Calma aí, gente. Pessoal comparando com "Solaris" tá viajando na batatinha. Ele começa desenvolvendo bem uma versão mais inteligente do manjado roteiro de invasão alienígena mas se deixa levar muito fácil por lugares comuns de super produções de filmes de ação e melodramas com frases risíveis de tão ruins. E enquanto o plot twist principal é interessante o bastante, todo o preciosismo pra revelar o pai (como se fosse uma grande surpresa) é no mínimo estúpido. Prometeu, começou até bem mas descarrilhou no meio do caminho.
depois de ter matado a esposa - literal ou metaforicamente, a depender do filme -
procurando emancipar-se da civilização - desejo este que, no primeiro filme, mostra-se como implantado na cabeça do protagonista pela própria sociedade da qual pretende escapar. Tal desejo leva os protagonistas à ilha deserta de aspecto lunar aonde se passa o filme, aonde experimentam o falimento completo de tal ideal.
Em "la cagna", o protagonista (Giorgio/Mastroianni) é acompanhado de uma linda mulher (Liza/Deneuve) que também decide se isolar do mundo que antes conhecia e, para tanto, deixa-se levar por uma admiração doentia por Giorgio e o ideal de liberação que este representa, regredindo psicologicamente, portanto, a um estado de submissão animalesca que acaba por levá-la a ocupar a posição do cachorro falecido de seu "dono", Mastroianni.
O retrato é complexo e pode beirar à misoginia aos olhos de alguns, mas o filme é elíptico e ácido o bastante para escapar de rótulos fáceis. É Ferreri. E como um exemplo de diretor que preza por imagens provocativas sobre enredo, é algo que deve ser visto para ser realmente compreendido.
Almodóvar segue o filme mais ridículo de sua carreira com, talvez, surpreendentemente, seu mais sóbrio - Julieta. Transportando os contos de Alice Munro do Canadá à Espanha sem qualquer dificuldade e deixando claramente suas digitais pela história, ainda que mantenha inconteste fidelidade aos contos, a presente adaptação é ótima para qualquer um que não fique resmungando por não receber de um filme exatamente o final mastigado que queria de antemão.
Não é o melhor trabalho de Zurlini. Boa parte da sua força reside no material que serve de fonte, o romance homônimo de Dino Buzzati. Mas não se equipara à qualidade deste, principalmente, devido à falta de algumas das passagens mais poderosas do livro e a maneira como são retratadas outras.
A tarefa de traduzir um clássico para o cinema é quase sempre ingrata, mas o filme consegue adaptar o livro para o meio cinematográfico muito bem, a sensação de isolamento e de universalidade, especialmente, são muito bem representadas, embora o filme pareça simplista quando confrontado com o material original.
Eu esperaria uma homenagem ao David Lean de muito diretores, mas definitivamente não esperava uma do Oshima. "Ponte Sobre o Rio Kwai" e "Lawrence da Arábia" são claramente homenageados nesse filme cheio de cenas fortes, elevadas por uma indelével trilha sonora.
Infelizmente a sátira parece passar por cima da cabeça de muitas pessoas que se deixam enganar pelos artifícios do filme e veem nele uma linda meditação simpática ao poliamor. Quando, na verdade, a atmosfera "perfeita demais", o constante senso de artificialidade e a subserviência das mulheres aos desejos e à felicidade de François, apontam para algo extremamente diverso, muito mais ácido.
O melhor é a maneira como o ambiente exterior se mostra extremamente hostil ao padre sendo que a aldeia e seus habitantes quase nunca são mostrados ao espectador.
Tim Roth, um prolífico e proficiente ator, decide arriscar-se como diretor e alcança um resultado surpreendente. Um drama familiar extremamente pesado que escapa de ser meramente chocante graças ao seu ritmo e sua ambiência, claros frutos de observações atentas do estilo dos mestres absolutos Bergman e Tarkovsky.
Tive a oportunidade de assistir a este maravilhoso filme num pequeno cinema em Perugia. Na ocasião, professores da universidade local foram convidados a falar sobre a obra. Tudo em homenagem ao então recém-falecido diretor Francesco Rosi.
O filme mostra os abusos cometidos por comandantes de guerra, que defendem a guerra em si acima de qualquer consideração a respeito da viabilidade das empreitadas e das vidas dos soldados em jogo.
Um humor corrosivo distingue o filme do consueto filme de guerra que já deve ter enfadado boa parte dos cinéfilos. Imbuído de laivos de Monty Python, o humor apresentado é tão inadequado à guerra e às mortes retratadas que acaba por expor o absurdo das situações às quais são submetidos os soldados e da própria submissão em si, que ao decorrer do filme mostra-se a estes como o verdadeiro inimigo a ser combatido.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraCalma aí, gente. Pessoal comparando com "Solaris" tá viajando na batatinha. Ele começa desenvolvendo bem uma versão mais inteligente do manjado roteiro de invasão alienígena mas se deixa levar muito fácil por lugares comuns de super produções de filmes de ação e melodramas com frases risíveis de tão ruins. E enquanto o plot twist principal é interessante o bastante, todo o preciosismo pra revelar o pai (como se fosse uma grande surpresa) é no mínimo estúpido. Prometeu, começou até bem mas descarrilhou no meio do caminho.
À Sombra do Vaticano
3.6 4Resposta de Ferreri ao "Castelo" de Kafka
A Cadela
3.4 18Praticamente começa de onde "Dillinger está morto" (1969) acabou, com o protagonista
depois de ter matado a esposa - literal ou metaforicamente, a depender do filme -
Em "la cagna", o protagonista (Giorgio/Mastroianni) é acompanhado de uma linda mulher (Liza/Deneuve) que também decide se isolar do mundo que antes conhecia e, para tanto, deixa-se levar por uma admiração doentia por Giorgio e o ideal de liberação que este representa, regredindo psicologicamente, portanto, a um estado de submissão animalesca que acaba por levá-la a ocupar a posição do cachorro falecido de seu "dono", Mastroianni.
O retrato é complexo e pode beirar à misoginia aos olhos de alguns, mas o filme é elíptico e ácido o bastante para escapar de rótulos fáceis. É Ferreri. E como um exemplo de diretor que preza por imagens provocativas sobre enredo, é algo que deve ser visto para ser realmente compreendido.
Julieta
3.8 529 Assista AgoraAlmodóvar segue o filme mais ridículo de sua carreira com, talvez, surpreendentemente, seu mais sóbrio - Julieta. Transportando os contos de Alice Munro do Canadá à Espanha sem qualquer dificuldade e deixando claramente suas digitais pela história, ainda que mantenha inconteste fidelidade aos contos, a presente adaptação é ótima para qualquer um que não fique resmungando por não receber de um filme exatamente o final mastigado que queria de antemão.
Eu Matei Minha Mãe
3.9 1,3KEsse filme era pra ser uma comédia, né?
Inferno
4.2 57Abre minha lista de filmes essenciais do grande cinema italiano
https://filmow.com/listas/os-100-essenciais-do-cinema-italiano-l77663/
O Céu Que Nos Protege
3.7 85AH, as coisas que o Storaro faz com essa fotografia...
O Deserto dos Tártaros
3.9 26Não é o melhor trabalho de Zurlini. Boa parte da sua força reside no material que serve de fonte, o romance homônimo de Dino Buzzati. Mas não se equipara à qualidade deste, principalmente, devido à falta de algumas das passagens mais poderosas do livro e a maneira como são retratadas outras.
A tarefa de traduzir um clássico para o cinema é quase sempre ingrata, mas o filme consegue adaptar o livro para o meio cinematográfico muito bem, a sensação de isolamento e de universalidade, especialmente, são muito bem representadas, embora o filme pareça simplista quando confrontado com o material original.
Furyo - Em Nome da Honra
3.7 66 Assista AgoraEu esperaria uma homenagem ao David Lean de muito diretores, mas definitivamente não esperava uma do Oshima. "Ponte Sobre o Rio Kwai" e "Lawrence da Arábia" são claramente homenageados nesse filme cheio de cenas fortes, elevadas por uma indelével trilha sonora.
Um Retrato de Mulher
4.1 97Final ridiculo
As Duas Faces Da Felicidade
4.0 120 Assista AgoraInfelizmente a sátira parece passar por cima da cabeça de muitas pessoas que se deixam enganar pelos artifícios do filme e veem nele uma linda meditação simpática ao poliamor. Quando, na verdade, a atmosfera "perfeita demais", o constante senso de artificialidade e a subserviência das mulheres aos desejos e à felicidade de François, apontam para algo extremamente diverso, muito mais ácido.
Diário de um Pároco de Aldeia
4.1 48O melhor é a maneira como o ambiente exterior se mostra extremamente hostil ao padre sendo que a aldeia e seus habitantes quase nunca são mostrados ao espectador.
Memórias
4.0 168 Assista AgoraConstantemente considerado um dos piores filmes da carreira do diretor. É, por outro lado, o meu favorito absoluto do Woody Allen.
Zona de Conflito
3.8 18 Assista AgoraTim Roth, um prolífico e proficiente ator, decide arriscar-se como diretor e alcança um resultado surpreendente. Um drama familiar extremamente pesado que escapa de ser meramente chocante graças ao seu ritmo e sua ambiência, claros frutos de observações atentas do estilo dos mestres absolutos Bergman e Tarkovsky.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraMe desculpem, mas a Rooney está Mara.
A Vontade de Um General
3.8 5Tive a oportunidade de assistir a este maravilhoso filme num pequeno cinema em Perugia. Na ocasião, professores da universidade local foram convidados a falar sobre a obra. Tudo em homenagem ao então recém-falecido diretor Francesco Rosi.
O filme mostra os abusos cometidos por comandantes de guerra, que defendem a guerra em si acima de qualquer consideração a respeito da viabilidade das empreitadas e das vidas dos soldados em jogo.
Um humor corrosivo distingue o filme do consueto filme de guerra que já deve ter enfadado boa parte dos cinéfilos. Imbuído de laivos de Monty Python, o humor apresentado é tão inadequado à guerra e às mortes retratadas que acaba por expor o absurdo das situações às quais são submetidos os soldados e da própria submissão em si, que ao decorrer do filme mostra-se a estes como o verdadeiro inimigo a ser combatido.
Cidade do Silêncio
3.5 211A direção é atroz
O Terceiro Homem
4.2 175 Assista AgoraA cena final vale o filme inteiro
Glória
3.7 40Gena Rowlands está magnífica. Infelizmente este é um dos poucos bons aspectos de um dos filmes mais fracos de um brilhante diretor.