O filme se torna interessante a cada minuto, porém é extremamente incômodo e problemático que as travestis da história sejam tratadas como homens. Além da artista que serve de professora para Juan, há Ignácio que, mesmo completamente mulher, ainda se apresenta no masculino e com nome masculino. Além de ter sido estuprada na Igreja, tem sua identidade apagada em casa (e no filme)... O que culmina no seu assassinato. Juan deixa bem claro que o motivo principal de matar a própria irmã foi o preconceito: “tu no sabes lo que es tener un ‘hermano’ como Ignácio e vivir en un pueblo”, diz chorando como se isso justificasse. E quanto às dores dela, que pareciam ser muitas? Em momento algum o filme nos leva a refletir sobre a travestilidade e deixa um buraco enorme sobre quem é a mulher Ignácio, com fortes doses de transfobia.
“Nós estamos rompendo a barreira da marginalidade!”, manifesta Erika Hilton ao final do documentário. Ele é sobre isso. Sobre duas diferentes trajetórias, de Erika e de Jacqueline Chanel, enquanto transvestigêneres que se unem numa mesma luta contra a marginalização da população trans. Falta muito para o ideal, mas a comunidade trans tem reunido vitórias. Documentários como esse são necessários para registrar a resistência e o avanço da luta, junto aos seus discursos contra o CIStema.
Glauber Rocha usa os bastidores da política de Eldorado, um país latinoamericano fictício, para desenvolver os padrões políticos brasileiros (por que não latinoamericanos?). Eldorado exibe muitas semelhanças com o Brasil da época de Glauber e com o de hoje, 53 anos depois: marcado pela ascenção do populista de esquerda, Felipe Vieira, e de sua queda para um direitista reacionário e conservador. Ambos hipócritas, sem compromisso em tirar o povo da miséria e abraçados pelas classes intelectual e religiosa, mas sobretudo ajoelhados ao capital internacional. Seria este um retrato de uma democracia burguesa? Não podendo esquecer o quanto a prostituição ideológica de Paulo Martins, um jornalista intelectual, simboliza o poder da mídia na construção da imagem intocável e perfeita de um líder nacional. Paulo precisa entender que não se deve suprimir a voz do povo; deve-se valorizar a voz do povo, a fim de remodelar esta democracia que só atende aos mais abastados. Terra em Transe é uma obra visceral, profunda, poética. A teoria se encontrando com a prática. Um “mundo real” num filme que trabalha com exageros simbólicos (na imagem e no áudio) e que só nos põe de frente com o Brasil aqui fora da tela, ainda mais semelhante com Eldorado que há 50 anos.
Essa obra fundamenta não somente as músicas do álbum AmarElo, de Emicida, como também a luta contra as desigualdades, ao racismo e à lgtbfobia. O caminho para um Brasil melhor está no samba; na nossa história, que é esvaziada e esquecida pelo discurso colonialista. Precisamos nos lembrar da nossa história brasileira e predominantemente negra para, então, conseguirmos exercer um enfrentamento às mazelas sociais de nosso país. Tudo isso é pra ontem.
Acredito que perdi muito do ambiente por não entender as questões culturais dos coreanos. É no mínimo curioso que um coreano queira se tornar japonês ou que ame a arquitetura inglesa a ponto de renunciar a própria tradição e identidade coreana.
Muito bem produzido e atuação excelente de Wagner Moura. Infelizmente o filme se perde bastante abordando o lindo romance entre Sergio e Carolina. Acredito que seria mais coerente com a sinopse se focasse mais na trajetória política.
Filme incrível! Os diálogos, tumultuados e por vezes longos, me deixaram próximo às personalidades distintas das irmãs e também da vida delas como mulheres. Questões maritais e de futuro profissional estiveram muito presentes ao filme. Quando
Laurence é cobrado por Amy por respostas sobre seu futuro e sobre não ter vergonha da embriaguez,
achei inevitável pensar que homens recebem uma maior permissividade que as mulheres. Falo isto para exemplificar o quanto o filme é rico em seus detalhes, sem cair em discursos ostensivos. Achei riquíssimo e não posso deixar de comentar sobre o quanto a atuação da Florence Pugh me impressionou: de uma personagem impulsiva à equilibrada, ela não perdeu o realismo! Por vezes pensei que Amy fosse outra pessoa na fase adulta. Sobre o filnal, achei excelente, pois entendi que
a Jo só decidiu casar com o Laurence por carência.
Em resumo, ainda que com suas falhas de edição, é um filme de boas atuações e de roteiro que mexe com o público. As personagens atraem nossa atenção e empatia; a F. Pugh, então, foi incrível nesse filme.
Que filme! A fotografia é o motor dessa obra tão imersiva. Tenso do início ao final! Algumas reflexões são suscitadas nos poucos diálogos do filme, o que considerei como interessantíssimo. Uma das frases que ficou em minha mente foi a seguinte:
Senti falta de uma conclusão mais emblemática dos acontecimentos, mas foi um filme que gostei de ver. A crítica à intolerância protestante é latente e necessária. A submersão na vida dentro e em volta do Maracatu é muito vívida; me senti próximo!
Assisti ao filme no Cine Teatro Recreio, em Rio Branco-AC, no dia 16/01/2020.
achei péssima a bandeira americana hasteada ao final, como se fossem os salvadores do mundo na segunda guerra mundial... Sabemos que não foi bem assim.
A excelente atuação dos protagonistas não esconde a direção simplista do Baumbach, provavelmente com a intenção de tornar a história mais verossímil. Confesso que não me entretive muito com os diálogos, demasiadamente superficiais e emotivos. Vejo esta história como algo que seria melhor aproveitado em um livro.
Achei esse filme incrível! Entendo a aversão de muitos a esta produção pela sua forma, mas a sexualidade como ela é retratada e também questionada pelo entendimento de gênero é incrivelmente marcante. Há um ar de misoginia enrustida em alguns momentos do filme que me fizeram lembrar de Anticristo.
Achei bom. Esperava algo muito mais ofensivo, mas a sátira aos personagens espelha o comportamento contemporâneo dos jovens e das relações maritais. Suscita muitas questões pertinentes, lembrando um pouco o estilo Monty Python, por isso poderia até ter apostado em musicais no filme, estendendo e enriquecendo a história.
Arrastado, mas satisfatório. Comédia triste que nos faz refletir sobre o consumo de carne e a ganancia capitalista. A princípio, decidi assistir este filme por causa do diretor, que é o mesmo de Parasite, e encontrei um filme não tão excepcional, no entanto digno de elogios pela boa produção e roteiro bem polido.
Produção incrível e personagens interessantes, baseado numa história verdadeira, porém bastante enfadonho. Muitos diálogos desnecessários. Foi um filme que não me animou.
Revelação
4.6 56Documentário fundamental! Pretendo assistir mais vezes.
Má Educação
4.2 1,1K Assista AgoraO filme se torna interessante a cada minuto, porém é extremamente incômodo e problemático que as travestis da história sejam tratadas como homens. Além da artista que serve de professora para Juan, há Ignácio que, mesmo completamente mulher, ainda se apresenta no masculino e com nome masculino. Além de ter sido estuprada na Igreja, tem sua identidade apagada em casa (e no filme)... O que culmina no seu assassinato. Juan deixa bem claro que o motivo principal de matar a própria irmã foi o preconceito: “tu no sabes lo que es tener un ‘hermano’ como Ignácio e vivir en un pueblo”, diz chorando como se isso justificasse. E quanto às dores dela, que pareciam ser muitas?
Em momento algum o filme nos leva a refletir sobre a travestilidade e deixa um buraco enorme sobre quem é a mulher Ignácio, com fortes doses de transfobia.
Sagradas
4.2 1“Nós estamos rompendo a barreira da marginalidade!”, manifesta Erika Hilton ao final do documentário. Ele é sobre isso. Sobre duas diferentes trajetórias, de Erika e de Jacqueline Chanel, enquanto transvestigêneres que se unem numa mesma luta contra a marginalização da população trans. Falta muito para o ideal, mas a comunidade trans tem reunido vitórias. Documentários como esse são necessários para registrar a resistência e o avanço da luta, junto aos seus discursos contra o CIStema.
Terra em Transe
4.1 286 Assista AgoraGlauber Rocha usa os bastidores da política de Eldorado, um país latinoamericano fictício, para desenvolver os padrões políticos brasileiros (por que não latinoamericanos?). Eldorado exibe muitas semelhanças com o Brasil da época de Glauber e com o de hoje, 53 anos depois: marcado pela ascenção do populista de esquerda, Felipe Vieira, e de sua queda para um direitista reacionário e conservador. Ambos hipócritas, sem compromisso em tirar o povo da miséria e abraçados pelas classes intelectual e religiosa, mas sobretudo ajoelhados ao capital internacional. Seria este um retrato de uma democracia burguesa? Não podendo esquecer o quanto a prostituição ideológica de Paulo Martins, um jornalista intelectual, simboliza o poder da mídia na construção da imagem intocável e perfeita de um líder nacional. Paulo precisa entender que não se deve suprimir a voz do povo; deve-se valorizar a voz do povo, a fim de remodelar esta democracia que só atende aos mais abastados. Terra em Transe é uma obra visceral, profunda, poética. A teoria se encontrando com a prática. Um “mundo real” num filme que trabalha com exageros simbólicos (na imagem e no áudio) e que só nos põe de frente com o Brasil aqui fora da tela, ainda mais semelhante com Eldorado que há 50 anos.
AmarElo - É Tudo Pra Ontem
4.6 354 Assista AgoraEssa obra fundamenta não somente as músicas do álbum AmarElo, de Emicida, como também a luta contra as desigualdades, ao racismo e à lgtbfobia. O caminho para um Brasil melhor está no samba; na nossa história, que é esvaziada e esquecida pelo discurso colonialista. Precisamos nos lembrar da nossa história brasileira e predominantemente negra para, então, conseguirmos exercer um enfrentamento às mazelas sociais de nosso país. Tudo isso é pra ontem.
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraNeste musical acontecem coisas ruins.
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 552 Assista AgoraPolitizado, ácido e oportuno, mas não me convenceu. Achei bem cansativo.
Enola Holmes
3.5 816 Assista AgoraMillie Bobby Brown carrega o filme nas costas.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraAcredito que perdi muito do ambiente por não entender as questões culturais dos coreanos. É no mínimo curioso que um coreano queira se tornar japonês ou que ame a arquitetura inglesa a ponto de renunciar a própria tradição e identidade coreana.
Sérgio
3.2 223Muito bem produzido e atuação excelente de Wagner Moura. Infelizmente o filme se perde bastante abordando o lindo romance entre Sergio e Carolina. Acredito que seria mais coerente com a sinopse se focasse mais na trajetória política.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0K"Não dizer a ninguém quem eu sou. É assim que se sobrevive? Bem, eu não quero sobreviver. Eu quero viver".
Continua atual.
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraA mensagem final, ao meu ver, é de esperança.
Judy: Muito Além do Arco-Íris
3.4 356Atuação encantadora da Renée Zellweger!
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraFilme incrível! Os diálogos, tumultuados e por vezes longos, me deixaram próximo às personalidades distintas das irmãs e também da vida delas como mulheres. Questões maritais e de futuro profissional estiveram muito presentes ao filme.
Quando
Laurence é cobrado por Amy por respostas sobre seu futuro e sobre não ter vergonha da embriaguez,
Achei riquíssimo e não posso deixar de comentar sobre o quanto a atuação da Florence Pugh me impressionou: de uma personagem impulsiva à equilibrada, ela não perdeu o realismo! Por vezes pensei que Amy fosse outra pessoa na fase adulta.
Sobre o filnal, achei excelente, pois entendi que
a Jo só decidiu casar com o Laurence por carência.
Em resumo, ainda que com suas falhas de edição, é um filme de boas atuações e de roteiro que mexe com o público. As personagens atraem nossa atenção e empatia; a F. Pugh, então, foi incrível nesse filme.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraQue filme! A fotografia é o motor dessa obra tão imersiva. Tenso do início ao final!
Algumas reflexões são suscitadas nos poucos diálogos do filme, o que considerei como interessantíssimo. Uma das frases que ficou em minha mente foi a seguinte:
"Eu esperava que hoje fosse um bom dia. A esperança é algo perigoso."
Azougue Nazaré
3.9 34Senti falta de uma conclusão mais emblemática dos acontecimentos, mas foi um filme que gostei de ver. A crítica à intolerância protestante é latente e necessária. A submersão na vida dentro e em volta do Maracatu é muito vívida; me senti próximo!
Assisti ao filme no Cine Teatro Recreio, em Rio Branco-AC, no dia 16/01/2020.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraAdorei! Uma história tão complicada transmitida de maneira divertida e crítica. Capitão Klenzendorf, Jojo, Rosie e o Yorki são muito carismáticos <3
Ah, um adendo:
achei péssima a bandeira americana hasteada ao final, como se fossem os salvadores do mundo na segunda guerra mundial... Sabemos que não foi bem assim.
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraVer retratado os íntimos diálogos dos papas foi encantador! Belíssimo!
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraA excelente atuação dos protagonistas não esconde a direção simplista do Baumbach, provavelmente com a intenção de tornar a história mais verossímil. Confesso que não me entretive muito com os diálogos, demasiadamente superficiais e emotivos. Vejo esta história como algo que seria melhor aproveitado em um livro.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraAchei esse filme incrível! Entendo a aversão de muitos a esta produção pela sua forma, mas a sexualidade como ela é retratada e também questionada pelo entendimento de gênero é incrivelmente marcante. Há um ar de misoginia enrustida em alguns momentos do filme que me fizeram lembrar de Anticristo.
O Rei
3.6 404Gostei muito desse filme. A maneira como a batalha final é retratada é muito interessante!
A Primeira Tentação de Cristo
3.0 345Achei bom. Esperava algo muito mais ofensivo, mas a sátira aos personagens espelha o comportamento contemporâneo dos jovens e das relações maritais. Suscita muitas questões pertinentes, lembrando um pouco o estilo Monty Python, por isso poderia até ter apostado em musicais no filme, estendendo e enriquecendo a história.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraArrastado, mas satisfatório. Comédia triste que nos faz refletir sobre o consumo de carne e a ganancia capitalista.
A princípio, decidi assistir este filme por causa do diretor, que é o mesmo de Parasite, e encontrei um filme não tão excepcional, no entanto digno de elogios pela boa produção e roteiro bem polido.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraProdução incrível e personagens interessantes, baseado numa história verdadeira, porém bastante enfadonho. Muitos diálogos desnecessários. Foi um filme que não me animou.