Primeiramente, devo dizer que esse filme, mesmo com seus 450 minutos de duração, deve ser experimentado de forma direta e sem pausas. A narrativa e o roteiro estabelecido pelo diretor Ezra Edelman é linear, dinâmico, educativo e explicito nas suas críticas e imagens. O filme é na sua essência sobre OJ Simpson - que muitos no Brasil não conhecem, mas seria um equivalente ao The Rock nos dias atuais - mas é muito mais do que isso, é um retrato do racismo nos Estados Unidos, sobre a apropriação cultural da sociedade branca sobre a negra, sobre a violência e os abusos contra a mulher, sobre a mídia e o jornalismo e muitos outros tópicos. O trabalho de busca de vídeos, imagens e depoimentos é brilhante e acompanhamos a ascensão e queda de um homem que de forma explicita, sempre ignorou a luta racial que acontecia na cidade de Los Angeles, ignorava o abuso dos policiais e por diversas vezes disse: " Eu sou só o OJ Simpson " e ao mesmo tempo – spoiler – foi absolvido e posteriormente culpado por ser negro. O documentário levanta várias perguntas, teria um negro americano a responsabilidade de ao ganhar notoriedade combater os problemas que afligem a comunidade negra? Em um país manchado pela violência e pelo racismo, no meio de cada identidade individual existe uma coletiva que é impossível de ser separada? O diretor também é cuidadoso ao mostrar os depoimentos dos policiais que trabalhavam para a polícia de Los Angeles durante o período e assistimos aos argumentos de pessoas que cresceram sobre uma narrativa de medo. É um dos melhores filmes do ano de 2016 e é totalmente imersivo, a história já havia sido retratada na também ótima série de Ryan Murphy "American Crime History: OJ Simpson " e é definitivamente um dos melhores documentários do ano - que narra a queda de um homem a ascensão de uma cultura - a cultura que influencia a todos nós do mundo ocidental.
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O.J.: Made in America
4.7 122Primeiramente, devo dizer que esse filme, mesmo com seus 450 minutos de duração, deve ser experimentado de forma direta e sem pausas. A narrativa e o roteiro estabelecido pelo diretor Ezra Edelman é linear, dinâmico, educativo e explicito nas suas críticas e imagens. O filme é na sua essência sobre OJ Simpson - que muitos no Brasil não conhecem, mas seria um equivalente ao The Rock nos dias atuais - mas é muito mais do que isso, é um retrato do racismo nos Estados Unidos, sobre a apropriação cultural da sociedade branca sobre a negra, sobre a violência e os abusos contra a mulher, sobre a mídia e o jornalismo e muitos outros tópicos. O trabalho de busca de vídeos, imagens e depoimentos é brilhante e acompanhamos a ascensão e queda de um homem que de forma explicita, sempre ignorou a luta racial que acontecia na cidade de Los Angeles, ignorava o abuso dos policiais e por diversas vezes disse: " Eu sou só o OJ Simpson " e ao mesmo tempo – spoiler – foi absolvido e posteriormente culpado por ser negro. O documentário levanta várias perguntas, teria um negro americano a responsabilidade de ao ganhar notoriedade combater os problemas que afligem a comunidade negra? Em um país manchado pela violência e pelo racismo, no meio de cada identidade individual existe uma coletiva que é impossível de ser separada?
O diretor também é cuidadoso ao mostrar os depoimentos dos policiais que trabalhavam para a polícia de Los Angeles durante o período e assistimos aos argumentos de pessoas que cresceram sobre uma narrativa de medo.
É um dos melhores filmes do ano de 2016 e é totalmente imersivo, a história já havia sido retratada na também ótima série de Ryan Murphy "American Crime History: OJ Simpson " e é definitivamente um dos melhores documentários do ano - que narra a queda de um homem a ascensão de uma cultura - a cultura que influencia a todos nós do mundo ocidental.