Gusman

"Oppenheimer", apesar das expectativas elevadas e da notoriedade de sua equipe de produção, apresenta-se como um exemplo palpável das falhas que podem afligir uma obra cinematográfica, principalmente quando se trata de clareza narrativa e engajamento do diálogo. O filme, que se propõe a mergulhar na complexa história de uma das figuras mais emblemáticas da ciência do século XX, acaba por se embrenhar em uma trama confusa, dificultando para o público acompanhar a progressão da história ou entender plenamente as nuances dos personagens.

Um dos principais pontos de contenda é a densidade dos diálogos, que oscilam entre ser excessivamente técnicos e filosoficamente pretensiosos. Isso contribui para uma experiência cansativa, onde momentos que deveriam ser de impacto emocional ou intelectual se perdem em meio a conversas que parecem mais interessadas em demonstrar erudição do que em avançar a narrativa ou desenvolver os personagens de forma significativa.

Além disso, a escolha de "Oppenheimer" como Melhor Filme no Oscar levanta questões sobre os critérios que norteiam tais premiações. A vitória do filme sugere uma inclinação para decisões baseadas mais em considerações políticas ou na reputação prévia dos envolvidos do que na qualidade intrínseca da obra. Isso reflete um problema mais amplo no mundo das premiações cinematográficas, onde o mérito artístico e narrativo muitas vezes é ofuscado por agendas externas, deixando de reconhecer filmes que possam ser mais merecedores, mas menos alinhados com os discursos predominantes na indústria.

Em conclusão, "Oppenheimer" falha em oferecer uma experiência cinematográfica coerente e envolvente, marcada por uma execução que deixa a desejar em termos de clareza e engajamento. Sua consagração no Oscar como Melhor Filme apenas serve para sublinhar as crescentes preocupações sobre a integridade e os critérios subjacentes às grandes premiações do cinema, sugerindo uma derivação para a valorização da política sobre a arte.

Assisti ao filme espanhol "As Bestas" com altas expectativas, esperando ser arrastado para um vórtice de suspense e mistério. Infelizmente, o que encontrei foi uma experiência que mais pareceu um "suspense Nutella": prometeu intensidade, mas entregou algo bem mais previsível, sinceramente, meio decepcionante.

Desde o início, o filme se arrasta em um ritmo tão lento que mais parecia uma tentativa de fazer arte pelo tédio do que por qualquer coisa genuinamente intrigante. Eu estava lá, esperando por aquela reviravolta, aquela revelação que me faria repensar tudo o que tinha visto até então. Mas isso nunca aconteceu. O filme manteve uma monotonia que, em vez de construir suspense, apenas acumulava frustração.

Entendo a ideia de deixar certas coisas à imaginação do espectador, mas aqui, pareceu mais uma desculpa para não desenvolver a trama de forma satisfatória. Terminou e eu fiquei lá, olhando para a tela, pensando: "E então?.

Em resumo, "As Bestas" tentou ser um suspense profundo e complexo, mas acabou sendo um exercício de paciência. Para os fãs do gênero que buscam algo realmente estimulante e envolvente, este filme pode ser uma grande decepção. Era para ser uma montanha-russa emocional, mas acabou sendo um passeio lento e sem emoção por um parque abandonado. Uma pena, realmente