O filme possui toda aquela suspensão da descrença que sempre vai ter em filmes de ataque de animais. A diferença é que este daqui se leva a sério, então é difícil fazer este exercício. Jacarés não se comportam daquele jeito, a não ser que estivessem com extrema fome. Lesões enormes que os personagens parecem quase não sentir (tá certo, o pai geme várias vezes, mas gemidinhos ocasionais não convencem a facilidade com que ele anda). Não, essas coisas não me incomodaram tanto. O que me incomodou mais foi a tentativa de seriedade, dando substrato à relação dos protagonistas com a trama da briga familiar sobre rigidez paternal e blá blá blá. Não que seja ruim a ideia de colocar substrato e encorpar os personagens, mas isso tem que ser bem feito, o que não acontece aqui. E, convenhamos, a ausência disso não prejudicaria o filme, afinal, colocamos o DVD da produção para assistir os lagartões perseguindo gente. Ou seja, se fosse ser esse fiapo de substrato, mal executado, era preferível não colocar substrato nenhum. De resto, achei o primeiro e o segundo ato bonzinhos, mas quase escorregam. Falta um pouco de claustrofobia, tensão, apesar da condução até boa de Aja. Já o terceiro ato é ótimo, frenético, de uma ação quase ininterrupta de grande escala (com algumas falhas de roteiro e exageros, claro), mas muito bem feita e salva bastante o filme. Outra parte meio esquisita foi o
grupo de assaltantes, que é inútil, descartável, não duram nada e mal servem para impôr uma dose de violência ao filme. Super esquisito. Acho que foi uma tentativa de quebra de expectativa, já que pareceu que o filme ia se transformar no novo clichê (não é uma expressão contraditória, é?) do "as pessoas são os verdadeitos monstros" (obrigado Walking Dead), sendo logo descartado. Mas, se era essa a intenção, ficou esquisita e mal executada. Sinistro também a ousadia de colocar, sem pudor nenhum, o MAIOR CLICHÊ da história, na figura dos policias inúteis que logo morrem. É um clichê tão repetitivo que eu já nem sinto mais
. No final, é bem filmado e suficientemente eficiente em sua proposta. Nota: 7.4.
Quase que dá para copiar e colar o meu comentário para o filme Primeiro Amor, também de 1939 e também protagonizado por Deanna, embora eu considere este daqui ligeiramente superior. 3 Meninas Endiabradas é o filme de Deanna com a quinta melhor nota no IMDB e, embora ache que ela tem filme melhores, acredito que este daqui esteja no meu top 10 da atriz, embora, de memória, eu considere 3 Pequenas do Barulho melhor, que é a parte 1. Aliás, 3 Meninas Endiabradas tem uma nota maior do que 3 Pequenas do Barulho, sendo um dos poucos casos com uma continuação com nota maior do que a parte 1. Sobre o filme, entrega aquilo que esperamos, num humor de situações muito bem executado pelos realizadoers e performado pelo elenco, encabeçado agora por Deanna, que ganha mais tempo de tela em relação ao 3 Pequenas do Barulho, já que a atriz estava bem popular à época. As músicas são ótimas (Last Rose of Summer ❤), a trama é divertidinha, embora padeça da típica solução fácil que é padrão em quase toda produção hollywoodiana da época, que necessitava de um final feliz, por mais abrupto que seja. Mas isso logo é esquecido ao vermos Deanna entregar uma ótima atuação com suas lágrimas e sua voz no take final. Claro, para a trama funcionar a mãe das trê irmãs é transformada em uma megera aqui. A moça já não faz nada (nem dona de casa é), custava tentar resolver o problema e escutar suas filhas? Não é como se ela não tivesse tempo sobrando. Nota: 8.6.
É um filme bem estranho. Mas não estranho no sentido de bizarro (como Lynch ou Hausu), mas sim estranho de uma forma mais contida, mais no sentido de inusual, de esquisito. O filme começa com longas cenas com poucas falas, não introduz seus personagens, simplesmente os joga lá sem mais nem menos, sem explicações, aí vai se enchendo de cenas repetitivas sob os dogmas do lugar o a lascívia adolescente, sendo que os adolescentes, que não foram introduzidos, ainda são todos iguais, deixando tudo ainda mais bagunçado. O roteiro já não é muito inspirado ou trabalhado, aí na edição juntaram as cenas dessa maneira esquisita, quase vanguardista/anti-hollywoodiana, servindo a um filme que no final acaba se revelando um slasher. E,
confesso que fiquei confuso no fim. Não vai ter punição nenhuma para o líder do lugar? Ele também não vai ser atacado? Onde está a justiça? O filme simplesmente termina.
Além disso, as cenas de terror e tensão mesmo são na maioria das vezes mal executadas. Mas, apesar de toda essa ruindade, confesso que os pormenores que apontei acima foram suficientes para gerar uma experiência engraçada e diferente de quando assisto esses filmes ruins. Esse daqui se leva suficientemente a sério para entregar algo, mesmo que no fim não tenha nada para entregar. Nota: 6.5.
Quase Famosos é um filme para quem gosta de Rock. Não apenas para os fãs do gênero musical, claro, mas acredito que o filme visa agradar este público, sendo povoado de boa música e referências a músicas e figuras do rock setentista que pulam aqui e ali. O humor com as situações dos bastidores do rock na época também é divertido. Mas tem algumas coisas que me incomodaram. Uma é o tal do Russel. O personagem dele nem chega a ser introduzido direito e do segundo ato para frente acaba sendo colocado como protagonista. Achei sua construção caótica, como se tivessem tentado dar uma pretensa tridimensionalidade à figura do rockeiro inconsequente, mas não consegui digerir o personagem e suas ações. O mesmo vale para a mãe do protagonista, com ações e constução de personalidade meio contraditórios ao meu ver (e nem vou entrar no mérito da conciliação dela com a sua filha, algo que tenho ressalvas). No final, os melhores personagens parecem ser mesmo os "unidimensionais". O crítico de música é divertido e o protagonista funciona muito bem, mesmo não sendo multifacetado. Ele é um "uncool" que gosta de rock, um ambiente "cool" e pronto, isso funciona. Já a Penny Lane é um pouco mais complicada de analisar. Por um lado não é dito sua idade, mas as "groupies" (termo politicamente incorreto segundo as mesmas) são claramente adolescentes, e suas relações com os maiores de idade, membros da banda, é problemática. Claro, isso era algo que aparentemente acontecia, astros do rock ficavam com adolescentes (sweet sixteen), e isso claramente gera consequências psicológicas na Penny, mas estranhamente o próprio diretor falou que não quis entrar nesse mérito e que não era o objetivo do filme. Bom, no final é um coming of age divertido para os fãs do rock. Fiquei curioso foi para ver a versão estendida e se os problemas que tive com o filme são corrigidos nela, pois a versão estendida conta com uma duração bem maior, que acredito tenha sido para dar maior desenvolvimento. Nota: 8.2.
O primeiro filme acertava muito bem no humor, na trama, no desenvolvimento dos personagens, e no tom de comédia adolescente. Já este segundo filme não consegue acertar em todos os elementos, falhando por completo no desenvolvimento do roteiro, que deveria ser o foco, enquanto acerta nos outros aspectos em maior ou menor grau. Aqui, Oz e Kevin estão bem jogados, com suas subtramas completamente mal desenvolvidas, em especial a do Oz, que começa em nada e não chega a lugar nenhum, apresentando alguns elementos (como o ciúmes pela distância), sem desenvolver nenhum desses elementos, nem mesmo o humor das possíveis situações do relacionamento à distância, e se finaliza de forma simples. Já para o protagonista até temos uma trama se desenvolvendo, mas o
romance dele com a Michelle, por mais que tenha uma mensagem por trás, é extremamente mal construído, com a paixão surgindo sem mais nem menos, sem elementos que a justifiquem
. Pelo menos o humor aqui funciona, muito pelo bom timming dos atores, e pelas situações criadas pelos roteiristas, embora na maior parte das vezes as boas ideias de humor são delongadas ao extremo, diluindo a graça (a cena das "supostas lésbicas" é enorme, por exemplo). Esse daqui também acaba usando do apelativo para gerar humor, algo que acontecia em grau bem menor no primeiro, sendo este segundo exemplar da franquia um filme bem mais apelativo que a parte um. Pelo menos exploram bem a piada com a mãe do Stifler, que sempre é um dos pontos altos da franquia. Nota: 7.3.
Filme que não tem grandes atrativos. O fato de ser feito na Tailândia poderia ser algo interessante, como um exemplar do cinema asiático, mas acaba tendo bastante americanização, pelo menos na trama. Nos elementos como locações e construção do clima é eficiente, além de ter aquela cenas bem violentas e criativas que não são tão comuns no sub gênero de assombrações, pelo menos quando são feitas nos EUA. Chega um ponto também que fica um pouco repetitivo, um pouco bagunçado, mas até consegue se sustentar. Nota: 7.0.
um pouco fajuta e que não tem muito sentido, já que coisas estranhas aconteciam mesmo fora de Lugar Nenhum no desenho. E, como disse, resolvida a questão, acaba que agora o Coragem não tem mais como continuar, já que Lugar Nenhum agora não sera mais um lugar de estranhezas. Pelo menos o pobre Coragem agora vai ter paz
. Sobre o desenho, achei que a ideia foi ótima, trazer o Coragem de volta depois de tantos anos foi satisfatório, apesar de não ser tão sombrio quanto as primeiras temporadas, sendo abrandada a ideia do terror, nos moldes das últimas temporadas, e também para se adequar os estilo do Scooby-Doo. Mas, convenhamos, é a reunião daqueles que devem ser meu dois desenhos preferidos. Apenas por isso já assisti animado, mas, depois de passado o hype, fica fácil perceber que o desenho podia entregar muito mais. SIm, é abarrotado de referências deliciosas ao antigo desenho do Coragem, mas falha em praticamente todos os outros aspectos. Os diálogos são esquisitos, o humor mal funciona (o número musical do Eustácio AAARGH). A trama geral ainda consegue ser interessante, mas sem grandes inspirações. No final, vale a pena mesmo por trazer material novo do Coragem depois de tantos anos. Nota: 7.1.
Um found footage que em alguns momentos flerta com o mockumentary e um dos melhores do gênero. A forma como conseguiram efetivamente contar uma história faz desse um dos filmes do estilo com mais trama, afinal, a proposta do found footage está longe de ser a de ter um roteiro mais encorpado. Mas aqui temos várias gravações que aos poucos vão se amarrando até revelar a conexão entre elas, sendo muito bem trabalhado nesse ponto. As cenas de tensão são boas (found footages geralmente são eficientes nesse ponto), ainda mais se considerarmos que foi lançado em 2005, numa época em que ainda era fácil ser enganado e acreditarmos que estávamos diante de gravações reais. Apesar de que nesse ponto o filme escorrega em alguns momentos com alguns efeitos que entregam a natureza ficcional da produção. Acredito que tenha sido a principal inspiração para Atividade Paranormal, pois tem uma cena iguazilnha com as gravações noturnas que ficaram famosas na fraquia. Por fim, acredito que outro escorregão do filme esteja em sua longa duração. Não chegou a ficar chato, como apontaram em alguns comentários aqui, mas algumas coisas poderiam facilmente ter sido tiradas, além do filme parece que demora demais para acabar, possuindo um "epílogo" enorme. Nota: 8.8.
A enrolação no início é típica dos filmes do Luccas. Também típica é usar outra trama como "inspiração". Já tivemos Esqueceram de Mim, High School Musical, Pequenos Espiões e, agora, Jumanji. Outro padrão aqui é que o roteiro parece improvisado, escrito enquanto se explora determinada locação. Foi assim no de Natal, Netoland, Mapa do Tesouro. Luccas Neto entrou no Zoológico e foi improvisando o roteiro com elementos do cenário, o que é problemático por si só. Foge do clichê da dupla de vilões Líder e capanga burro mas, em contrário, nos entrega um quarteto com um
O filme de Deanna Durbin com a quarta pior nota no IMDB, e realmente está (pelo menos de memória), para mim, entre os quatro piores protagonizados pela atriz (é ligeiramente melhor que Vivo Para Cantar). Embora Christmas Holiday, lançado um anos depois, seja comumente citado como o primeiro filme sério da atriz (e o foi), aqui temos uma produção que preliminarmente possuiria essa caráter mais sério, algo que, se não me engano, era o próprio desejo da atriz, inclusive sob a batuta de Jean Renoir. Entretanto, após a saida do diretor e inúmeras mudanças de roteiro, foram adicionados números musicais e, acredito, mais humor. O humor funciona, como na maioria dos filmes da atriz, mesmo que descaracterize a proposta original. Já os números musicais realmente destoam. Acho que esse é um dos que menos gosto das músicas, e elas soam como se estivessem ali apenas por ter Deanna Durbin no filme, sendo obrigatório que devamos ouvi-la cantar. Pelo menos acaba fugindo da trama padrão em que ela tenta ganhar algo na vida através da música, sendo a música subjugada para segundo plano... hum, talvez não tenha sido tão má ideia assim. E, para completar minhas recorrentes contradições no presente comentário,
a decisão de trazer o bebê e o capitão de volta enfraquece o impacto narrativo que a morte de um dos bebês teria, escancara que é realmente um filme da Deanna, sem a seriedade e o drama, e, mesmo assim, acho que a volta do capitão do absoluto nada o melhor momento do filme, pelo humor utilizado, pela reviravolta inesperada.
"This is the end My only friend, the end..." O filme tem uma energia caótica, distópica, quase surreal, que vai ficando a cada momento mais insana, ainda mais se considerarmos que se trata de uma guerra que realmente aconteceu. E, nesse ponto, o filme é interessante por mostrar os possíveis motivos que levaram à derrota estadounidense naquela guerra, entre eles a pouca seriedade no conflito, quase como se entrassem de "salto alto", enquanto isso acabaca por gerar desorganização, brutalidade e decisões questionáveis dos membros do escopo militar americano. E, ao longo do trajeto do protagonista pelas selvas vietnamitas, somos bombardeados (com o perdão do trocadilho) por todas essas insanidades e desorganização, imperdoáveis e que cobraram seu preço na derrota dos Estados Unidos. Já em relação às cenas de guerra em si, como motor de ação narrativa, elas não decepcionam no geral, embora não tenha nenhuma batalha realmente marcante. Temos a presença obrigatória de uma trilha sonora muito boa, como é padrão em todo santo filme que retrata a guerra do Vietnã (impressionante como sempre toca pelo menos uma música do Creedence Clearwater Revival nesses filmes). Tenho algumas ressalvas com o protagonista (na maior parte do tempo ele é uma concha vazia, mero espectador, para nos mostrar, como espectadores também, a loucura daquela guerra), mas o maior problema para mim é mesmo o terceiro ato.
Muita expectativa é criada em torno do personagem do Marlon Brando, inclusive por ser interpretado pelo Marlon Brando, mas o terceiro ato é, não tem outra palavra, broxante. Um clichê de vez em quando cai bem, é talvez um final mais catártico ou épico poderia ser bem melhor, ainda mais se considerarmos o tom mais louco que o filme vinha propondo, para, então, em seu terceiro ato, ser mais intimista, mais "cabeça" (no sentido de focar na narrativa e não na ação)
. Mas, essa é a minha visão, e não foi suficiente para estragar o filme, embora tire alguns pontos de sua nota. Nota: 8.9.
Da série "se eu não tivesse o VHS jamais saberia da existência". É um filme bem final dos anos 1980, quando os slashers vinham perdendo força e as poduções de terror tentavam emplacar a inserção de outros elementos para fugir da mesmice dos adolescentes sendo fatiados. Aqui são acrescidos elementos paranormais, o problema é o ritmo enfadonho do filme nos seus primeiros atos. Além disso, é esquecível, a ponto de eu não lembrar de vir aqui comentar, só lembrando de fazer o comentário sete meses depois (geralmente tento comentar no mesmo mês que vi o filme, de preferência na mesma semana). Nota: 6.7.
Para aquele que é considerado o primeiro filme da história a mostrar nudez de uma atriz "mainstream", é bem desconhecido. Poucos votos aqui e no IMDB. Enfim, achei suficientemente divertido. A pegada de comédia de erros já estava batida nos anos 1960, mas os atores até conseguem ter o timming certo na maior parte do tempo para fazer a produção funcionar, mesmo com o orçamento baixíssimo (evidenciado já nos pobres créditos iniciais). Nota: 7.3.
De princípio, eu tinha gostado bastante de Alien Covenant. Levei anos, mas finalmente assisti e de pronto dei 8 de 10, falando que talvez fosse melhor do que Prometheus. Entretanto, bastou um dia pensando melhor sobre o filme para perceber que ele não é tão bom assim, é repleto de falhas estruturais e pouca inventividade. De princípio gostei bastante do clima do filme, da violência, da tensão leve, da premissa inicial, inclusive a ideia do personagem que assume o peso de novo comandante, ou do drama da perda da protagonista. No geral os protagonistas desses filmes tem um trauma passado, uma perda, um acidente acontecido muitos anos atrás. Entretanto, aí reside o problema do filme. Suas boas ideias iniciais são apenas isso, ideias. A execução logo se perde durante o segundo ato. A perda recente da protagonista ou o peso do novo posto de comandante são logo esquecidos e não mais explorados. Isso se dá, também, pelo motivo de que Alien Covenant é confuso em sua premissa, sofrendo com o peso de ser uma continuação que não ser uma continuação, tentando, ao mesmo tempo, entregar o que o público quer. Pois o principal problema de Prometheus (além das falhas de roteiro) foi não entregar o Alien que o público queria, sem aparecer a criatura. Assim, era maravilhosa a ideia de que agora teríamos finalmente a volta do Alien, que não aparecia na franquia principal (desconsiderando Alien vs. Predador) desde 1997. Entretanto, como disse, o filme se perde, o Alien leva novamente uma eternidade para aparecer, embora até renda boas cenas com sua presença (a cena que os protagonistas são resgatados de volta para a nave é a melhor cena de ação do filme). Claro, o filme entrega algum fan service conectando Prometheus com Alien e justificando seu status de prequel. Só que, como disse, tudo ficou confuso. Fica clara a falta de planejamento e que esse filme foi um reboco não pensado nesse link entre os dois filmes. Tanto é que eu nem sabia disso, na minha cabeça Covenant nem tinha ligação com Pormetheus (como dá para perceber no meu comentário no filme de 2012). Inclusive, naquele comentário eu lamento o fato de que Prometheus não teve uma continuação para concluir a lacuna enorme de seu final. Bom, acontece que ele teve, só que, bizarramente, Covenant não se dá ao trabalho de responder as questões de Prometheus e, como eu disse, abandona essa ideia e foca em ser a prequel de Alien. De toda forma, ignorando esse erro bizarro de continuar sem continuar, eu gostei do clima do filme, dos cenários. Não tem um design de produção magnífico como Prometheus, mas dá para o gasto. Também gostei da forma como se liga à franquia Alien, embora isso “descanonize” Alien vs. Predador, no qual os Aliens já existem faz muito tempo. Mas a melhor parte para mim são as interações que envolvem os robôs, interpretados por Michael Fassbender. Os diálogos, questionamentos e desenvolvimentos deles são disparado a parte mais bem feita e trabalhada do filme, uma pena que se encontrem isolados em um roteiro completamente perdido. Tão perdido que comete o mesmo “erro” (entre aspas pois não considero uma ideia tão ruim, apesar da maioria das pessoas odiarem)
tão criticado pelos fãs em Alien 3, que mata os personagens do 2 sem pudores, off screen, sendo que o mesmo acontece aqui com a protagonista de Prometheus. Não sei onde os roteiristas acharam que isso seria um boa ideia. Era mais fácil fazer um recast da Naomi.
No final, acaba sendo o pior filme da franquia Alien na minha opinião (desconsiderando AVP). Nota: 7.3.
É aquela tentativa sempre frustrada de trazer o descompromisso e suspensão típicos dos anos 1980 para uma era de cinema mais realista. Acaba falhando nessa empreitada. As tomadas exageradas de ação e aventura, creio, funcionam melhor no 3D, mas acaba que não foram pensadas para quem, como é o caso da maioria aqui, assistiu o filme sem a tecnologia 3D e com isso o filme perde grande parte da graça. Repleto de conveniências (o personagem do Brendan Fraser parece sempre saber tudo, inclusive com cálculos miraculosos sobre o aumento da temperatura, etc, como se já tivesse vivido aventuras antes ao invés de ser um simples professor), o roteiro só surpreende mesmo quando
mostra que o pai do Sean morreu. Seria bem típico e clichê que ele aparecesse vivo e se jutasse à aventura
. Trás também uma coisa típica dos filmes da época, de retratarem a visão que os adultos tinham dos adolescentes, visto como chatos que não largam os celulares e videogames, sendo curioso que essa visão é abandonada em 5 minutos e o Sean logo deixa de ser um adolescente chato típico dos filmes dessa época. Achei os efeitos fracos. Talvez funcionassem na época, mas mesmo assim são aquém em relação a outras produções, inclusive de anos anteriores. Talvez o deslumbramento com o 3D disfarcesse esses efeitos. Lembro também que vi na época, no início da minha adolescência. Tinha expectativas, mas achei o filme sem graça, se bem me lembro, nem cheguei a rever na época. Nota: 6.9.
Shippo a Deanna com o Popoff, fo**-se. Casal muito melhor que com o mala do Gerard. Caramba, ela cantou em russo (num dos melhores números da Deanna), o Popoff deve ter surtado kkkkkk. Aliás, este é o quarto melhor rankeado filme da Deanna no IMDB e realmente é um dos melhores filmes protagonizados pela atriz, embora seja curioso que os filmes dela piores rankeados são os que o par romântico dela era um mala, entretanto aqui isso acontece e o filme é bem avaliado. Mas, acho que a nota alta são porque as as situações do filme, o humor e as músicas são boas, e Deanna está no auge aqui, beira o absurdo. O diretor, o filme, todos os envolvidos, todo o universo parece estar em torno da figura dela que, repito, atinge seu auge nesse filme. O uso do screen glow para fazer a atriz brilhar, bem comum na época, é bem empregado aqui. Gosto também que o filme se mantêm firme em sua proposta na mais intensa rigidez, sem ceder e sem com isso soar irreal também.
Vamos ser francos, o filme acabaria assim que Gerard escutasse Deanna cantando, algo que não era tão difícil assim de acontecer, mas só ocorre de fato na última cena do filme, extrapolando a premissa sem soar irreal ou absurdo que tal levasse tantos dias para ocorrer já que, se ocorresse, o filme acabaria. No fim, acho que o grande problema da produção foi mesmo nos útlimos dez minutos, quando desanda completamente. O comportamento do mordomo após saber do romance entre o compositor e Deanna é sem sentido, indo e voltando, e só acontece para a trama ter um clímax que, claro, como todo filme da época vai ser resolvida num passe de mágica.
O que, claro, não prejudica o filme, afinal, a experiência de assistir os filmes dessa época são, em si, mágicas. Nota: 9.2.
Uai, esse trem tava marcado como "quero ver"? Nem lembro de ter feito isso, vim aqui comentar porque comprei o DVD, assisti e aí vejo que eu tinha marcado que queria ver. Kkkkkk. Sim, coloquei seis estrelas. Isso daqui é puro suco de ruindade num nível acima do normal, trash do mais fino gosto cinematográfico, repleto de surpresas, uma imprevisibilidade caótica e de pouco sentido. Por exemplo, o filme se parece passar na Idade Média ou algo do tipo, e do absoluto nada aparece uma mulher dos tempos modernos. Qual o sentido? O castelo não é afetado pelo tempo e pessoas de diversas eras caem ali? Não sabemos, o filme não explica, simplesmente tasca uma mulher moderna no meio do caos. Ou seja, por mais que seja ruin, achei a experiência de assistir suficientemente divertida. A ideia era ser uma versão de terror de Chapeuzinho Vermelho, mas logo abandona a temática da Chapeuzinho, tomando rumos completamente avessos ao da história original. Sim, a ideia é adaptar a trama a um novo contexto e gênero, mas o faz de forma escabrosa, pouco lembrando as tramas e ideias que envolvem Chapeuzinho. Além disso, o terror é fraco. O filme é bonito visualmente, mas essa beleza afasta o clima de tensão, que não existe. Já a maquiagem é ótima para os padrões de orçamento do filme, parecendo que foi todo direcionado para isso, criando o visual interessante dos vilões. Entretanto, as atuações, trilha, direção, etc, são bem ruinzinhas (sendo bonzinho), apesar de a fotografia e as locações serem até interessantes. A verdade é que não havia trama para um longa-metragem, e o filme preenche esses espaços com cenas “vazias” e longas. Reparem como há pouco fala. Acredito que se tivessem feito um média-metragem, com 30 a 40 minutos, teria sido bem melhor. Nota: 6.1.
Instinto Selvagem é bem melhor do que eu esperava, possuindo, na minha opinião, um dos melhores roteiros originais da história do cinema. A forma como a trama de investigação é conduzida foge do óbvio na maior parte do tempo, possuindo ótima construção de clima, investigação, personagens, reviravoltas, etc, além da premissa interessante (investigador se apaixona por principal suspeita). No final, o roteiro só não é perfeito por duas falhas razoavelmente preocupantes.
Uma delas é que a Catherine Tramell deixou seu DNA espalhado por toda a cena do crime e seria facilmente enquadrada como culpada. O outro problema é a cena final. Já não gosto muito como o filme se conclui, meio abrupto, me fazendo diminuir um pouco a nota, mas, aém disso, o final ainda possui uma falha. Se era o objetivo da Catherine que outra pessoa ficasse como culpada pelo assassinato, qual o sentido dela matar o detetive Curran com o picador de gelo? Aí ficaria claro que ela era a culpada. O certo seria ela usar uma arma, alguma outra coisa, forjar um suicídio do detetive, etc. Enfim, apesar disso gosto da forma como o roteiro é encaixadinho em todos os outros aspectos, e como parece prever que vamos prever suas reviravoltas, como quando comecei a desconfiar da psicóloga, achando que a reviravolta seria que ela era a culpada, e logo então o filme já a institui como suspeita e na verdade a reviravolta acaba sendo que não temos reviravolta, é Catherine desde sempre a culpada.
A mescla de violência e sexo, dois temas tipicamente polêmicos, é feito com extrema ousadia pelo diretor, fazendo o filme marcar época e, mesmo polêmico, ser um estrondoso sucesso. O diretor é bem hábil na construção das cenas, no clima erótico, inclusive na famos cena do interrogatório, que é toda construída com zelo para ser a cena mais marcante do filme. Nota:9.4.
Esse é facilmente o mais fraquinho de uma franquia que já era fraca. E é incrível como eu vi os três filmes uns dez anos atrás e revendo agora eu não lembrei de absolutamente NADA de nenhum dos três filmes. Mesmo filmes que vi uns 15, 20 anos atrás eu sempre acabo me lembrando de um ou outro detalhe, mas nessa franquia eu não lembrei de uma mísera cena, conseguiram fazer três filmes são incrivelmente esquecíveis. Primeiro que já desanda ao não ter nada a ver com os outros dois filmes, que não tinham temática sobrenatural (a mesma coisa acontece no terceiro filme da franquia Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado). Nos comentários do primeiro e segundo filme falei que o primeiro copiava Pânico 1 e o segundo Lenda Urbana copiava Pânico 2 e 3, e questionei, então, qual filme Lenda Urbana 3 copiaria já que o material de “inspiração” (ou seja, Pânico, a fonte de onde a franquia Lenda Urbana copia) não tinha (na época) outros filmes. E, claro, eles buscaram outro lugar para copiar, pegando grande parte da trama de Prom Night 2. O filme já começa com a velha cena do evento traumático do passado, um clichê nos slashers, mas até que funciona. Entretanto, a partir daí somos bombardeados com toda a sorte de furos de roteiro. O corpo da moça, que está há quase 40 anos em um baú na escola e nunca descobriram (mesmo que uma personagem até fale que procuraram o corpo). Ou qual seria o motivo para o fantasma matar os filhos dos estupradores (ao invés dos estupradores, diga-se de passagem) nos moldes de lendas urbanas. Ou por qual motivo Mary resolveu atacar só agora, tanto tempo depois. Curioso também como, mesmo sendo dirigido por uma mulher (diretora dos Cemitérios Malditos 1 e 2, que são, conforme minha memória, ótimos filmes) temos a exploração de corpos femininos, na figura da gostosa burrinha. Aliás as duas amigas da protagonista simplesmente somem o resto do filme. Uma pena, se a Olesya Rulin aparecesse mais talvez salvasse o filme, ela tá um pitelzinho aqui. Enfim, ainda conclui com um velho clichê de outro sub-gênero do terror,
com a trama do “achar o corpo e enterrar para acalmar o espírito”, apesar de que aqui, contrariando o padrão, enterrar o corpo realmente funciona, embora, sejamos francos, seria melhor deixar o espírito cometer sua vingança contra os estupradores... apesar de que a vingança consta em matar os filhos e não os estupradores, inexplicável, como eu disse. E, no final, depois de 3 filmes longos e sofríveis, finalmente a trilogia chega à sua derradeira conclusão, afirmando que a protagonista é a Lenda Urbana, seja lá o que isso quer dizer.
É até melhor do que eu esperava, considerando ser continuação de um clássico. O primeiro e metade do segundo ato são promissores, mesclando bem humor e terror, além de conseguir instigar sobre quais serão os passos que o filme vai tomar. Os efeitos especiais tentam ser tão marcantes quanto o de 1981, aproveitando a revolução dos efeitos digitais que tomou o final da década de 1990. E, sinceramente, não são efeitos ruins para a época e devem ter funcionado bem naquele contexto. Entretanto, diferente dos efeitos práticos do filme de 1981, os desse continuação não envelheceram bem. Segue o legado da primeira parte de mesclar humor com terror, entretanto a sgunda metade de Um Lobisomem Americano em Paris desando ao apelar dmais paa o humor, exagerando no pastelão. Além disso, não gostei dos rumos que a trama tomou depois
que o protagonista se transforma em lobisomem. Na verdade, nem era tão necessário que isso ocorresse, sendo quase inútil para o segundo e terceiro atos do filme
Revi mais uma vez o filme e tenho dois adendos ao meu comentário de 3 anos atrás. Um é que o trecho envolvendo o Jabba realmente deveria ser mais enxugado. O outro é que esse filme é subvalorizado, muita gente, inclusive a crítica, não gosta, mas para mim, mesmo sendo o mais fraco da trilogia original, ele completa essa trilogia de forma excelente. Arrisco dizer que tirando a cena do "eu sou seu pai", o duelo final de Luke com Darth Vader/Imperador é o melhor momento da franquia. O plano do Imperador é quase perfeito até em seus pormenores.
Ele planejou a melhor forma de Luke ser convertido ao lado sombrio. Se pararmos para pensar, se Luke mata Palpatine ou Vader durante uma batalha, isso não seria garantia para convertê-lo ao lado sombrio. Era necessário que isso decorrese de sentimentos como raiva e frustração. Assim, se Luke mata Palpatine durante sua frustração por perder a batalha e seus amigos, durante a ira de ter caído em uma armadilha, Luke seria convertido ao lado sombrio e governaria a galáxia ao lado do seu pai. Caso Luke matasse seu pai nessas mesmas condições, sucumbiria ao lado negro e substituiria Vader como aprendiz do Imperido. Luke morrendo, as coisas continuam como estão, com o bônus de que agora sabem que Léia é uma potencial para ser convertida ao lado sombrio. Entretanto, o Imperador não contou que alguma humanidade restasse em Vader. Essa humanidade é evidente quando Luke, num assomo de fúria, tenta decapitar Palpatine, sendo que Vader usa seu sabre e bloqueia o ataque. Esse gesto de Vader é genial no subtexto da cena, pois ele o fez não para salvar o Imperador de ser decapitado, e sim para SALVAR LUKE de realizar um ato que o levaria ao lado sombrio
. Só uma mostra do quanto esse filme tem muita coisa boa, mas acaba sendo subvalorizado por conta de alguns escorregões que não aconteceram nas partes anteriores.
Obs.: O meu comentário contêm spoilers do filme Mãe!. Obs. 2: Retrato temas aqui no meu longo comentário propostos pelo filme, temas políticos e por vezes bem críticos à religião. Apenas os expus, não significa que concorde com os ideários do filme. É hilário como Pobres Criaturas é o filme mais politicamente tendencioso que já vi na minha vida e ninguém parece se dar muito conta disso. Sério, é o filme mais feminista já lançado na história e qual filme pega a fama de “lacrou”? Barbie, que é um filme que quase beira a isenção e está longe de ser uma produção feminista se comparado com Pobres Criaturas, que exala libertação feminina em TODOS os seus elementos, do micro ao macro. Isso já é notório no título. Creio que “Poor Things” se refere às mulheres, no sentido de que elas são vistas como “coisas”. E no pôster, em que o corpo da Emma Stone é bem maior, afinal, a cabeça, o cérebro da mulher “pouco importa” na visão machista que é predominante. Arrisco dizer, até, que Pobres Criaturas é como o filme Mãe!,
que adapta a Bíblia sem dizer diretamente que está adaptando a Bíblia.
A diferença é que Pobres Criaturas realiza uma adaptação distorcida de modo a evidenciar e defender o feminismo. E lá vem o comentário longo... A analogia fica óbvia quando o criador de Bella se auto-apelida de “God”. Só que, ao invés de criar Bella da costela de Adão, ele a cria a partir do corpo de outra mulher. Então temos a figura da serpente no personagem de Mark Ruffalo. Entretanto, e aqui temos outro twist com a história bíblica, ao sair do “paraíso” (a mansão de God), o filme passa a ficar colorido, abandonando o preto e branco, quase como se expusesse a ideia de que o Éden era mais uma prisão, e a libertação originada pelo fruto proibido que colorisse o mundo. Uma visão de que os prazeres, vistos como pecados nos ditames da religião, são aqui retratados positivamente. Aliás, no início eu achei que a descoberta da sexualidade de Bella no início do filme seria apenas uma breve piada, mas, na verdade, a questão sexual é um dos principais temas do filme. Liberta dos pudores impostos pelo mundo exterior, principalmente contra a sexualidade da mulher, Bella é livre para o prazer, demonstrando mais uma vez a inversão proposta pelo filme em face das idéias religiosas. Aliás, o tal do Duncan, interpretado por Mark Ruffalo, é um típico esquerdomacho, representando um dos aspectos masculinos do filme. A princípio libertário, se declarando livre dos dogmas e preconceitos sociais, logo se revela como conservador quando esses preceitos são aplicados à outras “criaturas” que não sejam os homens, exigindo que Bella se atenha às etiquetas exigidas às mulheres. Assim God é o pai, o sentimento paternalista, Duncan o esquerdomacho, Max um homem que respeita e apoia os ideários feministas, enquanto Alfie é o típico machista. E a alegoria feminista e a crítica ao machismo e ao conservadorismo fica evidente na figura de Alfie, abusivo e, ora vejam, membro do exército. Temos ainda algumas discussões sobre pobreza e cinismo no trecho que envolve Alexandria. Acho esse trecho um pouco complicado. Bella inicialmente é retratada como alguém com indícios de que psicopatia, que não se importava muito com outras vidas, que tinha a morte e o sofrimento banalizados ante ter crescido na mansão de God, então é estranho vê-la demonstrar simpatia tão repentinamente. Mas, o trecho mais complicado realmente é aquele que trata da prostituição como forma de liberdade feminina. Sim, isso dá pano para manga e geraria um comentário imenso discutindo essa questão, sobre como explorar o corpo feminino, mesmo com a autorização da mulher, não seria um comportamento baseado na própria sociedade machista e como isso não representaria liberdade feminina apenas desespero em dispo do seu corpo em troca de dinheiro e blá blá blá, então melhor não entrar muito nesse mérito não. Acho que vou apenas comentar sobre a cafetina, em que poderia ser problemático, afinal, trata-se de uma mulher explorando o corpo de outras em troca de dinheiro, aí arrumam claramente um pretexto para não “ficar feio” e colocam que a cafetina faz aquilo para poder criar aquele bebê (não lembro se era neto dela ou parente ou algo assim). A estética surrealista é interessante, no estilo de Desventuras em Série, em que parece difícil identificar em que época estamos, pois alguns objetos e elementos dos cenários (como o barco que eles viajam) não existem ou existiram na vida real, talvez a forma como Bella via o mundo, sei lá. Mas, de todo o jeito, o filme possui em sua maioria elementos do final do século XIX, condizente, inclusive, com o contexto de discussão feminista. Entretanto, minha maior decepção fica mesmo com o diretor. Vi dois filmes dele (Sacrifício do Cervo Sagrado e Dente Canino) e os dois tinham como principal característica uma atmosfera incrivelmente sufocante, com a estranheza quase palpável, uma estranheza não apelativa, não bizarra, apenas estranha, mas sólida. Os dois filmes do diretor que já vi são desconfortabilíssimos e quando fui ver Pobres Criaturas eu estava já aguardando receber essa sensação (aliada com a fotografia dessaturada dos outros filmes do diretor), então foi um pouco decepcionante não ver a marca de Yorgos na produção. Seria como ir assistir um filme do Shyamalan e não ter uma reviravolta no final, ou um filme de Tarantino sem grandes diálogos. Por mais que a direção seja boa, esteja acertada, a ausência da marca do diretor acaba pesando. Também achei a atuação de Willem Dafoe mais marcante que a do Mark Ruffalo ou da do Robert Downey Junior, na minha opinião ele merecia mais uma indicação. Apesar de,
no final, seu personagem seguir o velho (e estranhamente pouco comentado) clichê e morrer de câncer, embora fuja um pouco do clichê ao não se usar essa morte como motor do clímax
. Enfim, isso está sendo estranhamente pouco comentado, mas, como disse, esse é, provavelmente, mesmo tendo sido dirigido por um homem, o filme mais feminista, em matéria de conteúdo, da história. Nota: 9.0.
A premissa aqui é tentar focar mais nos EVPs, mas acaba sendo um filme de espíritos padrão mesmo. Constrói bem algumas cenas de tensão, mas é bem previsível. A cena incial, por exemplo, é óbvia. Até tenta ter um tom mais artístico, mais intimista, mas é um filme padrãozão mesmo em sua essência. Ainda tem um gancho para possível continuação que achei meio ridículo e desnecessário. Nota: 6.7.
Comentário no Filmow é surto mesmo kkkkkkk. Tem uns filmes horrendos de chatos que a galera gosta, aí no Oppenheimer tá atolado de comentário taxando o filme de chato. Acho que ele acabou se direcionando a um público que não era o dele. Mas, sinceramente, para o padrão de “cinebiografia Oscar”, Oppenheimer está longe de ser chato, tem bastante ritmo, boas falas, etc, para um filme de cinebiografia sobre algo quase puramente científico, digo quase porque também envolveu questões políticas em face da Segunda Guerra. E, sinceramente, sempre acho que o Oscar premia como melhor filme filmes medianos ou bons e dificilmente um filme realmente ótimo (na minha opinião) ganha. Oppenheimer foi o primeiro filme desde Onde Os Fracos Não Têm Vez que eu concordei razoavelmente com a premiação, embora eu tenha gostado mais de Pobres Criaturas rs. Sinceramente, se for olhar todos os prêmios de 2000 para cá o Oscar só premiou como “melhor filme” filmes que eu considero ótimos 3 vezes (Oppenheimer, Senhor dos Anéis 3 e Onde Os Fracos Não Têm Vez). Deve ser por isso que metade dos meus comentários é reclamando do prêmio kkkkkkkk. E até as duas horas de produção estava achando o filme excelente mas, após isso, ele deu uma queda na minha análise. A parte do processo contra o Oppenheimer achei excessiva, poderia ter sido enxugada. Não que tenha ficado chato, em nenhum momento achei chato, apenas expositiva e repetitiva. Também achei péssima a ideia de concentrar essa parte na última hora de produção e as partes sobre a bomba nos dois primeiros atos. Teria sido muito mais interessante e passível de ser condensado se as cenas do “tribunal” fossem inseridas durante os eventos sobre a construção da bomba. E o Oscar vai lá e premia esse treco com a estatueta de “melhor edição”. Aaaaaargh. Também achei esquisito o prêmio de melhor fotografia. É bonita, é verdade, mas a insistência em mudar o aspect ratio a todo momento me incomodou. Bizarro (mas previsível) também foi o Oscar para melhor ator para Robert Downey Junior para a performance apagada e sem graça dele. Não sei que surto coletivo foi esse, mas não vi (e ninguém aqui em casa também viu) nada de demais na atuação dele. Não que seja ruim, apenas que o personagem dele não inferi a necessidade de uma atuação marcante, é um personagem que fica basicamente no mesmo ambiente sem nenhum arco dramático ou cena fantástica que justifique a babação que foi em cima da atuação de um personagem sem grandes exigências. Lado outro, a atuação de Cillian Murphy é histórica, arrisco dizer, uma das melhores de todos os tempos, entregando e deixando mais interessante um personagem que, nas mãos de outro ator, talvez não ficasse tão marcante assim. Compondo Oppenheimer como uma pessoa inteligente, mas sem soar nerd ou esquisito. Uma pessoa que constrói uma bomba e tem uma amante e mesmo assim tem princípios. As escolhas de expressões, o modo de andar e se portar nas cenas, tudo gera uma composição que faz jus ao status de protagonista e ao recebimento da estatueta. Responsável, também, ele é por compor o sublime take final, um dos melhores do cinema. Inclusive estava escrevendo este comentário antes da premiação e ele começaria com a frase “TRAGAM UM OSCAR PARA CILLIAN MURPHY”, mas como a cerimônica já passou. Aliás, Nolan está se especializando em entregar takes finais maravilhosos. Cavaleiro das Trevas, Cavaleiro das Trevas Ressurge, A Origem, Amnésia... Aliás, não vou dizer que este daqui foi o melhor trabalho do diretor (Acho A Origem, Cavaleiro das Trevas, Amnésia e Tenet melhores), mas é ótimo que finalmente ele tenha recebido, FINALMENTE, sua primeira estatueta. Já sobre a trilha, achei ela intrusiva em alguns momentos, não sei se realmente merecia ganhar nessa categoria também. A história é suficientemente interessante se levarmos em conta que se tratou de eventos reais, embora, na verdade, eu não cheguei a pesquisar a fundo o que é fictício e o que não é. Enfim, ótimo filme do Christopher Nolan, que finalmente o permitiu receber sua estatueta, embora para mim o grande nome dessa produção seja mesmo o Cillian Murphy. Nota: 9.1.
Predadores Assassinos
3.2 771 Assista AgoraO filme possui toda aquela suspensão da descrença que sempre vai ter em filmes de ataque de animais. A diferença é que este daqui se leva a sério, então é difícil fazer este exercício. Jacarés não se comportam daquele jeito, a não ser que estivessem com extrema fome. Lesões enormes que os personagens parecem quase não sentir (tá certo, o pai geme várias vezes, mas gemidinhos ocasionais não convencem a facilidade com que ele anda).
Não, essas coisas não me incomodaram tanto. O que me incomodou mais foi a tentativa de seriedade, dando substrato à relação dos protagonistas com a trama da briga familiar sobre rigidez paternal e blá blá blá. Não que seja ruim a ideia de colocar substrato e encorpar os personagens, mas isso tem que ser bem feito, o que não acontece aqui. E, convenhamos, a ausência disso não prejudicaria o filme, afinal, colocamos o DVD da produção para assistir os lagartões perseguindo gente. Ou seja, se fosse ser esse fiapo de substrato, mal executado, era preferível não colocar substrato nenhum.
De resto, achei o primeiro e o segundo ato bonzinhos, mas quase escorregam. Falta um pouco de claustrofobia, tensão, apesar da condução até boa de Aja. Já o terceiro ato é ótimo, frenético, de uma ação quase ininterrupta de grande escala (com algumas falhas de roteiro e exageros, claro), mas muito bem feita e salva bastante o filme.
Outra parte meio esquisita foi o
grupo de assaltantes, que é inútil, descartável, não duram nada e mal servem para impôr uma dose de violência ao filme. Super esquisito. Acho que foi uma tentativa de quebra de expectativa, já que pareceu que o filme ia se transformar no novo clichê (não é uma expressão contraditória, é?) do "as pessoas são os verdadeitos monstros" (obrigado Walking Dead), sendo logo descartado. Mas, se era essa a intenção, ficou esquisita e mal executada. Sinistro também a ousadia de colocar, sem pudor nenhum, o MAIOR CLICHÊ da história, na figura dos policias inúteis que logo morrem. É um clichê tão repetitivo que eu já nem sinto mais
No final, é bem filmado e suficientemente eficiente em sua proposta.
Nota: 7.4.
3 Meninas Endiabradas
3.3 1Quase que dá para copiar e colar o meu comentário para o filme Primeiro Amor, também de 1939 e também protagonizado por Deanna, embora eu considere este daqui ligeiramente superior.
3 Meninas Endiabradas é o filme de Deanna com a quinta melhor nota no IMDB e, embora ache que ela tem filme melhores, acredito que este daqui esteja no meu top 10 da atriz, embora, de memória, eu considere 3 Pequenas do Barulho melhor, que é a parte 1. Aliás, 3 Meninas Endiabradas tem uma nota maior do que 3 Pequenas do Barulho, sendo um dos poucos casos com uma continuação com nota maior do que a parte 1.
Sobre o filme, entrega aquilo que esperamos, num humor de situações muito bem executado pelos realizadoers e performado pelo elenco, encabeçado agora por Deanna, que ganha mais tempo de tela em relação ao 3 Pequenas do Barulho, já que a atriz estava bem popular à época.
As músicas são ótimas (Last Rose of Summer ❤), a trama é divertidinha, embora padeça da típica solução fácil que é padrão em quase toda produção hollywoodiana da época, que necessitava de um final feliz, por mais abrupto que seja. Mas isso logo é esquecido ao vermos Deanna entregar uma ótima atuação com suas lágrimas e sua voz no take final. Claro, para a trama funcionar a mãe das trê irmãs é transformada em uma megera aqui. A moça já não faz nada (nem dona de casa é), custava tentar resolver o problema e escutar suas filhas? Não é como se ela não tivesse tempo sobrando.
Nota: 8.6.
Pecados Fatais
0.9 14É um filme bem estranho. Mas não estranho no sentido de bizarro (como Lynch ou Hausu), mas sim estranho de uma forma mais contida, mais no sentido de inusual, de esquisito. O filme começa com longas cenas com poucas falas, não introduz seus personagens, simplesmente os joga lá sem mais nem menos, sem explicações, aí vai se enchendo de cenas repetitivas sob os dogmas do lugar o a lascívia adolescente, sendo que os adolescentes, que não foram introduzidos, ainda são todos iguais, deixando tudo ainda mais bagunçado.
O roteiro já não é muito inspirado ou trabalhado, aí na edição juntaram as cenas dessa maneira esquisita, quase vanguardista/anti-hollywoodiana, servindo a um filme que no final acaba se revelando um slasher. E,
confesso que fiquei confuso no fim. Não vai ter punição nenhuma para o líder do lugar? Ele também não vai ser atacado? Onde está a justiça? O filme simplesmente termina.
Nota: 6.5.
Quase Famosos
4.1 1,4K Assista AgoraQuase Famosos é um filme para quem gosta de Rock. Não apenas para os fãs do gênero musical, claro, mas acredito que o filme visa agradar este público, sendo povoado de boa música e referências a músicas e figuras do rock setentista que pulam aqui e ali. O humor com as situações dos bastidores do rock na época também é divertido. Mas tem algumas coisas que me incomodaram.
Uma é o tal do Russel. O personagem dele nem chega a ser introduzido direito e do segundo ato para frente acaba sendo colocado como protagonista. Achei sua construção caótica, como se tivessem tentado dar uma pretensa tridimensionalidade à figura do rockeiro inconsequente, mas não consegui digerir o personagem e suas ações. O mesmo vale para a mãe do protagonista, com ações e constução de personalidade meio contraditórios ao meu ver (e nem vou entrar no mérito da conciliação dela com a sua filha, algo que tenho ressalvas).
No final, os melhores personagens parecem ser mesmo os "unidimensionais". O crítico de música é divertido e o protagonista funciona muito bem, mesmo não sendo multifacetado. Ele é um "uncool" que gosta de rock, um ambiente "cool" e pronto, isso funciona.
Já a Penny Lane é um pouco mais complicada de analisar. Por um lado não é dito sua idade, mas as "groupies" (termo politicamente incorreto segundo as mesmas) são claramente adolescentes, e suas relações com os maiores de idade, membros da banda, é problemática. Claro, isso era algo que aparentemente acontecia, astros do rock ficavam com adolescentes (sweet sixteen), e isso claramente gera consequências psicológicas na Penny, mas estranhamente o próprio diretor falou que não quis entrar nesse mérito e que não era o objetivo do filme.
Bom, no final é um coming of age divertido para os fãs do rock. Fiquei curioso foi para ver a versão estendida e se os problemas que tive com o filme são corrigidos nela, pois a versão estendida conta com uma duração bem maior, que acredito tenha sido para dar maior desenvolvimento.
Nota: 8.2.
American Pie 2: A Segunda Vez é Ainda Melhor
3.1 397 Assista AgoraO primeiro filme acertava muito bem no humor, na trama, no desenvolvimento dos personagens, e no tom de comédia adolescente. Já este segundo filme não consegue acertar em todos os elementos, falhando por completo no desenvolvimento do roteiro, que deveria ser o foco, enquanto acerta nos outros aspectos em maior ou menor grau.
Aqui, Oz e Kevin estão bem jogados, com suas subtramas completamente mal desenvolvidas, em especial a do Oz, que começa em nada e não chega a lugar nenhum, apresentando alguns elementos (como o ciúmes pela distância), sem desenvolver nenhum desses elementos, nem mesmo o humor das possíveis situações do relacionamento à distância, e se finaliza de forma simples. Já para o protagonista até temos uma trama se desenvolvendo, mas o
romance dele com a Michelle, por mais que tenha uma mensagem por trás, é extremamente mal construído, com a paixão surgindo sem mais nem menos, sem elementos que a justifiquem
Pelo menos o humor aqui funciona, muito pelo bom timming dos atores, e pelas situações criadas pelos roteiristas, embora na maior parte das vezes as boas ideias de humor são delongadas ao extremo, diluindo a graça (a cena das "supostas lésbicas" é enorme, por exemplo). Esse daqui também acaba usando do apelativo para gerar humor, algo que acontecia em grau bem menor no primeiro, sendo este segundo exemplar da franquia um filme bem mais apelativo que a parte um. Pelo menos exploram bem a piada com a mãe do Stifler, que sempre é um dos pontos altos da franquia.
Nota: 7.3.
Quando a Morte Sussurra
2.6 19 Assista AgoraFilme que não tem grandes atrativos. O fato de ser feito na Tailândia poderia ser algo interessante, como um exemplar do cinema asiático, mas acaba tendo bastante americanização, pelo menos na trama. Nos elementos como locações e construção do clima é eficiente, além de ter aquela cenas bem violentas e criativas que não são tão comuns no sub gênero de assombrações, pelo menos quando são feitas nos EUA. Chega um ponto também que fica um pouco repetitivo, um pouco bagunçado, mas até consegue se sustentar.
Nota: 7.0.
Diretamente de Lugar Nenhum: Scooby-Doo! Encontra Coragem, O Cão Covarde
3.3 48 Assista AgoraÉ uma espécie de final para a história do Coragem, trazendo uma explicação onde ela não era necessária. Explicação, essa,
um pouco fajuta e que não tem muito sentido, já que coisas estranhas aconteciam mesmo fora de Lugar Nenhum no desenho. E, como disse, resolvida a questão, acaba que agora o Coragem não tem mais como continuar, já que Lugar Nenhum agora não sera mais um lugar de estranhezas. Pelo menos o pobre Coragem agora vai ter paz
Mas, convenhamos, é a reunião daqueles que devem ser meu dois desenhos preferidos. Apenas por isso já assisti animado, mas, depois de passado o hype, fica fácil perceber que o desenho podia entregar muito mais. SIm, é abarrotado de referências deliciosas ao antigo desenho do Coragem, mas falha em praticamente todos os outros aspectos. Os diálogos são esquisitos, o humor mal funciona (o número musical do Eustácio AAARGH). A trama geral ainda consegue ser interessante, mas sem grandes inspirações. No final, vale a pena mesmo por trazer material novo do Coragem depois de tantos anos.
Nota: 7.1.
Noroi: A Lenda de Kagutaba
3.3 161Um found footage que em alguns momentos flerta com o mockumentary e um dos melhores do gênero. A forma como conseguiram efetivamente contar uma história faz desse um dos filmes do estilo com mais trama, afinal, a proposta do found footage está longe de ser a de ter um roteiro mais encorpado. Mas aqui temos várias gravações que aos poucos vão se amarrando até revelar a conexão entre elas, sendo muito bem trabalhado nesse ponto. As cenas de tensão são boas (found footages geralmente são eficientes nesse ponto), ainda mais se considerarmos que foi lançado em 2005, numa época em que ainda era fácil ser enganado e acreditarmos que estávamos diante de gravações reais. Apesar de que nesse ponto o filme escorrega em alguns momentos com alguns efeitos que entregam a natureza ficcional da produção.
Acredito que tenha sido a principal inspiração para Atividade Paranormal, pois tem uma cena iguazilnha com as gravações noturnas que ficaram famosas na fraquia. Por fim, acredito que outro escorregão do filme esteja em sua longa duração. Não chegou a ficar chato, como apontaram em alguns comentários aqui, mas algumas coisas poderiam facilmente ter sido tiradas, além do filme parece que demora demais para acabar, possuindo um "epílogo" enorme.
Nota: 8.8.
Luccas Neto em: Uma Aventura no Zoológico
1.2 1A enrolação no início é típica dos filmes do Luccas. Também típica é usar outra trama como "inspiração". Já tivemos Esqueceram de Mim, High School Musical, Pequenos Espiões e, agora, Jumanji. Outro padrão aqui é que o roteiro parece improvisado, escrito enquanto se explora determinada locação. Foi assim no de Natal, Netoland, Mapa do Tesouro. Luccas Neto entrou no Zoológico e foi improvisando o roteiro com elementos do cenário, o que é problemático por si só. Foge do clichê da dupla de vilões Líder e capanga burro mas, em contrário, nos entrega um quarteto com um
arco de redenção pavoroso, sem sentido e que termina por esburacar por completo o já fraco roteiro
Nota: 4.6.
The Amazing Mrs. Holliday
3.8 1O filme de Deanna Durbin com a quarta pior nota no IMDB, e realmente está (pelo menos de memória), para mim, entre os quatro piores protagonizados pela atriz (é ligeiramente melhor que Vivo Para Cantar). Embora Christmas Holiday, lançado um anos depois, seja comumente citado como o primeiro filme sério da atriz (e o foi), aqui temos uma produção que preliminarmente possuiria essa caráter mais sério, algo que, se não me engano, era o próprio desejo da atriz, inclusive sob a batuta de Jean Renoir. Entretanto, após a saida do diretor e inúmeras mudanças de roteiro, foram adicionados números musicais e, acredito, mais humor.
O humor funciona, como na maioria dos filmes da atriz, mesmo que descaracterize a proposta original. Já os números musicais realmente destoam. Acho que esse é um dos que menos gosto das músicas, e elas soam como se estivessem ali apenas por ter Deanna Durbin no filme, sendo obrigatório que devamos ouvi-la cantar. Pelo menos acaba fugindo da trama padrão em que ela tenta ganhar algo na vida através da música, sendo a música subjugada para segundo plano... hum, talvez não tenha sido tão má ideia assim.
E, para completar minhas recorrentes contradições no presente comentário,
a decisão de trazer o bebê e o capitão de volta enfraquece o impacto narrativo que a morte de um dos bebês teria, escancara que é realmente um filme da Deanna, sem a seriedade e o drama, e, mesmo assim, acho que a volta do capitão do absoluto nada o melhor momento do filme, pelo humor utilizado, pela reviravolta inesperada.
Nota: 7.7.
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista Agora"This is the end
My only friend, the end..."
O filme tem uma energia caótica, distópica, quase surreal, que vai ficando a cada momento mais insana, ainda mais se considerarmos que se trata de uma guerra que realmente aconteceu.
E, nesse ponto, o filme é interessante por mostrar os possíveis motivos que levaram à derrota estadounidense naquela guerra, entre eles a pouca seriedade no conflito, quase como se entrassem de "salto alto", enquanto isso acabaca por gerar desorganização, brutalidade e decisões questionáveis dos membros do escopo militar americano. E, ao longo do trajeto do protagonista pelas selvas vietnamitas, somos bombardeados (com o perdão do trocadilho) por todas essas insanidades e desorganização, imperdoáveis e que cobraram seu preço na derrota dos Estados Unidos.
Já em relação às cenas de guerra em si, como motor de ação narrativa, elas não decepcionam no geral, embora não tenha nenhuma batalha realmente marcante. Temos a presença obrigatória de uma trilha sonora muito boa, como é padrão em todo santo filme que retrata a guerra do Vietnã (impressionante como sempre toca pelo menos uma música do Creedence Clearwater Revival nesses filmes).
Tenho algumas ressalvas com o protagonista (na maior parte do tempo ele é uma concha vazia, mero espectador, para nos mostrar, como espectadores também, a loucura daquela guerra), mas o maior problema para mim é mesmo o terceiro ato.
Muita expectativa é criada em torno do personagem do Marlon Brando, inclusive por ser interpretado pelo Marlon Brando, mas o terceiro ato é, não tem outra palavra, broxante. Um clichê de vez em quando cai bem, é talvez um final mais catártico ou épico poderia ser bem melhor, ainda mais se considerarmos o tom mais louco que o filme vinha propondo, para, então, em seu terceiro ato, ser mais intimista, mais "cabeça" (no sentido de focar na narrativa e não na ação)
Nota: 8.9.
Cassandra
3.0 3Da série "se eu não tivesse o VHS jamais saberia da existência". É um filme bem final dos anos 1980, quando os slashers vinham perdendo força e as poduções de terror tentavam emplacar a inserção de outros elementos para fugir da mesmice dos adolescentes sendo fatiados. Aqui são acrescidos elementos paranormais, o problema é o ritmo enfadonho do filme nos seus primeiros atos. Além disso, é esquecível, a ponto de eu não lembrar de vir aqui comentar, só lembrando de fazer o comentário sete meses depois (geralmente tento comentar no mesmo mês que vi o filme, de preferência na mesma semana).
Nota: 6.7.
Promessas! Promessas!
2.8 2Para aquele que é considerado o primeiro filme da história a mostrar nudez de uma atriz "mainstream", é bem desconhecido. Poucos votos aqui e no IMDB. Enfim, achei suficientemente divertido. A pegada de comédia de erros já estava batida nos anos 1960, mas os atores até conseguem ter o timming certo na maior parte do tempo para fazer a produção funcionar, mesmo com o orçamento baixíssimo (evidenciado já nos pobres créditos iniciais).
Nota: 7.3.
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraDe princípio, eu tinha gostado bastante de Alien Covenant. Levei anos, mas finalmente assisti e de pronto dei 8 de 10, falando que talvez fosse melhor do que Prometheus. Entretanto, bastou um dia pensando melhor sobre o filme para perceber que ele não é tão bom assim, é repleto de falhas estruturais e pouca inventividade.
De princípio gostei bastante do clima do filme, da violência, da tensão leve, da premissa inicial, inclusive a ideia do personagem que assume o peso de novo comandante, ou do drama da perda da protagonista. No geral os protagonistas desses filmes tem um trauma passado, uma perda, um acidente acontecido muitos anos atrás. Entretanto, aí reside o problema do filme. Suas boas ideias iniciais são apenas isso, ideias. A execução logo se perde durante o segundo ato. A perda recente da protagonista ou o peso do novo posto de comandante são logo esquecidos e não mais explorados. Isso se dá, também, pelo motivo de que Alien Covenant é confuso em sua premissa, sofrendo com o peso de ser uma continuação que não ser uma continuação, tentando, ao mesmo tempo, entregar o que o público quer.
Pois o principal problema de Prometheus (além das falhas de roteiro) foi não entregar o Alien que o público queria, sem aparecer a criatura. Assim, era maravilhosa a ideia de que agora teríamos finalmente a volta do Alien, que não aparecia na franquia principal (desconsiderando Alien vs. Predador) desde 1997. Entretanto, como disse, o filme se perde, o Alien leva novamente uma eternidade para aparecer, embora até renda boas cenas com sua presença (a cena que os protagonistas são resgatados de volta para a nave é a melhor cena de ação do filme). Claro, o filme entrega algum fan service conectando Prometheus com Alien e justificando seu status de prequel.
Só que, como disse, tudo ficou confuso. Fica clara a falta de planejamento e que esse filme foi um reboco não pensado nesse link entre os dois filmes. Tanto é que eu nem sabia disso, na minha cabeça Covenant nem tinha ligação com Pormetheus (como dá para perceber no meu comentário no filme de 2012).
Inclusive, naquele comentário eu lamento o fato de que Prometheus não teve uma continuação para concluir a lacuna enorme de seu final. Bom, acontece que ele teve, só que, bizarramente, Covenant não se dá ao trabalho de responder as questões de Prometheus e, como eu disse, abandona essa ideia e foca em ser a prequel de Alien.
De toda forma, ignorando esse erro bizarro de continuar sem continuar, eu gostei do clima do filme, dos cenários. Não tem um design de produção magnífico como Prometheus, mas dá para o gasto. Também gostei da forma como se liga à franquia Alien, embora isso “descanonize” Alien vs. Predador, no qual os Aliens já existem faz muito tempo.
Mas a melhor parte para mim são as interações que envolvem os robôs, interpretados por Michael Fassbender. Os diálogos, questionamentos e desenvolvimentos deles são disparado a parte mais bem feita e trabalhada do filme, uma pena que se encontrem isolados em um roteiro completamente perdido.
Tão perdido que comete o mesmo “erro” (entre aspas pois não considero uma ideia tão ruim, apesar da maioria das pessoas odiarem)
tão criticado pelos fãs em Alien 3, que mata os personagens do 2 sem pudores, off screen, sendo que o mesmo acontece aqui com a protagonista de Prometheus. Não sei onde os roteiristas acharam que isso seria um boa ideia. Era mais fácil fazer um recast da Naomi.
No final, acaba sendo o pior filme da franquia Alien na minha opinião (desconsiderando AVP).
Nota: 7.3.
Viagem ao Centro da Terra: O Filme
3.0 564 Assista AgoraÉ aquela tentativa sempre frustrada de trazer o descompromisso e suspensão típicos dos anos 1980 para uma era de cinema mais realista. Acaba falhando nessa empreitada. As tomadas exageradas de ação e aventura, creio, funcionam melhor no 3D, mas acaba que não foram pensadas para quem, como é o caso da maioria aqui, assistiu o filme sem a tecnologia 3D e com isso o filme perde grande parte da graça.
Repleto de conveniências (o personagem do Brendan Fraser parece sempre saber tudo, inclusive com cálculos miraculosos sobre o aumento da temperatura, etc, como se já tivesse vivido aventuras antes ao invés de ser um simples professor), o roteiro só surpreende mesmo quando
mostra que o pai do Sean morreu. Seria bem típico e clichê que ele aparecesse vivo e se jutasse à aventura
Achei os efeitos fracos. Talvez funcionassem na época, mas mesmo assim são aquém em relação a outras produções, inclusive de anos anteriores. Talvez o deslumbramento com o 3D disfarcesse esses efeitos. Lembro também que vi na época, no início da minha adolescência. Tinha expectativas, mas achei o filme sem graça, se bem me lembro, nem cheguei a rever na época.
Nota: 6.9.
A Irmã do Mordomo
3.9 1 Assista AgoraShippo a Deanna com o Popoff, fo**-se. Casal muito melhor que com o mala do Gerard. Caramba, ela cantou em russo (num dos melhores números da Deanna), o Popoff deve ter surtado kkkkkk.
Aliás, este é o quarto melhor rankeado filme da Deanna no IMDB e realmente é um dos melhores filmes protagonizados pela atriz, embora seja curioso que os filmes dela piores rankeados são os que o par romântico dela era um mala, entretanto aqui isso acontece e o filme é bem avaliado. Mas, acho que a nota alta são porque as as situações do filme, o humor e as músicas são boas, e Deanna está no auge aqui, beira o absurdo. O diretor, o filme, todos os envolvidos, todo o universo parece estar em torno da figura dela que, repito, atinge seu auge nesse filme. O uso do screen glow para fazer a atriz brilhar, bem comum na época, é bem empregado aqui.
Gosto também que o filme se mantêm firme em sua proposta na mais intensa rigidez, sem ceder e sem com isso soar irreal também.
Vamos ser francos, o filme acabaria assim que Gerard escutasse Deanna cantando, algo que não era tão difícil assim de acontecer, mas só ocorre de fato na última cena do filme, extrapolando a premissa sem soar irreal ou absurdo que tal levasse tantos dias para ocorrer já que, se ocorresse, o filme acabaria. No fim, acho que o grande problema da produção foi mesmo nos útlimos dez minutos, quando desanda completamente. O comportamento do mordomo após saber do romance entre o compositor e Deanna é sem sentido, indo e voltando, e só acontece para a trama ter um clímax que, claro, como todo filme da época vai ser resolvida num passe de mágica.
O que, claro, não prejudica o filme, afinal, a experiência de assistir os filmes dessa época são, em si, mágicas.
Nota: 9.2.
Chapeuzinho Vermelho no Castelo das Trevas
1.1 22 Assista AgoraUai, esse trem tava marcado como "quero ver"? Nem lembro de ter feito isso, vim aqui comentar porque comprei o DVD, assisti e aí vejo que eu tinha marcado que queria ver. Kkkkkk.
Sim, coloquei seis estrelas. Isso daqui é puro suco de ruindade num nível acima do normal, trash do mais fino gosto cinematográfico, repleto de surpresas, uma imprevisibilidade caótica e de pouco sentido. Por exemplo, o filme se parece passar na Idade Média ou algo do tipo, e do absoluto nada aparece uma mulher dos tempos modernos. Qual o sentido? O castelo não é afetado pelo tempo e pessoas de diversas eras caem ali? Não sabemos, o filme não explica, simplesmente tasca uma mulher moderna no meio do caos. Ou seja, por mais que seja ruin, achei a experiência de assistir suficientemente divertida.
A ideia era ser uma versão de terror de Chapeuzinho Vermelho, mas logo abandona a temática da Chapeuzinho, tomando rumos completamente avessos ao da história original. Sim, a ideia é adaptar a trama a um novo contexto e gênero, mas o faz de forma escabrosa, pouco lembrando as tramas e ideias que envolvem Chapeuzinho. Além disso, o terror é fraco. O filme é bonito visualmente, mas essa beleza afasta o clima de tensão, que não existe.
Já a maquiagem é ótima para os padrões de orçamento do filme, parecendo que foi todo direcionado para isso, criando o visual interessante dos vilões. Entretanto, as atuações, trilha, direção, etc, são bem ruinzinhas (sendo bonzinho), apesar de a fotografia e as locações serem até interessantes.
A verdade é que não havia trama para um longa-metragem, e o filme preenche esses espaços com cenas “vazias” e longas. Reparem como há pouco fala. Acredito que se tivessem feito um média-metragem, com 30 a 40 minutos, teria sido bem melhor.
Nota: 6.1.
Instinto Selvagem
3.6 555 Assista AgoraInstinto Selvagem é bem melhor do que eu esperava, possuindo, na minha opinião, um dos melhores roteiros originais da história do cinema. A forma como a trama de investigação é conduzida foge do óbvio na maior parte do tempo, possuindo ótima construção de clima, investigação, personagens, reviravoltas, etc, além da premissa interessante (investigador se apaixona por principal suspeita). No final, o roteiro só não é perfeito por duas falhas razoavelmente preocupantes.
Uma delas é que a Catherine Tramell deixou seu DNA espalhado por toda a cena do crime e seria facilmente enquadrada como culpada. O outro problema é a cena final. Já não gosto muito como o filme se conclui, meio abrupto, me fazendo diminuir um pouco a nota, mas, aém disso, o final ainda possui uma falha. Se era o objetivo da Catherine que outra pessoa ficasse como culpada pelo assassinato, qual o sentido dela matar o detetive Curran com o picador de gelo? Aí ficaria claro que ela era a culpada. O certo seria ela usar uma arma, alguma outra coisa, forjar um suicídio do detetive, etc. Enfim, apesar disso gosto da forma como o roteiro é encaixadinho em todos os outros aspectos, e como parece prever que vamos prever suas reviravoltas, como quando comecei a desconfiar da psicóloga, achando que a reviravolta seria que ela era a culpada, e logo então o filme já a institui como suspeita e na verdade a reviravolta acaba sendo que não temos reviravolta, é Catherine desde sempre a culpada.
A mescla de violência e sexo, dois temas tipicamente polêmicos, é feito com extrema ousadia pelo diretor, fazendo o filme marcar época e, mesmo polêmico, ser um estrondoso sucesso. O diretor é bem hábil na construção das cenas, no clima erótico, inclusive na famos cena do interrogatório, que é toda construída com zelo para ser a cena mais marcante do filme.
Nota:9.4.
Lenda Urbana 3: A Vingança de Mary
2.1 260 Assista AgoraEsse é facilmente o mais fraquinho de uma franquia que já era fraca. E é incrível como eu vi os três filmes uns dez anos atrás e revendo agora eu não lembrei de absolutamente NADA de nenhum dos três filmes. Mesmo filmes que vi uns 15, 20 anos atrás eu sempre acabo me lembrando de um ou outro detalhe, mas nessa franquia eu não lembrei de uma mísera cena, conseguiram fazer três filmes são incrivelmente esquecíveis.
Primeiro que já desanda ao não ter nada a ver com os outros dois filmes, que não tinham temática sobrenatural (a mesma coisa acontece no terceiro filme da franquia Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado). Nos comentários do primeiro e segundo filme falei que o primeiro copiava Pânico 1 e o segundo Lenda Urbana copiava Pânico 2 e 3, e questionei, então, qual filme Lenda Urbana 3 copiaria já que o material de “inspiração” (ou seja, Pânico, a fonte de onde a franquia Lenda Urbana copia) não tinha (na época) outros filmes. E, claro, eles buscaram outro lugar para copiar, pegando grande parte da trama de Prom Night 2.
O filme já começa com a velha cena do evento traumático do passado, um clichê nos slashers, mas até que funciona. Entretanto, a partir daí somos bombardeados com toda a sorte de furos de roteiro. O corpo da moça, que está há quase 40 anos em um baú na escola e nunca descobriram (mesmo que uma personagem até fale que procuraram o corpo). Ou qual seria o motivo para o fantasma matar os filhos dos estupradores (ao invés dos estupradores, diga-se de passagem) nos moldes de lendas urbanas. Ou por qual motivo Mary resolveu atacar só agora, tanto tempo depois.
Curioso também como, mesmo sendo dirigido por uma mulher (diretora dos Cemitérios Malditos 1 e 2, que são, conforme minha memória, ótimos filmes) temos a exploração de corpos femininos, na figura da gostosa burrinha. Aliás as duas amigas da protagonista simplesmente somem o resto do filme. Uma pena, se a Olesya Rulin aparecesse mais talvez salvasse o filme, ela tá um pitelzinho aqui.
Enfim, ainda conclui com um velho clichê de outro sub-gênero do terror,
com a trama do “achar o corpo e enterrar para acalmar o espírito”, apesar de que aqui, contrariando o padrão, enterrar o corpo realmente funciona, embora, sejamos francos, seria melhor deixar o espírito cometer sua vingança contra os estupradores... apesar de que a vingança consta em matar os filhos e não os estupradores, inexplicável, como eu disse.
E, no final, depois de 3 filmes longos e sofríveis, finalmente a trilogia chega à sua derradeira conclusão, afirmando que a protagonista é a Lenda Urbana, seja lá o que isso quer dizer.
Nota 6.4.
Um Lobisomem Americano em Paris
3.0 275 Assista AgoraÉ até melhor do que eu esperava, considerando ser continuação de um clássico. O primeiro e metade do segundo ato são promissores, mesclando bem humor e terror, além de conseguir instigar sobre quais serão os passos que o filme vai tomar. Os efeitos especiais tentam ser tão marcantes quanto o de 1981, aproveitando a revolução dos efeitos digitais que tomou o final da década de 1990. E, sinceramente, não são efeitos ruins para a época e devem ter funcionado bem naquele contexto. Entretanto, diferente dos efeitos práticos do filme de 1981, os desse continuação não envelheceram bem. Segue o legado da primeira parte de mesclar humor com terror, entretanto a sgunda metade de Um Lobisomem Americano em Paris desando ao apelar dmais paa o humor, exagerando no pastelão. Além disso, não gostei dos rumos que a trama tomou depois
que o protagonista se transforma em lobisomem. Na verdade, nem era tão necessário que isso ocorresse, sendo quase inútil para o segundo e terceiro atos do filme
Nota 7.4.
Star Wars, Episódio VI: O Retorno do Jedi
4.3 915 Assista AgoraRevi mais uma vez o filme e tenho dois adendos ao meu comentário de 3 anos atrás. Um é que o trecho envolvendo o Jabba realmente deveria ser mais enxugado. O outro é que esse filme é subvalorizado, muita gente, inclusive a crítica, não gosta, mas para mim, mesmo sendo o mais fraco da trilogia original, ele completa essa trilogia de forma excelente. Arrisco dizer que tirando a cena do "eu sou seu pai", o duelo final de Luke com Darth Vader/Imperador é o melhor momento da franquia. O plano do Imperador é quase perfeito até em seus pormenores.
Ele planejou a melhor forma de Luke ser convertido ao lado sombrio. Se pararmos para pensar, se Luke mata Palpatine ou Vader durante uma batalha, isso não seria garantia para convertê-lo ao lado sombrio. Era necessário que isso decorrese de sentimentos como raiva e frustração. Assim, se Luke mata Palpatine durante sua frustração por perder a batalha e seus amigos, durante a ira de ter caído em uma armadilha, Luke seria convertido ao lado sombrio e governaria a galáxia ao lado do seu pai. Caso Luke matasse seu pai nessas mesmas condições, sucumbiria ao lado negro e substituiria Vader como aprendiz do Imperido. Luke morrendo, as coisas continuam como estão, com o bônus de que agora sabem que Léia é uma potencial para ser convertida ao lado sombrio. Entretanto, o Imperador não contou que alguma humanidade restasse em Vader. Essa humanidade é evidente quando Luke, num assomo de fúria, tenta decapitar Palpatine, sendo que Vader usa seu sabre e bloqueia o ataque. Esse gesto de Vader é genial no subtexto da cena, pois ele o fez não para salvar o Imperador de ser decapitado, e sim para SALVAR LUKE de realizar um ato que o levaria ao lado sombrio
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraObs.: O meu comentário contêm spoilers do filme Mãe!.
Obs. 2: Retrato temas aqui no meu longo comentário propostos pelo filme, temas políticos e por vezes bem críticos à religião. Apenas os expus, não significa que concorde com os ideários do filme.
É hilário como Pobres Criaturas é o filme mais politicamente tendencioso que já vi na minha vida e ninguém parece se dar muito conta disso. Sério, é o filme mais feminista já lançado na história e qual filme pega a fama de “lacrou”? Barbie, que é um filme que quase beira a isenção e está longe de ser uma produção feminista se comparado com Pobres Criaturas, que exala libertação feminina em TODOS os seus elementos, do micro ao macro.
Isso já é notório no título. Creio que “Poor Things” se refere às mulheres, no sentido de que elas são vistas como “coisas”. E no pôster, em que o corpo da Emma Stone é bem maior, afinal, a cabeça, o cérebro da mulher “pouco importa” na visão machista que é predominante.
Arrisco dizer, até, que Pobres Criaturas é como o filme Mãe!,
que adapta a Bíblia sem dizer diretamente que está adaptando a Bíblia.
A analogia fica óbvia quando o criador de Bella se auto-apelida de “God”. Só que, ao invés de criar Bella da costela de Adão, ele a cria a partir do corpo de outra mulher. Então temos a figura da serpente no personagem de Mark Ruffalo. Entretanto, e aqui temos outro twist com a história bíblica, ao sair do “paraíso” (a mansão de God), o filme passa a ficar colorido, abandonando o preto e branco, quase como se expusesse a ideia de que o Éden era mais uma prisão, e a libertação originada pelo fruto proibido que colorisse o mundo. Uma visão de que os prazeres, vistos como pecados nos ditames da religião, são aqui retratados positivamente.
Aliás, no início eu achei que a descoberta da sexualidade de Bella no início do filme seria apenas uma breve piada, mas, na verdade, a questão sexual é um dos principais temas do filme. Liberta dos pudores impostos pelo mundo exterior, principalmente contra a sexualidade da mulher, Bella é livre para o prazer, demonstrando mais uma vez a inversão proposta pelo filme em face das idéias religiosas.
Aliás, o tal do Duncan, interpretado por Mark Ruffalo, é um típico esquerdomacho, representando um dos aspectos masculinos do filme. A princípio libertário, se declarando livre dos dogmas e preconceitos sociais, logo se revela como conservador quando esses preceitos são aplicados à outras “criaturas” que não sejam os homens, exigindo que Bella se atenha às etiquetas exigidas às mulheres.
Assim God é o pai, o sentimento paternalista, Duncan o esquerdomacho, Max um homem que respeita e apoia os ideários feministas, enquanto Alfie é o típico machista. E a alegoria feminista e a crítica ao machismo e ao conservadorismo fica evidente na figura de Alfie, abusivo e, ora vejam, membro do exército.
Temos ainda algumas discussões sobre pobreza e cinismo no trecho que envolve Alexandria. Acho esse trecho um pouco complicado. Bella inicialmente é retratada como alguém com indícios de que psicopatia, que não se importava muito com outras vidas, que tinha a morte e o sofrimento banalizados ante ter crescido na mansão de God, então é estranho vê-la demonstrar simpatia tão repentinamente.
Mas, o trecho mais complicado realmente é aquele que trata da prostituição como forma de liberdade feminina. Sim, isso dá pano para manga e geraria um comentário imenso discutindo essa questão, sobre como explorar o corpo feminino, mesmo com a autorização da mulher, não seria um comportamento baseado na própria sociedade machista e como isso não representaria liberdade feminina apenas desespero em dispo do seu corpo em troca de dinheiro e blá blá blá, então melhor não entrar muito nesse mérito não.
Acho que vou apenas comentar sobre a cafetina, em que poderia ser problemático, afinal, trata-se de uma mulher explorando o corpo de outras em troca de dinheiro, aí arrumam claramente um pretexto para não “ficar feio” e colocam que a cafetina faz aquilo para poder criar aquele bebê (não lembro se era neto dela ou parente ou algo assim).
A estética surrealista é interessante, no estilo de Desventuras em Série, em que parece difícil identificar em que época estamos, pois alguns objetos e elementos dos cenários (como o barco que eles viajam) não existem ou existiram na vida real, talvez a forma como Bella via o mundo, sei lá. Mas, de todo o jeito, o filme possui em sua maioria elementos do final do século XIX, condizente, inclusive, com o contexto de discussão feminista.
Entretanto, minha maior decepção fica mesmo com o diretor. Vi dois filmes dele (Sacrifício do Cervo Sagrado e Dente Canino) e os dois tinham como principal característica uma atmosfera incrivelmente sufocante, com a estranheza quase palpável, uma estranheza não apelativa, não bizarra, apenas estranha, mas sólida. Os dois filmes do diretor que já vi são desconfortabilíssimos e quando fui ver Pobres Criaturas eu estava já aguardando receber essa sensação (aliada com a fotografia dessaturada dos outros filmes do diretor), então foi um pouco decepcionante não ver a marca de Yorgos na produção. Seria como ir assistir um filme do Shyamalan e não ter uma reviravolta no final, ou um filme de Tarantino sem grandes diálogos. Por mais que a direção seja boa, esteja acertada, a ausência da marca do diretor acaba pesando.
Também achei a atuação de Willem Dafoe mais marcante que a do Mark Ruffalo ou da do Robert Downey Junior, na minha opinião ele merecia mais uma indicação. Apesar de,
no final, seu personagem seguir o velho (e estranhamente pouco comentado) clichê e morrer de câncer, embora fuja um pouco do clichê ao não se usar essa morte como motor do clímax
Enfim, isso está sendo estranhamente pouco comentado, mas, como disse, esse é, provavelmente, mesmo tendo sido dirigido por um homem, o filme mais feminista, em matéria de conteúdo, da história.
Nota: 9.0.
Vozes
2.9 305A premissa aqui é tentar focar mais nos EVPs, mas acaba sendo um filme de espíritos padrão mesmo. Constrói bem algumas cenas de tensão, mas é bem previsível. A cena incial, por exemplo, é óbvia. Até tenta ter um tom mais artístico, mais intimista, mas é um filme padrãozão mesmo em sua essência. Ainda tem um gancho para possível continuação que achei meio ridículo e desnecessário.
Nota: 6.7.
Oppenheimer
4.0 1,1KComentário no Filmow é surto mesmo kkkkkkk. Tem uns filmes horrendos de chatos que a galera gosta, aí no Oppenheimer tá atolado de comentário taxando o filme de chato. Acho que ele acabou se direcionando a um público que não era o dele. Mas, sinceramente, para o padrão de “cinebiografia Oscar”, Oppenheimer está longe de ser chato, tem bastante ritmo, boas falas, etc, para um filme de cinebiografia sobre algo quase puramente científico, digo quase porque também envolveu questões políticas em face da Segunda Guerra.
E, sinceramente, sempre acho que o Oscar premia como melhor filme filmes medianos ou bons e dificilmente um filme realmente ótimo (na minha opinião) ganha. Oppenheimer foi o primeiro filme desde Onde Os Fracos Não Têm Vez que eu concordei razoavelmente com a premiação, embora eu tenha gostado mais de Pobres Criaturas rs. Sinceramente, se for olhar todos os prêmios de 2000 para cá o Oscar só premiou como “melhor filme” filmes que eu considero ótimos 3 vezes (Oppenheimer, Senhor dos Anéis 3 e Onde Os Fracos Não Têm Vez). Deve ser por isso que metade dos meus comentários é reclamando do prêmio kkkkkkkk.
E até as duas horas de produção estava achando o filme excelente mas, após isso, ele deu uma queda na minha análise. A parte do processo contra o Oppenheimer achei excessiva, poderia ter sido enxugada. Não que tenha ficado chato, em nenhum momento achei chato, apenas expositiva e repetitiva. Também achei péssima a ideia de concentrar essa parte na última hora de produção e as partes sobre a bomba nos dois primeiros atos. Teria sido muito mais interessante e passível de ser condensado se as cenas do “tribunal” fossem inseridas durante os eventos sobre a construção da bomba.
E o Oscar vai lá e premia esse treco com a estatueta de “melhor edição”. Aaaaaargh.
Também achei esquisito o prêmio de melhor fotografia. É bonita, é verdade, mas a insistência em mudar o aspect ratio a todo momento me incomodou.
Bizarro (mas previsível) também foi o Oscar para melhor ator para Robert Downey Junior para a performance apagada e sem graça dele. Não sei que surto coletivo foi esse, mas não vi (e ninguém aqui em casa também viu) nada de demais na atuação dele. Não que seja ruim, apenas que o personagem dele não inferi a necessidade de uma atuação marcante, é um personagem que fica basicamente no mesmo ambiente sem nenhum arco dramático ou cena fantástica que justifique a babação que foi em cima da atuação de um personagem sem grandes exigências.
Lado outro, a atuação de Cillian Murphy é histórica, arrisco dizer, uma das melhores de todos os tempos, entregando e deixando mais interessante um personagem que, nas mãos de outro ator, talvez não ficasse tão marcante assim. Compondo Oppenheimer como uma pessoa inteligente, mas sem soar nerd ou esquisito. Uma pessoa que constrói uma bomba e tem uma amante e mesmo assim tem princípios. As escolhas de expressões, o modo de andar e se portar nas cenas, tudo gera uma composição que faz jus ao status de protagonista e ao recebimento da estatueta.
Responsável, também, ele é por compor o sublime take final, um dos melhores do cinema. Inclusive estava escrevendo este comentário antes da premiação e ele começaria com a frase “TRAGAM UM OSCAR PARA CILLIAN MURPHY”, mas como a cerimônica já passou. Aliás, Nolan está se especializando em entregar takes finais maravilhosos. Cavaleiro das Trevas, Cavaleiro das Trevas Ressurge, A Origem, Amnésia...
Aliás, não vou dizer que este daqui foi o melhor trabalho do diretor (Acho A Origem, Cavaleiro das Trevas, Amnésia e Tenet melhores), mas é ótimo que finalmente ele tenha recebido, FINALMENTE, sua primeira estatueta. Já sobre a trilha, achei ela intrusiva em alguns momentos, não sei se realmente merecia ganhar nessa categoria também.
A história é suficientemente interessante se levarmos em conta que se tratou de eventos reais, embora, na verdade, eu não cheguei a pesquisar a fundo o que é fictício e o que não é.
Enfim, ótimo filme do Christopher Nolan, que finalmente o permitiu receber sua estatueta, embora para mim o grande nome dessa produção seja mesmo o Cillian Murphy.
Nota: 9.1.