duas partes me senti instável, ao receber, analisar e automaticamente racionalizar. Ao fim sobra o mesmo sentimento e uma única certeza que mais se parece com uma crítica. Seria Michael dono de várias personas ou várias personas seriam donas de Michael?
O Anjo Embriagado
4.0 36 Assista AgoraUm bom filme trabalha perspectivas!
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraMais um filme do Spike que vejo e o sentimento é de que o cinema ainda tem sua função real em evidência. O entretenimento não o tomou por completo. Numa absorção de roteiros cada vez mais feitos para agradar aos olhos, temos essa obra que eleva a perspectiva de quem produz e quem apenas consome arte. Mais do que enxergar-se este é claramente um filme para a supremacia. Mesmo que o Brasil ainda seja um pouco atrasado em questões raciais, aqui vemos em contrapartida os EUA, que não só exprime sua verdadeira cara de pau como expõe-se novamente como a escória dos países desenvolvidos. Não seria a reflexão o principal intuito aqui? Tá todo mundo bancando o crítico cinematográfico...
Festa de Família
4.2 396 Assista AgoraCustei a vê-lo e sabia muito antes que se tratava de uma obra a ser desconstruída de parâmetros comuns, e definitivamente as primeiras conclusões que vierem com o desfecho.
No Ritmo da Sedução
2.9 31 Assista AgoraMichaela hipnotiza em cena, sua interpretação envolve e salva o enredo. Seu parceiro de cena ajuda, mas parece que não fica mt clara a maneira como tudo se desenvolve, as musicas deveriam guiar só que ainda sim ficam meio distantes dos temas tão profundos que o roteiro aborda, sobretudo da solidão da mulher negra. Não tem nada de muito negativo, gostei dos personagens e da direção, se fosse mais direto e menos "alongado" talvez perdesse o intuito (se tiver sido esse).
Oldboy
4.3 2,3K Assista AgoraUma aula de roteiro!
Paris is Burning
4.5 242O mapa de luz embeleza mais ainda as cenas e traz toda a nostalgia da época, tudo entrelaçado com os assuntos delicados e a carga do documentário. As entrevistas são fluídas, gerando assim, espaço para digerir e deixando o roteiro mais natural e nada presunçoso. Um clássico vivo e atual que deveria ser visto e estudado como forma de conscientização, comunicação e luta por mais equanimidade dos grupos marginalizados, distantes de serem apenas minorias.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade
4.2 794Ava merece muito por nos conceder essa preciosidade audiovisual. Histórico e necessário, com certeza foi elaborado pra dialogar com gerações distintas e o mais certeiro foi a forma como isso soou. Os diálogos inteligentes exploram diferentes argumentações e me emocionou muito a maneira que as imagens foram trabalhadas para que fossem expostos, e de uma forma biográfica, os processos que Martin travou em sua luta. Ainda que sejam apenas frações (e que frações!) de uma batalha que continua nos dias de hoje. O filme pôde deixar claro a responsabilidade que a comunidade americana carrega consigo, depois dos avanços em questões raciais nos EUA. A pergunta que termina o longa é na verdade uma resposta aos retrocessos atuais. Engrandecido!
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraÉ sutil a forma como o Linklater cria uma história tão perene e ao mesmo tempo tão inconstante em sua perspicácia. Tinha visto o segundo filme antes, e posso afirmar que os dois são completamente carregados de emoções distintas e significativas. Os atores são singulares e conseguem elevar os diálogos para níveis onde não se cabe expressões que as possam definir em meras palavras. Meu favorito no meio dos borbulhões dos romances cinematográficos.
Grandes Ambiçôes
4.0 5Ainda há coragem em ser resiliente quando há merda por todo lado. Cada cena uma inquietude que paralisa e embeleza a atmosfera do roteiro. Cada ator representa uma faceta humana (pelo menos das abordadas). Apaixonante a forma como as cenas te levam pra um mesmo espaço de reflexão absurda.