Só passei aqui para dizer que a atuação da Marieta Severo revelando que não é mãe da Lívia (24/02/2018) foi uma das atuações dramáticas mais surpreendentes e chocantes que eu vi em novelas.
Geralmente vemos nos folhetins a situação contrária: a pessoa descobre quem é sua mãe de verdade e rola todo aquele choro. Em "O Outro Lado do Paraíso" foi o contrário: Lívia (Grazi Massafera) ouve de Sophia que não é filha dela e que, na verdade, ela não se importa com isso. A cena acontece com tamanha insensibilidade por parte de Sophia que quase não dá para acreditar que a pessoa que a interpreta é a mesma atriz que faz a Dona Nenê de A Grande Família.
Marieta Severo está fazendo uma vilã memorável na TV brasileira. Se seguir nesse ritmo, acredito que vá ganhar alguns prêmios no final do ano.
O Clone é uma novela brilhante. Eu diria que deve ser uma das melhores que a Globo já fez. Gosto de uma série de coisas que a novela traz, mas o ponto mais forte de todos é a discussão ciência e religião.
Glória Perez fez algo que eu não me lembro de ter visto outro autor fazer: falar sobre ética científica em um produto popular (novela). Acho sensacional os diálogos que o Albieri tem com Ali, com padre, com a Deusa, com o Leônidas e outros tantos personagens.
A única coisa que eu não gosto é o final. Albieri havia cometido uma transgressão muito séria ao clonar um ser humano sem o consentimento dos familiares e de seus pares cientistas. Ele atropelou a ética científica. Isso por si só já lhe garantiria um castigo de alguma forma no final do folhetim. Contudo, Glória Perez castigou o personagem não por ele ter cometido uma transgressão ética, mas sim porque o personagem tentou se "igualar a deus", tanto que "Ala lhe segurou pelo topete" - como diz Ali no último capítulo. Ou seja, ela colocou a moral religiosa acima da ética científica.
Discursivamente, isso foi muito frustrante para mim. A novela tem uma abrangência entre as camadas mais humildes da população e acaba passando a sensação errada do que é a ciência. Cientistas não tentam se igualar a deus. Esse discurso reforça aqueles esteriótipos de que a Ciência tenta destruir a religião afirmando que o "homem veio do macaco", que a Terra não surgiu em sete dias ou coisas do tipo. Cientistas tentam formular explicações racionais a respeito da natureza e criar soluções para os problemas da humanidade. Mas fazem isso respeitando certos limites. Eu preferia que o Albieri tivesse passado por algum tipo de punição por parte de outros cientistas antes de ter sumido no meio do deserto.
Outro ponto super positivo: as músicas do Marcos Viana são fabulosas. Dão aquele tom mágico para a história d'o Clone. Ainda hoje ouço algumas daquelas músicas para relaxar.
Vocês vão me negativar aos montes, mas eu acho essa novela bizarra. A filha que rouba o namorado da mãe é uma história muito louca. Mas até aí ok. Novelas sempre mostram histórias "complicadas". O problema é que a personagem Camila é mimada, arrogante, e infantil. Ainda assim, todo mundo gosta dela. Talvez seja por causa da leucemia, aí o público simpatizou com a personagem. Mas vejam que o Manoel Carlos escreveu quase a mesma coisa no seu último folhetim, "Em família", e o tiro saiu pela culatra (talvez porque a personagem Luiza não teve uma doença grave, aí não teve nada para distrair o público. Todo mundo viu que é bizarro você ficar com namorado da sua mãe).
Se não fosse a doença da Camila, todos veriam que, na verdade, ela era uma chata que precisava ser corrigida. Até aí ok. O que me deixou furioso com essa novela é uma cena em que a Íris (Deborah Seco) vai visitar a Camila no hospital e não sabe o que está acontecendo. Ela vai na melhor das intenções, mas a Camila faz um escândalo (desnecessário) e a Íris apanha gratuitamente. Queria que depois disso a Helena reconhecesse que errou. Mas parece que ficou por isso mesmo. E o público achou que a Íris mereceu apanhar porque não tinha nada que ter ido lá no hospital.
Quanto a cena da Camila raspando o cabelo, sim, reconheço que é icônica. A novela fez um bom serviço em mostrar esse drama. Mas vejam que fora essa cena, a Carolina Dieckman não fez mais uma boa atuação. Se você pegar e ver o vídeo no Youtube, vai ficar emocionado de vê-la raspando a cabeça enquanto toca "Love by grace". Mas aí quando passa para a sequência, quando o Edu vai vê-la no hospital, a Carolina Dieckman não consegue passar o drama de uma forma adulta. Seu choro parece infantilizado. Acaba com a magia do momento. Desculpem, mas não gosto.
A trama engana, com sentimentos, a racionalidade do expectador. Se você desconsiderar a leucemia, você vê que os personagens fazem coisas sem sentido e tem uma personalidade estranha. Para mim, não é uma boa novela.
Na cena final da novela, por que a Griselda está andando com uma chave de grifo na bolsa? Quem sai na rua com uma ferramente dessas guardada? HAHAHAHAHA
Essa novela é incrível. Conseguiu por em conflito temas como ética, ciência, religião e cultura, além de trazer o típico romance e humor das novelas. Bons tempos da Glória Perez.
O Outro Lado Do Paraíso
3.5 53Só passei aqui para dizer que a atuação da Marieta Severo revelando que não é mãe da Lívia (24/02/2018) foi uma das atuações dramáticas mais surpreendentes e chocantes que eu vi em novelas.
Geralmente vemos nos folhetins a situação contrária: a pessoa descobre quem é sua mãe de verdade e rola todo aquele choro. Em "O Outro Lado do Paraíso" foi o contrário: Lívia (Grazi Massafera) ouve de Sophia que não é filha dela e que, na verdade, ela não se importa com isso. A cena acontece com tamanha insensibilidade por parte de Sophia que quase não dá para acreditar que a pessoa que a interpreta é a mesma atriz que faz a Dona Nenê de A Grande Família.
Marieta Severo está fazendo uma vilã memorável na TV brasileira. Se seguir nesse ritmo, acredito que vá ganhar alguns prêmios no final do ano.
O Clone
3.8 401 Assista AgoraO Clone é uma novela brilhante. Eu diria que deve ser uma das melhores que a Globo já fez. Gosto de uma série de coisas que a novela traz, mas o ponto mais forte de todos é a discussão ciência e religião.
Glória Perez fez algo que eu não me lembro de ter visto outro autor fazer: falar sobre ética científica em um produto popular (novela). Acho sensacional os diálogos que o Albieri tem com Ali, com padre, com a Deusa, com o Leônidas e outros tantos personagens.
A única coisa que eu não gosto é o final. Albieri havia cometido uma transgressão muito séria ao clonar um ser humano sem o consentimento dos familiares e de seus pares cientistas. Ele atropelou a ética científica. Isso por si só já lhe garantiria um castigo de alguma forma no final do folhetim. Contudo, Glória Perez castigou o personagem não por ele ter cometido uma transgressão ética, mas sim porque o personagem tentou se "igualar a deus", tanto que "Ala lhe segurou pelo topete" - como diz Ali no último capítulo. Ou seja, ela colocou a moral religiosa acima da ética científica.
Discursivamente, isso foi muito frustrante para mim. A novela tem uma abrangência entre as camadas mais humildes da população e acaba passando a sensação errada do que é a ciência. Cientistas não tentam se igualar a deus. Esse discurso reforça aqueles esteriótipos de que a Ciência tenta destruir a religião afirmando que o "homem veio do macaco", que a Terra não surgiu em sete dias ou coisas do tipo. Cientistas tentam formular explicações racionais a respeito da natureza e criar soluções para os problemas da humanidade. Mas fazem isso respeitando certos limites. Eu preferia que o Albieri tivesse passado por algum tipo de punição por parte de outros cientistas antes de ter sumido no meio do deserto.
Outro ponto super positivo: as músicas do Marcos Viana são fabulosas. Dão aquele tom mágico para a história d'o Clone. Ainda hoje ouço algumas daquelas músicas para relaxar.
Laços de Família
3.7 202 Assista AgoraVocês vão me negativar aos montes, mas eu acho essa novela bizarra. A filha que rouba o namorado da mãe é uma história muito louca. Mas até aí ok. Novelas sempre mostram histórias "complicadas". O problema é que a personagem Camila é mimada, arrogante, e infantil. Ainda assim, todo mundo gosta dela. Talvez seja por causa da leucemia, aí o público simpatizou com a personagem. Mas vejam que o Manoel Carlos escreveu quase a mesma coisa no seu último folhetim, "Em família", e o tiro saiu pela culatra (talvez porque a personagem Luiza não teve uma doença grave, aí não teve nada para distrair o público. Todo mundo viu que é bizarro você ficar com namorado da sua mãe).
Se não fosse a doença da Camila, todos veriam que, na verdade, ela era uma chata que precisava ser corrigida. Até aí ok. O que me deixou furioso com essa novela é uma cena em que a Íris (Deborah Seco) vai visitar a Camila no hospital e não sabe o que está acontecendo. Ela vai na melhor das intenções, mas a Camila faz um escândalo (desnecessário) e a Íris apanha gratuitamente. Queria que depois disso a Helena reconhecesse que errou. Mas parece que ficou por isso mesmo. E o público achou que a Íris mereceu apanhar porque não tinha nada que ter ido lá no hospital.
Quanto a cena da Camila raspando o cabelo, sim, reconheço que é icônica. A novela fez um bom serviço em mostrar esse drama. Mas vejam que fora essa cena, a Carolina Dieckman não fez mais uma boa atuação. Se você pegar e ver o vídeo no Youtube, vai ficar emocionado de vê-la raspando a cabeça enquanto toca "Love by grace". Mas aí quando passa para a sequência, quando o Edu vai vê-la no hospital, a Carolina Dieckman não consegue passar o drama de uma forma adulta. Seu choro parece infantilizado. Acaba com a magia do momento. Desculpem, mas não gosto.
A trama engana, com sentimentos, a racionalidade do expectador. Se você desconsiderar a leucemia, você vê que os personagens fazem coisas sem sentido e tem uma personalidade estranha. Para mim, não é uma boa novela.
Fina Estampa
3.1 209 Assista AgoraNa cena final da novela, por que a Griselda está andando com uma chave de grifo na bolsa? Quem sai na rua com uma ferramente dessas guardada? HAHAHAHAHA
Cheias de Charme
3.8 301Essa poderia ser reprisada. ;)
O Clone
3.8 401 Assista AgoraEssa novela é incrível. Conseguiu por em conflito temas como ética, ciência, religião e cultura, além de trazer o típico romance e humor das novelas. Bons tempos da Glória Perez.