Como sempre estou atrasado uma temporada nas séries, acabo de assistir a primeira temporada de Game of Thrones. Confesso que achei os dois primeiros episódios um pouco chatos e confusos... natural, para uma série que precisa apresentar uma história complexa, com muitos personagens. No entanto, impossível não ser fisgado a partir do terceiro episódio, quando as apresentações já foram feitas, Eddard Stark já aceitou ser a mão do rei e o menino da linhagem do lobo já acordou do seu "sono".
De qualquer forma, qualquer coisa que se deseje falar sobre a série é apenas mais uma opinião onde nenhuma opinião é mais possível. A série já é uma unanimidade. E merecidamente.
Nesta produção da HBO (que consome milhões de dólares por episódio), tudo é simplesmente grandioso. Os cenários, os figurinos, a trilha sonora e, o melhor que a série oferece, o texto.
O roteiro é grandioso. Os diálogos primorosos. E vemos a arte jorrar em um "produto" cujo interesse inicial é puramente mercadológico (um imenso parentêses, vale a pena ler o livro de Steven Johnson "Tudo que é ruim é bom para você", embora Game of Thrones não se encaixe na tese da curva do dorminhoco proposta por ele).
A HBO não esconde que temia que a série não fosse bem recebida pelo seu público - afinal, o reino de fantasia, muito próximo de "O Senhor dos Anéis" está bem distante do que a HBO criou como "marca". Porém se em "True Blood", os vampiros de "Crepúsculo" já conseguiam conviver com um tema mais "X Rated", porque "Froddo" também não poderia? E se pensarmos na empatia que o público tem com o anão Tyrion Lannister (brilhantemente interpretado pelo ator Peter Dinklage) - vemos que os sete reinos não estão tão distantes assim da "terra média" de Tolkien.
Como épico, Game of Thrones se aproxima de "Excalibur" de John Boorman. As cenas de batalha são econômicas, mas extremamente bem feitas e as intrigas palacianas (e a disputa de poder), apesar de não terem um tom "Shakespeariano", também não deixam a desejar.
E os efeitos visuais são deslumbrantes, assim como todo o universo criado para a série.
Game of Thrones é tudo o que dizem e um pouco mais. Certamente um dos melhores produtos já feitos para a televisão nos últimos tempos.
E como estou sempre atrasado, não posso esperar a hora de lançarem o box da segunda-temporada.
Que venha mais "Guerra dos Tronos". A televisão (e o público) agradece.
Ainda não vi a segunda temporada da série. E na verdade, com a morte de Andy Whitfield, tenho medo que o "novo" Spartacus não consiga superar as expectativas deixadas pelo primeiro. Se, por um lado, Andy era o tipo de ator "durão", que parecia ter mais músculos do que capacidade de atuação, a medida que a série evolui percebemos que há algo mais no ator do que apenas suor e músculos.
Fica, também, o elogio ao ator Manu Bennet (Crixus) e a como ele consegue demonstrar alterações sutis em seu personagem atrás de uma "carapaça" de músculos - que ele ostenta não como um corpo, mas como uma armadura.
Surpreendente, catártico, emocionante - esses são apenas alguns adjetivos que podemos usar para definir essa série, que termina em sua terceira temporada. Com boas doses de intriga e reviravoltas surpreendentes, Spartacus é um show estético, que consegue trazer à telinha um clima de Graphic Novel, muitas vezes superior ao seu seu irmão maior "300".
E se sangue e suor já não bastam como espetáculo, para aqueles que buscam algo na trama da história, irão encontrar.
Saber que Andy Whitfield foi derrotado por um cancer de sistema linfático, sempre deixa um clima amargo ao fim de cada episódio. Afinal, a morte é a personagem central dessa série. Spartacus não se dirige rumo à vitória e à uma vida feliz - a cada momento fica claro que ele apenas sobrevive, "abandonando" seu destino na mão de deuses que ele mesmo não acredita e que cada passo seu o conduz a um desfecho trágico.
Fica sempre a reflexão de como o ator deve ter se sentido na vida real, sendo "derrotado" por um inimigo que vem de dentro do próprio corpo (assim como Spartacus é derrotado, a cada momento, por um inimigo que também vem de dentro - sua própria alma). E com isso, toda a série ganha uma dimensão mítica, que, de certa forma, revive o mito do escravo trácio que "quase" derrotou o poder do império romano.
Figurinos, cenários, fotografia, músicas - todos os pequenos detalhes dessa produção são tratados com sobriedade e seriedade. E por fim conseguimos acreditar que existe uma alma humana por trás de todos aqueles brutamontes.
Os Pilares da Terra
4.2 230Vi 3 episódios de uma tacada só (quase 6 horas), só não vi tudo porque já estava muito tarde.
Excelente. Tony e Ridley Scott acertaram bonito nessa minisérie épica.
Game of Thrones (1ª Temporada)
4.6 2,3K Assista AgoraComo sempre estou atrasado uma temporada nas séries, acabo de assistir a primeira temporada de Game of Thrones. Confesso que achei os dois primeiros episódios um pouco chatos e confusos... natural, para uma série que precisa apresentar uma história complexa, com muitos personagens. No entanto, impossível não ser fisgado a partir do terceiro episódio, quando as apresentações já foram feitas, Eddard Stark já aceitou ser a mão do rei e o menino da linhagem do lobo já acordou do seu "sono".
De qualquer forma, qualquer coisa que se deseje falar sobre a série é apenas mais uma opinião onde nenhuma opinião é mais possível. A série já é uma unanimidade. E merecidamente.
Nesta produção da HBO (que consome milhões de dólares por episódio), tudo é simplesmente grandioso. Os cenários, os figurinos, a trilha sonora e, o melhor que a série oferece, o texto.
O roteiro é grandioso. Os diálogos primorosos. E vemos a arte jorrar em um "produto" cujo interesse inicial é puramente mercadológico (um imenso parentêses, vale a pena ler o livro de Steven Johnson "Tudo que é ruim é bom para você", embora Game of Thrones não se encaixe na tese da curva do dorminhoco proposta por ele).
A HBO não esconde que temia que a série não fosse bem recebida pelo seu público - afinal, o reino de fantasia, muito próximo de "O Senhor dos Anéis" está bem distante do que a HBO criou como "marca". Porém se em "True Blood", os vampiros de "Crepúsculo" já conseguiam conviver com um tema mais "X Rated", porque "Froddo" também não poderia? E se pensarmos na empatia que o público tem com o anão Tyrion Lannister (brilhantemente interpretado pelo ator Peter Dinklage) - vemos que os sete reinos não estão tão distantes assim da "terra média" de Tolkien.
Como épico, Game of Thrones se aproxima de "Excalibur" de John Boorman. As cenas de batalha são econômicas, mas extremamente bem feitas e as intrigas palacianas (e a disputa de poder), apesar de não terem um tom "Shakespeariano", também não deixam a desejar.
E os efeitos visuais são deslumbrantes, assim como todo o universo criado para a série.
Game of Thrones é tudo o que dizem e um pouco mais. Certamente um dos melhores produtos já feitos para a televisão nos últimos tempos.
E como estou sempre atrasado, não posso esperar a hora de lançarem o box da segunda-temporada.
Que venha mais "Guerra dos Tronos". A televisão (e o público) agradece.
Spartacus: Sangue e Areia (1ª Temporada)
4.5 632 Assista AgoraAinda não vi a segunda temporada da série. E na verdade, com a morte de Andy Whitfield, tenho medo que o "novo" Spartacus não consiga superar as expectativas deixadas pelo primeiro. Se, por um lado, Andy era o tipo de ator "durão", que parecia ter mais músculos do que capacidade de atuação, a medida que a série evolui percebemos que há algo mais no ator do que apenas suor e músculos.
Fica, também, o elogio ao ator Manu Bennet (Crixus) e a como ele consegue demonstrar alterações sutis em seu personagem atrás de uma "carapaça" de músculos - que ele ostenta não como um corpo, mas como uma armadura.
Surpreendente, catártico, emocionante - esses são apenas alguns adjetivos que podemos usar para definir essa série, que termina em sua terceira temporada.
Com boas doses de intriga e reviravoltas surpreendentes, Spartacus é um show estético, que consegue trazer à telinha um clima de Graphic Novel, muitas vezes superior ao seu seu irmão maior "300".
E se sangue e suor já não bastam como espetáculo, para aqueles que buscam algo na trama da história, irão encontrar.
Saber que Andy Whitfield foi derrotado por um cancer de sistema linfático, sempre deixa um clima amargo ao fim de cada episódio. Afinal, a morte é a personagem central dessa série. Spartacus não se dirige rumo à vitória e à uma vida feliz - a cada momento fica claro que ele apenas sobrevive, "abandonando" seu destino na mão de deuses que ele mesmo não acredita e que cada passo seu o conduz a um desfecho trágico.
Fica sempre a reflexão de como o ator deve ter se sentido na vida real, sendo "derrotado" por um inimigo que vem de dentro do próprio corpo (assim como Spartacus é derrotado, a cada momento, por um inimigo que também vem de dentro - sua própria alma). E com isso, toda a série ganha uma dimensão mítica, que, de certa forma, revive o mito do escravo trácio que "quase" derrotou o poder do império romano.
Figurinos, cenários, fotografia, músicas - todos os pequenos detalhes dessa produção são tratados com sobriedade e seriedade. E por fim conseguimos acreditar que existe uma alma humana por trás de todos aqueles brutamontes.