Graciela Erthal

Quando mentiras ou meias verdades se transformam em verdades absolutas, corremos o risco de cometer grandes injustiças. Esse roteiro maravilhoso nos mostra como pré-julgamentos podem ter consequências gravíssimas.
Aqui, nessa história, ninguém saiu ileso.
Um filme lindo demais, necessário nos tempos que vivemos.
Saí desolada do cinema, acabou comigo, mas recomendo fortemente.

Essa versão não oferece toda a tensão que encontramos na adaptação de 1971 com Clint Eastwood no papel do vilão John McBurney.
Achei boa a atuação da Nicole, mas o restante do elenco não me cativou tanto. Gostei mesmo foi da direção de arte, figurinos e a fotografia bem sombria, que podia ter ajudado muito mais no clima de tensão, se a direção utilizasse melhor.

Um belíssimo melodrama no melhor estilo anos 90, tem um vibe novela mexicana no ar, uns enquadramento altamente dramáticos, não sei explicar. É um filme lento, não tem grandes momentos, mas tem cenas que te pegam.
Dito isso, o que carrega esse filme mesmo são as atuações do trio de protagonistas que entregaram tudo e mais um pouco.
Natalie, amiga ... o que é isso?? Uma obsessão com toques de psicopatia, sendo que no final não passava de insegurança, wow. Charles Melton, gato demais e achou perfeitamente o menino pai de família, perdido dentro do mundo imaginário criado por Grace. Julianne Moore, sem palavras, indo da suposta fragilidade para um ser desprezível num piscar de olhos, literalmente.
Confesso que saí do cinema sem saber o que pensar exatamente, e hoje revi em casa, por que precisava ver essas atuações mais uma vez.