É um dos melhores filmes que já vi sobre amadurecimento. Achei interessante o personagem do Mário. Nós somos feitos para acreditar na perfeição, que iremos salvar todos de suas escolhas, mas não temos o controle de tudo à nossa volta, muito menos sobre a demanda de amor do outro. Nada vai impedir que essa figura, em algum momento, se torne o Luigi, o personagem mais humano que a Nintendo replicou do Mário.
Além de toda a abordagem sobre o amadurecimento, também tras muitas questões importantes em relação à mulher, principalmente sobre o desrespeito e visão de inferioridade (Maria e Patrizia), que são julgadas como loucas e culpadas por não conseguirem "sustentar um casamento", guiado pelo medo da repercurssão do divórcio ou de boatos negativos em relação a familia. Há uma ambientação de julgamento social moralista e muito apego (que ainda existem nos dias de hoje), o que nos impede de progredirmos.
O ponto de vista observador do personagem principal, buscando entender e aceitar a situação, é tipico de quando nos colocamos a disposição de formar caráter e valor próprio (na maioria das vezes por necessidade), e o filme desenrola isso muito bem: "Quando vocês iam me contar?" "Quando você estivesse grande" "E quando eu seria isso?" "Acho que agora".
O diálogo com a Patrizia no hospital psiquiátrico, mostra bem o confronto da inocência (acreditar na simples história do Monjezinho) com o amargor da realidade, de que o "buraco é muito mais embaixo". O diálogo na prisão e com o diretor, ressalta a importância de criação da consciência de que cada um é livre para trilhar o seu próprio caminho, sem deixar os fantasmas do passado incomodar a aceitação da realidade. Afinal, é dessa forma que tinha que ser.
Revisto ontem. Acho muito legal como o Rohmer trata a neurose e obsessão aqui. Senti bastante conexão entre esse filme e O Raio Verde por esse ponto em comum. Como é difícil para certas pessoas (e me incluo nisso) tirar a importância de sua existência e valorizar mais as coisas simples inesperadas. O que há de melhor em viver é a imprevisibilidade.
No fim, Gaspard sacrificou suas oportunidades em detrimento de algo que julgava ser mais importante, mas que não tinha necessidade momentânea. Tudo para poder escapar do "rolo que se meteu" por não conseguir desagradar o outro e decidir o que ele realmente valoriza para ele. Sempre com seu narcisismo disfarçado de baixa autoestima e fugindo do que deseja para viver de idealizações
.
E que bom que aqui não tem muita gente julgando o filme por conta do personagem ser equivocado. Essa é a graça do Rohmer, a construção de personagens humanos (falhos).
Reassisti depois de uns 15 anos e achei melhor ainda. Acho que por conta da idade, hoje eu percebo a analogia do filme com o vício em drogas e em retratar famílias disfuncionais, tudo no ponto de vista de um pré-adolescente que crê no fantástico (vampiros) para atenuar sua realidade. Muito, muito, muito bom.
O único aspecto positivo do filme é que ele oferece uma reflexão interessante sobre a perspectiva da posse masculina, com o personagem principal sendo um stalker obsessivo. No entanto, sinceramente, o filme quase não possui um roteiro, não apresenta diálogos significativos e carece de interações mínimas. Tudo parece estar escondido por trás de um ideal e de uma pretensa profundidade, com cenas bonitinhas que não dizem porra nenhuma. Achei horrível.
Revi esse filme ontem depois de uns bons anos. Quem for ver, tem que entender que é completamente outra pegada. É experimental, surreal, curto, porém muito bom por todas essas características. Não tem muitas explicações de contexto, é correria do início ao fim, o que não penaliza o filme de forma alguma e sim agrega na sua proposta.
É um bom filme, mas não achei uma boa sequência. Apesar de belo e poético, é mais confuso porque exagera demais desse exercício, contrastando ainda com um aventuresco meio cansativo. Acho que Asas do Desejo não precisava de uma sequência.
Solidão, complexidade humana e o desejo são abordados de uma maneira muito bem peculiar, bonita e acolhedora, com uma estética no padrão Wim Wenders. Que filme maravilhoso.
Tem drama, introspecção, alcoolismo, comédia, ironia... com detalhes sutis que vão aparecendo ao longo do filme como uma forma de desvendar o histórico e a personalidade de cada personagem. Que filmaço.
Cenas que mexeram comigo por diversos motivos e que fizeram me dar uma atenção especial ao filme:
- Miles roubando dinheiro da mãe e a sensação de culpa ao recordar do seu pai pelas fotos. - Bebedeira no bar. Bem montada pra cacete com total imersão no personagem e na introspecção. - Cena da Maya falando sobre os vinhos, de novo no esquema de imersão do ponto de vista do Miles, e ele perdendo o timing :( . - Jack apanhando. Eu literalmente CHOREI de rir por uns 3 min. depois dessa cena. Ele todo pimpão indo presentear a Stephanie com um ursão de pelúcia cafona pra cacete. O personagem dele como alívio cômico é excelente, o famoso "amigo folgado", egoísta, cafona (ator de televisão e shop time kkk) e que supervaloriza o sexo, mas que tem a sua importância pro desenrolar da história e na vida do seu amigo. - Ligação final onde descobrimos dos problemas de família do Miles (morte do pai) e o porque decidiu não ficar pro aniversário da sua mãe (your sister is a bitch).
Ainda estou sem palavras para descrever o quanto esse filme é necessário. É uma fonte inesgotável para reflexão sobre diversos assuntos, que vão desde os problemas relacionados às hierarquias sociais ao machismo institucionalizado, não deixando de lado o contexto político mexicano da época. Sem contar a riqueza absurda nos detalhes: tudo é feito com um cuidado profundo, onde praticamente todas cenas possuem elementos com alguma relação simbólica e significativa para a história, do início ao fim (interligando-os, inclusive). Que filmaço.
Estética lindíssima. De resto, achei que a primeira história deveria ser mais explorada e desenrolada no restante do filme, pois ela é sensacional, desde sua beleza até no poder de cativação dos personagens (Que abertura FODA, diga-se de passagem. Plano de sequência + trilha sonora). Já a segunda não me cativou muito. Achei muito chatinha, inverossímil e dispensável.
Amo o Hitchcock, já assisti vários filmes dele, mas na boa, achei bem superestimado pela nota que tem no imdb e até por aqui. Talvez a melhor coisa do filme é a atuação da Ingrid Bergman. De resto, um suspense normal com aqueles vícios hollywoodianos de ter que ter um romance e etc (se trata de um filme de 1946, então, né...perdoado).
O filme te imerge na monotonia dos dois personagens e nas suas infelicidades com seus parceiros. Te faz compreender a situação complicada de cada um com suas próprias responsabilidades, fugindo do clichê daquela historia de "amor platônico imediatista" cinematográfico,
do qual a vida dos dois se simplificaria e se resolveria com uma simples decisão, e como num passe de magica viveriam "felizes para sempre". Ao mesmo tempo que nos da esse choque de realidade, não deixa de mostrar de que independente da situação que a sua vida esteja, nada pode te impedir de viver, conhecer pessoas e de estar com quem você quer estar.
Já diria um comentário que vi no YouTube: "Eu amo a ideia de fazerem um filme sobre um homem e uma mulher sem ter que colocar uma cena de sexo e toda aquela coisa romântica clássica... é apenas um filme sobre duas pessoas". E é bem isso que a vida é feita: de pessoas que conhecemos durante toda a nossa jornada. Nem sempre existirão historias de amor "felizes para sempre", e sim momentos legais compartilhados na hora certa, com as pessoas certas, o que vai alem disso tudo.
Excelente. Te faz repensar até o seu modo de olhar para um formigueiro, além permitir uma ampla gama de impressões das quais podemos considerá-las unitariamente, sem descartar nenhuma.
Há vários aspectos sociais dos quais podemos citar que são revelados neste filme, tal como a diferença de classes. Sendo breve, a minha impressão é que a principal sacada deste filme foi de deixar explícito a infelicidade de uma sociedade, que apesar de possuir um conhecimento científico e tecnológico altíssimo, se frustra diariamente e inconscientemente por não converterem toda sua capacidade evolutiva em vitalidade para saber amar uns aos outros, ou até mesmo outras espécies a ponto de possuírem uma convivência em harmonia. São seres que esqueceram completamente o que é a sensibilidade e compaixão simplesmente por se tornarem arrogantes, infelizes e tediosos. Será que nós caminhamos para esse mesmo destino? Ou melhor, será que esse é o destino de toda a sociedade? Não podemos esquecer que os Oms também destruíram o seu planeta. Até quando precisaremos de guerras que ameaçam a existência do outro para vivermos em harmonia? E será que a harmonia será eterna?
Enfim, são diversos questionamentos que podemos fazer reflexões acerca de nós mesmos, além da sensação de continuidade da história que o filme revela no seu final, trazendo a tona a mesma insegurança sobre o futuro daquela sociedade. Boa viagem!
Galera, apesar das inúmeras associações, na minha opinião o Terry Gilliam não possuía intenção alguma de nomear o filme como "Brazil" em associação direta com a forma de governo ditatorial pelo qual o nosso país enfrentava na época. Em uma entrevista, ele mesmo declara que o nome do filme remete-se mais a um sentimento próprio pela canção (LEMBRANDO que o nome da música "Aquarela do Brasil" lá fora é conhecida apenas como "Brazil"). Ele ainda descreve uma situação do qual escutou a canção e que o inspirou. Segue o link: http://www.imdb.com/title/tt0088846/faq?ref_=tt_faq_2#.2.1.7
Na minha opinião, a canção pode servir muito como explicação do nome, tendo em vista as diversas óticas pelo qual isso pode ser analisado. Vale a pena lembrar que a letra da música descreve um lugar absolutamente utópico, com o mesmo discurso que o governo retratado no filme alienava seus cidadãos. Isso pode ser explicado pela constante procura do personagem principal por aquele lugar livre e utópico que a propaganda do governo retratado no filme vendeu durante toda sua vida, nunca encontrada e que ele somente
conseguiu alcançar no final com a sua morte após diversas tentativas de fugas de sua realidade condicionada. Por esse motivo que em todo momento de felicidade, utopia ou de "fuga da realidade" o tema "Aquarela do Brasil" era entoado
.
A história pode ser confundida com o que o Brasil sofreu - não somente no período de ditadura militar - porém não se esqueçam que o mundo já passou por diversas formas de governos autoritários, tanto de esquerda quanto de direita. Inclusive vários ainda existem. Por isso esse filme é excepcional, original e atemporal. Possuímos inúmeros tipos de governos que ainda são completamente autoritários e que se travestem de democráticos, seja por abuso de poder ou conflito de interesses próprios, do qual 80% de seus cidadãos constituem-se de seres "alienados com seus empregos burocráticos".
Cameron Crowe fodido. Este filme é pioneiro na documentação das crises existenciais e demais incertezas da Geração Y, se passando em um ambiente totalmente propício: Seattle dos anos 90.
Posteriormente surgiram Friends, Reality Bites, dentre varias outras séries e filmes, refletindo essa influencia que perdura juntamente com as características desta geração passada.
Além de tratar com muita propriedade sobre este problema legal de 40 anos atrás, também traça um paralelo da imensurável paixão que o brasileiro tem por este esporte, seja no sonho de qualquer criança em se tornar um jogador profissional ou pelo próprio fanatismo de torcedores que vêem no futebol uma fuga de sua triste realidade, trazendo à tona o jeito em que grandes máfias se organizam através disso; desde a setorização até a construção de estádios (isso te lembra alguma coisa?), ou através de suas influências e poderes.
Dá nojo, até porque é algo contemporâneo. As leis podem ter mudado um pouco, mas o interesses e objetivos (de uma forma geral) de quem está por trás continuam os mesmos, bem como a desunião da classe futebolística. Faltam mais jogadores como Afonsinho e Sócrates. Jogadores que pensavam, sabiam de sua importância social e que lutavam por seus direitos sem deixarem ser comprados ou coagidos.
O documentário também nos permite ter uma noção a respeito da integridade de algumas pessoas, como João Havelange (que sempre foi um filho da puta) e o Zagallo (que sempre foi um fantoche).
Recomendo.
Obs: a vida do Almir Pernambuquinho daria um belo filme.
Impossível não sentir uma angústia após assistir esse filme pela identificação que a maioria de nós possuímos, de certa forma, com o que é apresentado no ponto de vista de uma pessoa observadora, que tem uma visão macro da vida e do rumo que as coisas tomam, por mais infeliz e inconsequente que elas sejam. É um filme que pode representar qualquer ideia fixa que se tenha do ambiente de qualquer metrópole, seja São Paulo ou em qualquer outra capital, ainda mais se esta estiver em um período de ascensão econômica em determinados ramos/setores. Além também de mostrar os valores de felicidade impostos do mundo capitalista, que são recorrentes em qualquer momento de cansaço comum da vida (ter um bom emprego, casar, ter um filho, ir na pizzaria de domingo). Não que isso não seja um tipo de felicidade efetiva para alguns, que fique bem claro, e sim que muitos possuem uma crise de identidade para descobrirem suas próprias felicidades, agindo como máquinas automáticas e seguindo um roteiro previsível do que é para ser, não por sua vontade.
O diretor é muito cuidadoso nesse aspecto de transmitir essa angústia. A ambientação e a tensão, seja pela fotografia ou pela trilha sonora, casam muito bem com a ideia apresentada. A interpretação principal, dispensa elogios.
"Por quê você casou?"
Sensacional. Um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos. Arrisco até em dizer que daria um belo remake pela contemporaneidade da história. "Recomeçar, recomeçar, recomeçar, recomeçar de novo."
A Mão de Deus
3.6 189É um dos melhores filmes que já vi sobre amadurecimento. Achei interessante o personagem do Mário. Nós somos feitos para acreditar na perfeição, que iremos salvar todos de suas escolhas, mas não temos o controle de tudo à nossa volta, muito menos sobre a demanda de amor do outro. Nada vai impedir que essa figura, em algum momento, se torne o Luigi, o personagem mais humano que a Nintendo replicou do Mário.
Além de toda a abordagem sobre o amadurecimento, também tras muitas questões importantes em relação à mulher, principalmente sobre o desrespeito e visão de inferioridade (Maria e Patrizia), que são julgadas como loucas e culpadas por não conseguirem "sustentar um casamento", guiado pelo medo da repercurssão do divórcio ou de boatos negativos em relação a familia. Há uma ambientação de julgamento social moralista e muito apego (que ainda existem nos dias de hoje), o que nos impede de progredirmos.
O ponto de vista observador do personagem principal, buscando entender e aceitar a situação, é tipico de quando nos colocamos a disposição de formar caráter e valor próprio (na maioria das vezes por necessidade), e o filme desenrola isso muito bem: "Quando vocês iam me contar?" "Quando você estivesse grande" "E quando eu seria isso?" "Acho que agora".
O diálogo com a Patrizia no hospital psiquiátrico, mostra bem o confronto da inocência (acreditar na simples história do Monjezinho) com o amargor da realidade, de que o "buraco é muito mais embaixo". O diálogo na prisão e com o diretor, ressalta a importância de criação da consciência de que cada um é livre para trilhar o seu próprio caminho, sem deixar os fantasmas do passado incomodar a aceitação da realidade. Afinal, é dessa forma que tinha que ser.
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista AgoraGostei bastante e não fiquei decepcionado com o desfecho.
Herbie Hancock e Yardbirds <3
Conto de Verão
4.0 48Revisto ontem. Acho muito legal como o Rohmer trata a neurose e obsessão aqui. Senti bastante conexão entre esse filme e O Raio Verde por esse ponto em comum. Como é difícil para certas pessoas (e me incluo nisso) tirar a importância de sua existência e valorizar mais as coisas simples inesperadas. O que há de melhor em viver é a imprevisibilidade.
No fim, Gaspard sacrificou suas oportunidades em detrimento de algo que julgava ser mais importante, mas que não tinha necessidade momentânea. Tudo para poder escapar do "rolo que se meteu" por não conseguir desagradar o outro e decidir o que ele realmente valoriza para ele. Sempre com seu narcisismo disfarçado de baixa autoestima e fugindo do que deseja para viver de idealizações
E que bom que aqui não tem muita gente julgando o filme por conta do personagem ser equivocado. Essa é a graça do Rohmer, a construção de personagens humanos (falhos).
Cemitério Maldito
3.7 1,1K Assista AgoraPor trás de todo o terror e fantasia, esse filme (e obviamente o livro do King) também trazem ótimas reflexões sobre o luto e a aceitação da morte.
Os Garotos Perdidos
3.8 708 Assista AgoraReassisti depois de uns 15 anos e achei melhor ainda. Acho que por conta da idade, hoje eu percebo a analogia do filme com o vício em drogas e em retratar famílias disfuncionais, tudo no ponto de vista de um pré-adolescente que crê no fantástico (vampiros) para atenuar sua realidade. Muito, muito, muito bom.
Tubarão
3.7 1,2K Assista AgoraQue filmão, uma aula de roteiro
Na Cidade de Sylvia
3.6 41O único aspecto positivo do filme é que ele oferece uma reflexão interessante sobre a perspectiva da posse masculina, com o personagem principal sendo um stalker obsessivo. No entanto, sinceramente, o filme quase não possui um roteiro, não apresenta diálogos significativos e carece de interações mínimas. Tudo parece estar escondido por trás de um ideal e de uma pretensa profundidade, com cenas bonitinhas que não dizem porra nenhuma. Achei horrível.
Corra, Lola, Corra
3.8 1,1K Assista AgoraRevi esse filme ontem depois de uns bons anos. Quem for ver, tem que entender que é completamente outra pegada. É experimental, surreal, curto, porém muito bom por todas essas características. Não tem muitas explicações de contexto, é correria do início ao fim, o que não penaliza o filme de forma alguma e sim agrega na sua proposta.
Dica:
fumar um e assistir.
Tão Longe, Tão Perto
4.0 91É um bom filme, mas não achei uma boa sequência. Apesar de belo e poético, é mais confuso porque exagera demais desse exercício, contrastando ainda com um aventuresco meio cansativo. Acho que Asas do Desejo não precisava de uma sequência.
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraSolidão, complexidade humana e o desejo são abordados de uma maneira muito bem peculiar, bonita e acolhedora, com uma estética no padrão Wim Wenders. Que filme maravilhoso.
Sideways - Entre Umas e Outras
3.6 261 Assista AgoraTem drama, introspecção, alcoolismo, comédia, ironia... com detalhes sutis que vão aparecendo ao longo do filme como uma forma de desvendar o histórico e a personalidade de cada personagem. Que filmaço.
Cenas que mexeram comigo por diversos motivos e que fizeram me dar uma atenção especial ao filme:
- Miles roubando dinheiro da mãe e a sensação de culpa ao recordar do seu pai pelas fotos.
- Bebedeira no bar. Bem montada pra cacete com total imersão no personagem e na introspecção.
- Cena da Maya falando sobre os vinhos, de novo no esquema de imersão do ponto de vista do Miles, e ele perdendo o timing :( .
- Jack apanhando. Eu literalmente CHOREI de rir por uns 3 min. depois dessa cena. Ele todo pimpão indo presentear a Stephanie com um ursão de pelúcia cafona pra cacete. O personagem dele como alívio cômico é excelente, o famoso "amigo folgado", egoísta, cafona (ator de televisão e shop time kkk) e que supervaloriza o sexo, mas que tem a sua importância pro desenrolar da história e na vida do seu amigo.
- Ligação final onde descobrimos dos problemas de família do Miles (morte do pai) e o porque decidiu não ficar pro aniversário da sua mãe (your sister is a bitch).
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraBtw, a trilha do Eddie Vedder é monumental, conseguindo expressar literalmente o ponto de vista do personagem através de belíssimas canções.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraAinda estou sem palavras para descrever o quanto esse filme é necessário. É uma fonte inesgotável para reflexão sobre diversos assuntos, que vão desde os problemas relacionados às hierarquias sociais ao machismo institucionalizado, não deixando de lado o contexto político mexicano da época. Sem contar a riqueza absurda nos detalhes: tudo é feito com um cuidado profundo, onde praticamente todas cenas possuem elementos com alguma relação simbólica e significativa para a história, do início ao fim (interligando-os, inclusive). Que filmaço.
Amores Expressos
4.2 355 Assista AgoraEstética lindíssima. De resto, achei que a primeira história deveria ser mais explorada e desenrolada no restante do filme, pois ela é sensacional, desde sua beleza até no poder de cativação dos personagens (Que abertura FODA, diga-se de passagem. Plano de sequência + trilha sonora). Já a segunda não me cativou muito. Achei muito chatinha, inverossímil e dispensável.
Interlúdio
4.0 269 Assista AgoraAmo o Hitchcock, já assisti vários filmes dele, mas na boa, achei bem superestimado pela nota que tem no imdb e até por aqui. Talvez a melhor coisa do filme é a atuação da Ingrid Bergman. De resto, um suspense normal com aqueles vícios hollywoodianos de ter que ter um romance e etc (se trata de um filme de 1946, então, né...perdoado).
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista AgoraBonitinho demais.
O filme te imerge na monotonia dos dois personagens e nas suas infelicidades com seus parceiros. Te faz compreender a situação complicada de cada um com suas próprias responsabilidades, fugindo do clichê daquela historia de "amor platônico imediatista" cinematográfico,
do qual a vida dos dois se simplificaria e se resolveria com uma simples decisão, e como num passe de magica viveriam "felizes para sempre". Ao mesmo tempo que nos da esse choque de realidade, não deixa de mostrar de que independente da situação que a sua vida esteja, nada pode te impedir de viver, conhecer pessoas e de estar com quem você quer estar.
Já diria um comentário que vi no YouTube: "Eu amo a ideia de fazerem um filme sobre um homem e uma mulher sem ter que colocar uma cena de sexo e toda aquela coisa romântica clássica... é apenas um filme sobre duas pessoas". E é bem isso que a vida é feita: de pessoas que conhecemos durante toda a nossa jornada. Nem sempre existirão historias de amor "felizes para sempre", e sim momentos legais compartilhados na hora certa, com as pessoas certas, o que vai alem disso tudo.
Planeta Fantástico
4.3 319Excelente. Te faz repensar até o seu modo de olhar para um formigueiro, além permitir uma ampla gama de impressões das quais podemos considerá-las unitariamente, sem descartar nenhuma.
Há vários aspectos sociais dos quais podemos citar que são revelados neste filme, tal como a diferença de classes. Sendo breve, a minha impressão é que a principal sacada deste filme foi de deixar explícito a infelicidade de uma sociedade, que apesar de possuir um conhecimento científico e tecnológico altíssimo, se frustra diariamente e inconscientemente por não converterem toda sua capacidade evolutiva em vitalidade para saber amar uns aos outros, ou até mesmo outras espécies a ponto de possuírem uma convivência em harmonia. São seres que esqueceram completamente o que é a sensibilidade e compaixão simplesmente por se tornarem arrogantes, infelizes e tediosos. Será que nós caminhamos para esse mesmo destino? Ou melhor, será que esse é o destino de toda a sociedade? Não podemos esquecer que os Oms também destruíram o seu planeta. Até quando precisaremos de guerras que ameaçam a existência do outro para vivermos em harmonia? E será que a harmonia será eterna?
Enfim, são diversos questionamentos que podemos fazer reflexões acerca de nós mesmos, além da sensação de continuidade da história que o filme revela no seu final, trazendo a tona a mesma insegurança sobre o futuro daquela sociedade. Boa viagem!
Brazil, o Filme
3.8 402 Assista AgoraGalera, apesar das inúmeras associações, na minha opinião o Terry Gilliam não possuía intenção alguma de nomear o filme como "Brazil" em associação direta com a forma de governo ditatorial pelo qual o nosso país enfrentava na época. Em uma entrevista, ele mesmo declara que o nome do filme remete-se mais a um sentimento próprio pela canção (LEMBRANDO que o nome da música "Aquarela do Brasil" lá fora é conhecida apenas como "Brazil"). Ele ainda descreve uma situação do qual escutou a canção e que o inspirou. Segue o link: http://www.imdb.com/title/tt0088846/faq?ref_=tt_faq_2#.2.1.7
Na minha opinião, a canção pode servir muito como explicação do nome, tendo em vista as diversas óticas pelo qual isso pode ser analisado. Vale a pena lembrar que a letra da música descreve um lugar absolutamente utópico, com o mesmo discurso que o governo retratado no filme alienava seus cidadãos. Isso pode ser explicado pela constante procura do personagem principal por aquele lugar livre e utópico que a propaganda do governo retratado no filme vendeu durante toda sua vida, nunca encontrada e que ele somente
conseguiu alcançar no final com a sua morte após diversas tentativas de fugas de sua realidade condicionada. Por esse motivo que em todo momento de felicidade, utopia ou de "fuga da realidade" o tema "Aquarela do Brasil" era entoado
A história pode ser confundida com o que o Brasil sofreu - não somente no período de ditadura militar - porém não se esqueçam que o mundo já passou por diversas formas de governos autoritários, tanto de esquerda quanto de direita. Inclusive vários ainda existem. Por isso esse filme é excepcional, original e atemporal. Possuímos inúmeros tipos de governos que ainda são completamente autoritários e que se travestem de democráticos, seja por abuso de poder ou conflito de interesses próprios, do qual 80% de seus cidadãos constituem-se de seres "alienados com seus empregos burocráticos".
Memórias do Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor
4.5 9Incrível ver como essas raízes podres ainda continuam respirando dentro do futebol brasileiro.
Vida de Solteiro
3.7 261 Assista AgoraCameron Crowe fodido. Este filme é pioneiro na documentação das crises existenciais e demais incertezas da Geração Y, se passando em um ambiente totalmente propício: Seattle dos anos 90.
Posteriormente surgiram Friends, Reality Bites, dentre varias outras séries e filmes, refletindo essa influencia que perdura juntamente com as características desta geração passada.
Passe Livre
3.3 2Muito bom.
Além de tratar com muita propriedade sobre este problema legal de 40 anos atrás, também traça um paralelo da imensurável paixão que o brasileiro tem por este esporte, seja no sonho de qualquer criança em se tornar um jogador profissional ou pelo próprio fanatismo de torcedores que vêem no futebol uma fuga de sua triste realidade, trazendo à tona o jeito em que grandes máfias se organizam através disso; desde a setorização até a construção de estádios (isso te lembra alguma coisa?), ou através de suas influências e poderes.
Dá nojo, até porque é algo contemporâneo. As leis podem ter mudado um pouco, mas o interesses e objetivos (de uma forma geral) de quem está por trás continuam os mesmos, bem como a desunião da classe futebolística. Faltam mais jogadores como Afonsinho e Sócrates. Jogadores que pensavam, sabiam de sua importância social e que lutavam por seus direitos sem deixarem ser comprados ou coagidos.
O documentário também nos permite ter uma noção a respeito da integridade de algumas pessoas, como João Havelange (que sempre foi um filho da puta) e o Zagallo (que sempre foi um fantoche).
Recomendo.
Obs: a vida do Almir Pernambuquinho daria um belo filme.
São Paulo Sociedade Anônima
4.2 172Impossível não sentir uma angústia após assistir esse filme pela identificação que a maioria de nós possuímos, de certa forma, com o que é apresentado no ponto de vista de uma pessoa observadora, que tem uma visão macro da vida e do rumo que as coisas tomam, por mais infeliz e inconsequente que elas sejam. É um filme que pode representar qualquer ideia fixa que se tenha do ambiente de qualquer metrópole, seja São Paulo ou em qualquer outra capital, ainda mais se esta estiver em um período de ascensão econômica em determinados ramos/setores. Além também de mostrar os valores de felicidade impostos do mundo capitalista, que são recorrentes em qualquer momento de cansaço comum da vida (ter um bom emprego, casar, ter um filho, ir na pizzaria de domingo). Não que isso não seja um tipo de felicidade efetiva para alguns, que fique bem claro, e sim que muitos possuem uma crise de identidade para descobrirem suas próprias felicidades, agindo como máquinas automáticas e seguindo um roteiro previsível do que é para ser, não por sua vontade.
O diretor é muito cuidadoso nesse aspecto de transmitir essa angústia. A ambientação e a tensão, seja pela fotografia ou pela trilha sonora, casam muito bem com a ideia apresentada. A interpretação principal, dispensa elogios.
"Por quê você casou?"
Sensacional. Um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos. Arrisco até em dizer que daria um belo remake pela contemporaneidade da história.
"Recomeçar, recomeçar, recomeçar, recomeçar de novo."
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista Agora"You know how this is going to turn out, don't you?"
Nascido do Inferno
2.1 84 Assista AgoraÉ tão ruim que da até dó de avaliar.