Ian Moura

O filme tem bastante valor documental, mas deixa a desejar como drama.

Em quase duas horas e meia de filme o desenvolvimento dos personagens é deixado de lado para focar na luta pela sobrevivência.

O erro no roteiro está em se preocupar demais com o retrato daquele contexto específico, sem que haja um enredo a dar luz aos personagens. Como resultado, assistimos às mortes, uma a uma, sem que haja impacto dramático.

Os personagens são todos jovens atletas brancos uruguaios de cabelo grande e liso, típico dos anos setenta, de forma que são parecidos demais uns com os outros. Aliado à falta de personalidade oriunda do roteiro, tal cenário faz com que as perdas não sejam sentidas pelo espectador.

Falta de tempo ou recursos nem servem como escusas para tanto, pois o longa tem duração suficiente para trabalhar os personagens, sendo, em verdade, uma escolha errada do roteiro.

Intimista! Daqueles que vc tem que deixar o sentimento fluir. Quem conhece o sertão nordestino provavelmente terá uma conexão maior ao assistir.

Um filme tocante, mostra como o diferente gera repulsa, mesmo quando inocente. No começo senti asco ao ver os dois juntos mas ao fim já era belo.