O Abraço da Serpente (Ciro Guerra) e Ex-Pajé (Luiz Bolognesi) são um ótimo duo para sobre a temática, o primeiro mais completo e intenso que o segundo.
A cosmovisão dos povos originários é um bote salva vidas para os tempos modernos. É preciso resguardar os referenciais humanos, selvagens, ritualísticos e imaginários desses povos para compreendermos o quanto seguimos fortemente colonizados a partir de novos formatos, linguagens, instituições e poderes.
É um presente poder se aproximar da cinematografia asiática. Tem sido importante ver e aprender histórias contadas a partir de outras perspectivas e referências.
"Dear Ex" aborda o luto, amor, afeto, aparências e julgamentos de maneira sensível, dinâmica e envolvente.
A trama tem uma atmosfera harmoniosa para cada um dos personagens se desenvolverem e há um show de interpretação. Tudo avança de forma bem comovente.
Ah, a bela trilha sonora veste perfeitamente a trama.
Um filme sobre profundidade e comprometimento. O tempo, espaço e diálogos são íntimos uns com os outros. É algo que se desenvolve, sem pressa; com precisão e ritmo. A previsibilidade é bem estimulada. A trama convida para sensibilidade, conexão e empatia. O enredo flutua entre pontos intensos e leves, para que sinta-se uma harmonia no que se vê. Sair do costumeiro, mais que preciso, é necessário.
Interessante como apaziguar momentos de tensão não é explícito, e não avança sem ser de forma sutil e nobre. O importante não é apenas a palavra falada, mas a ação conduzida, nem sempre compreendida, mas que afinal têm suas justificativas e motivações.
Ver o cinema do diretor Wong Kar-Wai tem sido um presente sensorial. Ele consegue surpreendentemente fazer filme sobre amor, desejo, atração sem nudez, sexo e toque. Tudo sob uma outra perspectiva. Isso o torna um baita filme apreciativo, sobre envolvimento e condicionamento. Cada cena é uma verdadeira obra de arte em termos de fotografia e posicionamento de câmera sem contar a trilha sonora carregadíssima. A trama tem uma atmosfera complexa de sentimentos sem verbalização, mas com uma condução leve e sensível pelos personagens. Muitos filmes estão na categoria de romance, mas raros conseguem realmente nos fazer mergulhar em um. "In the mood for love" definitivamente é um destes.
Palmer é um filme muito oportuno. Toda a trama permeia questões fundamentais através de um olhar sensível sobre a masculinidade. No longa, há o encontro de várias vidas, como se cada uma pudesse ter sua própria trama. Por isso, nos leva a repensar sobre como assumimos a tal da empatia.
Foi interessante reconhecer em Palmer muitos homens endurecidos de uma geração anterior que se veem confrontados pelo mundo moderno e novas formas de se encarar questões de gênero e padrões sociais. Além de claro, o choque de cultura. O filme não é uma super produção, a fotografia bem realista e um tanto fria servindo bem a trama. As cores, a delicadeza e a alegria aparecem com o menino Sam.
De um lado os famosos clichês em vários sentidos, do outro, a exposição de questões que merecem ser problematizadas. Um salve para o personagem de uma criança não-binária protagonizando o filme. É um convite implícito para refletirmos sobre a honestidade tal como ela é.
Um filme bonito, descontraído, leve mas com muitos clichês. Vale muito a pena para um dia de descanso. A trama nos leva a refletir sobre consumismo, tecnologia e relacionamento sob uma perspectiva não hollywoodiana, mas ainda ocidental e europeia, o que não invalida a crítica e reflexão, só pra constar!
Só pra contextualizar: estamos imersos num mundo em velocidade 2x, com filmes de 1.000 frames por segundos, uma enxurrada de séries, um feed que não cessa e as fotos sendo substituídas por vídeos de no máx 60 seg.
Boa parte dos filmes considerados entediantes ou lentos pelo público, talvez já possa ser um sintoma crônico coletivo da velocidade já tomando conta de nossas vidas.
Isso tudo pra fizer que "Let Them All Talk" é um filme interessante, com narrativa simples, leve e despretensiosa. O nome já fala por si. Tem partes sutis que dizem muito sobre a modernidade. Personagens que estão em outro ritmo, com livros grossos e densos, com paciência, dialogando sobre consciência e vida.
É um filme para ir além da narrativa, para pensarmos nos sentimentos que nos são proporcionados e perceber como isso se faz presente até quando existe uma sutil manipulação como plano de fundo.
Uma obra prima. Foge totalmente do enredo costumeiro de um homem branco, geralmente um herói americano superior aos povos ancestrais e a cultura deles, salva-os do imperialismo.
Tem uma forte crítica ao terrores contemporâneos como: a ocidentalização, diria mais: a americanização; o armamento moderno, o comércio frio destruindo a natureza, integridade e a cultura.
O filme traz um mergulho profundo e comovente sobre respeito, disciplina, ancestralidade e honra. Tudo repleto por uma linda fotografia e diálogos incríveis totalmente equilibrados com a trama. Não é um filme sobre guerra, vitória ou derrota. Mais que isso, é pela busca da paz. Fala sobre do exercício de controlar a frivolidade com serenidade, integrando presença, humor e mente com educação e harmonia.
Ótimo filme. Viggo Mortensen como roteirista nos convida a olhar com sutileza para conflituosa relação entre pai e filho. Tudo é norteado pelo choque das diferentes gerações.
O autor nos traz toda a sensação de vivenciar a truculência racista, homofobia parental, mágoas de traumas familiares nutridos quase que diariamente. A soberba, agressividade, preconceitos e intolerância do pai são insuportáveis. Somado a tudo isso, o Alzheimer do pai deixa tudo cansativo, já que é assim com pessoas com a doença.
O filme é bonito, rico em diálogos e cenas. Traz dilemas naturais da velhice, a sutileza e sensibilidade de memórias e a dureza dos homens de gerações passadas e até atuais quando se fala de cuidado, ajuda, afeto, altivez e mágoas.
Por fim, parece esclarecer a responsabilidade social que nós, filhos das mais recentes gerações, temos em relação aos pais nascidos de outro tempo.
Filmaço que aborda os valores do carpe diem num contexto de crise de meia idade. O problema geral do enfado mundo. Satiriza a política, encerra a adolescência na esfera da alienação e da inconsequência e um mergulho sobre a pressão familiar e social para o desempenho.
Me chamou atenção por olhar com delicadeza para uma fração do universo da masculidade com diálogos reais sobre seus problemas e dores mostrando o outro lado da ansiedade, da depressão da busca por agradar e sempre fazer certo.
Hilário, da comédia sarcástica ao drama num piscar de olhos. O que falar dos personagens ligeiramente excêntricos? Seus tipos precisam de um refúgio, e não apenas a protagonista Frances. Trama repleta idiossincrasias humanas, diálogos e cenas surpresas contagiantes.
Me chamou atenção a questão sobre paternidade e principalmente a maternidade abordada sutilmente no filme. Frances não pensa em prover o futuro do filho, mas conduzir certas questões a fim de, talvez, libera-lo.
Antes de tudo, não é um filme sobre luta. Como fazer as travessias, desapegar dos brinquedos, fazer um ritual, canalizar a violência, coisas que um homem tem que fazer para deixar de ser um menino. Intenso, profundo, totalmente repleto de simbolismo da psique masculina e a condição do masculino na trajetória até aqui, na modernidade.
É necessário ver, ler sobre, reler, rever e continuar até que o ciclo se torne um espiral.
Um universo de simbolismo social, religioso e sexual. Ainda vou levar um tempo para acessar tudo que vi e particularmente, acho que essa é a proposta. Levar cada um aos seus universos simbólicos de vida e de desconstrução.
Uma jóia queer.
Recomendo fortemente ler a crítica (riquíssima) além de construir suas impressões.
Ad Astra de James Gray se fantasia de um filme de ficção para dialogar profundamente sob aspectos da astrologia, arquétipos de Deuses romanos e a psique masculina sobre os sentidos das ações humanas e o que impulsiona a jornada existencial e individualista.
Imagine-se contemplando o azul espelho da superfície do mar, sabendo que lá no fundo reina um deus irado e vingativo pronto para explodir a qualquer instante num acesso de fúria! Pois saiba, que estas são as características do arquétipo de Netuno na mitologia romana e Poseidon na grega. "Águas paradas são profundas", diz a sabedoria popular e, podem também serem traiçoeiras. Esta é uma grande verdade, pois este arquétipo é encontrado em toda aquela pessoa que luta muito para manter o controle, propiciando que o seu mundo de emotividade fique reprimido, escondido nas profundezas de seu ser, mas que pode a qualquer instante, brotar do subterrâneo, como as lavas de um vulcão, colocando para fora todo o seu ódio e dor.O aspecto do mundo submarino de Netuno nunca foi descrito pela mitologia romana, até porque as profundezas emocionais da psique masculina é assunto proibido no mundo patriarcal, pois homem que é homem, deve manter seu emocional reprimido e sob total controle. O homem Netuno, portanto, é todo aquele que consegue penetrar nas profundezas do reino das emoções e sentimentos, tendo acesso a tudo que se esconde lá embaixo: a alma, a dor e os monstros abissais que ocupam lugares tão profundos e escuros que não nos é permitido vê-los com clareza. Nessa dimensão há muita sensibilidade, profundidade, algo que jamais alguém poderá plenamente atingir ou conhecer. Só o homem emotivo, sensibilizado com alguma dor ou extrema alegria, ou algumas vezes embriagado entra no reino de Netuno, onde é temporariamente tomado por ele, ficando totalmente à deriva. O homem que vive sob a influência do arquétipo de Netuno e se deixa arrebatar pelas emoções, precisa desenvolver a capacidade de enxergar as circunstâncias de modo menos apaixonado e mais objetivo.
Na astrologia, o planeta Netuno representa nosso desejo de alcançar o Divino, ao mesmo tempo em que nos mostra que somos apenas humanos, que não podemos nos entregar à loucura, ilusão ou alienação para perseguir objetivos intangíveis. Em outras palavras, fala sobre nossos desejos de grandeza e as frustrações que a limitação da realidade nos traz. Com Netuno, tentamos trazer o idealismo dos mitos e heróis superconscientes para a realidade. Muitas vezes temos sucesso, mas para isso temos que ter total compreensão das nossas limitações e da realidade que nos cerca, para que nossas ideias possam de fato se concretizar e não serem base para ilusões ou escapismo, mas sim como propulsoras de algo a mais, algo condizente com nossos ideais. Netuno representa nossa obsessão de transcender tudo que nos limita, frustra ou causa dor. Representa a vontade que temos de voltar para nossa infância, para o momento de nossa criação, para nosso inconsciente mais profundo, para um mundo sem formas ou limitações. Netuno é o nosso desejo de encontrar o paraíso perdido e atingir a perfeição. É como um impulso escapista que constrói uma ponte entre o mundano e o divino.Ele quer acabar com nosso isolamento, nossas dores e tristezas, dando um fim ao distanciamento entre as pessoas.
No azul e frieza do espaço sideral sob a luz de Netuno que o filho separa-se definitivamente do pai e uma metáfora de cordão umbilical se desprende, instantaneamente há uma emancipação. À volta a terra e a mão esticada a sair da nave é uma visão renascentista. Dá-se à luz um homem pronto para encarar o futuro sem traumas ou pendências do passado; sem piratas em seu caminho; sem a dor de uma lembrança difícil; sem a razão afogar o que, de fato, a equilibra: a possibilidade de amar sem a necessidade de medida. O salto no escuro pode ser um gesto de fé.
Sita Sings The Blues
4.0 12 Assista AgoraAlguém sabe onde encontro?
Ex-Pajé
3.9 41 Assista AgoraO Abraço da Serpente (Ciro Guerra) e Ex-Pajé (Luiz Bolognesi) são um ótimo duo para sobre a temática, o primeiro mais completo e intenso que o segundo.
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraStudios Ghibli 💕
A Última Floresta
4.3 35A cosmovisão dos povos originários é um bote salva vidas para os tempos modernos. É preciso resguardar os referenciais humanos, selvagens, ritualísticos e imaginários desses povos para compreendermos o quanto seguimos fortemente colonizados a partir de novos formatos, linguagens, instituições e poderes.
Querido Ex
3.8 83 Assista AgoraÉ um presente poder se aproximar da cinematografia asiática. Tem sido importante ver e aprender histórias contadas a partir de outras perspectivas e referências.
"Dear Ex" aborda o luto, amor, afeto, aparências e julgamentos de maneira sensível, dinâmica e envolvente.
A trama tem uma atmosfera harmoniosa para cada um dos personagens se desenvolverem e há um show de interpretação. Tudo avança de forma bem comovente.
Ah, a bela trilha sonora veste perfeitamente a trama.
Drive My Car
3.8 386 Assista AgoraUm filme sobre profundidade e comprometimento. O tempo, espaço e diálogos são íntimos uns com os outros. É algo que se desenvolve, sem pressa; com precisão e ritmo. A previsibilidade é bem estimulada. A trama convida para sensibilidade, conexão e empatia. O enredo flutua entre pontos intensos e leves, para que sinta-se uma harmonia no que se vê. Sair do costumeiro, mais que preciso, é necessário.
Interessante como apaziguar momentos de tensão não é explícito, e não avança sem ser de forma sutil e nobre. O importante não é apenas a palavra falada, mas a ação conduzida, nem sempre compreendida, mas que afinal têm suas justificativas e motivações.
Limbo
3.9 13 Assista AgoraSensível, real e profundo!
O Castelo no Céu
4.2 326 Assista Agoraestúdios Ghibli ♡
O Banho Turco
3.2 19 Assista AgoraOnde eu consigo achar?
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraUma aula sobre expectativa. Afinal, como saberemos se ao acordar amanhã estaremos a pensar diferente?.
Amor à Flor da Pele
4.3 500 Assista AgoraVer o cinema do diretor Wong Kar-Wai tem sido um presente sensorial. Ele consegue surpreendentemente fazer filme sobre amor, desejo, atração sem nudez, sexo e toque. Tudo sob uma outra perspectiva. Isso o torna um baita filme apreciativo, sobre envolvimento e condicionamento. Cada cena é uma verdadeira obra de arte em termos de fotografia e posicionamento de câmera sem contar a trilha sonora carregadíssima. A trama tem uma atmosfera complexa de sentimentos sem verbalização, mas com uma condução leve e sensível pelos personagens. Muitos filmes estão na categoria de romance, mas raros conseguem realmente nos fazer mergulhar em um. "In the mood for love" definitivamente é um destes.
Palmer
4.1 205Palmer é um filme muito oportuno. Toda a trama permeia questões fundamentais através de um olhar sensível sobre a masculinidade. No longa, há o encontro de várias vidas, como se cada uma pudesse ter sua própria trama. Por isso, nos leva a repensar sobre como assumimos a tal da empatia.
Foi interessante reconhecer em Palmer muitos homens endurecidos de uma geração anterior que se veem confrontados pelo mundo moderno e novas formas de se encarar questões de gênero e padrões sociais. Além de claro, o choque de cultura. O filme não é uma super produção, a fotografia bem realista e um tanto fria servindo bem a trama. As cores, a delicadeza e a alegria aparecem com o menino Sam.
De um lado os famosos clichês em vários sentidos, do outro, a exposição de questões que merecem ser problematizadas. Um salve para o personagem de uma criança não-binária protagonizando o filme. É um convite implícito para refletirmos sobre a honestidade tal como ela é.
100 Coisas
3.4 21Um filme bonito, descontraído, leve mas com muitos clichês. Vale muito a pena para um dia de descanso. A trama nos leva a refletir sobre consumismo, tecnologia e relacionamento sob uma perspectiva não hollywoodiana, mas ainda ocidental e europeia, o que não invalida a crítica e reflexão, só pra constar!
Let Them All Talk
3.0 45 Assista AgoraUm convite para desacelerar...
Só pra contextualizar: estamos imersos num mundo em velocidade 2x, com filmes de 1.000 frames por segundos, uma enxurrada de séries, um feed que não cessa e as fotos sendo substituídas por vídeos de no máx 60 seg.
Boa parte dos filmes considerados entediantes ou lentos pelo público, talvez já possa ser um sintoma crônico coletivo da velocidade já tomando conta de nossas vidas.
Isso tudo pra fizer que "Let Them All Talk" é um filme interessante, com narrativa simples, leve e despretensiosa. O nome já fala por si. Tem partes sutis que dizem muito sobre a modernidade. Personagens que estão em outro ritmo, com livros grossos e densos, com paciência, dialogando sobre consciência e vida.
É um filme para ir além da narrativa, para pensarmos nos sentimentos que nos são proporcionados e perceber como isso se faz presente até quando existe uma sutil manipulação como plano de fundo.
Ah, a fotografia é um presente!
O Último Samurai
3.9 940 Assista AgoraUma obra prima. Foge totalmente do enredo costumeiro de um homem branco, geralmente um herói americano superior aos povos ancestrais e a cultura deles, salva-os do imperialismo.
Tem uma forte crítica ao terrores contemporâneos como: a ocidentalização, diria mais: a americanização; o armamento moderno, o comércio frio destruindo a natureza, integridade e a cultura.
O filme traz um mergulho profundo e comovente sobre respeito, disciplina, ancestralidade e honra. Tudo repleto por uma linda fotografia e diálogos incríveis totalmente equilibrados com a trama. Não é um filme sobre guerra, vitória ou derrota. Mais que isso, é pela busca da paz. Fala sobre do exercício de controlar a frivolidade com serenidade, integrando presença, humor e mente com educação e harmonia.
Falling: Ainda Há Tempo
3.2 29 Assista AgoraÓtimo filme. Viggo Mortensen como roteirista nos convida a olhar com sutileza para conflituosa relação entre pai e filho. Tudo é norteado pelo choque das diferentes gerações.
O autor nos traz toda a sensação de vivenciar a truculência racista, homofobia parental, mágoas de traumas familiares nutridos quase que diariamente. A soberba, agressividade, preconceitos e intolerância do pai são insuportáveis. Somado a tudo isso, o Alzheimer do pai deixa tudo cansativo, já que é assim com pessoas com a doença.
O filme é bonito, rico em diálogos e cenas. Traz dilemas naturais da velhice, a sutileza e sensibilidade de memórias e a dureza dos homens de gerações passadas e até atuais quando se fala de cuidado, ajuda, afeto, altivez e mágoas.
Por fim, parece esclarecer a responsabilidade social que nós, filhos das mais recentes gerações, temos em relação aos pais nascidos de outro tempo.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraFilmaço que aborda os valores do carpe diem num contexto de crise de meia idade. O problema geral do enfado mundo. Satiriza a política, encerra a adolescência na esfera da alienação e da inconsequência e um mergulho sobre a pressão familiar e social para o desempenho.
Me chamou atenção por olhar com delicadeza para uma fração do universo da masculidade com diálogos reais sobre seus problemas e dores mostrando o outro lado da ansiedade, da depressão da busca por agradar e sempre fazer certo.
Saída à Francesa
2.9 42 Assista AgoraHilário, da comédia sarcástica ao drama num piscar de olhos. O que falar dos personagens ligeiramente excêntricos? Seus tipos precisam de um refúgio, e não apenas a protagonista Frances. Trama repleta idiossincrasias humanas, diálogos e cenas surpresas contagiantes.
Me chamou atenção a questão sobre paternidade e principalmente a maternidade abordada sutilmente no filme. Frances não pensa em prover o futuro do filho, mas conduzir certas questões a fim de, talvez, libera-lo.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraAntes de tudo, não é um filme sobre luta. Como fazer as travessias, desapegar dos brinquedos, fazer um ritual, canalizar a violência, coisas que um homem tem que fazer para deixar de ser um menino. Intenso, profundo, totalmente repleto de simbolismo da psique masculina e a condição do masculino na trajetória até aqui, na modernidade.
É necessário ver, ler sobre, reler, rever e continuar até que o ciclo se torne um espiral.
O Teorema Zero
3.1 224 Assista AgoraNós com a religião, sociedade e humanidade
O Ornitólogo
3.5 84Um universo de simbolismo social, religioso e sexual. Ainda vou levar um tempo para acessar tudo que vi e particularmente, acho que essa é a proposta. Levar cada um aos seus universos simbólicos de vida e de desconstrução.
Uma jóia queer.
Recomendo fortemente ler a crítica (riquíssima) além de construir suas impressões.
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 852 Assista AgoraAd Astra de James Gray se fantasia de um filme de ficção para dialogar profundamente sob aspectos da astrologia, arquétipos de Deuses romanos e a psique masculina sobre os sentidos das ações humanas e o que impulsiona a jornada existencial e individualista.
Imagine-se contemplando o azul espelho da superfície do mar, sabendo que lá no fundo reina um deus irado e vingativo pronto para explodir a qualquer instante num acesso de fúria! Pois saiba, que estas são as características do arquétipo de Netuno na mitologia romana e Poseidon na grega. "Águas paradas são profundas", diz a sabedoria popular e, podem também serem traiçoeiras. Esta é uma grande verdade, pois este arquétipo é encontrado em toda aquela pessoa que luta muito para manter o controle, propiciando que o seu mundo de emotividade fique reprimido, escondido nas profundezas de seu ser, mas que pode a qualquer instante, brotar do subterrâneo, como as lavas de um vulcão, colocando para fora todo o seu ódio e dor.O aspecto do mundo submarino de Netuno nunca foi descrito pela mitologia romana, até porque as profundezas emocionais da psique masculina é assunto proibido no mundo patriarcal, pois homem que é homem, deve manter seu emocional reprimido e sob total controle. O homem Netuno, portanto, é todo aquele que consegue penetrar nas profundezas do reino das emoções e sentimentos, tendo acesso a tudo que se esconde lá embaixo: a alma, a dor e os monstros abissais que ocupam lugares tão profundos e escuros que não nos é permitido vê-los com clareza. Nessa dimensão há muita sensibilidade, profundidade, algo que jamais alguém poderá plenamente atingir ou conhecer. Só o homem emotivo, sensibilizado com alguma dor ou extrema alegria, ou algumas vezes embriagado entra no reino de Netuno, onde é temporariamente tomado por ele, ficando totalmente à deriva. O homem que vive sob a influência do arquétipo de Netuno e se deixa arrebatar pelas emoções, precisa desenvolver a capacidade de enxergar as circunstâncias de modo menos apaixonado e mais objetivo.
Na astrologia, o planeta Netuno representa nosso desejo de alcançar o Divino, ao mesmo tempo em que nos mostra que somos apenas humanos, que não podemos nos entregar à loucura, ilusão ou alienação para perseguir objetivos intangíveis. Em outras palavras, fala sobre nossos desejos de grandeza e as frustrações que a limitação da realidade nos traz. Com Netuno, tentamos trazer o idealismo dos mitos e heróis superconscientes para a realidade. Muitas vezes temos sucesso, mas para isso temos que ter total compreensão das nossas limitações e da realidade que nos cerca, para que nossas ideias possam de fato se concretizar e não serem base para ilusões ou escapismo, mas sim como propulsoras de algo a mais, algo condizente com nossos ideais. Netuno representa nossa obsessão de transcender tudo que nos limita, frustra ou causa dor. Representa a vontade que temos de voltar para nossa infância, para o momento de nossa criação, para nosso inconsciente mais profundo, para um mundo sem formas ou limitações. Netuno é o nosso desejo de encontrar o paraíso perdido e atingir a perfeição. É como um impulso escapista que constrói uma ponte entre o mundano e o divino.Ele quer acabar com nosso isolamento, nossas dores e tristezas, dando um fim ao distanciamento entre as pessoas.
No azul e frieza do espaço sideral sob a luz de Netuno que o filho separa-se definitivamente do pai e uma metáfora de cordão umbilical se desprende, instantaneamente há uma emancipação. À volta a terra e a mão esticada a sair da nave é uma visão renascentista. Dá-se à luz um homem pronto para encarar o futuro sem traumas ou pendências do passado; sem piratas em seu caminho; sem a dor de uma lembrança difícil; sem a razão afogar o que, de fato, a equilibra: a possibilidade de amar sem a necessidade de medida. O salto no escuro pode ser um gesto de fé.
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista Agora"Porque você esta usando essa estupida fantasia de humano? "
" Wake up "
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraPower to the people. Stick it to the man