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Últimas opiniões enviadas

  • João Pedro

    Shinichiro Watanabe é um gênio, não satisfeito em dirigir Cowboy Bebop entregou essa outra obra-prima, que não fica muito atrás da primeira.

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  • João Pedro

    "Once upon a time, in New York City in 1941... at this club open to all comers to play, night after night, at a club named "Minston's Play House" in Harlem, they play jazz sessions competing with each other. Young jazz men with a new sense are gathering. At last they created a new genre itself. They are sick and tired of the conventional fixed style jazz. They're eager to play jazz more freely as they wish then... in 2071 in the universe... The bounty hunters, who are gathering in the spaceship "BEBOP", will play freely without fear of risky things. They must create new dreams and films by breaking traditional styles. The work, which becomes a new genre itself, will be called... COWBOY BEBOP"

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  • João Pedro

    Maravilhoso.

    Na primeira vez que assisti já havia gostado muito, mesmo não sendo do estilo de filme que mais me agradava na época. Depois de alguns anos resolvi rever e o que tenho a dizer é: que experiência! São tantos os aspectos fascinantes do filme que fica até difícil colocar em palavras, mas tentarei. O filme é belíssimo do início ao fim (tanto em seu aspecto visual quanto em seu significado): a fotografia é linda (com destaque especial para as cenas em que o personagem principal do filme dirige pela noite com o rosto iluminado pelas luzes da cidade) e a trilha sonora icônica, proporcionando um sentimento de imersão muito grande ao espectador.

    A trama é relativamente simples, mas o desenrolar dos acontecimentos é muito bem construído; é fácil identificar duas metades distintas do filme: a primeira, mais parada, poética, e caracterizada por acontecimentos mais simples e mundanos, em que somos introduzidos aos personagens da história; a segunda, mais agitada e frenética, marcada pela ação, onde somos introduzidos ao plot principal. Apesar de distintas, as duas metades se encaixam perfeitamente: a sequência de eventos é elaborada de maneira que o filme vá “crescendo” com o passar do tempo, se transformando num verdadeiro thriller. Pretendo me debruçar mais demoradamente sobre a primeira metade, por, particularmente, achar ela mais significativa e também porque é possível fazê-lo sem fornecer muitos spoilers sobre o enredo.

    Já na cena inicial, antes dos créditos, somos apresentados ao personagem principal (interpretado magistralmente por Ryan Gosling), o “driver”, que trabalha como motorista de fuga para criminosos. O ato de dirigir define o personagem (como já se depreende do título do filme), cujo nome não é revelado em momento algum. Ele é simplesmente o “motorista”, uma figura quieta, de certa forma sombria, mas também fascinante. O silêncio do personagem e suas respostas curtas são extremamente significativos, revelam muito sobre uma pessoa que à primeira vista parece desprovida de personalidade. Sua quietude e inaptidão social chegam até mesmo a ser irritantes em alguns momentos: o embaraço das situações é transmitido ao espectador, que sente na pele o incômodo experimentado nas cenas. Ele conduz sua vida sob certa monotonia pessoal (o que contrasta com o ritmo frenético de suas atividades com o volante, tanto na vida criminosa noturna quanto no seu trabalho como dublê em cenas de perseguição de filmes de ação), com grande distanciamento do mundo que o permeia, nunca realmente se envolvendo com os acontecimentos (assim como nunca se envolve com os delitos cometidos pelos criminosos para quem dirige). A atividade de conduzir veículos (que apesar de agitada é desempenhada com a mesma calma e sobriedade habituais do personagem) é, aparentemente, a única coisa que o prende à realidade, e sua única relação social efetiva se dá mediante a convivência com Shannon (Bryan Cranston), seu chefe na oficina em que trabalha. Há, assim, uma clara dicotomia entre a profissão ativa e a personalidade passiva do personagem, que é explorada por diversos momentos durante o filme.

    Sua vida, contudo, é alterada quando conhece a personagem Irene (Carey Mulligan) e seu filho Benicio, seus vizinhos. A partir deste momento, sua vida, que até então se resumia à direção, ganha um novo significado. A felicidade até então não vista do personagem (ainda que tímida), despertada no convívio com seus vizinhos, é tocante: o personagem segue quieto e sóbrio, revelando muito pouco sobre si, mas claramente descobre um novo fascínio em sua existência. Passa, então, a se envolver cada vez mais com a vizinha e seu filho, desempenhando, simultaneamente, o papel de companheiro de Irene (cujo marido está preso) e papel paternal com Benicio. Tal envolvimento proporciona algumas cenas belíssimas e comoventes (novamente a trilha sonora e a fotografia desempenham papel fundamental).

    As coisas começam a se complicar quando Gabriel Standard (Oscar Isaac), marido de Irene, sai da cadeia. Frente a esse empecilho, que dificulta e limita a participação do motorista na família, somos apresentados a uma nova face deste: ele apresenta uma espécie de tristeza e desilusão com a situação vivida (diferentemente da indiferença do personagem no início do filme). É neste momento do filme que a trama de eventos principais efetivamente começa a aparecer, com crescente envolvimento do personagem principal nos acontecimentos, assumindo caráter ativo, em oposição ao distanciamento e à falta de envolvimento marcantes de sua figura no início do filme.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    De tal forma, o personagem vai além de seu papel de simples “motorista”, realizando inúmeros esforços para salvar a família de Irene (e posteriormente a si mesmo) da ameaça de criminosos e mafiosos.

    Ao final do filme, contudo, após restar exitoso seu empenho em salvar seus vizinhos e a si mesmo, após derrotar, de forma trágica, àqueles que o ameaçaram e em virtude da violência das atitudes que cometeu, o personagem retorna ao papel incialmente exercido no filme: reassume a figura solitária e distante do “driver”, voltando à vida de direção e se afastando de Irene e de seu filho. O filme termina como começou: com o personagem principal dirigindo pelas ruas de Los Angeles durante a noite. A música de encerramento e seu refrão também são bastante significativos: “a real human being and a real hero’’; o motorista foi o herói da história, salvando aqueles por quem prezava, mas foi, essencialmente, humano, passando por angústias, sofrimentos, tristezas, medos e alegrias, emoções inerentes à toda vida humana e sua complexidade.

    Poderia escrever muito mais sobre esse filme maravilhoso, que já nasce sendo um clássico moderno, mas acredito que já me alonguei suficientemente. Destaco mais uma vez, apenas, a atuação antológica de Ryan Gosling, que infelizmente foi esnobado pelas premiações de maior destaque. Filme magnífico, daqueles para rever inúmeras vezes e se fascinar por sua simplicidade grandiosa e cheia de significado.

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