Filmaço do caralho. Uma verdadeira defesa do potencial criativo, imagético e audiovisual do cinema. Um exemplo prático do milagre da sétima arte, muito além da profusão de CGI que domina a indústria com prazo de validade e sem alma da Marvel.
Eu normalmente espero muito de coisas comandadas por alguém de sobrenome Jóhannsson, mas dessa vez me decepcionei.
Eu amo a A24, e eles certamente são um oásis na distribuição americana, independente da localidade de produção. Mas a inevitável consequência do aumento de sua posição de referência e uma produção cada vez mais industrial, é o filtro menor e uma "estereotipização" do estilo que fez a produtora se destacar. Filmes estranhos e "indies" como conceito e não exatamente substância. Mais o choque pelo choque do que o que contém dentro daquilo.
E olha que eu me vendo fácil por muito do que Lamb representa. Um filme minimalista nas intimidadoras e deslumbrantes paisagens nórdicas, cercadas por uma névoa que os isola do mundo e cria um mito folclórico por dentro daquelas montanhas. Um conto dos irmãos Grimm, mas que não explora direito quase nada que se propõe no folk horror "social". O clima etéreo e de desolação é bem construído e atuado pelas mudanças de figurino conforme os personagens transicionam e como o design de produção se ressignifica dentro dessa óptica, mas além disso oferece pouco fora essa contemplação melancólica perene, que absorve mas é tão fugaz na mente quanto em duração.
Fiquei até mais interessado por vislumbrar mais sobre o mundo do tal do Ram Man.
Mescla bem o melhor de 94, que é a dinâmica juvenil fetichista e hormonal, com o êxito no que o 78 somente tentou, que é assumir um lado mais direto no terror. Ele sai do slasher pra um folk horror contemporâneo em estilo, mas espiritualmente puro. Se aproxima até do pós-horror, se assemelhando, mas não simulando, os neoclássicos, A Bruxa e Midsommar (aí seria cobrar demais também). Reforça o discurso político, cria a melhor atmosfera no que se refere à situação de Pânico, urgência e claustrofobia, tudo sem perder um sentimento romântico e enérgico consigo mesmo.
Mas falo Isso 1666. A parte 2 de 94 pega no gancho da boa imersão e se beneficia disso, mas não deixa de Ser demasiado heróico e abrupto em como encerra as pontas, o que sempre me incomoda nessa aproximação "marvelesca" na resolução de conflitos. Por Isso rebaixo um pouco a Nota.
A trilogia como um todo me agradou muito. Ela resgata bem as sensações idealizadas de seu tempo e dos livros inocentes do Stine. Espero revisitar esse Mundo.
Introdução serve como um curta de suspense fenomena. O filme em si banaliza as criaturas em aparições e periculosidade, esvazia o senso de urgência e a atmosfera em comparação com o primeiro.
"Diferente do habitual à casa de Luxo Jr., as características mais sobrenaturais da história são pouco necessárias enquanto narrativas, fora um uso metafórico, até por isso a falta de foco e profundidade tanto no espaço quanto na sociedade do folclore submarino. O interesse focal no mundo humano pode parecer frustrante quando nos vemos diante a possibilidade de viver numa Pixar submersa, mas seus personagens e intenções logo tornam a Portorosso pelos olhos dos protagonistas amável justamente por sua presença. Ao contrário de A Pequena Sereia, outro com qual divide similaridades, o objetivo de Luca é o incidente incitante para uma história de amadurecimento e autoconhecimento acima de confrontar um conflito direto e alarmante - ainda que este exista."
Restante da crítica nas notícias ao lado - blog Os Devaneios Cinéfilos.
Wan era realmente tudo nesta franquia. Todos os filmes sem ele são de medíocres a horríveis. Mesmo o segundo não é notável, mas tinha algum espírito.
Caso contrário, este é um medíocre perfeitamente ilustrado. Um genérico.
Toda a atmosfera na franquia foi cada vez mais drenada, e este terceiro capítulo visa mais na verdadeira maldição do cinema moderno, tentando emular filmes de super-heróis em todos os gêneros. É mais um jogo de conceitos e níveis do que uma história sólida.
O único ponto bom continua sendo a química entre Patrick e Vera. No terceiro Annabelle, as melhores cenas foram com Wilson tocando seu violão. Agora, é a capela e os olhos de Farmiga.
Ritchie se reinventou bem ao adaptar seu estilo antigo ao cinema digital moderno nesses filmes mais recentes, após um período de ostracismo criativo fazendo blockbusters. Wrath of Man, mais do que The Gentleman, mistura-se bem com o estilo brutucu, totalmente objetivo e místico na figura do homem imponente e taciturno que tudo resolve, com suas particularidades estéticas. Funciona bem na figura possuída de Statham, ainda sexy, mas sem seu humor típico, apenas a carranca. E ainda consegue fazer alguns comentários sobre o abandono governamental de veteranos e a toxicidade dos ambientes full "testosterona".
Qual o limite da humanização? Começou com Malévola, atingiu um ápice com o Oscarizado bilionário, o Coringa, e agora assume a onda da tendência com Cruella de Vil, a icônica antagonista do clássico 101 Dálmatas. O nosso fascínio com vilões é antigo. Cinematograficamente, é conveniente notar que um Darth Vader se tornou mais simbólico de sua franquia que qualquer mocinho. Tony Soprano e Walter White, igualmente, não são exatamente caras bacanas. O que nos atrai? Dizem estudos psicológicos que o carisma está nas suas falhas de caráter, que nos aproximam mais do que dos heróis costumeiramente unidimensionais, rejeitando uma simplificação de caráter inconquistável a qualquer mortal. Para não adotar uma ideologia completamente vil, então, o meio-termo é o anti-herói, que pratica o bem numa área cinza, adotando um comportamento mais inescrupuloso e prático. É por isso que Demolidor e Batman são mais contemporâneos que Superman.
A cena final é uma das mais carinhosas que já assisti - e foram muitas.
Assim como outros no estilo, Ozu e seus influenciados - Koreeda, principalmente -, Yamada, aqui, traça um conto de legado e relações familiares, em paralelo com a urbanização e desenvolvimento desenfreados do Japão, que enriquece mas também empobrece, clamando por um equilíbrio e respeito entre passado e futuro, esboçado pela convivência do patriarca da família com seus filhos e netos.
Não vi ninguém comentando isso, mas além das temáticas sociais de união, amadurecimento e compulsão tecnológica, o filme é uma analogia a um ocorrido que em muito concerne ao Japão na WWII, isto é, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, onde algo criado por um gênio em prol do avanço tecnológico, o progresso, é subvertido a uso nocivo à humanidade, em utilização bélica e destrutiva.
Pra mim, vejam bem, talvez esteja louco na tentativa de achar sentido ao simbolismo, mas é um filme sobre repressão sexual, podendo tanto ser em escala hétero, como também homossexual (o filme se passa nos 90, afinal, era de tabu).
O cervo no começo, de uma maneira quase chula, mais expositiva, simboliza isso, tendo em Allison a passiva espectadora de seu arfante fim.
Jach e Josh poderiam ser mais do que amigos. Queriam isso, para ser mais preciso. Reprimidos pelo ideal social, esfomeados pelo florescer sexual e autodescobrimento. Receosos e , frustrados e esquivos consigo mesmos. As cenas em que Zack alucina em momentos sexuais expõe isso. Uma obsessão. Por isso até suas frequentes evasivas a Allison. Já Josh, talvez, veja ela como empecilho e uma barreira. E depois, ataca Zach para fugir de seus sentimentos e/ou por achar que ele, através de todos os sinais mal-interpretados: o número na tipoia, o começo do longa, onde ele diz "sair" com ela, ele aparecer ali para salvá-la, levem a crer em algo mais profundo do que o real.
É claro que poderia ser também inveja e competição pelo alvo principal - sem jamais objetificar Allison. Ele ter matado o rapaz que fazia bullying consigo demonstra a avidez por conquistar a disputa territorial e de "masculinidade", digamos assim, usando do produto oferecido por este para impressionar as mulheres.
Vale lembrar o "I Love You" após a espadada.
O mesmo ocorre com ela, tanto que ao final, após o fim do caso com os rapazes, finalmente solta o cabelo, o que manifesta a leveza da mudança. Atrás dela, entretanto, outro menino com olhos vorazes à sensualidade de seus movimentos.
Um obscuro, cruel e claustrofóbico filme sobre o fim da infância. Com o toque pessoal da autodestruição.
O filme é previsível e bobo. Mas é isto que se espera deste gênero. Reclamação redundante. Vale que seu clima leve, descontraído e as locações Havaianas que parecem miragens. Ou seja, proposta cumprida.
O grande problema é como busca antagonizar as escolhas de Sarah - Kristen Bell. Perde muitos pontos comigo neste aspecto.
Birth of a Nation possui uma mensagem gloriosamente antibélica e que prega a comunhão das pessoas; a união. Seu viés está na seletividade deste desejo de paz.
Pois, na visão de Griffith, os negros não devem fazer parte da consonância humana. Por quê? Porque são eles os causadores da discórdia. É a chegada do negro que instiga a ganância e ruptura entre Sul e Norte.
Neste mote, Griffith cria, sob a blindagem de uma descrição história de um dos mais importantes momentos da história americana, uma distopia branca, onde após a Guerra Civil, os negros usurpam a civilidade branca em caos e selvageria. Com o andar da trama, fica claro sua perspectiva diminuta dos negros não como pessoas, mas como inferiores subservientes, de aspecto antagonista; negros que tentam tomar a força o que não lhes pertence. E o que não lhes pertence é a vida como indivíduos.
No clímax, entra o movimento blockbuster-épico de Birth of a Nation, onde a KKK é retratada em heroísmo e responsável por reconquistar a autonomia branca, não antes sem subverter os personagens defensores da igualdade racial, que então passam a enxergar os negros como estes realmente são, novamente, na visão de Griffith: servos.
Um filme revolucionário tecnicamente. Entretanto, de ideologia deplorável.
Sofre de pequenos problemas de ritmo, como seu predecessor, e algumas conveniências que quem já assistiu concordará, mas é épico. Na contramão das críticas ao cinema blockbuster, entrega uma trama sombria e cheia de ação, mas jamais desmiolada, com reflexões pertinentes sobre humanidade - não como raça, como conceito, algo que nós, com certeza, perdemos. O embate de Cesar, esta a guerra, provoca em Andy Serkis uma atuação visceral cuja falta de indicações a prêmios seria criminosa.
A evocação da trilha original é a melhor utilizada da trilogia. Na cena em que os dois líderes das tribos distintas cruzam olhares, em slow motion e ao seu som, é arrepiante e uma das melhores cenas do ano.
E Cesar se confirma como um dos maiores personagens da história do cinema. Sem hipérbole. Grande trilogia.
Gostaria muito de dar uma nota maior ao filme pelos 2 primeiros atos. Ou até 2,5, diria. Edgar Wright dopadaço na direção. Uma boa evolução desde Heróis da Ressaca (que tradução, hein!). Estilo/estética e a montagem frenética, aliada aos divertidos planos longos, em sintonia ofuscante.
Mas fica difícil não questionar a falta de profundidade de Debora. Querer algo a mais e estagnação não explicam, para mim, abdicar de tudo e fugir com um cara que se mostrou, repentinamente, um criminoso. Quanto mais esperar 5 anos por si. E Kevin Spacey ir de Monstro a Sacrifício em prol do amor por lembranças saudosistas é intragável.
A direção está um dínamo, Edgar. Só falta lapidar os textos.
Galera criticando a Kristen por esse filme não deve entender nada de atuação. Uma aula de empatia e introspecção. Seus olhares em quadros fechados, asfixiada e oprimida pela janelinha por onde conversa com Ali, dizem tudo.
Menos preconceito. Crepúsculo é uma porcaria e lá ela foi também. Passou. Hoje, é uma atriz promissora e de carreira interessante. O mesmo vale para Pattinson.
Top Gun: Maverick
4.2 1,1K Assista AgoraFilmaço do caralho. Uma verdadeira defesa do potencial criativo, imagético e audiovisual do cinema. Um exemplo prático do milagre da sétima arte, muito além da profusão de CGI que domina a indústria com prazo de validade e sem alma da Marvel.
Cordeiro
3.3 552 Assista AgoraEu normalmente espero muito de coisas comandadas por alguém de sobrenome Jóhannsson, mas dessa vez me decepcionei.
Eu amo a A24, e eles certamente são um oásis na distribuição americana, independente da localidade de produção. Mas a inevitável consequência do aumento de sua posição de referência e uma produção cada vez mais industrial, é o filtro menor e uma "estereotipização" do estilo que fez a produtora se destacar. Filmes estranhos e "indies" como conceito e não exatamente substância. Mais o choque pelo choque do que o que contém dentro daquilo.
E olha que eu me vendo fácil por muito do que Lamb representa. Um filme minimalista nas intimidadoras e deslumbrantes paisagens nórdicas, cercadas por uma névoa que os isola do mundo e cria um mito folclórico por dentro daquelas montanhas. Um conto dos irmãos Grimm, mas que não explora direito quase nada que se propõe no folk horror "social". O clima etéreo e de desolação é bem construído e atuado pelas mudanças de figurino conforme os personagens transicionam e como o design de produção se ressignifica dentro dessa óptica, mas além disso oferece pouco fora essa contemplação melancólica perene, que absorve mas é tão fugaz na mente quanto em duração.
Fiquei até mais interessado por vislumbrar mais sobre o mundo do tal do Ram Man.
E ah, felizmente o gato sobrevive.
Pig: A Vingança
3.5 304Lembrete ocasional que o Nic gosta de fazer de que ainda é uma besta quando quer.
Rua do Medo: 1666 - Parte 3
3.5 512 Assista AgoraMescla bem o melhor de 94, que é a dinâmica juvenil fetichista e hormonal, com o êxito no que o 78 somente tentou, que é assumir um lado mais direto no terror. Ele sai do slasher pra um folk horror contemporâneo em estilo, mas espiritualmente puro. Se aproxima até do pós-horror, se assemelhando, mas não simulando, os neoclássicos, A Bruxa e Midsommar (aí seria cobrar demais também). Reforça o discurso político, cria a melhor atmosfera no que se refere à situação de Pânico, urgência e claustrofobia, tudo sem perder um sentimento romântico e enérgico consigo mesmo.
Mas falo Isso 1666. A parte 2 de 94 pega no gancho da boa imersão e se beneficia disso, mas não deixa de Ser demasiado heróico e abrupto em como encerra as pontas, o que sempre me incomoda nessa aproximação "marvelesca" na resolução de conflitos. Por Isso rebaixo um pouco a Nota.
A trilogia como um todo me agradou muito. Ela resgata bem as sensações idealizadas de seu tempo e dos livros inocentes do Stine. Espero revisitar esse Mundo.
Um Lugar Silencioso - Parte II
3.6 1,2K Assista AgoraIntrodução serve como um curta de suspense fenomena. O filme em si banaliza as criaturas em aparições e periculosidade, esvazia o senso de urgência e a atmosfera em comparação com o primeiro.
Luca
4.1 769"Diferente do habitual à casa de Luxo Jr., as características mais sobrenaturais da história são pouco necessárias enquanto narrativas, fora um uso metafórico, até por isso a falta de foco e profundidade tanto no espaço quanto na sociedade do folclore submarino. O interesse focal no mundo humano pode parecer frustrante quando nos vemos diante a possibilidade de viver numa Pixar submersa, mas seus personagens e intenções logo tornam a Portorosso pelos olhos dos protagonistas amável justamente por sua presença. Ao contrário de A Pequena Sereia, outro com qual divide similaridades, o objetivo de Luca é o incidente incitante para uma história de amadurecimento e autoconhecimento acima de confrontar um conflito direto e alarmante - ainda que este exista."
Restante da crítica nas notícias ao lado - blog Os Devaneios Cinéfilos.
Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio
3.2 960 Assista AgoraWan era realmente tudo nesta franquia. Todos os filmes sem ele são de medíocres a horríveis. Mesmo o segundo não é notável, mas tinha algum espírito.
Caso contrário, este é um medíocre perfeitamente ilustrado. Um genérico.
Toda a atmosfera na franquia foi cada vez mais drenada, e este terceiro capítulo visa mais na verdadeira maldição do cinema moderno, tentando emular filmes de super-heróis em todos os gêneros. É mais um jogo de conceitos e níveis do que uma história sólida.
O único ponto bom continua sendo a química entre Patrick e Vera. No terceiro Annabelle, as melhores cenas foram com Wilson tocando seu violão. Agora, é a capela e os olhos de Farmiga.
Não é um bom elogio para um filme de terror.
Infiltrado
3.6 318 Assista AgoraRitchie se reinventou bem ao adaptar seu estilo antigo ao cinema digital moderno nesses filmes mais recentes, após um período de ostracismo criativo fazendo blockbusters. Wrath of Man, mais do que The Gentleman, mistura-se bem com o estilo brutucu, totalmente objetivo e místico na figura do homem imponente e taciturno que tudo resolve, com suas particularidades estéticas. Funciona bem na figura possuída de Statham, ainda sexy, mas sem seu humor típico, apenas a carranca. E ainda consegue fazer alguns comentários sobre o abandono governamental de veteranos e a toxicidade dos ambientes full "testosterona".
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraQual o limite da humanização? Começou com Malévola, atingiu um ápice com o Oscarizado bilionário, o Coringa, e agora assume a onda da tendência com Cruella de Vil, a icônica antagonista do clássico 101 Dálmatas. O nosso fascínio com vilões é antigo. Cinematograficamente, é conveniente notar que um Darth Vader se tornou mais simbólico de sua franquia que qualquer mocinho. Tony Soprano e Walter White, igualmente, não são exatamente caras bacanas. O que nos atrai? Dizem estudos psicológicos que o carisma está nas suas falhas de caráter, que nos aproximam mais do que dos heróis costumeiramente unidimensionais, rejeitando uma simplificação de caráter inconquistável a qualquer mortal. Para não adotar uma ideologia completamente vil, então, o meio-termo é o anti-herói, que pratica o bem numa área cinza, adotando um comportamento mais inescrupuloso e prático. É por isso que Demolidor e Batman são mais contemporâneos que Superman.
Crítica Completa na aba de notícias.
Apóstolo
3.0 426Gostei da mitologia e das locações, mas no terceiro ato vira um gore-porn medonho desses que tentam disfarçar o vazio da trama com sangue.
Mas valeu só por ter apresentado a música dos créditos: Mother of Mine:
https://www.youtube.com/watch?v=xMpSS3rFBiQ
Meus Filhos
3.9 3A cena final é uma das mais carinhosas que já assisti - e foram muitas.
Assim como outros no estilo, Ozu e seus influenciados - Koreeda, principalmente -, Yamada, aqui, traça um conto de legado e relações familiares, em paralelo com a urbanização e desenvolvimento desenfreados do Japão, que enriquece mas também empobrece, clamando por um equilíbrio e respeito entre passado e futuro, esboçado pela convivência do patriarca da família com seus filhos e netos.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraPrestem atenção na utilização da cor verde no filme.
Guerras de Verão
4.0 104 Assista AgoraNão vi ninguém comentando isso, mas além das temáticas sociais de união, amadurecimento e compulsão tecnológica, o filme é uma analogia a um ocorrido que em muito concerne ao Japão na WWII, isto é, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, onde algo criado por um gênio em prol do avanço tecnológico, o progresso, é subvertido a uso nocivo à humanidade, em utilização bélica e destrutiva.
Só substituir pelo Bot.
Tempos Obscuros
3.3 266Pra mim, vejam bem, talvez esteja louco na tentativa de achar sentido ao simbolismo, mas é um filme sobre repressão sexual, podendo tanto ser em escala hétero, como também homossexual (o filme se passa nos 90, afinal, era de tabu).
O cervo no começo, de uma maneira quase chula, mais expositiva, simboliza isso, tendo em Allison a passiva espectadora de seu arfante fim.
Jach e Josh poderiam ser mais do que amigos. Queriam isso, para ser mais preciso. Reprimidos pelo ideal social, esfomeados pelo florescer sexual e autodescobrimento. Receosos e , frustrados e esquivos consigo mesmos. As cenas em que Zack alucina em momentos sexuais expõe isso. Uma obsessão. Por isso até suas frequentes evasivas a Allison. Já Josh, talvez, veja ela como empecilho e uma barreira. E depois, ataca Zach para fugir de seus sentimentos e/ou por achar que ele, através de todos os sinais mal-interpretados: o número na tipoia, o começo do longa, onde ele diz "sair" com ela, ele aparecer ali para salvá-la, levem a crer em algo mais profundo do que o real.
É claro que poderia ser também inveja e competição pelo alvo principal - sem jamais objetificar Allison. Ele ter matado o rapaz que fazia bullying consigo demonstra a avidez por conquistar a disputa territorial e de "masculinidade", digamos assim, usando do produto oferecido por este para impressionar as mulheres.
Vale lembrar o "I Love You" após a espadada.
O mesmo ocorre com ela, tanto que ao final, após o fim do caso com os rapazes, finalmente solta o cabelo, o que manifesta a leveza da mudança. Atrás dela, entretanto, outro menino com olhos vorazes à sensualidade de seus movimentos.
Um obscuro, cruel e claustrofóbico filme sobre o fim da infância. Com o toque pessoal da autodestruição.
Terra Selvagem
3.8 594 Assista AgoraFilmaço. Brutal como uma lâmina de gelo. O Hell or High Water de 2017, invertida a aridez desértica pelo acachapante silêncio do Wyoming nevado.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraUm morto assombrado pelos vivos.
Ressaca de Amor
3.0 441 Assista AgoraO filme é previsível e bobo. Mas é isto que se espera deste gênero. Reclamação redundante. Vale que seu clima leve, descontraído e as locações Havaianas que parecem miragens. Ou seja, proposta cumprida.
O grande problema é como busca antagonizar as escolhas de Sarah - Kristen Bell. Perde muitos pontos comigo neste aspecto.
Extraordinário: A História de Stan Romanek
2.3 61O curioso caso da raça avançada que passa seu tempo livre espiando na janela de cidadãos comuns
O Grito 3 - O Início do Fim
2.6 33 Assista AgoraFilme que mata gatinho é meia estrela indiscutivelmente.
O Nascimento de uma Nação
3.0 230Birth of a Nation possui uma mensagem gloriosamente antibélica e que prega a comunhão das pessoas; a união. Seu viés está na seletividade deste desejo de paz.
Pois, na visão de Griffith, os negros não devem fazer parte da consonância humana. Por quê? Porque são eles os causadores da discórdia. É a chegada do negro que instiga a ganância e ruptura entre Sul e Norte.
Neste mote, Griffith cria, sob a blindagem de uma descrição história de um dos mais importantes momentos da história americana, uma distopia branca, onde após a Guerra Civil, os negros usurpam a civilidade branca em caos e selvageria. Com o andar da trama, fica claro sua perspectiva diminuta dos negros não como pessoas, mas como inferiores subservientes, de aspecto antagonista; negros que tentam tomar a força o que não lhes pertence. E o que não lhes pertence é a vida como indivíduos.
No clímax, entra o movimento blockbuster-épico de Birth of a Nation, onde a KKK é retratada em heroísmo e responsável por reconquistar a autonomia branca, não antes sem subverter os personagens defensores da igualdade racial, que então passam a enxergar os negros como estes realmente são, novamente, na visão de Griffith: servos.
Um filme revolucionário tecnicamente. Entretanto, de ideologia deplorável.
Planeta dos Macacos: A Guerra
4.0 954 Assista AgoraSofre de pequenos problemas de ritmo, como seu predecessor, e algumas conveniências que quem já assistiu concordará, mas é épico. Na contramão das críticas ao cinema blockbuster, entrega uma trama sombria e cheia de ação, mas jamais desmiolada, com reflexões pertinentes sobre humanidade - não como raça, como conceito, algo que nós, com certeza, perdemos. O embate de Cesar, esta a guerra, provoca em Andy Serkis uma atuação visceral cuja falta de indicações a prêmios seria criminosa.
A evocação da trilha original é a melhor utilizada da trilogia. Na cena em que os dois líderes das tribos distintas cruzam olhares, em slow motion e ao seu som, é arrepiante e uma das melhores cenas do ano.
E Cesar se confirma como um dos maiores personagens da história do cinema. Sem hipérbole. Grande trilogia.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraGostaria muito de dar uma nota maior ao filme pelos 2 primeiros atos. Ou até 2,5, diria. Edgar Wright dopadaço na direção. Uma boa evolução desde Heróis da Ressaca (que tradução, hein!). Estilo/estética e a montagem frenética, aliada aos divertidos planos longos, em sintonia ofuscante.
Mas fica difícil não questionar a falta de profundidade de Debora. Querer algo a mais e estagnação não explicam, para mim, abdicar de tudo e fugir com um cara que se mostrou, repentinamente, um criminoso. Quanto mais esperar 5 anos por si. E Kevin Spacey ir de Monstro a Sacrifício em prol do amor por lembranças saudosistas é intragável.
A direção está um dínamo, Edgar. Só falta lapidar os textos.
Um Laço de Amor
4.1 301 Assista AgoraA partir da cena em que salvou os outros gatos, Frank se tornou um ídolo pessoal para mim.
Marcados Pela Guerra
3.6 423 Assista AgoraGalera criticando a Kristen por esse filme não deve entender nada de atuação. Uma aula de empatia e introspecção. Seus olhares em quadros fechados, asfixiada e oprimida pela janelinha por onde conversa com Ali, dizem tudo.
Menos preconceito. Crepúsculo é uma porcaria e lá ela foi também. Passou. Hoje, é uma atriz promissora e de carreira interessante. O mesmo vale para Pattinson.