Humberto

A personagem da macaca tem todo as características de uma mãe preocupada, o que já nos faz imaginar desde o início ser um avatar da mãe. Quando isso é revelado, fica óbvio que o besouro é o pai. Após aparecer e resolver um pequeno conflito, na cena seguinte já está afirmando aspectos do caráter do garoto que não teria como conhecer em algumas horas. A discussão entre os dois e o clima que rola entre eles deixa tudo muito entregue.
As tias são antagonistas muito fracas, com uma motivação sem sentido e agem sem razão alguma.
A morte do pai, que deveria ser um choque emocional, não passa de uma tentativa de gerar empatia, mas é desnecessário, triste e igualmente sem sentido.
O avô, supostamente todo poderoso, e que deveria ser enfrentado com as armas coletadas na jornada, se mostra praticamente imune a estas. Daí Kubo tem a brilhante ideia de usar seu cavaquinho (ou seja lá qual for o nome do instrumento hehee) e suas cordas mágicas, unindo as forças dos espíritos do pai, da mãe e dele próprio para converter o avô num idoso com amnésia, da qual os moradores do vilarejo aproveitam para incutir falsas memórias de generosidade e altruísmo, ajudados por Kubo, que agora órfão após uma vida de sofrimento e um dia na presença dos pais, terá que cuidar de um avô com Alzheimer.
Pra fechar o desastre com chave de ouro, outra cena extremamente previsível, de Kubo invocando o espírito dos pais, que aparecem para ele em um final dúbio no qual não sabemos se foi uma despedida ou um sinal de que ele poderia encontrá-los sempre nesta conferência espiritual.