Depois da recente reprise de Avenida Brasil no Vale a pena ver de novo e do lançamento de A Favorita no Globoplay, quem (re)assiste às novelas se pergunta: qual a melhor (ou a pior) vilã? Alguns espectadores afirmam bastante categoricamente que uma ou que outra, movidos pela memória afetiva ou pelo carisma das personagens ou mesmo das atrizes que as interpretaram. Eu acho que ambas têm suas particularidades, sendo bastante experimentais no gênero teledramatúrgico, subvertendo aquilo a que propunham subverter.
Pouco antes da estreia de A Favorita, as chamadas anunciavam que esse seria um folhetim no qual não se sabia de início quem das duas personagens era a vilã. Nos primeiros capítulos, essa fronteira era pouco delimitada e Donatella também tinha seus comportamentos "do mal". Depois do fatídico capítulo que revelava quem era a vilã,
Flora assume tal postura (afinal havia apenas uma vilã) e o maniqueísmo tomou conta: Donatella era "do bem", Flora era "do mal".
Já em Avenida Brasil, a temática não era a luta do bem contra o mal, mas sim a vingança - vide as intertextualidades com "O conde de Monte Cristo" e "O primo Basílio". Justificáveis ou não, as atitudes de Nina fazem com que a fronteira moral das personagens se tornem bem mais diluídas, chegando ainda menos estanques ao final da trama -
que é quando conhecemos o histórico familiar de Carminha e assistimos à cena da conciliação entre as duas rivais. Conclui-se que as personagens não eram nem boas nem más, apenas foram levadas a agir desta ou daquela maneira.
Assim, não caberia em Avenida Brasil uma vilania tão marcada por crueldades que, ainda que fossem antológicas, não subverteriam essa estrutura convencional do melodrama, da maldade fundamentada na índole.
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Avenida Brasil
4.1 838FLORA OU CARMINHA?
Depois da recente reprise de Avenida Brasil no Vale a pena ver de novo e do lançamento de A Favorita no Globoplay, quem (re)assiste às novelas se pergunta: qual a melhor (ou a pior) vilã? Alguns espectadores afirmam bastante categoricamente que uma ou que outra, movidos pela memória afetiva ou pelo carisma das personagens ou mesmo das atrizes que as interpretaram. Eu acho que ambas têm suas particularidades, sendo bastante experimentais no gênero teledramatúrgico, subvertendo aquilo a que propunham subverter.
Pouco antes da estreia de A Favorita, as chamadas anunciavam que esse seria um folhetim no qual não se sabia de início quem das duas personagens era a vilã. Nos primeiros capítulos, essa fronteira era pouco delimitada e Donatella também tinha seus comportamentos "do mal". Depois do fatídico capítulo que revelava quem era a vilã,
Flora assume tal postura (afinal havia apenas uma vilã) e o maniqueísmo tomou conta: Donatella era "do bem", Flora era "do mal".
Já em Avenida Brasil, a temática não era a luta do bem contra o mal, mas sim a vingança - vide as intertextualidades com "O conde de Monte Cristo" e "O primo Basílio". Justificáveis ou não, as atitudes de Nina fazem com que a fronteira moral das personagens se tornem bem mais diluídas, chegando ainda menos estanques ao final da trama -
que é quando conhecemos o histórico familiar de Carminha e assistimos à cena da conciliação entre as duas rivais. Conclui-se que as personagens não eram nem boas nem más, apenas foram levadas a agir desta ou daquela maneira.