É uma minissérie interessante, embora não apresente surpresas em seu arco narrativo. Tenta recriar o que foi o "Match do Século" à sua maneira, já que os paralelos na história de Bobby Fischer são evidentes. Caso você não tenha ideia de quem seja, assista ao documentário "Bobby Fischer Contra o Mundo" (2011) ou ao filme "O Dono do Jogo" (Pawn Sacrifice, 2015).
A novidade aqui foi trazer um personagem feminino para agradar nichos identitários e, a partir disso, gerar algum debate sobre lutas feministas, costumes, tradições e o papel da mulher na sociedade. Nesse caso, funciona bem pela trama ser de época. É mais fácil construir essa narrativa e propor tais reflexões, mas talvez não fosse tão eficiente numa trama contemporânea, devido ao advento do computador e todo o avanço tecnológico, onde o Xadrez foi democratizado e hoje existem muito mais pessoas, e consequentemente mulheres, jogando Xadrez, o que é muito bom. Dito isso, os princípios presentes na minissérie são bem executados. Garry Kasparov foi um dos consultores especiais e, com isso, os elementos competitivos inerentes ao jogo são bem explorados. Inúmeras referências são citadas, seja sobre jogadores lendários, questões de jogo como nomes de aberturas e termos enxadrísticos, o que enriquece a trama, sem falar que a direção de arte, fotografia, figurino e ambientação estão impecáveis.
A construção da personagem Beth Harmon e a interpretação de Anya Taylor-Joy são boas, embora um pouco engessadas e previsíveis. A trama em si não tem um grande momento, uma grande virada, sendo apenas uma boa estória sobre uma garota órfã prodígio que, através do Xadrez, tenta encontrar seu lugar no mundo e ter controle sobre sua vida, escolhas, traumas e expectativas. Logo percebe que a vida é mais complexa do que o jogo do qual ela possui alto controle, que às vezes é necessário ouvir, aceitar ajuda e que nem sempre é possível fazer tudo sozinha ou por intuição.
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
O Gambito da Rainha
4.4 931 Assista AgoraÉ uma minissérie interessante, embora não apresente surpresas em seu arco narrativo. Tenta recriar o que foi o "Match do Século" à sua maneira, já que os paralelos na história de Bobby Fischer são evidentes. Caso você não tenha ideia de quem seja, assista ao documentário "Bobby Fischer Contra o Mundo" (2011) ou ao filme "O Dono do Jogo" (Pawn Sacrifice, 2015).
A novidade aqui foi trazer um personagem feminino para agradar nichos identitários e, a partir disso, gerar algum debate sobre lutas feministas, costumes, tradições e o papel da mulher na sociedade. Nesse caso, funciona bem pela trama ser de época. É mais fácil construir essa narrativa e propor tais reflexões, mas talvez não fosse tão eficiente numa trama contemporânea, devido ao advento do computador e todo o avanço tecnológico, onde o Xadrez foi democratizado e hoje existem muito mais pessoas, e consequentemente mulheres, jogando Xadrez, o que é muito bom. Dito isso, os princípios presentes na minissérie são bem executados. Garry Kasparov foi um dos consultores especiais e, com isso, os elementos competitivos inerentes ao jogo são bem explorados. Inúmeras referências são citadas, seja sobre jogadores lendários, questões de jogo como nomes de aberturas e termos enxadrísticos, o que enriquece a trama, sem falar que a direção de arte, fotografia, figurino e ambientação estão impecáveis.
A construção da personagem Beth Harmon e a interpretação de Anya Taylor-Joy são boas, embora um pouco engessadas e previsíveis. A trama em si não tem um grande momento, uma grande virada, sendo apenas uma boa estória sobre uma garota órfã prodígio que, através do Xadrez, tenta encontrar seu lugar no mundo e ter controle sobre sua vida, escolhas, traumas e expectativas. Logo percebe que a vida é mais complexa do que o jogo do qual ela possui alto controle, que às vezes é necessário ouvir, aceitar ajuda e que nem sempre é possível fazer tudo sozinha ou por intuição.