Gustavo Kondo

Scarface do século XXI!

Vi Nymph()maniac no cinema hoje e... uau. É surpreendentemente engraçado e divertido. Uma pena que a história tenha sido cortada e dividida em 2. Assistir às 5 horas e meia da versão original deve ser uma experiência e tanto. O filme passa longe de ser apenas um "pornô cult"; Essa ideia havia sido involuntariamente plantada na minha cabeça, devido a toda a polêmica criada em torno do filme, mas, felizmente, acabei me surpreendendo de forma positiva.

Uma das coisas que mais gostei foram as recorrentes comparações entre seres humanos e animais, provando que, no final das contas e ignorando os tabus escrotos impostos pela sociedade, é isso o que somos: animais.

Boa parte da diversão está nas intervenções gráficas sabiamente colocadas (as "capas" dos capítulos ou os números e gráficos aparecendo na tela, por exemplo). Sem contar o capítulo da Mrs. H, personagem da Uma Thurman, que é ENGRAÇADÍSSIMO. Há tempos não ria tanto no cinema!

A discussão trazida pelo filme acerca de amor e sexo também é bastante interessante. É impossível não lembrar de Shame (2011, Steve McQueen), onde o protagonista sofre por motivos semelhantes aos da protagonista de Nymph()maniac: o desejo e busca pelo prazer sexual é tão absurdo e incessante, que esses personagens se tornaram incapazes de amar ou de conciliar amor com sexo (e o mais triste é saber que isso não é culpa deles). Quando Brandon, protagonista de Shame, finalmente encontra um possível amor de verdade, ele é "traído" pelo seu próprio orgão sexual;

Enfim, estou super ansioso pro vol. 2 (agora imagino o sentimento de quem viu Kill Bill vol. 1 no cinema). Pra quem ainda não viu: Deixem os pré-conceitos para trás e vão ver Nymph()maniac sem medo! :P

Propositadamente ruim... mas num bom sentido. A estética "suja", roteiro simples, personagens quase que cartunescos e violência exagerada fazem com que o filme seja uma boa homenagem aos Exploitations e Trash que eram exibidos nas Grindhouses. na verdade, Planeta Terror não é uma homenagem. É uma paródia.

Talvez a melhor coisa do filme, além de seu curioso visual, é a bela protagonista. A cena dos créditos iniciais esbanja sensualidade e quase que faz valer o filme todo! E ganha ainda mais força porque vem acompanhada da música tema do filme, que é sensacional. (e veja só que curioso: Quem toca a guitarra na música tema é o próprio Robert Rodriguez!)

No entanto, senti faltas de cenas da moça com sua perna-metralhadora em ação. O Marketing do filme girou em torno disso e obviamente foi o que mais causou interesse no público. Assim, foi decepcionante perceber que o maior atrativo do filme constaria somente no terceiro ato.

Em suma, Planeta Terror foi feito para divertir. E pelo menos essa tarefa ele consegue cumprir! Embora eu não sinta vontade alguma em revê-lo outra vez (com exceção da já mencionada dança dos créditos iniciais).

Destaque para uma das melhores partes do filme, em duas palavras: "MISSING REEL". Quem assistiu e entendeu a piada deve concordar. Ponto para Rodriguez!

Obs: O meu conhecimento em relação às Grindhouses é meramente derivado de pesquisas na internet. Portanto, me avisem se eu estiver falando ou dando informações erradas sobre elas!

Abraços