Mais do que o luto, a maneira com que a mãe lida com a morte de sua filha é uma luta consigo mesma, contra sua culpa. Três outdoors fincados em Ebbing, Missouri, mas principalmente na consciência de Mildred. O filme se engrandece ao não tratar o xerife Willoughby como vilão, explorando também seus conflitos. Até o mais odiável dos personagens tem um arco fenomenal. Com certeza um dos melhores filmes que vi nos últimos anos.
O forte do filme é a complexa relação entre Lady Bird e sua mãe; ambas são personagens muito bem desenvolvidas, diferente da maioria dos personagens adolescentes.
Temos a garota com problemas de autoestima que é trocada por sua melhor amiga quando esta conhece a garota popular e superficial, para depois voltar a ser sua amiga após perceber que não pertence ao "grupo dos populares" (mas isso não é Meninas Malvadas?) ; Temos a eterna cena do "adolescente estranho" sentado sozinho na beira da piscina em uma festa, entre outras situações que você já viu milhões de vezes no cinema/TV
É possível fazer um filme sobre adolescência/amadurecimento sem precisar recorrer a esses clichês, e acredito que filmes como "Azul é a Cor Mais Quente" ou "Eu Matei minha Mãe" foram mais bem sucedidos nesse sentido.
perder parte da audição, ser julgado e preso. Não que eu só goste de finais felizes, mas esse realmente destoou do filme. Pior ainda é a cena final, tentando forçar otimismo com o que me pareceu um gancho (completamente deslocado) para um segundo filme.
A sensação que me deu foi a de estar curtindo uma boa música no rádio e ser interrompido bruscamente por alguém mudando de estação.
Vi o filme sem ter lido nada sobre ele, e tive uma interpretação totalmente diferente da bíblica:
Para mim se tratava da alegoria de um relacionamento (a casa) sendo destruído pelo ego de um artista.
Um relacionamento desigual, já que a mulher quer construí-lo sozinha (assim como a casa). O poeta usa essa relação como fonte de inspiração para sua obra (a mulher é sua musa), expondo assim a privacidade do casal para as pessoas (que começam a entrar na casa sem ser convidadas). No final,
Enquanto em Jurassic Park os personagens (e quem assistia) se maravilhava com a ideia de visitar um parque com animais que viveram a milhões de anos, em Jurassic World esse 'encanto' é quebrado logo nas primeiras cenas, ao conhecermos um dos personagens principais: um adolescente nada interessado em acompanhar seu irmão pelo parque . Depois disso, ao apresentar o conceito de dinossauros domesticados e modificados geneticamente, o filme se mostra de uma artificialidade ainda mais lamentável. O que assistimos não é mais aquele mundo de sonho que marcou uma geração, mas sim uma espécie de disneylândia com monstros genéricos que correm atrás de gente.
Assim eu interpreto esse filme: o Prólogo representa o pecado original, que culmina na morte do filho (a morte de Cristo). A mãe representa a moral cristã: dilacerada pela culpa, passa a temer -e odiar- a natureza ("dizendo não ao mundo", como escreveu Nietzsche). O psicólogo luta contra o peso (em uma dada cena, literalmente) dessa moralidade. No fim consegue superá-la: seria o Übermensch?
Para mim esse é o quarto melhor filme do Tarantino (depois de Pulp Fiction, Cães de Aluguel e Bastardos Inglórios). Há quem reclame do ritmo lento; nem cheguei a perceber isso. O que sobressai é o roteiro complexo, os personagens icônicos, ótimos diálogos e um final catártico: tudo o que se espera de um filme do Tarantino.
Poucos filmes me fizeram relembrar (e reviver) tão bem a sensação de ser criança: a emoção de se mudar para uma casa nova, de plantar uma semente e vê-la brotar, os primeiros medos e preocupações; Hayao Miyazaki parece realmente entender a infância. Exemplo disso é sua escolha em abordar a doença da mãe de uma forma leve, não transformando o filme num drama. De fato, ser criança é viver as coisas simples de uma forma intensa, e Meu Amigo Totoro é exatamente isso: uma obra simples, mas de uma sensibilidade sem tamanho.
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Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraMais do que o luto, a maneira com que a mãe lida com a morte de sua filha é uma luta consigo mesma, contra sua culpa. Três outdoors fincados em Ebbing, Missouri, mas principalmente na consciência de Mildred. O filme se engrandece ao não tratar o xerife Willoughby como vilão, explorando também seus conflitos. Até o mais odiável dos personagens tem um arco fenomenal.
Com certeza um dos melhores filmes que vi nos últimos anos.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraO forte do filme é a complexa relação entre Lady Bird e sua mãe; ambas são personagens muito bem desenvolvidas, diferente da maioria dos personagens adolescentes.
Temos a garota com problemas de autoestima que é trocada por sua melhor amiga quando esta conhece a garota popular e superficial, para depois voltar a ser sua amiga após perceber que não pertence ao "grupo dos populares" (mas isso não é Meninas Malvadas?) ;
Temos a eterna cena do "adolescente estranho" sentado sozinho na beira da piscina em uma festa, entre outras situações que você já viu milhões de vezes no cinema/TV
É possível fazer um filme sobre adolescência/amadurecimento sem precisar recorrer a esses clichês, e acredito que filmes como "Azul é a Cor Mais Quente" ou "Eu Matei minha Mãe" foram mais bem sucedidos nesse sentido.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraUm filme que seria um dos meus favoritos, não fosse seu final totalmente anticlimático.
Não vejo o porquê do Baby
perder parte da audição, ser julgado e preso. Não que eu só goste de finais felizes, mas esse realmente destoou do filme. Pior ainda é a cena final, tentando forçar otimismo com o que me pareceu um gancho (completamente deslocado) para um segundo filme.
A sensação que me deu foi a de estar curtindo uma boa música no rádio e ser interrompido bruscamente por alguém mudando de estação.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraVi o filme sem ter lido nada sobre ele, e tive uma interpretação totalmente diferente da bíblica:
Para mim se tratava da alegoria de um relacionamento (a casa) sendo destruído pelo ego de um artista.
Um relacionamento desigual, já que a mulher quer construí-lo sozinha (assim como a casa). O poeta usa essa relação como fonte de inspiração para sua obra (a mulher é sua musa), expondo assim a privacidade do casal para as pessoas (que começam a entrar na casa sem ser convidadas). No final,
o fim desse relacionamento (a casa sendo queimada) serve ainda de inspiração para uma obra do poeta (o diamante)
Porém a interpretação bíblica se encaixa muito bem, tenho que ver o filme de novo sob essa luz.
O Babadook
3.5 2,0KFreudiano
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraEnquanto em Jurassic Park os personagens (e quem assistia) se maravilhava com a ideia de visitar um parque com animais que viveram a milhões de anos, em Jurassic World esse 'encanto' é quebrado logo nas primeiras cenas, ao conhecermos um dos personagens principais: um adolescente nada interessado em acompanhar seu irmão pelo parque . Depois disso, ao apresentar o conceito de dinossauros domesticados e modificados geneticamente, o filme se mostra de uma artificialidade ainda mais lamentável. O que assistimos não é mais aquele mundo de sonho que marcou uma geração, mas sim uma espécie de disneylândia com monstros genéricos que correm atrás de gente.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraO relato "O Mais Forte" é simplesmente a coisa mais hilária que eu já assisti; nem Tarantino escreveria um roteiro tão absurdo
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraAssim eu interpreto esse filme: o Prólogo representa o pecado original, que culmina na morte do filho (a morte de Cristo). A mãe representa a moral cristã: dilacerada pela culpa, passa a temer -e odiar- a natureza ("dizendo não ao mundo", como escreveu Nietzsche). O psicólogo luta contra o peso (em uma dada cena, literalmente) dessa moralidade. No fim consegue superá-la: seria o Übermensch?
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraPara mim esse é o quarto melhor filme do Tarantino (depois de Pulp Fiction, Cães de Aluguel e Bastardos Inglórios). Há quem reclame do ritmo lento; nem cheguei a perceber isso. O que sobressai é o roteiro complexo, os personagens icônicos, ótimos diálogos e um final catártico: tudo o que se espera de um filme do Tarantino.
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraPoucos filmes me fizeram relembrar (e reviver) tão bem a sensação de ser criança: a emoção de se mudar para uma casa nova, de plantar uma semente e vê-la brotar, os primeiros medos e preocupações; Hayao Miyazaki parece realmente entender a infância. Exemplo disso é sua escolha em abordar a doença da mãe de uma forma leve, não transformando o filme num drama. De fato, ser criança é viver as coisas simples de uma forma intensa, e Meu Amigo Totoro é exatamente isso: uma obra simples, mas de uma sensibilidade sem tamanho.