Não sei se por se distanciar muito dos dois primeiros filmes da franquia e acabar esperando algo minimamente parecido (ou até melhor) deste aqui e expectativas serem criadas, mas Missão: Impossível 3 é o mais fraco até então e, na verdade, um filme de ação ruim.
A montagem que quer ser frenética e intensa apenas soa confusa e, por se prolongar em certos momentos, incômoda. Não dá pra entender muito bem o que se está passado com tanta câmera tremida, luzes estourando e close-ups mal realizados a todo instante.
A tentantiva de trazer um relacionamento amoroso mais pé no chão é ao mesmo tempo mau executada, pois cai em um clichê, que não desenvolve bem o suficiente para ser interessante, de um ex-agente que quer ter uma vida normal. Todos os sentimentos que Ethan tem com Julia soam forçados, rasos e, apesar da boa atuação de Tom Cruise em alguns momentos, é ruim de modo geral.
A missão impossível propriamente dita é um vislumbre do que esplendor que vimos nos filmes anteriores e é boa, da mesma forma que algumas sequências isoladas como a do helicopetero. Curioso que só aqui percebi uma estrutura que se repete em cada filme da franquia que, apesar de óbvio, não havia reparado antes, o que é bem legal.
De toda forma a melhor coisa de todo o filme é o vilão. A presença imponente e ameaçora do mesmo é sentida com peso e tensão, de fato a atmosfera que um verdadeiro vilão deveria passar. Uma pena que ele surge pouquíssimas vezes e, de modo geral, mal aproveitado enquanto personagem dentro da própria trama. A abertura do filme é de uma urgência e perigo muito bem executados.
Existem algumas produções que me impressiona não ter visto ainda, mas entre essas também existem aquelas que, se vistas antes, não teriam o mesmo impacto quando vistas hoje. Missão. Impossivel 2 é um destes casos e estou impressionado com o quanto este filme é incrivel.
John Woo, que, mais uma vez, não tenho tanto conhecimento de suas obras, mas que reconheço alguns elementos de suas produções, desenvolve neste aqui uma forma de realizar seu filme em que não somente aceita a ação desenfreada como fio condutor de toda sua narrativa e relação entre seus personagens, mas também enaltece e engradece a mesma.
Gosto como todas suas escolhas aumentam essa ação, desde seu uso de câmera lenta quanto utilizar de ícones para representar forças da natureza. O bem e o mal são muito bem caracterizados na figura de Ethan e seu rival, um herói e vilão muito bem definidos, compreendidos inclusive como dois lados da mesma moeda. Da mesma forma é muito interesse o par romântico do protagonista e como os dois se relacionam, mas principalmente como são apresentados um ao outro e o espectador através de uma sequência (magistral) que parece (e faz parelos) com uma dança: sensual, intensa e apaixonante. E, para além disso, todas as cenas em que a ação propriamente dita acontece, brilha: elas são divertidas, emocionantes e vibrantes. O clímax, com a perseguição de motos e o consequente duelo final, é de uma simplicidade e genialidade ímpar.
No mais, apesar de todos os acertos, existem alguns poucos elementos que, mesmo diante deste universo surreal e exagerado criado, soam discrepantes (ou só desinteressantes mesmo), como por exemplo a relação do vilão com seu capanga (?). É esquisito, soa deslocado e piegas ao ponto de ser só pra "cumprir uma cartilha" de capanga mesmo.
Eu, sinceramente, não entendo como este filme não pode ter sido melhor avaliado, mas pelo menos pra mim é um dos melhores e mais intensos filmes de ação que vi na vida.
Procurando (re)ver os filmes que compoem a franquia Missão Impossível, descubro (ou talvez fosse melhor dizer que comprovo) o rigor técnico e sensível, no sentido de nos evocar sentimentos como tensão e euforia, o quanto são obras primorosas por realizarem muitíssimo bem o que propuseram.
Antes de mais nada, Missão Impossível é um filme de ação. Por mais simples e óbvio que essa afirmação possa ser, é muito importante reforça-la, pois não é sempre que acertam na sua construção de mundo e coerência própria daquele universo ou gênero. É, sobretudo, na execução de seus conceitos que este filme realmente brilha.
Brian de Palma, o diretor, é um autor que infelizmente não tenho tanto conhecimento de suas obras, porém conheço e consigo identificar elementos que o caracterizam e em Missão Impossível é possível perceber diversos deles. A forma que ele decide mostrar (e criar) suas cenas nos fazem sentir emoções muito fortes, principalmente de tensão, através de seus cortes e aproximações, ângulos e posicionamentos de câmera, construindo uma atmosfera carregada e que proporciona reviravoltas funcionais e naturais.
Dessa forma, através da construção de suas sequências, temos momentos memóraveis como por exemplo a cena em que a missão impossível, de fato, acontece e é preciso roubar uma lista do Pentágono. Essa é uma sequência devastadora de tão bem exeucutada, fazendo seu telespectador ficar tenso e na ponta dos pés: os cortes da câmera, a música, a corrida contra o tempo... Tantos elementos que juntos compõem uma unidade que nos faz vibrar.
É um filme no qual realiza o simples muito bem e eficiente, o que não torna sua execução necessariamente fácil, pelo contrário. Se assim o fosse teríamos muito mais filmes como este e isso não é o que acontece.
Não existe nada que possa soar mais simples do que justificar robôs lutando contra robôs para vender brinquedos, não? Bom, aparentemente é mais difícil do que parece, visto que este filme aqui não consegue fazer isso.
Em sua simplicidade, a franquia Transformers consegue entregar aquilo que cumpre muito bem e a ação desenfreada entre robôs se enfrentando dá a liberdade de usar qualquer artíficio que justificasse exatamente isso, mas é uma pena que dentro daquilo que o próprio filme (e universo) propõe, ele falha.
Através de incoveniências de roteiro, a trama avança com personagens rasos, superficiais e (mais importante) sem carisma algum. A relação entre os humanos soa tão distante que parece falso e forçado, visto que é difícil aceitar que um rapaz que só quer ter um emprego se vê querendo salvar o mundo a todo custo, que a pessoa que faz estágio em um museu detém conhecimentos que não podem ser encontrados com a tecnologia alienigena (os robôs não conseguem achar na internet onde fica o Peru?). Mais uma vez, não é sobre a complexidade de sua trama e relações, mas como esses elementos são mau executados ao ponto de não condizer com aquele próprio universo.
E, no que diz respeito aos robôs, é muito triste reconhecer o quão baixo o Optimus Prime se encontra. Um líder, imponente e esteticamente incrível, surge apenas para dizer frases de efeito e apanha. Todos os outros não são muito carismáticos ou sequer divertidos, talvez se salvando apenas o Bumblebee, mas por preserverem alguns elementos dos filmes anteriores. Os Maximals, por outro lado, assim como o vilão Scourge, trazem certa presença e merecem destaque. Talvez o únido do filme inteiro.
No fim, é um filme que não diverte, pois falha em executar ideias próprias deste universo que é muito simples. Mais uma vez: robôs lutando entre si para vender bonecos.
Se este não foi o melhor filme que vi na vida, certamente é um entre todos. Não consigo nem expressar em palavras o porquê de tê-lo achado nada mais nem menos do que excepcional, perfeito. Acredito que me falta repertório para conseguir mensurar os motivos pelos quais tenha curtido tanto, mas por enquanto eu apenas vou lidar com o que senti, pois desde seus primeiros minutos de exibição percebi que se tratava de algo diferente e, não demorando muito tempo, tive a certeza de que se tratava de uma obra singular.
No filme acompanhamos um samurai que, ao viver tempos de paz, não possui mais trabalho e passa a sobreviver de forma miserável. A partir disso, ele procura um clã no qual solicita para realizar o harakiri (ritual japonês pelo qual um samurai tira a própria vida) e tem seu desejo atendido pelo senhor daquele lugar.
É curioso como que acontece o desenrolar da sua trama, nos apresentando os detalhes pouco a pouco e nos fazendo compreender melhor o que está acontecendo. Essas revelações acontecem de forma gradual, simples e, apesar disso, são impactantes, principalmente porque temos o entendimento de tudo.
Foi uma experiência única, na qual tudo me parecia magnifico e elegante. A sua simplicidade tornou tudo maior, transformando Harakiri em uma obra prima e um dos melhores filmes que vi.
É um clichê de filme de adolescente na escola, mas mais "moderno". Isso não é necessariamente ruim se sua execução acontecer de uma forma decente, mas infelizmente isso não acontece e não funcionou nem um pouco pra mim.
Seus personagens soam superciais e forçados, além de que a mãe da protagonista é tanto que sequer para divertir através da vergonha alheia consegue, apenas se tornando inconveniente e desnecessária. É alguém que não soa empoderada, apesar de que aparentemente essa tenha sido a intenção.
É uma comédia que, particularmente falando, não foi engraçada nem divertida. Ao longo de todo o filme, apenas uma fala me tirou um sorriso e foi porquê me lembrou a cena de outro filme.
No fim, existe uma boa química entre o casal protagonista, que apresenta de maneira leve e fluida o início de uma paixão e consequentemente relacionamento amoroso. É um elemento bem trabalhado, que entrega conforto e uma sensação de bem estar, mas que soa deslocada diante de todo o resto que não funciona.
Vai ter quem curtiu e curta, o que é bom. Mas não foi eu.
Até onde somos capazes de ir por nossa honra e senso de dever?
Este é um filme que desde que eu li sua sinopse sabia que iria curtir, mas sendo bem sincero não fui capaz de imaginar o quanto gostaria.
Seu protagonista é o esteriótipo completo do herói que tem força suficiente para salvar o dia e a todos, sendo ele próprio um símbolo no qual todos podem confiar, mas no fim não passa de um ser humano igual a qualquer outro e isso torna tudo muito sensível e comovente.
Acompanhamos este personagem tendo que retornar para sua cidade para aguardar um bandido que havia prendido, mas que foi solto e deseja matá-lo com a ajuda de seus capangas. Ele assume sua responsabilidade e dever para consigo e sua cidade, mas espera que seus cidadãos e colegas de profissão o ajudem e não encontra nenhum apoio e amparo. Ao longo de todo o filme a tensão aumenta ao ficar cada vez mais convicto de que ele está só e que terá que resolver o problema sozinho.
Interessante que o filme acontece em "tempo corrido", pois acompanhamos o protagonista procurando recrutar pessoas para o ajudarem ao longo de uma hora, pois é quando o trem do meio dia irá chegar e o vilão também. A crescente tensão criada antecipando sua chegada é assustadora e muito bem executada, proporcionando a visão de um homem mau e cruel sem nem mesmo mostrá-lo. A medida que o clímax se aproxima, vemos o quão sozinho o xerife se encontra e isso é muito bem representado na cena em que o vemo tão pequeno no meio de uma cidade que soa deserta e abandonada.
É um filme cuja ideia é executada de forma magistral, transforma sua atmofesta em algo claustrófico e sentimos o peso que seu protagonista carrega e que ele cumprirá seu dever, independente do que acontece. É, sobretudo, uma história de que se deve fazer o que é correto, para si e porquê é o certo a ser feito. No fim, é um dos melhores filmes de heróis que vi em toda minha vida.
É impressionante o quão deslumbrante e extraordinário um filme lançado há 30 anos pode ser e não consigo imaginar o quão incrível deve ter sido em seu lançamento, porque se hoje consigo ficar de boca aberta com seus cenários e seus dinossauros, quem dirá naquela época.
Os efeitos especiais e práticos presentes são, no mínimo, excelentes. Interessante também as escolhas feitas pelo diretor, em que consegue criar uma atmosfera condizente com o que está acontecendo e troca-las de maneira muito fluida: existe suspense, tensão, encatamento e, em determinados momentos, até um terror que beira o sobrenatural.
Gosto principalmente como que cada espécime de dinossauro é retratada aqui, através da antecipação de sua aparição e da crescente ameaça que estas criaturas desempenham durante todo o filme. A água tremendo anunciando o T-Rex é de uma simplicidade tão efetiva que torna seu uso genial, pois funciona e muito bem.
O climax do filme envolvendo os velociraptors foi uma das melhores sequências que vi em muito tempo, pois me senti tenso e temendo não somente por aqueles personagens, mas como eu próprio estivesse ali lutando pela minha vida.
E, para além do fantástico, deslumbramento pelo parque dos dinossauros e a tensão criada por essas criaturas tão perigosas, existem conceitos muito interessantes entre os limites da ciência e do ser humano, teoria das cordas e até uma trama envolvendo a construção da paternidade que traz um toque tão leve e bonito ao filme que, mesmo em menor escala, não deixa de ser encatador também.
Jurassic Park é um clássico atemporal, filmaço em todos os níveis e é impressionante que um filme como este possa existir.
O melhor que este filme tem a oferecer são suas "gracinhas", que não necessariamente são engraçadas, mas são intencionalmente surreais, aleatórias e divertidas.
Este gênero de filme em que realiza uma paródia de outros filmes é um dos meus favoritos e sempre acho o máximo, especialmente por lembrar que via e revia muito deles quando era mais novo. Este foi um deles e o melhor é que quando o revisita hoje, ele se torna muito mais incrível do que me lembrava no passado.
É pra rever outras vezes e com certeza será tão ou mais divertido do que antes.
Um garoto que aspira ser jornalista passa a acompanhar uma banda de rock and roll por todo o país, conhecendo em primeira mão como que vivem as estrelas do rock.
Pra mim é um filme que retrata bem a superficialidade e a hipocrisia que certas pessoas possuem umas com as outras, mas principalmente a si mesmas. Estes personagens estão o tempo inteiro buscando o que é real, verdadeiro e intenso, porém não aceitam quando isso é "ruim" para si, preferindo utilizar de meios covardes (como as drogas e relacionamentos rasos) para escaparem não somente de seus verdadeiros sentimentos, mas também de suas responsabilidades.
É, para todos os efeitos, uma abordagem utilizando o próprio rock and roll para demonstrar a mediocridade de nossas relações. Os fãs que amam a música e seguem seus ídolos para todos os lugares, veem nessas pessoas e som a libertação. A arte, neste sentido, assume uma posição de trazer a tona aquilo que está dentro de si, revelando ao mundo quem você é e o que quer. Mascarar por não gostar do que surge, principalmente quando o que deseja é um sentimento genuíno, é hipocrisia.
Quase Famosos diverte, proporciona reflexões interessantes a respeito de quem somos e nossas reflexões, e possui uma trilha sonora espetacular, tornando um filme que merece ser visto e revisto.
Para além de suas sequências de ação, especificamente aquela em que acontece a extração da família da prisão, é um filme que apresenta personagens que não me importei nem ao ponto de saber seus nomes, com motivações rasas e desenvolvimento de relação que nada justificava o desdobrar dos acontecimentos da trama.
Soava muito mais como uma repetição de ideias do primeiro filme, mas sem coração. Tive a impressão de que era preciso completar uma espécie de cartilha, ponto a ponto, para escrever seu roteiro. O problema, no fim, não foi soar dessa forma, mas mão ter coesão entre um elemento e outro, tornando-os isoladamente e (alguns especialmente) muito ruins.
Isso chegou a tal ponto que, eventualmente, as próprias sequências de ação soava cansativas de tão repetitivas, apesar de que aquele plano sequencia (seguindo a cartilha dr que deveria ter um) foi mesmo deslumbrante: o cuidado, técnica e nível de comprometimento ao usar várias pessoas, cenários, armas e elementos combinados, foi incrível.
Infelizmente, mesmo para um filme de ação, torna-se esquecivel por sua falta de carisma, e não empolga nem um pouco para os próximos filmes de sua franquia.
Duas melhores amigas dividem um apartamento, mas uma delas, Frances, ao ser chamado para morar com seu namorado, diz não para que sua amiga não fique sozinha, porém quando o mesmo acontece com sua amiga, ela não o faz.
Frances Ha é um filme ordinário, no sentido de ser mundano. Acompanhamos o dia a dia de Frances, seus relacionamentos e seus problemas que, apesar de se tratar de uma estadunidense e viver em Nova Iorque, tornam-se familiares, principalmente para quem está na casa dos 20 e se aproximando dos 30 anos. Interessante que o diretor decide colocar uma câmera que, na maioria das vezes, está estática e próxima de sua protagonista, dando a impressão de que o espectador está ali na sua frente, acompanhando de perto, quase como um amigo.
É, sobretudo, sobre o amadurecimento e de não permitir negar quem se é, apesar da importância de reconhecer que estamos fadados a nos entregar para "pertencer" a este mundo. Questões acerca de relacionamentos, românticos ou não, trabalho e sobre si mesmo, pois é preciso crescer e seguir em frente, mas não deixar sua essência de lado. É possível fazer algo bom que possamos nos orgulhar, apesar de que tenhamos que falhar algumas vezes neste percurso.
Gosto como o filme propõe essa reflexão a partir dessa proximidade com Frances, tornando-a não somente alguém que possamos ser amiga, mas muitas vezes nós mesmos.
Revisitando este que foi um dos filmes que mais vi na minha infância e incontáveis vezes, percebo o quão requintado, tecnicamente falando, ele é.
Sua animação, para um filme de 1937, e o primeiro longa produzido por Walt Disney, é tão a frente do seu tempo que hoje, faltando pouco para completar um século de existência, continua a impressionar por sua fluidez nos traços, na movimentação e naquele mundo tão característico.
É, para todos os efeitos, um filme que vai nos falar sobre o quão a inveja pode ser feia e maligna, que a beleza vem de dentro e reflete no seu exterior e, por que não, o perigo que é aceitar coisas de estranhos.
Os personagens possuem papéis bem definidos, apesar de bastante estereotipados, como a própria ideia de um "príncipe encantado" que salva a vida da princesa ou da mesma que se sujeita a unicamente servir como traço de personalidade. Isso não torna o filme ruim e usar esses momentos para dialogar, principalmente com crianças, também é interessante.
P.S.: não lembrava que os anões cantavam aquela música para ir ao trabalho também. Coitados.
É uma experiência cinematográfica sem igual e um filme que extrapola os limites da criatividade e originalidade ao trazer vida e movimento através de seus traços, cores e texturas: emociona, diverte e nos faz vibrar e temer por seus personagens.
A sequência inicial focada no universo da Gwen é uma das mais potentes que vi em muito tempo. As cores vibrantes, contrastando com os sentimentos dos personagens, explodindo na tela com um abraço e mudando conforme os dialogos são feitos e seus verdadeiros sentimentos transparecem é muito bonito.
Miles, como protagonista, não somente sustenta o filme, como está presente nas melhores cenas, seja conversando com seus pais (sempre dialogos emocionantes, que revelam muito do caráter daqueles indivíduos, tratando de temas universais) quanto pelas sequências de ação, como aquela em que está enfrentado Miguel Ohara e os vários Homens-Aranha.
O Mancha que começa o filme como "vilão da semana" e se desenvolve para uma ameaça multiversal demonstra um perigo real e a forma como demonstram isso, através da suas falas e estilo de animação, é tão pesada que tememos pelos heróis. É um perigo real.
É um filme que carrega muitas referências, divertindo ao mesmo tempo que emociona e encanta, tornando a experiência de ir ao cinema muito completa e bela. É uma sequência que engrandece e enobrece ao trazer temas como amizade e reconhecer a importância que se tem no mundo, pois conversa diretamente com todos nós, seja criança ou adulto.
Continuo achando impressionante o quão ilimitado pode ser a criatividade e originalidade através de uma animação, visto que as possibilidades de criar e desenvolver trama e personagens são infinitas dentro desse meio e talvez este seja o filme que melhor representa isso.
Miles Morales é um protagonista espetacular. Eu, que nunca antes havia visto ou ouvido falar algo para além do seu próprio nome, me senti cativado pelo seu carisma e dilemas, principalmente aqueles sobre si próprio.
Para todos os efeitos este é um filme sobre autodescoberta que explora muitíssimo bem a máxima "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades", pois Miles não se sente preparado para enfrentar a ameaça e o peso que recai sobre seus ombros, mas só eles como todos os outros também: seu mentor, amigos e pais.
Acompanhar sua trajetória de aprendizado, seja pelos novos poderes e responsabilidades, encontrando o que é ser um herói, mas principalmente quem é enquanto indivíduo, culmina em uma das melhores sequências deste filme e uma das minhas favoritas da vida: o salto de fé. Pra mim tudo que foi utilizado ali para impactar trouxe a maior intensidade emotiva que aquele momento precisava e foi lindo.
Para além disso, temos diversos outros personagens que surgem ao longo do filme e é interessante como o filme se utiliza de você saber quem eles são (porque sabemos) para não perder tempo com histórias de origem demoradas, mas sucintas em sua apresentação e elaboradas em seu desenvolvimento futuro, principalmente a relação com os demais personagens.
As sequências de luta estão incríveis, mesclando elementos dos quadrinhos dentro da animação, trazendo um estilo visualmente diferente e impactante, aliado a trilha sonora frenética e por vezes sinistro que apresenta um ritmo e montagem excelentes.
É uma das melhores animações que vi, de longe um dos melhores filmes do Homem Aranha e que se torna melhor a cada vez que o revejo.
Um bom filme com uma boa trilha sonora e que consegue cumprir com aquilo que propõe, mesmo que não se apresente necessariamente como inovador e criativo.
Gostei principalmente como o músico compunha suas músicas e o víamos colocando seus sentimentos, memórias e angústias em suas canções a medida em que sua trama avançava. Seu processo criativo, assim como seu relacionamento com sua produtora, através da perda e do abandono, cada um de forma diferente, mas ao mesmo tempo parecido, é muito fluido.
É, como a própria Sara falou ao final do filme, ele é "a Taylor Swift homem" e acho que isso define muito bem o que de fato ele e este filme é.
É, para todos os efeitos, um filme de "professor que muda a vida de seus alunos", mas sua trama e personagens são tão bem desenvolvidos que simpatizamos e torcemos por cada um daqueles personagens. E, para além disso, é sobre escolhas e como nossa perspectiva diante da nossa própria realidade diz muito sobre nós mesmos e como isso impacta quem somos. Isso tudo embalado com uma excelente trilha sonora, pontual e tocante, evocando sentimentos que são genuínos a medida que sua histórica avança.
A relação estabelecida entre professora e seus alunos não se limita aos muros da sala de aula, pois é muito mais sobre ser humano e como a literatura, neste caso, pode fazer com que cresçam e evoluam como pessoas, tornando-os melhores, principalmente para si mesmos. Gosto como cada um daqueles alunos contribui para aquele núcleo soar como uma unidade, apesar de que existam alguns que se destacam mais do que outros, é perceptível o cuidado que tiveram para fazer todos serem um só, mesmo com suas particularidades.
Por fim sua trilha sonora é incrível, uma característica muito presente nos filmes da década de 90 e sempre bem vindas: emociona, diverte e define o tom certo em todo o filme.
É um filmaço que nunca havia ouvido falar, então foi uma surpresa muito boa, principalmente porquê decidi assisti porquê descobri que um episódio do Pernalonga fazia referência a esse filme. Quem diria, não é mesmo?
As escolhas que fazemos definem como nós somos e sempre temos uma, mesmo que seja difícil reconhecer com o que nos é imposto pelos outros, a sociedade e o próprio sistema que estamos inseridos. A mudança de perspectiva diante da nossa própria realidade, por mais difícil que seja, é uma escolha possível e são essas que vão nos fazer avançar e trazer melhorias, mesmo que aos poucos e devagar. A mudança virá e ela será para o bem.
Apesar de seus cenários, figurinos e escolhas estilísticas deslumbrantes, infelizmente <i>Um Lugar Bem Longe Daqui</i> não me despertou interesse em sua trama e personagens.
Em primeiro lugar é preciso dizer que foram poucos os momentos que de fato me agradaram e, de longe, a sequência final é o que melhor sintetiza a obra e é mesmo uma pena que não tenham feito escolhas semelhantes aquela ao longo de todo o filme. Por muitas vezes achei difícil comprar a ideia de que aquelas pessoas viviam naquele lugar e mesmo assim pareciam tão limpas, bonitas e elegantes. Pior ainda foi "aceitar" que às pouquíssimas pessoas que se importavam com a Menina do Brejo nada fizeram para de fato ajudá-la, em nenhuma circunstância e não por falta de oportunidade.
Não sei até que ponto é demérito da adaptação ou não, mas tenho a impressão de que o livro possa ser mais interessante e coerente com a proposta e temas apresentados aqui: abandono, resiliência e, obviamente, amor, principalmente a natureza, ao brejo.
Por fim, é um filme que não assistiria por mim mesmo e, como desconfiava a princípio, certamente não irei me lembrar por não ter me marcado de forma alguma.
Foram quase três horas de filme que só fui descobrir ao final do mesmo, quando casualmente vi sua duração e me surpreendi com o quão fluido foi e sequer percebi o tempo passar.
Essa é uma franquia que se destaca a cada filme lançado, mas não precisa ir tão longe porquê dentro do próprio filme, através de suas sequências de ação, torna-se mais criativa e inventiva. É impressionante vislumbrar o quão bem tudo aquilo funciona, independente do local, arma ou personagens. <i>John Wick 4, </i>mais do que os filmes anteriores, amplia sua mitologia e mais ainda a figura deste personagem que mais soa como uma entidade.
Dentro deste universo de assassinos profissionais a ideia de que tudo aquilo é aceitável é comprada muito facilmente, então nos resta mergulhar e se impressionar com a ação desenfreada que nos salta os olhos a todo instante, sem parar. Me sinto impactado com o quão competentes os diretores e principalmente seu elenco (contando os dublês, claro) fazem tudo aquilo que vemos.
Gosto por ser uma experiência cinematografia completa e que, de antemão, não vou deixar mais de assistir no cinema os próximos filmes que lançarem. E devem lançar.
A beleza que é vista na amizade e no amor, mas principalmente na inocência e pureza encontradas nestes relacionamentos, é o que encanta e emociona neste filme que demorei muito tempo para assistir, apesar de que ele evoca esse sentimento de nostalgia tão característico dessas animações.
O Cão e a Raposa é, sobretudo, um conto sobre amizade e o quão simples e fácil é nos tornamos amigos enquanto crianças. O que, na verdade, remete a uma época de inocência em que o mundo e as pessoas são mais simples, as preocupações não existem e a descoberta e a brincadeira fazem parte do nosso dia a dia. É muito bonita e singela a forma como os relacionamentos começam: a senhorinha com o filhote de raposa, os filhotes entre si e, mais tarde, Dodó encontrando Miriam, seu par romântico.
O mundo muitas vezes é implacável e nos faz acreditar que existe apenas um único caminho, destrói sua inocência em prol do que acredita ser o correto em detrimento de vontades profundas do coração. Sempre ter sido assim não quer dizer que deva continuar para sempre, muito menos que seja a forma correta ou a única maneira de ser. E, para além daquilo que se espera de nós, não devemos jamais perdermos nossa essência e a amizade e amor dos que se importam conosco.
É um filme emocionante e que trabalha bem com os elementos de animação e trilha sonora, principalmente, contando com a excelente dublagem brasileira, O Cão e a Raposa é um daqueles filmes que queria ter crescido assistido, mas é bom ter conhecido hoje e sentido como me senti por tudo o que vivi ate aqui.
É muito bom quando uma obra nos impacta e emociona todas as vezes que revisitamos e, para cada vez que retornamos, soa diferente e ao mesmo tempo novo. Sem sombra de dúvidas é o poder dos clássicos e Os Incríveis certamente é um.
O núcleo composto pela família Incrível é muito real, mesmo que estes indivíduos tenham super poderes, as relações e problemas enfrentados por eles nos são muito comuns, mas é interessante a dinâmica estabelecida entre casamento e a relação de pais e filhos. Mais do que trabalhar esses relacionamentos, individualmente falando, cada personagem enfrenta um problema que deve ser solucionado através de sua própria força e ela não tem nada a ver com poderes. Gosto especialmente de Beto que, sendo forçado a levar uma vida comum em prol de sua família e em detrimento a vida de super herói, vive entendiado e "morrendo" lentamente por não ter mais ânimo para levar essa vida. É, neste momento da minha vida, que encontrei identificação e proximidade, até porquê "o que temos e nos faz especiais?".
Outro ponto interessantíssimo é a construção do vilão Síndrome que é sim um vilão, pois ele é o que é porquê é assim, mal inclusive. A rejeição intensifica seu lado sombrio e mesquinho, tornando-o cada vez pior e um adulto desprezível. Seu plano, no entanto, é genial.
Por fim, mais uma vez, devo salientar o quanto que a dublagem brasileira torna tudo mais especial e aqui ainda tivemos adaptações que só engrandecem mais a obra, como os nomes e trejeitos de alguns personagens.
Os Incríveis são, se não o melhor filme da Pixar, um dos primeiros do topo.
Através de uma verdadeira aventura cósmica, este é um daqueles filmes que trata de assuntos conhecidos de maneira leve e ao mesmo tempo emocionante, sem forçar a barra em nenhum momento e com um ritmo bastante fluido.
Guardiões da Galáxia é, como eles próprio acabam se denominando, uma família. São suas relações que apesar de não serem de sangue, valem muito e importam muito mais. Unidos através de suas necessidades individuais, cada membro deste famigerado grupo encontra algo maior e melhor do que a si próprios e percebem que juntos podem muito mais. Não é piegas porquê funciona e, no fim, entrega exatamente aquilo que propõe.
Senti falta de uma clareza melhor quanto ao panorama geral do vilão, mas principalmente quanto suas motivações. A impressão que tive é que ele só tava ali para se opor e pronto, o que funciona até certa parte, mas que o torna genérico e facilmente esquecivel.
Para finalizar não poderia deixar de comentar sobre sua incrível trilha sonora e o quanto que as músicas dão não somente o tom do filme, como também são utilizadas como traco de personalidade e servem para costurar e dar continuidade à sua trama, revelando sentimentos que tornam uma unidade quando montados com as performances desse elenco tão carismático.
Continuo impressionado com o quão bonito é a estética dessas animações da DC da década de 90 e o quanto que elas se tornam uma unidade com sua trilha sonora marcante, trama e desenvolvimento de personagens e relação entre os mesmos.
Em A Máscara do Fantasma temos uma história relativamente simples de vingança, mas que traz em suas subtramas temas como traumas, dever e relacionamentos muito bem trabalhados e com escolhas muito criativas e inteligentes de apresentar as emoções de seus personagens através de montagens belíssimas.
Gosto principalmente de como que essas mesmas escolhas refletem os estados de espírito de seus personagens e sua trilha sonora e dublagem em português tornam tudo mais impactante e memorável.
É, sobretudo, no simples bem desenvolvido que este filme se sobressai, provando, mais uma vez, que não é preciso complicar e arriscar perder a linha para fazer uma obra tão emblemática.
Impressionante como alguns filmes e, nesse caso algumas animações, tornam-se melhores quando são revistas ao longo do tempo e quando se está mais velho.
Kung Fu Panda é um desses filmes que a primeira vista pode ser apenas um bom filme de animação e de artes marciais, por exemplo. Acontece que quando você o vê para além disso vai encontrar não só um excelente filme de animação e de artes marciais, mas também a força dos seus temas e o desenvolvimento dos mesmos através dos seus personagens e da relação entre eles é incrível.
Gosto particularmente de como decidem abordar o destino inerente ao indivíduo através de sua formação e o quanto que isso pode corrompê-lo. Isso é válido tanto para o protagonista quanto o antagonista (que não é necessariamente um vilão, apesar de fazer coisas ruins), além de que a relação estabelecida entre mestre e aprendiz é muito íntima no que diz respeito a forma como aprendemos e ensinos, uma troca de conhecimentos e não algo linear.
É, para além do que podemos ver superficialmente, um filme que mostra que o melhor que você pode ser é quem você é ao se aceitar.
Missão: Impossível 3
3.4 513 Assista AgoraNão sei se por se distanciar muito dos dois primeiros filmes da franquia e acabar esperando algo minimamente parecido (ou até melhor) deste aqui e expectativas serem criadas, mas Missão: Impossível 3 é o mais fraco até então e, na verdade, um filme de ação ruim.
A montagem que quer ser frenética e intensa apenas soa confusa e, por se prolongar em certos momentos, incômoda. Não dá pra entender muito bem o que se está passado com tanta câmera tremida, luzes estourando e close-ups mal realizados a todo instante.
A tentantiva de trazer um relacionamento amoroso mais pé no chão é ao mesmo tempo mau executada, pois cai em um clichê, que não desenvolve bem o suficiente para ser interessante, de um ex-agente que quer ter uma vida normal. Todos os sentimentos que Ethan tem com Julia soam forçados, rasos e, apesar da boa atuação de Tom Cruise em alguns momentos, é ruim de modo geral.
A missão impossível propriamente dita é um vislumbre do que esplendor que vimos nos filmes anteriores e é boa, da mesma forma que algumas sequências isoladas como a do helicopetero. Curioso que só aqui percebi uma estrutura que se repete em cada filme da franquia que, apesar de óbvio, não havia reparado antes, o que é bem legal.
De toda forma a melhor coisa de todo o filme é o vilão. A presença imponente e ameaçora do mesmo é sentida com peso e tensão, de fato a atmosfera que um verdadeiro vilão deveria passar. Uma pena que ele surge pouquíssimas vezes e, de modo geral, mal aproveitado enquanto personagem dentro da própria trama. A abertura do filme é de uma urgência e perigo muito bem executados.
Enfim, esperava mais.
Missão: Impossível 2
3.1 491 Assista AgoraExistem algumas produções que me impressiona não ter visto ainda, mas entre essas também existem aquelas que, se vistas antes, não teriam o mesmo impacto quando vistas hoje. Missão. Impossivel 2 é um destes casos e estou impressionado com o quanto este filme é incrivel.
John Woo, que, mais uma vez, não tenho tanto conhecimento de suas obras, mas que reconheço alguns elementos de suas produções, desenvolve neste aqui uma forma de realizar seu filme em que não somente aceita a ação desenfreada como fio condutor de toda sua narrativa e relação entre seus personagens, mas também enaltece e engradece a mesma.
Gosto como todas suas escolhas aumentam essa ação, desde seu uso de câmera lenta quanto utilizar de ícones para representar forças da natureza. O bem e o mal são muito bem caracterizados na figura de Ethan e seu rival, um herói e vilão muito bem definidos, compreendidos inclusive como dois lados da mesma moeda. Da mesma forma é muito interesse o par romântico do protagonista e como os dois se relacionam, mas principalmente como são apresentados um ao outro e o espectador através de uma sequência (magistral) que parece (e faz parelos) com uma dança: sensual, intensa e apaixonante. E, para além disso, todas as cenas em que a ação propriamente dita acontece, brilha: elas são divertidas, emocionantes e vibrantes. O clímax, com a perseguição de motos e o consequente duelo final, é de uma simplicidade e genialidade ímpar.
No mais, apesar de todos os acertos, existem alguns poucos elementos que, mesmo diante deste universo surreal e exagerado criado, soam discrepantes (ou só desinteressantes mesmo), como por exemplo a relação do vilão com seu capanga (?). É esquisito, soa deslocado e piegas ao ponto de ser só pra "cumprir uma cartilha" de capanga mesmo.
Eu, sinceramente, não entendo como este filme não pode ter sido melhor avaliado, mas pelo menos pra mim é um dos melhores e mais intensos filmes de ação que vi na vida.
Missão: Impossível
3.5 516 Assista AgoraProcurando (re)ver os filmes que compoem a franquia Missão Impossível, descubro (ou talvez fosse melhor dizer que comprovo) o rigor técnico e sensível, no sentido de nos evocar sentimentos como tensão e euforia, o quanto são obras primorosas por realizarem muitíssimo bem o que propuseram.
Antes de mais nada, Missão Impossível é um filme de ação. Por mais simples e óbvio que essa afirmação possa ser, é muito importante reforça-la, pois não é sempre que acertam na sua construção de mundo e coerência própria daquele universo ou gênero. É, sobretudo, na execução de seus conceitos que este filme realmente brilha.
Brian de Palma, o diretor, é um autor que infelizmente não tenho tanto conhecimento de suas obras, porém conheço e consigo identificar elementos que o caracterizam e em Missão Impossível é possível perceber diversos deles. A forma que ele decide mostrar (e criar) suas cenas nos fazem sentir emoções muito fortes, principalmente de tensão, através de seus cortes e aproximações, ângulos e posicionamentos de câmera, construindo uma atmosfera carregada e que proporciona reviravoltas funcionais e naturais.
Dessa forma, através da construção de suas sequências, temos momentos memóraveis como por exemplo a cena em que a missão impossível, de fato, acontece e é preciso roubar uma lista do Pentágono. Essa é uma sequência devastadora de tão bem exeucutada, fazendo seu telespectador ficar tenso e na ponta dos pés: os cortes da câmera, a música, a corrida contra o tempo... Tantos elementos que juntos compõem uma unidade que nos faz vibrar.
É um filme no qual realiza o simples muito bem e eficiente, o que não torna sua execução necessariamente fácil, pelo contrário. Se assim o fosse teríamos muito mais filmes como este e isso não é o que acontece.
Transformers: O Despertar das Feras
3.1 197 Assista AgoraNão existe nada que possa soar mais simples do que justificar robôs lutando contra robôs para vender brinquedos, não? Bom, aparentemente é mais difícil do que parece, visto que este filme aqui não consegue fazer isso.
Em sua simplicidade, a franquia Transformers consegue entregar aquilo que cumpre muito bem e a ação desenfreada entre robôs se enfrentando dá a liberdade de usar qualquer artíficio que justificasse exatamente isso, mas é uma pena que dentro daquilo que o próprio filme (e universo) propõe, ele falha.
Através de incoveniências de roteiro, a trama avança com personagens rasos, superficiais e (mais importante) sem carisma algum. A relação entre os humanos soa tão distante que parece falso e forçado, visto que é difícil aceitar que um rapaz que só quer ter um emprego se vê querendo salvar o mundo a todo custo, que a pessoa que faz estágio em um museu detém conhecimentos que não podem ser encontrados com a tecnologia alienigena (os robôs não conseguem achar na internet onde fica o Peru?). Mais uma vez, não é sobre a complexidade de sua trama e relações, mas como esses elementos são mau executados ao ponto de não condizer com aquele próprio universo.
E, no que diz respeito aos robôs, é muito triste reconhecer o quão baixo o Optimus Prime se encontra. Um líder, imponente e esteticamente incrível, surge apenas para dizer frases de efeito e apanha. Todos os outros não são muito carismáticos ou sequer divertidos, talvez se salvando apenas o Bumblebee, mas por preserverem alguns elementos dos filmes anteriores. Os Maximals, por outro lado, assim como o vilão Scourge, trazem certa presença e merecem destaque. Talvez o únido do filme inteiro.
No fim, é um filme que não diverte, pois falha em executar ideias próprias deste universo que é muito simples. Mais uma vez: robôs lutando entre si para vender bonecos.
Harakiri
4.6 180Se este não foi o melhor filme que vi na vida, certamente é um entre todos. Não consigo nem expressar em palavras o porquê de tê-lo achado nada mais nem menos do que excepcional, perfeito. Acredito que me falta repertório para conseguir mensurar os motivos pelos quais tenha curtido tanto, mas por enquanto eu apenas vou lidar com o que senti, pois desde seus primeiros minutos de exibição percebi que se tratava de algo diferente e, não demorando muito tempo, tive a certeza de que se tratava de uma obra singular.
No filme acompanhamos um samurai que, ao viver tempos de paz, não possui mais trabalho e passa a sobreviver de forma miserável. A partir disso, ele procura um clã no qual solicita para realizar o harakiri (ritual japonês pelo qual um samurai tira a própria vida) e tem seu desejo atendido pelo senhor daquele lugar.
É curioso como que acontece o desenrolar da sua trama, nos apresentando os detalhes pouco a pouco e nos fazendo compreender melhor o que está acontecendo. Essas revelações acontecem de forma gradual, simples e, apesar disso, são impactantes, principalmente porque temos o entendimento de tudo.
Foi uma experiência única, na qual tudo me parecia magnifico e elegante. A sua simplicidade tornou tudo maior, transformando Harakiri em uma obra prima e um dos melhores filmes que vi.
Crush
3.6 71 Assista AgoraÉ um clichê de filme de adolescente na escola, mas mais "moderno". Isso não é necessariamente ruim se sua execução acontecer de uma forma decente, mas infelizmente isso não acontece e não funcionou nem um pouco pra mim.
Seus personagens soam superciais e forçados, além de que a mãe da protagonista é tanto que sequer para divertir através da vergonha alheia consegue, apenas se tornando inconveniente e desnecessária. É alguém que não soa empoderada, apesar de que aparentemente essa tenha sido a intenção.
É uma comédia que, particularmente falando, não foi engraçada nem divertida. Ao longo de todo o filme, apenas uma fala me tirou um sorriso e foi porquê me lembrou a cena de outro filme.
No fim, existe uma boa química entre o casal protagonista, que apresenta de maneira leve e fluida o início de uma paixão e consequentemente relacionamento amoroso. É um elemento bem trabalhado, que entrega conforto e uma sensação de bem estar, mas que soa deslocada diante de todo o resto que não funciona.
Vai ter quem curtiu e curta, o que é bom. Mas não foi eu.
Matar ou Morrer
4.1 205 Assista AgoraAté onde somos capazes de ir por nossa honra e senso de dever?
Este é um filme que desde que eu li sua sinopse sabia que iria curtir, mas sendo bem sincero não fui capaz de imaginar o quanto gostaria.
Seu protagonista é o esteriótipo completo do herói que tem força suficiente para salvar o dia e a todos, sendo ele próprio um símbolo no qual todos podem confiar, mas no fim não passa de um ser humano igual a qualquer outro e isso torna tudo muito sensível e comovente.
Acompanhamos este personagem tendo que retornar para sua cidade para aguardar um bandido que havia prendido, mas que foi solto e deseja matá-lo com a ajuda de seus capangas. Ele assume sua responsabilidade e dever para consigo e sua cidade, mas espera que seus cidadãos e colegas de profissão o ajudem e não encontra nenhum apoio e amparo. Ao longo de todo o filme a tensão aumenta ao ficar cada vez mais convicto de que ele está só e que terá que resolver o problema sozinho.
Interessante que o filme acontece em "tempo corrido", pois acompanhamos o protagonista procurando recrutar pessoas para o ajudarem ao longo de uma hora, pois é quando o trem do meio dia irá chegar e o vilão também. A crescente tensão criada antecipando sua chegada é assustadora e muito bem executada, proporcionando a visão de um homem mau e cruel sem nem mesmo mostrá-lo. A medida que o clímax se aproxima, vemos o quão sozinho o xerife se encontra e isso é muito bem representado na cena em que o vemo tão pequeno no meio de uma cidade que soa deserta e abandonada.
É um filme cuja ideia é executada de forma magistral, transforma sua atmofesta em algo claustrófico e sentimos o peso que seu protagonista carrega e que ele cumprirá seu dever, independente do que acontece. É, sobretudo, uma história de que se deve fazer o que é correto, para si e porquê é o certo a ser feito. No fim, é um dos melhores filmes de heróis que vi em toda minha vida.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros
3.9 1,7K Assista AgoraÉ impressionante o quão deslumbrante e extraordinário um filme lançado há 30 anos pode ser e não consigo imaginar o quão incrível deve ter sido em seu lançamento, porque se hoje consigo ficar de boca aberta com seus cenários e seus dinossauros, quem dirá naquela época.
Os efeitos especiais e práticos presentes são, no mínimo, excelentes. Interessante também as escolhas feitas pelo diretor, em que consegue criar uma atmosfera condizente com o que está acontecendo e troca-las de maneira muito fluida: existe suspense, tensão, encatamento e, em determinados momentos, até um terror que beira o sobrenatural.
Gosto principalmente como que cada espécime de dinossauro é retratada aqui, através da antecipação de sua aparição e da crescente ameaça que estas criaturas desempenham durante todo o filme. A água tremendo anunciando o T-Rex é de uma simplicidade tão efetiva que torna seu uso genial, pois funciona e muito bem.
O climax do filme envolvendo os velociraptors foi uma das melhores sequências que vi em muito tempo, pois me senti tenso e temendo não somente por aqueles personagens, mas como eu próprio estivesse ali lutando pela minha vida.
E, para além do fantástico, deslumbramento pelo parque dos dinossauros e a tensão criada por essas criaturas tão perigosas, existem conceitos muito interessantes entre os limites da ciência e do ser humano, teoria das cordas e até uma trama envolvendo a construção da paternidade que traz um toque tão leve e bonito ao filme que, mesmo em menor escala, não deixa de ser encatador também.
Jurassic Park é um clássico atemporal, filmaço em todos os níveis e é impressionante que um filme como este possa existir.
Top Gang!: Ases Muito Loucos
3.4 262 Assista AgoraO melhor que este filme tem a oferecer são suas "gracinhas", que não necessariamente são engraçadas, mas são intencionalmente surreais, aleatórias e divertidas.
Este gênero de filme em que realiza uma paródia de outros filmes é um dos meus favoritos e sempre acho o máximo, especialmente por lembrar que via e revia muito deles quando era mais novo. Este foi um deles e o melhor é que quando o revisita hoje, ele se torna muito mais incrível do que me lembrava no passado.
É pra rever outras vezes e com certeza será tão ou mais divertido do que antes.
Quase Famosos
4.1 1,4K Assista AgoraUm garoto que aspira ser jornalista passa a acompanhar uma banda de rock and roll por todo o país, conhecendo em primeira mão como que vivem as estrelas do rock.
Pra mim é um filme que retrata bem a superficialidade e a hipocrisia que certas pessoas possuem umas com as outras, mas principalmente a si mesmas. Estes personagens estão o tempo inteiro buscando o que é real, verdadeiro e intenso, porém não aceitam quando isso é "ruim" para si, preferindo utilizar de meios covardes (como as drogas e relacionamentos rasos) para escaparem não somente de seus verdadeiros sentimentos, mas também de suas responsabilidades.
É, para todos os efeitos, uma abordagem utilizando o próprio rock and roll para demonstrar a mediocridade de nossas relações. Os fãs que amam a música e seguem seus ídolos para todos os lugares, veem nessas pessoas e som a libertação. A arte, neste sentido, assume uma posição de trazer a tona aquilo que está dentro de si, revelando ao mundo quem você é e o que quer. Mascarar por não gostar do que surge, principalmente quando o que deseja é um sentimento genuíno, é hipocrisia.
Quase Famosos diverte, proporciona reflexões interessantes a respeito de quem somos e nossas reflexões, e possui uma trilha sonora espetacular, tornando um filme que merece ser visto e revisto.
Resgate 2
3.6 278Para além de suas sequências de ação, especificamente aquela em que acontece a extração da família da prisão, é um filme que apresenta personagens que não me importei nem ao ponto de saber seus nomes, com motivações rasas e desenvolvimento de relação que nada justificava o desdobrar dos acontecimentos da trama.
Soava muito mais como uma repetição de ideias do primeiro filme, mas sem coração. Tive a impressão de que era preciso completar uma espécie de cartilha, ponto a ponto, para escrever seu roteiro. O problema, no fim, não foi soar dessa forma, mas mão ter coesão entre um elemento e outro, tornando-os isoladamente e (alguns especialmente) muito ruins.
Isso chegou a tal ponto que, eventualmente, as próprias sequências de ação soava cansativas de tão repetitivas, apesar de que aquele plano sequencia (seguindo a cartilha dr que deveria ter um) foi mesmo deslumbrante: o cuidado, técnica e nível de comprometimento ao usar várias pessoas, cenários, armas e elementos combinados, foi incrível.
Infelizmente, mesmo para um filme de ação, torna-se esquecivel por sua falta de carisma, e não empolga nem um pouco para os próximos filmes de sua franquia.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraDuas melhores amigas dividem um apartamento, mas uma delas, Frances, ao ser chamado para morar com seu namorado, diz não para que sua amiga não fique sozinha, porém quando o mesmo acontece com sua amiga, ela não o faz.
Frances Ha é um filme ordinário, no sentido de ser mundano. Acompanhamos o dia a dia de Frances, seus relacionamentos e seus problemas que, apesar de se tratar de uma estadunidense e viver em Nova Iorque, tornam-se familiares, principalmente para quem está na casa dos 20 e se aproximando dos 30 anos. Interessante que o diretor decide colocar uma câmera que, na maioria das vezes, está estática e próxima de sua protagonista, dando a impressão de que o espectador está ali na sua frente, acompanhando de perto, quase como um amigo.
É, sobretudo, sobre o amadurecimento e de não permitir negar quem se é, apesar da importância de reconhecer que estamos fadados a nos entregar para "pertencer" a este mundo. Questões acerca de relacionamentos, românticos ou não, trabalho e sobre si mesmo, pois é preciso crescer e seguir em frente, mas não deixar sua essência de lado. É possível fazer algo bom que possamos nos orgulhar, apesar de que tenhamos que falhar algumas vezes neste percurso.
Gosto como o filme propõe essa reflexão a partir dessa proximidade com Frances, tornando-a não somente alguém que possamos ser amiga, mas muitas vezes nós mesmos.
Branca de Neve e os Sete Anões
3.8 711Revisitando este que foi um dos filmes que mais vi na minha infância e incontáveis vezes, percebo o quão requintado, tecnicamente falando, ele é.
Sua animação, para um filme de 1937, e o primeiro longa produzido por Walt Disney, é tão a frente do seu tempo que hoje, faltando pouco para completar um século de existência, continua a impressionar por sua fluidez nos traços, na movimentação e naquele mundo tão característico.
É, para todos os efeitos, um filme que vai nos falar sobre o quão a inveja pode ser feia e maligna, que a beleza vem de dentro e reflete no seu exterior e, por que não, o perigo que é aceitar coisas de estranhos.
Os personagens possuem papéis bem definidos, apesar de bastante estereotipados, como a própria ideia de um "príncipe encantado" que salva a vida da princesa ou da mesma que se sujeita a unicamente servir como traço de personalidade. Isso não torna o filme ruim e usar esses momentos para dialogar, principalmente com crianças, também é interessante.
P.S.: não lembrava que os anões cantavam aquela música para ir ao trabalho também. Coitados.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
4.3 520 Assista AgoraÉ uma experiência cinematográfica sem igual e um filme que extrapola os limites da criatividade e originalidade ao trazer vida e movimento através de seus traços, cores e texturas: emociona, diverte e nos faz vibrar e temer por seus personagens.
A sequência inicial focada no universo da Gwen é uma das mais potentes que vi em muito tempo. As cores vibrantes, contrastando com os sentimentos dos personagens, explodindo na tela com um abraço e mudando conforme os dialogos são feitos e seus verdadeiros sentimentos transparecem é muito bonito.
Miles, como protagonista, não somente sustenta o filme, como está presente nas melhores cenas, seja conversando com seus pais (sempre dialogos emocionantes, que revelam muito do caráter daqueles indivíduos, tratando de temas universais) quanto pelas sequências de ação, como aquela em que está enfrentado Miguel Ohara e os vários Homens-Aranha.
O Mancha que começa o filme como "vilão da semana" e se desenvolve para uma ameaça multiversal demonstra um perigo real e a forma como demonstram isso, através da suas falas e estilo de animação, é tão pesada que tememos pelos heróis. É um perigo real.
É um filme que carrega muitas referências, divertindo ao mesmo tempo que emociona e encanta, tornando a experiência de ir ao cinema muito completa e bela. É uma sequência que engrandece e enobrece ao trazer temas como amizade e reconhecer a importância que se tem no mundo, pois conversa diretamente com todos nós, seja criança ou adulto.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraContinuo achando impressionante o quão ilimitado pode ser a criatividade e originalidade através de uma animação, visto que as possibilidades de criar e desenvolver trama e personagens são infinitas dentro desse meio e talvez este seja o filme que melhor representa isso.
Miles Morales é um protagonista espetacular. Eu, que nunca antes havia visto ou ouvido falar algo para além do seu próprio nome, me senti cativado pelo seu carisma e dilemas, principalmente aqueles sobre si próprio.
Para todos os efeitos este é um filme sobre autodescoberta que explora muitíssimo bem a máxima "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades", pois Miles não se sente preparado para enfrentar a ameaça e o peso que recai sobre seus ombros, mas só eles como todos os outros também: seu mentor, amigos e pais.
Acompanhar sua trajetória de aprendizado, seja pelos novos poderes e responsabilidades, encontrando o que é ser um herói, mas principalmente quem é enquanto indivíduo, culmina em uma das melhores sequências deste filme e uma das minhas favoritas da vida: o salto de fé. Pra mim tudo que foi utilizado ali para impactar trouxe a maior intensidade emotiva que aquele momento precisava e foi lindo.
Para além disso, temos diversos outros personagens que surgem ao longo do filme e é interessante como o filme se utiliza de você saber quem eles são (porque sabemos) para não perder tempo com histórias de origem demoradas, mas sucintas em sua apresentação e elaboradas em seu desenvolvimento futuro, principalmente a relação com os demais personagens.
As sequências de luta estão incríveis, mesclando elementos dos quadrinhos dentro da animação, trazendo um estilo visualmente diferente e impactante, aliado a trilha sonora frenética e por vezes sinistro que apresenta um ritmo e montagem excelentes.
É uma das melhores animações que vi, de longe um dos melhores filmes do Homem Aranha e que se torna melhor a cada vez que o revejo.
Uma Linda Vida
3.1 57 Assista AgoraUm bom filme com uma boa trilha sonora e que consegue cumprir com aquilo que propõe, mesmo que não se apresente necessariamente como inovador e criativo.
Gostei principalmente como o músico compunha suas músicas e o víamos colocando seus sentimentos, memórias e angústias em suas canções a medida em que sua trama avançava. Seu processo criativo, assim como seu relacionamento com sua produtora, através da perda e do abandono, cada um de forma diferente, mas ao mesmo tempo parecido, é muito fluido.
É, como a própria Sara falou ao final do filme, ele é "a Taylor Swift homem" e acho que isso define muito bem o que de fato ele e este filme é.
Mentes Perigosas
3.7 277 Assista AgoraÉ, para todos os efeitos, um filme de "professor que muda a vida de seus alunos", mas sua trama e personagens são tão bem desenvolvidos que simpatizamos e torcemos por cada um daqueles personagens. E, para além disso, é sobre escolhas e como nossa perspectiva diante da nossa própria realidade diz muito sobre nós mesmos e como isso impacta quem somos. Isso tudo embalado com uma excelente trilha sonora, pontual e tocante, evocando sentimentos que são genuínos a medida que sua histórica avança.
A relação estabelecida entre professora e seus alunos não se limita aos muros da sala de aula, pois é muito mais sobre ser humano e como a literatura, neste caso, pode fazer com que cresçam e evoluam como pessoas, tornando-os melhores, principalmente para si mesmos. Gosto como cada um daqueles alunos contribui para aquele núcleo soar como uma unidade, apesar de que existam alguns que se destacam mais do que outros, é perceptível o cuidado que tiveram para fazer todos serem um só, mesmo com suas particularidades.
Por fim sua trilha sonora é incrível, uma característica muito presente nos filmes da década de 90 e sempre bem vindas: emociona, diverte e define o tom certo em todo o filme.
É um filmaço que nunca havia ouvido falar, então foi uma surpresa muito boa, principalmente porquê decidi assisti porquê descobri que um episódio do Pernalonga fazia referência a esse filme. Quem diria, não é mesmo?
As escolhas que fazemos definem como nós somos e sempre temos uma, mesmo que seja difícil reconhecer com o que nos é imposto pelos outros, a sociedade e o próprio sistema que estamos inseridos. A mudança de perspectiva diante da nossa própria realidade, por mais difícil que seja, é uma escolha possível e são essas que vão nos fazer avançar e trazer melhorias, mesmo que aos poucos e devagar. A mudança virá e ela será para o bem.
Um Lugar Bem Longe Daqui
3.7 338 Assista AgoraApesar de seus cenários, figurinos e escolhas estilísticas deslumbrantes, infelizmente <i>Um Lugar Bem Longe Daqui</i> não me despertou interesse em sua trama e personagens.
Em primeiro lugar é preciso dizer que foram poucos os momentos que de fato me agradaram e, de longe, a sequência final é o que melhor sintetiza a obra e é mesmo uma pena que não tenham feito escolhas semelhantes aquela ao longo de todo o filme. Por muitas vezes achei difícil comprar a ideia de que aquelas pessoas viviam naquele lugar e mesmo assim pareciam tão limpas, bonitas e elegantes. Pior ainda foi "aceitar" que às pouquíssimas pessoas que se importavam com a Menina do Brejo nada fizeram para de fato ajudá-la, em nenhuma circunstância e não por falta de oportunidade.
Não sei até que ponto é demérito da adaptação ou não, mas tenho a impressão de que o livro possa ser mais interessante e coerente com a proposta e temas apresentados aqui: abandono, resiliência e, obviamente, amor, principalmente a natureza, ao brejo.
Por fim, é um filme que não assistiria por mim mesmo e, como desconfiava a princípio, certamente não irei me lembrar por não ter me marcado de forma alguma.
John Wick 4: Baba Yaga
3.9 691 Assista AgoraForam quase três horas de filme que só fui descobrir ao final do mesmo, quando casualmente vi sua duração e me surpreendi com o quão fluido foi e sequer percebi o tempo passar.
Essa é uma franquia que se destaca a cada filme lançado, mas não precisa ir tão longe porquê dentro do próprio filme, através de suas sequências de ação, torna-se mais criativa e inventiva. É impressionante vislumbrar o quão bem tudo aquilo funciona, independente do local, arma ou personagens. <i>John Wick 4, </i>mais do que os filmes anteriores, amplia sua mitologia e mais ainda a figura deste personagem que mais soa como uma entidade.
Dentro deste universo de assassinos profissionais a ideia de que tudo aquilo é aceitável é comprada muito facilmente, então nos resta mergulhar e se impressionar com a ação desenfreada que nos salta os olhos a todo instante, sem parar. Me sinto impactado com o quão competentes os diretores e principalmente seu elenco (contando os dublês, claro) fazem tudo aquilo que vemos.
Gosto por ser uma experiência cinematografia completa e que, de antemão, não vou deixar mais de assistir no cinema os próximos filmes que lançarem. E devem lançar.
O Cão e a Raposa
4.1 395 Assista AgoraA beleza que é vista na amizade e no amor, mas principalmente na inocência e pureza encontradas nestes relacionamentos, é o que encanta e emociona neste filme que demorei muito tempo para assistir, apesar de que ele evoca esse sentimento de nostalgia tão característico dessas animações.
O Cão e a Raposa é, sobretudo, um conto sobre amizade e o quão simples e fácil é nos tornamos amigos enquanto crianças. O que, na verdade, remete a uma época de inocência em que o mundo e as pessoas são mais simples, as preocupações não existem e a descoberta e a brincadeira fazem parte do nosso dia a dia. É muito bonita e singela a forma como os relacionamentos começam: a senhorinha com o filhote de raposa, os filhotes entre si e, mais tarde, Dodó encontrando Miriam, seu par romântico.
O mundo muitas vezes é implacável e nos faz acreditar que existe apenas um único caminho, destrói sua inocência em prol do que acredita ser o correto em detrimento de vontades profundas do coração. Sempre ter sido assim não quer dizer que deva continuar para sempre, muito menos que seja a forma correta ou a única maneira de ser. E, para além daquilo que se espera de nós, não devemos jamais perdermos nossa essência e a amizade e amor dos que se importam conosco.
É um filme emocionante e que trabalha bem com os elementos de animação e trilha sonora, principalmente, contando com a excelente dublagem brasileira, O Cão e a Raposa é um daqueles filmes que queria ter crescido assistido, mas é bom ter conhecido hoje e sentido como me senti por tudo o que vivi ate aqui.
Os Incríveis
3.9 1,1K Assista AgoraÉ muito bom quando uma obra nos impacta e emociona todas as vezes que revisitamos e, para cada vez que retornamos, soa diferente e ao mesmo tempo novo. Sem sombra de dúvidas é o poder dos clássicos e Os Incríveis certamente é um.
O núcleo composto pela família Incrível é muito real, mesmo que estes indivíduos tenham super poderes, as relações e problemas enfrentados por eles nos são muito comuns, mas é interessante a dinâmica estabelecida entre casamento e a relação de pais e filhos. Mais do que trabalhar esses relacionamentos, individualmente falando, cada personagem enfrenta um problema que deve ser solucionado através de sua própria força e ela não tem nada a ver com poderes. Gosto especialmente de Beto que, sendo forçado a levar uma vida comum em prol de sua família e em detrimento a vida de super herói, vive entendiado e "morrendo" lentamente por não ter mais ânimo para levar essa vida. É, neste momento da minha vida, que encontrei identificação e proximidade, até porquê "o que temos e nos faz especiais?".
Outro ponto interessantíssimo é a construção do vilão Síndrome que é sim um vilão, pois ele é o que é porquê é assim, mal inclusive. A rejeição intensifica seu lado sombrio e mesquinho, tornando-o cada vez pior e um adulto desprezível. Seu plano, no entanto, é genial.
Por fim, mais uma vez, devo salientar o quanto que a dublagem brasileira torna tudo mais especial e aqui ainda tivemos adaptações que só engrandecem mais a obra, como os nomes e trejeitos de alguns personagens.
Os Incríveis são, se não o melhor filme da Pixar, um dos primeiros do topo.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraAtravés de uma verdadeira aventura cósmica, este é um daqueles filmes que trata de assuntos conhecidos de maneira leve e ao mesmo tempo emocionante, sem forçar a barra em nenhum momento e com um ritmo bastante fluido.
Guardiões da Galáxia é, como eles próprio acabam se denominando, uma família. São suas relações que apesar de não serem de sangue, valem muito e importam muito mais. Unidos através de suas necessidades individuais, cada membro deste famigerado grupo encontra algo maior e melhor do que a si próprios e percebem que juntos podem muito mais. Não é piegas porquê funciona e, no fim, entrega exatamente aquilo que propõe.
Senti falta de uma clareza melhor quanto ao panorama geral do vilão, mas principalmente quanto suas motivações. A impressão que tive é que ele só tava ali para se opor e pronto, o que funciona até certa parte, mas que o torna genérico e facilmente esquecivel.
Para finalizar não poderia deixar de comentar sobre sua incrível trilha sonora e o quanto que as músicas dão não somente o tom do filme, como também são utilizadas como traco de personalidade e servem para costurar e dar continuidade à sua trama, revelando sentimentos que tornam uma unidade quando montados com as performances desse elenco tão carismático.
Batman: A Máscara do Fantasma
3.7 143 Assista AgoraContinuo impressionado com o quão bonito é a estética dessas animações da DC da década de 90 e o quanto que elas se tornam uma unidade com sua trilha sonora marcante, trama e desenvolvimento de personagens e relação entre os mesmos.
Em A Máscara do Fantasma temos uma história relativamente simples de vingança, mas que traz em suas subtramas temas como traumas, dever e relacionamentos muito bem trabalhados e com escolhas muito criativas e inteligentes de apresentar as emoções de seus personagens através de montagens belíssimas.
Gosto principalmente de como que essas mesmas escolhas refletem os estados de espírito de seus personagens e sua trilha sonora e dublagem em português tornam tudo mais impactante e memorável.
É, sobretudo, no simples bem desenvolvido que este filme se sobressai, provando, mais uma vez, que não é preciso complicar e arriscar perder a linha para fazer uma obra tão emblemática.
Kung Fu Panda
3.5 804 Assista AgoraImpressionante como alguns filmes e, nesse caso algumas animações, tornam-se melhores quando são revistas ao longo do tempo e quando se está mais velho.
Kung Fu Panda é um desses filmes que a primeira vista pode ser apenas um bom filme de animação e de artes marciais, por exemplo. Acontece que quando você o vê para além disso vai encontrar não só um excelente filme de animação e de artes marciais, mas também a força dos seus temas e o desenvolvimento dos mesmos através dos seus personagens e da relação entre eles é incrível.
Gosto particularmente de como decidem abordar o destino inerente ao indivíduo através de sua formação e o quanto que isso pode corrompê-lo. Isso é válido tanto para o protagonista quanto o antagonista (que não é necessariamente um vilão, apesar de fazer coisas ruins), além de que a relação estabelecida entre mestre e aprendiz é muito íntima no que diz respeito a forma como aprendemos e ensinos, uma troca de conhecimentos e não algo linear.
É, para além do que podemos ver superficialmente, um filme que mostra que o melhor que você pode ser é quem você é ao se aceitar.