Explosões, quebra pau, infinitos slow motion e textos engraçadinhos. Direção de arte tão boa quanto o antecessor e Downey Jr. ainda sabe como roubar a cena.
Não vai levar o Oscar de melhor filme, mas como blockbuster razoável, diverte.
Apesar das viagens na maionese no excesso de liberdade ao modificar a trama mitológica e da caracterização calendário fashion com personalidade zero dos deuses do Olimpo, me saiu "menos pior" do imaginava.
Henry Cavill tem algum carisma e Mickey Rourke sabe convencer como vilão sádico.
Mais impressões pessoais do que propriamente uma resenha, por isso, me permitam opinar um pouco além do imparcial:
Sempre tive uma resistência quanto ao cinema nativo do meu Brasil. Talvez um pré julgamento criado ao longo de um histórico filmográfico com excessiva ênfase em problemas sócio econômicos e criminalidade, além é claro da pornochanchada - e seus resquícios deixados ao longo do tempo. E o pior, por ver neste referido cinema, tramas e obras que utilizavam destes elementos polemizadores praticamente de forma inorgânica, sem encaixá-los de maneira justificável. Acho que eu não era o único que pensava assim, pois já compartilhei com várias outras pessoas ao longo dos anos, que confessaram ter a mesma dificuldade. Porém, é evidente que esse paradigma tem sido quebrado. E de maneira mais forte ainda na última década. O sucesso crítica E bilheteria de filmes como 'Tropa de Elite' - também protagonizado por Wagner Moura - são uma evidência disso. O cinema nacional está mais acessível ao grande público. Está diferente.
Escrito e dirigido por Cláudio Torres (de 'A Mulher Invisível'), 'O Homem do Futuro' trabalha elementos de ficção científica e brinca com clichês do gênero, dentro em uma história de comédia e romance, que surpreendentemente, funciona bem. Formular um roteiro com conceitos tão complexos quanto os de espaço e tempo através do prisma da física quântica, sem parecer infantil ou simplista, é uma tarefa difícil. Trazer algo de novo numa proposta já tão usada no cinema, mais complicado ainda. Talvez por isso, Torres tenha optado em não se aprofundar tanto nessas questões problematizadoras, comunicando apenas o básico para justificar os desdobramentos da história, e se prendendo mais na visão experiencial do protagonista, que vê seu mundo mudar e novas oportunidades de tranformação surgirem, construindo junto ao romance chave, a essência desta obra.
Algo curioso é que o filme parece oscilar entre o primoroso e o forçado. Desde a performance do elenco, até elementos do roteiro, passando também pela parte estética. Um exemplo desta última, se encontra na bonita e refinada sequência de efeitos visuais no buraco negro e na "explosão de partículas" que varrem a terra na primeira viagem no tempo. Então, mais a frente, as moléculas de Zero se desfazem uma segunda vez, agora na frente Otávio, no entanto, em uma cena muito mal conduzida, onde a ferramenta "pirotécnica" se revela ter sido terrivelmente utilizada.
Wagner Moura, que interpreta o mesmo personagem com trejeitos e personalidades diferentes, também enfrenta o mesmo problema, pois soa natural, quase verossímil ao fazer o - sóbrio - Zero jovem de 91, com toda sua gagueira e insegurança, gerando facilmente empatia. Em contraste, a versão "frustrada" do Zero de 2011, falha ao ser em demasia gesticulativo, quase caricato. Alinne Moraes, exceto em sua versão "sofrida" do futuro alternativo, não surpreende muito, ocupando apenas o cargo para qual parece ter sido chamada: a de mocinha atraente do filme. Entretanto, Maria Luiza Mendonça (atriz que admito nunca ter gostado muito por achar inexpressiva) está cativante como nunca. Sua personagem Sandra segura pontas importantes da trama e expressa momentos de drama na medida certa, diferentemente dos exageros típicos de seus antigos papéis em novelas.
Entre tropeços e acertos, Torres nos entrega algo divertido e com sacadas cômicas realmente boas. Valendo citar também os belos enquadramentos usados na cena da prisão e a bonita fotografia da festa à fantasia. O roteiro faz reviravoltas interessantes e que fogem do lugar comum das já batidas comédias românticas, principalmente no final - que infelizmente teve uma execução corrida e com pouco timming, recebendo um desenvolvimento aquém do merecido. Se há algum defeito evidente a comentar, talvez sejam os efeitos de sonoplastia dignos de 'A turma do Didi' durante os fenômenos de viagem temporal. Mas em uma visão geral do filme, se mostram apenas como um detalhe ruim. Pois o produto final é bom. Além de levemente ousado e acessível. Mesmo quem, como eu anteriormente, tem grande dificuldade com cinema brasileiros, pode gostar, caso saiba apreciar um bom filme.
'O Homem do Futuro' consegue ser nacional, sem cair no erro do nacionalismo. Os diversos elementos musicais, históricos e comportamentais entregam a brasilidade intrínseca contida na atmosfera da história. Mas não deixa de usar sem discriminação de técnicas visuais, sonoras e de direção típicas do bem sucedido cinema hollywoodyano. Não está invulnerável a falhas, mas se revela intuitivo e franco. E principalmente, como mais uma evidência de que o cinema nacional está diferente. E pra melhor.
Seu Nome
4.5 1,4K Assista AgoraUm dos filmes mais bonitos que eu já vi na vida.
Chappie
3.6 1,1K Assista AgoraEvidência da M. Nightshyamalanização do Blomkamp
O Conselheiro do Crime
2.4 584Confuso e desnecessário.
Os Amantes Passageiros
3.1 648 Assista AgoraNojento
Meu Malvado Favorito 2
3.9 1,8K Assista Agora"Hugh Jackman"
Adaptação.
3.9 707 Assista AgoraBeira a genialidade.
Perigo Mortal
3.1 44Isto é um soco?
Dormindo Com o Inimigo
3.4 303 Assista AgoraTão Supercine...
Pescando Confusão
2.8 21Mais que dez, quase onze!
(pena que o filme não mereça essa nota)
Tudo por Dinheiro
3.1 51Chris Tucker e Charlie Sheen tem uma ótima química juntos.
Opa, peraí...
Cada um Tem a Gêmea que Merece
2.4 1,9K Assista AgoraAinda não vi o filme, mas... QUE TÍTULO NACIONAL MAIS HORRÍVEL, MEUZA MIGOS
Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras
3.8 2,2K Assista AgoraExplosões, quebra pau, infinitos slow motion e textos engraçadinhos. Direção de arte tão boa quanto o antecessor e Downey Jr. ainda sabe como roubar a cena.
Não vai levar o Oscar de melhor filme, mas como blockbuster razoável, diverte.
Imortais
2.9 1,9K Assista AgoraApesar das viagens na maionese no excesso de liberdade ao modificar a trama mitológica e da caracterização calendário fashion com personalidade zero dos deuses do Olimpo, me saiu "menos pior" do imaginava.
Henry Cavill tem algum carisma e Mickey Rourke sabe convencer como vilão sádico.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraIncrível. Digno da fama que o precede.
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista AgoraUm conceito com muito potencial pra ser explorado. Infelizmente o filme ficou fraco e mal executado. Uma pena.
Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança
4.3 1,2K Assista Agoravéi... é Star Wars.
Não precisa falar mais nada.
Chaplin
4.2 363Preciso rever.
Um Herói de Brinquedo
2.9 584 Assista AgoraPUT DAT COOKIE DOWN!
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista AgoraMais impressões pessoais do que propriamente uma resenha, por isso, me permitam opinar um pouco além do imparcial:
Sempre tive uma resistência quanto ao cinema nativo do meu Brasil. Talvez um pré julgamento criado ao longo de um histórico filmográfico com excessiva ênfase em problemas sócio econômicos e criminalidade, além é claro da pornochanchada - e seus resquícios deixados ao longo do tempo. E o pior, por ver neste referido cinema, tramas e obras que utilizavam destes elementos polemizadores praticamente de forma inorgânica, sem encaixá-los de maneira justificável. Acho que eu não era o único que pensava assim, pois já compartilhei com várias outras pessoas ao longo dos anos, que confessaram ter a mesma dificuldade. Porém, é evidente que esse paradigma tem sido quebrado. E de maneira mais forte ainda na última década. O sucesso crítica E bilheteria de filmes como 'Tropa de Elite' - também protagonizado por Wagner Moura - são uma evidência disso. O cinema nacional está mais acessível ao grande público. Está diferente.
Escrito e dirigido por Cláudio Torres (de 'A Mulher Invisível'), 'O Homem do Futuro' trabalha elementos de ficção científica e brinca com clichês do gênero, dentro em uma história de comédia e romance, que surpreendentemente, funciona bem. Formular um roteiro com conceitos tão complexos quanto os de espaço e tempo através do prisma da física quântica, sem parecer infantil ou simplista, é uma tarefa difícil. Trazer algo de novo numa proposta já tão usada no cinema, mais complicado ainda. Talvez por isso, Torres tenha optado em não se aprofundar tanto nessas questões problematizadoras, comunicando apenas o básico para justificar os desdobramentos da história, e se prendendo mais na visão experiencial do protagonista, que vê seu mundo mudar e novas oportunidades de tranformação surgirem, construindo junto ao romance chave, a essência desta obra.
Algo curioso é que o filme parece oscilar entre o primoroso e o forçado. Desde a performance do elenco, até elementos do roteiro, passando também pela parte estética. Um exemplo desta última, se encontra na bonita e refinada sequência de efeitos visuais no buraco negro e na "explosão de partículas" que varrem a terra na primeira viagem no tempo. Então, mais a frente, as moléculas de Zero se desfazem uma segunda vez, agora na frente Otávio, no entanto, em uma cena muito mal conduzida, onde a ferramenta "pirotécnica" se revela ter sido terrivelmente utilizada.
Wagner Moura, que interpreta o mesmo personagem com trejeitos e personalidades diferentes, também enfrenta o mesmo problema, pois soa natural, quase verossímil ao fazer o - sóbrio - Zero jovem de 91, com toda sua gagueira e insegurança, gerando facilmente empatia. Em contraste, a versão "frustrada" do Zero de 2011, falha ao ser em demasia gesticulativo, quase caricato. Alinne Moraes, exceto em sua versão "sofrida" do futuro alternativo, não surpreende muito, ocupando apenas o cargo para qual parece ter sido chamada: a de mocinha atraente do filme. Entretanto, Maria Luiza Mendonça (atriz que admito nunca ter gostado muito por achar inexpressiva) está cativante como nunca. Sua personagem Sandra segura pontas importantes da trama e expressa momentos de drama na medida certa, diferentemente dos exageros típicos de seus antigos papéis em novelas.
Entre tropeços e acertos, Torres nos entrega algo divertido e com sacadas cômicas realmente boas. Valendo citar também os belos enquadramentos usados na cena da prisão e a bonita fotografia da festa à fantasia. O roteiro faz reviravoltas interessantes e que fogem do lugar comum das já batidas comédias românticas, principalmente no final - que infelizmente teve uma execução corrida e com pouco timming, recebendo um desenvolvimento aquém do merecido. Se há algum defeito evidente a comentar, talvez sejam os efeitos de sonoplastia dignos de 'A turma do Didi' durante os fenômenos de viagem temporal. Mas em uma visão geral do filme, se mostram apenas como um detalhe ruim. Pois o produto final é bom. Além de levemente ousado e acessível. Mesmo quem, como eu anteriormente, tem grande dificuldade com cinema brasileiros, pode gostar, caso saiba apreciar um bom filme.
'O Homem do Futuro' consegue ser nacional, sem cair no erro do nacionalismo. Os diversos elementos musicais, históricos e comportamentais entregam a brasilidade intrínseca contida na atmosfera da história. Mas não deixa de usar sem discriminação de técnicas visuais, sonoras e de direção típicas do bem sucedido cinema hollywoodyano. Não está invulnerável a falhas, mas se revela intuitivo e franco. E principalmente, como mais uma evidência de que o cinema nacional está diferente. E pra melhor.
Pronta para Amar
3.6 1,0K Assista AgoraKate Hudson. Comédia romântica. Título genérico.
Não, obrigado.
Batman Eternamente
2.6 721 Assista AgoraObrigado por esta catástrofe, Schumacher
Stallone: Cobra
3.4 589 Assista AgoraCretino. Você adora dar tiro. Eu odeio gente assim. Você é um imaturo. Você é um... cocô. E eu vou matar você
A Rainha Margot
3.9 110 Assista AgoraCreio que é a única obra cinematográfica até hoje que aborda diretamente o cenário da contra reforma. Bem interessante.
Thor
3.3 3,1K Assista AgoraPra quem tá meio perdido na história, escrevi um texto sobre a adaptação dos quadrinhos para o filme