Gustavo Scarso

O cachorro que só obedece comandos em francês é um charme a parte.

Divertido filme de ação sobre dublês com boas doses de comédia romântica para complementar a trama. Com foco em homenagear essa profissão tão pouco valorizada no cinema, é um daqueles filmes sobre bastidores de cinema que é é bem bacana, acompanhar as peripécias do Ryan Gosling como dublê esbanjando carisma ajuda bastante a se tornar um filme carismático para o público.

Ele tem um roteiro "espertinho" ao usar elementos de metalinguagem para contar a história que está sendo passada, fazendo analogias com roteiro, montagem do cinema e piadinhas sempre divertidas encaixadas em bons momentos (a referência a trilha de Duna é maravilhosa eu sempre ria quando tocava).

Sinto que a trama toda do vilão se embanana um pouco, o filme até brinca com isso, mas num geral é um ótimo filme repleto de efeitos práticos e todo um prestígio para os profissionais que merecem ser valorizados por trabalharem nessa área repleta de cenas perigosas.

"Fé nas malucas" como diria o jovem no Twitter.

Curioso em como a série é roteirizada e atuada pela mesma pessoa que sofreu com tudo que foi mostrado em tela. É um relato pessoal bastante íntimo e aberto sobre todas as suas questões, vivências e momentos dolorosos.

A obra nos episódios iniciais faz o espectador questionar o motivo do protagonista estar se permitindo ficar naquela situação por tanto tempo, como se no fundo ele estivesse gostando estar sendo notado e perseguido por ela, o que impede de denunciar? Quais são suas amarras? E quando vem o episódio 4 é bem doloroso e angustiante de se acompanhar.

Fico feliz que a minissérie tenha feito bastante sucesso tendo como tema principal abusos e saúde mental, mostrar no cotidiano o quão quebradas as pessoas ficam, perdidas de de si mesmas e de como é necessário ser uma pauta a ser discutida e mostrada para que as pessoas busquem ajuda profissional sempre que necessário.

Gosto em como o Richard Gadd além de se expor como vítima ele também expõe todos os seus pensamentos mais profundos e íntimos. Sobre o elo estranho que acaba criando com sua stalker, sua obsessão por ela e pela sua própria tragédia, e o quanto as obsessões dos dois acabaram se entrelaçando, culminando em tudo que foi mostrado em telas e nos holofotes dos palcos.

"Não consigo traçar uma linha que separe meus filmes de minha vida, os filmes são uma parte dela."
"Filmar não é um trabalho para mim, é minha vida. E todo filme é um ato fundamental."

Documentário que trás bastante making of da realização da obra "O Sacrifício" junto com comentários do Tarkovsky e sua esposa, recomendo para quem quer ver mais afundo sobre o diretor e a concepção de todo o projeto.