MARAVILHOSO! não tenho muito o que adicionar na perspectiva religiosa e a técnica cinematográfica que o filme apresenta, abaixo outros companheiros definem muito melhor que eu. de certa forma fiz uma leitura muito mais atenta ao papel feminino submisso da esposa, nessa relação da entrega completa ao outro que nos absorve por completo. porém ficar apenas nessa leitura é muito raso pra complexidade de elementos presentes em Mãe! o que definitivamente podemos fazer é interpretar diversos fatores dentro de nossas vidas, pois somos uma sociedade fundamentada em ideais cristãos e levamos, assim como nessa obra-prima, para os extremos dos conflitos essas raízes.
quem é sapatão sabe como a gente anseia por representações assim! não apenas ver histórias de amor entre mulheres, mas ver histórias que não tenha foco em homens, que fale da construção do amor.
me conquistou totalmente o fato de que elas não ficaram juntas. diferente de Fingersmith ou A Criada por exemplo, que buscam um final feliz pouco realista pra situação daquelas mulheres. a discussão das duas sobre o quadro finalizado e a vontade egoísta da Marianne de pedir pra ela não se casar, deixa exposta a fragilidade da Heloise que sempre teve seu destino na mãos de outras pessoas, da sua irmã, da sua família, do seu futuro marido e agora da sua amante. ela escolhe amar a Marianne, ela escolhe mandar esses recados como a página 28 no quadro, e isso é seu feito, é dela. o amor que Heloise sentia por Marianne não poderia ter posse de nenhum status e lhe dava alguma liberdade: o poder de escolher seguir amando. e me encantou também a mudança de papéis entre a criada e elas durante a viagem da mãe, onde a moça segue bordando por todos esses dias e compartilhando as tarefas com elas. mostra a libertação das 3 nessa bolha de amor que criaram. a cena do aborto também é fantástica, sem sensacionalismo. foi uma representação incrível do universo feminino com a questão do maternidade: sexualidade, corpo e maternagem, coexistindo.
realmente um filme que não te deixa respirar! sou lésbica e também busco representações menos obscuras ou fetichizadoras no cinema. o filme poderia retratar uma amizade com uma narcisista perversa, mas logo nos primeiros minutos existe um debate sobre paixão e liberdade. por esse ponto que retiro 1 estrela, existem diversos filmes usando a amor lésbico na adolescência dando a ideia de é algo doentio, perverso ou com desgraças iminentes. no mais, a atuação é impecável, intensa, a construção dos personagens é muito bem feita, o final é inesperado, o efeito de falta ar muito bem conquistado e se vemos para além do ponto problemático, é assim de doloroso estar em uma relação abusiva e o bullying. recomendo com aclarações.
só pra lembrar que é baseado num livro escrito em 1868, quem esperava que fosse muito feminista não sabe o que tava assistindo! e mesmo assim, acho muitos pontos ainda pertinentes. a adaptação ficou maravilhosa, passa muito da mágica que a Jo tem na sua memória sobre sua família em contraste com o presente cinza de muitas mudanças e perdas. sobre o final:
ele na verdade é ambíguo sobre o destino da Jo, pois essa personagem é baseada na própria autora do livro, escrevendo sobre sua própria vida, e em qual (livro) a Jo abandona a carreira e se casa com o Baher. mas na adaptação a Berta Grewig cria o embate da Jo com seu editor, dizendo que não aceitava que a personagem de seu livro se casasse, e que ela só fez isso para ser publicada, como na vida real! se pode ver que o Baher esta na vida dela, mas assim como ele diz na estação de trem 'eu não tenho nada para te oferecer' são pistas de que eles não casaram e sim apenas viveram juntos. a diretora afirmou que deu o final que a autora queria ter dado pro seu livro (coisa que la na época eu respondeu a jornais), e diz que não importa se Jo ficou com alguém, o mais importante é que escreveu seu livro (e esses feitos que deveriam importar na vida das mulheres!) ;)
é um filme levinho, mas recomendaria para adolescentes. gostei que fala da amizade entre meninas, experimentações, sexualidade e propõe uma visão nova sobre a expectativa social de excelência acadêmica, que no caso é que as impediu de vivenciar sua adolescência e cria jovens ansiosos, com medo de fracasso.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraMARAVILHOSO!
não tenho muito o que adicionar na perspectiva religiosa e a técnica cinematográfica que o filme apresenta, abaixo outros companheiros definem muito melhor que eu.
de certa forma fiz uma leitura muito mais atenta ao papel feminino submisso da esposa, nessa relação da entrega completa ao outro que nos absorve por completo. porém ficar apenas nessa leitura é muito raso pra complexidade de elementos presentes em Mãe!
o que definitivamente podemos fazer é interpretar diversos fatores dentro de nossas vidas, pois somos uma sociedade fundamentada em ideais cristãos e levamos, assim como nessa obra-prima, para os extremos dos conflitos essas raízes.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 902 Assista Agoraquem é sapatão sabe como a gente anseia por representações assim!
não apenas ver histórias de amor entre mulheres, mas ver histórias que não tenha foco em homens, que fale da construção do amor.
me conquistou totalmente o fato de que elas não ficaram juntas. diferente de Fingersmith ou A Criada por exemplo, que buscam um final feliz pouco realista pra situação daquelas mulheres. a discussão das duas sobre o quadro finalizado e a vontade egoísta da Marianne de pedir pra ela não se casar, deixa exposta a fragilidade da Heloise que sempre teve seu destino na mãos de outras pessoas, da sua irmã, da sua família, do seu futuro marido e agora da sua amante. ela escolhe amar a Marianne, ela escolhe mandar esses recados como a página 28 no quadro, e isso é seu feito, é dela. o amor que Heloise sentia por Marianne não poderia ter posse de nenhum status e lhe dava alguma liberdade: o poder de escolher seguir amando.
e me encantou também a mudança de papéis entre a criada e elas durante a viagem da mãe, onde a moça segue bordando por todos esses dias e compartilhando as tarefas com elas. mostra a libertação das 3 nessa bolha de amor que criaram. a cena do aborto também é fantástica, sem sensacionalismo. foi uma representação incrível do universo feminino com a questão do maternidade: sexualidade, corpo e maternagem, coexistindo.
The Rocky Horror Picture Show
4.1 1,3K Assista Agoraum clássico é um clássico! e as referências de história da arte são muito divertidas.
Tim Curry sensacional!
Respire
3.8 290 Assista Agorarealmente um filme que não te deixa respirar!
sou lésbica e também busco representações menos obscuras ou fetichizadoras no cinema. o filme poderia retratar uma amizade com uma narcisista perversa, mas logo nos primeiros minutos existe um debate sobre paixão e liberdade. por esse ponto que retiro 1 estrela, existem diversos filmes usando a amor lésbico na adolescência dando a ideia de é algo doentio, perverso ou com desgraças iminentes.
no mais, a atuação é impecável, intensa, a construção dos personagens é muito bem feita, o final é inesperado, o efeito de falta ar muito bem conquistado e se vemos para além do ponto problemático, é assim de doloroso estar em uma relação abusiva e o bullying.
recomendo com aclarações.
Adoráveis Mulheres
4.0 974 Assista Agorasó pra lembrar que é baseado num livro escrito em 1868, quem esperava que fosse muito feminista não sabe o que tava assistindo!
e mesmo assim, acho muitos pontos ainda pertinentes.
a adaptação ficou maravilhosa, passa muito da mágica que a Jo tem na sua memória sobre sua família em contraste com o presente cinza de muitas mudanças e perdas.
sobre o final:
ele na verdade é ambíguo sobre o destino da Jo, pois essa personagem é baseada na própria autora do livro, escrevendo sobre sua própria vida, e em qual (livro) a Jo abandona a carreira e se casa com o Baher. mas na adaptação a Berta Grewig cria o embate da Jo com seu editor, dizendo que não aceitava que a personagem de seu livro se casasse, e que ela só fez isso para ser publicada, como na vida real! se pode ver que o Baher esta na vida dela, mas assim como ele diz na estação de trem 'eu não tenho nada para te oferecer' são pistas de que eles não casaram e sim apenas viveram juntos. a diretora afirmou que deu o final que a autora queria ter dado pro seu livro (coisa que la na época eu respondeu a jornais), e diz que não importa se Jo ficou com alguém, o mais importante é que escreveu seu livro (e esses feitos que deveriam importar na vida das mulheres!) ;)
Fora de Série
3.9 493 Assista Agoraé um filme levinho, mas recomendaria para adolescentes.
gostei que fala da amizade entre meninas, experimentações, sexualidade e propõe uma visão nova sobre a expectativa social de excelência acadêmica, que no caso é que as impediu de vivenciar sua adolescência e cria jovens ansiosos, com medo de fracasso.