Saí do cinema há horas e, neste exato momento, ainda sinto uma profunda angústia no meu peito. Tive uma imersão absurda que só de falar sobre ele já me desperta um gatilho de ansiedade. Acredito que é preciso ter sensibilidade e empatia para absorver a mesma essência da obra.
Os personagens são muito bem interpretados pelo elenco. Impossível não notar o destaque de Toni Collette que promove o impecável esplendor pela atuação - digna de premiações - que em conjunto com enquadramentos (excepcionalmente das expressões), cenografia e trilha sonora, auxilia no desembolar de um roteiro brilhantemente construído, denso, mórbido e pessimista (num bom sentido). Impossível não se imergir diante de tudo o que ali ocorre. A cada ato, um novo impacto, uma nova angústia. Uma avalanche de sentimentos ruins tomaram conta de mim, o que me provou ser "Hereditário" um filme extremamente competente e eficiente com suas intenções.
A sequência - apatia, festa, carro e decapitação - de Charlie Graham me causou taquicardia e falta de ar na sala de cinema. Além dessa, de brinde, o foco no sofrimento de Annie ao pegar no carro, dia seguinte, e o enquadramento de cena na cabeça decepada de Charlie acomodada naquele asfalto escaldante, enquanto sua face desfigurada era devorada por formigas.
Com exceção dos impactos proporcionados nas diversas sequencias dessa belíssima construção, valorizo - também - a abordagem do luto em diferentes camadas (a perda da matriarca, em seguida a perda de uma filha); o sentimento de culpa; a segregação e o definhamento da família; sanidade; fé e ceticismo.
A figura do pai, cético, que tenta manter controle da situação, sendo assim um risco para a conclusão do ritual (a causa da sua morte). A figura da mãe, que ama seus filhos, antes cética, agora alienada e sedenta pela falsa crença de que pode reverter a situação, mitigando sua culpa. E seus filhos - Peter e Charlie - as peças fundamentais da morbidez que antes cultivada pela matriarca (avó), agora, por sua filha que, sem perceber, foi enganada pela falsa médium. Impossível não lembrar-me de "Rosemary's Baby" com esse clima conspiratório que girou em torno da trama.
Para quem sabe tirar proveito da imersão de um bom filme, "Hereditary" é um prato cheio, porém daqueles bem pesados de se digerir.
Recomendo também "The Witch" e "It Comes at Night".
Enquanto apreciava "La nuit a dévoré le monde" remeti lembranças de "28 Days Later" de Danny Boyle, “Dawn of The Dead” de Zack Snider e "Frank" de Lenny Abrahamson com Michael Fassbender quando, respectivamente:
Sam desperta inocentemente em uma Europa devastada; pratica tiro ao alvo com um rifle de airsoft paintball, marcando pontos; e faz do isolamento uma forma promover sua criatividade artística, preservando a própria sanidade.
Ambos filmes categorizados - por mim e por muitos - como importantes, dada a tamanha originalidade dos conceitos imersos nas entrelinhas, superando a batida representatividade de seus respectivos gêneros, inclusive quando se tratando de um remake.
Apesar de ser uma adaptação do livro de mesmo nome, a produção francesa de Dominique Rocher consegue fugir do sentimento clichezista e se esforça ao promover, como base para construção da trama, um suspense que gira em torno do melancólico isolamento. Aqui, a singularidade do indivíduo é o objeto de estudo, onde podemos fazer uma analogia ao cotidiano humano como: a importância da socialização, o apego aos bens (entenda o porquê das fitas cassetes de Sam), a crise existencial e o comodismo.
A direção do filme é impecável. A cenografia em conjunto com o trabalho de câmera promove uma fotografia minimalista atraente. Os cortes são bem colocados durante a continuidade do roteiro, desconstruindo um pouco da lentidão que ele apresenta. A trilha sonora é crua e simplista (na maioria, é Sam quem a faz), valorizando o clima silencioso que a obra preserva. O protagonismo de Anders Danielsen Lie é um destaque e convence, mesmo apresentando poucos diálogos.
Não sair da zona de conforto é praticamente como renunciar a própria vida. Para o acomodado, tanto faz como tanto fez. Sentir-se seguro, mesmo insatisfeito, é bem melhor que deslumbrar novos horizontes (ou telhados, rs).
Quem aqui nunca se prendeu na inércia do comodismo? É gente que gasta longos anos da própria vida trabalhando num emprego que sempre desgostou; estudando uma graduação insuportável; vivendo um relacionamento abusivo, onde não há mais amor...
A vida é uma só. Que tal jogar fogo na sua rotina, promover um estrondo tão alto quanto um alarme de incêndio e se arriscar em algo melhor para si?
É um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês 2018.
Esteticamente o filme é pura obra de arte. A direção de arte, o figurino e a fotografia beiram à perfeição, tudo impecavelmente montado. Aspectos de destaque para quem aprecia um bom visual em um filme, muito bonito por sinal. O elenco é convincente e foi através deste ponto que não senti falta de um aprofundamento de enredo na vida dos personagens, como muitos aqui gostariam.
Além das atuações, foram seus diálogos, características de personalidade e os pomposos detalhes que cada personagem nos foi bem apresentado, retendo atenção e incrementando a trama. Mas isso são pontos que dependem da perspicácia do espectador para uma boa avaliação do conjunto que, inclusive, foi bem produzido. Sendo assim, meus olhos brilharam e se fartaram com a criatividade, me proporcionando deduções que oscilavam minhas suspeitas a cada momento da trama, já que eu não conhecia a história, muito menos o livro.
Destaque para Hercule Poirot (Kenneth Branagh), um personagem bastante excêntrico e caricato, cheio de mimos, assim como os demais personagens, mas em nível inferior, sem exceção, fazendo com que o filme seja divertido e agradável diante dos 114 minutos de película.
A única falha da trama, em minha opinião, foi o desenrolar do 3º ato. Me pareceu ser breve, forçado e apático. Talvez no livro essa ação de roteiro tenha sido melhor apresentada.
Outro ponto que me incomodou foi a decisão de Hercule Poirot após a descoberta do mistério, no final da trama. A decisão dele fez com que suas motivações, ações e porquês se tornassem descartáveis e perdessem valor diante de toda a história. Mas esse meu desagrado é puramente pessoal e não prejudica em nada os pontos positivos do filme, já que decisões como essa do personagem se assemelham à muitas no dia a dia de muita gente.
Assassinato no Expresso do Oriente é muito bom por ser divertido, visualmente bonito e percursor da curiosidade. Quem sabe não vem uma indicação na categoria "direção de arte" na cerimônia do oscar 2018? Seria uma ótima aposta.
Animais Noturnos é um áspero ensaio sobre a culpa, amarga, massante, maquiada pelo ego e pelos fantasmas do passado. É também sobre o arrependimento, a frustração da existência e a introspecção da nossa fragilidade. Fraquezas que nem sempre são, mas que acreditamos ser, apenas pelo julgamento dos outros, convencendo-nos de algo que nem somos. O filme está repleto de simbolismos e analogias entre a criação autoral de Edward (Jake Gyllenhaal) e a errônea, antiga e atual realidade de Susan (Amy Adams), mas ainda presente, revivida pela póstuma obra já mencionada “Animais Noturnos”. Obra póstuma - razão da dedicatória no livro - pois o relacionamento vivido por ambos morrera há quase duas décadas.
A direção de Tom Ford é pomposa, apela para o sensorial ao utilizar coincidências visuais, nos remetendo lembranças e sentimentos (paletas de cores, decoração, figurino e ambientação) que se engrandece sob uma trilha sonora imersiva criada por Abel Korzeniowski (soam em meus ouvidos "Wayward Sisters" e "Table For Two" em looping insaciável). O drama e o suspense do roteiro nos retém a atenção e nos presenteia com personagens brilhantemente interpretados por um elenco digno de premiações - Jake Gyllenhaal, Amy Adams, Aaron Taylor-Johnson e Michael Shannon - aqui, todos estão marcantes na trama.
Susan está insone, ansiosa e depressiva. Seu casamento é superficial e está em crise. Suas finanças em decréscimo e sua posição social posta à prova. Afastou-se da filha, de si e da realidade ao seu redor. Seus amigos e colegas a subestimam, inclusive o próprio marido - um homem distante e infiel. Em paralelo com esses fatos, Susan recebe um manuscrito do novo livro escrito pelo ex-marido, Edward, no qual ela se atrela em refúgio mental. Percebe paralelos entre o livro - que narra um pai de família que perde a esposa e a filha para um grupo de criminosos e depois parte em busca de vingança - e a própria história da relação que os dois viveram no passado.
Toda a trama pode ser enxergada como um alvoroço dentro da cabeça de Susan, tal como o romance de mesmo nome fora para as tempestades de Edward. Não é à toa que ele sempre escrevera sobre si. O manuscrito assemelha-se à uma carta de suicídio, não apenas como despedida, mas um transporte de culpa, onde a verdadeira dor seja despejada sobre a leitora. Independente das suas verdadeiras intenções, jamais saberemos se Susan acertou ao corresponde-lo. É no indireto abandono de Edward que vemos a dura cena final da trama nos proporcionando cruéis deduções.
E que final foi esse, minha gente!?
É um filme sensorial e multi interpretativo que requer muita atenção e empatia.
Apesar das 2h 21m de duração, a obra me pareceu um tanto curta (tempo e/ou conteúdo), se não também encurtada - resta-me ainda saber se o filme foi encurtado para o cinema. Senti que os avanços temporais foram bruscos, desconexos, sem notáveis construções para as prévias que pudessem introduzir novos e futuros acontecimentos. Os cortes eram repentinos e a (des)valorização dos momentos oscilavam tal como a (des)valorização de cada ato, prejudicando envolvência de qualquer um. O filme é muito bonito, as atuações são repletas de vigor (Charlie Hunnam estava inspirador), a fotografia um espetáculo, mas infelizmente me proporcionou exaustão e desapego com o conteúdo. A verdadeira falha do filme é a necessidade de menos conteúdo para o tempo que teve, se não, mais tempo para o conteúdo que precisava se mostrar. Ainda irei revê-lo com mais cuidado.
É um filme que reforça esteriótipos. Define padrões normativos de aceitação numa classe onde jamais deveria existir esse tipo de segregação. Cultua indiretamente (intencionalmente?) a recriminação social e usufrui todo esse método como uma forma de gerar comédia. É bem produzido, mas contradiz uma das intenções que todo filme LGBT deveria ter: a não banalização do machismo e do preconceito.
Considero Mar Adentro uma das obras mais poéticas e sublimes que já vi em toda a minha vida, e provavelmente continuará sendo, não sei até quando. Seja pela sensibilidade no tratamento do tema eutanásia, pela fotografia ou pela trilha sonora que ela compõe, enfim, não dá para descrever critérios. Este filme se enquadra numa inefável categoria, pois ensina, consola e alivia. É um filme que traz leveza na alma. Chega a ser até mesmo, de certa forma, terapêutico concluí-lo.
Um detalhe muito bem construído é como o filme nos propõe uma profunda imersão durante algumas cenas. Os enquadramentos são criados como uma forma de substituir os olhos do protagonista, nos dando a impressão de poder enxergar e sentir o mesmo que ele, causando uma incontrolável e proveitosa empatia. De espectador, nos tornamos o depressivo e aprisionado Ramón Sampedro.
O enredo verídico somado a estupenda direção de Alejandro Amenábar, e também a belíssima atuação de Javier Bardem proporciona, em nós espectadores, a necessidade de querer entender com profunda parcialidade um tema bastante discreto - a eutanásia (vide "Menina de Ouro" de Clint Eastwood). Mar Adentro nos cultiva a vontade de abraçar e defender essa causa, que é tratada em demasia com controvérsia e polêmica.
O direito à vida já existe. Mas e o direito à morte?
Senti-me liberto por pura empatia, nos únicos momentos daquele infinito horizonte, sobre os montes e campos esverdeados, ao apreciar, a partir daquela janela, a brisa daquele lugar, que, por fim, naquele quarto, sobre aquela cama, senti-me preso outra vez. Por pura empatia senti, mesmo sendo pouco, mas um pouco de tudo, tudo o que Ramón Sampedro sentiu.
Destaque para a composição "Nessun Dorma" de Giacomo Puccini, da sua ópera "Turandot".
Assim que concluí o vislumbre, pensei: tá aí uma versão pornô e zoada de "Funny Games". Na verdade cometi um erro ao fazer esse tipo de comparação irresistível, pois a obra de Haneke não merece esse tipo de análise. Sei que quem já conhece "Funny Games" provavelmente fará o mesmo que eu, e, quem sabe também, sairá do cinema xingando. Algo que considero bastante compreensível, mas como sou um cara bastante educado, é claro que isso eu não fiz, hehe.
Eli Roth sempre me chamou a atenção com produções que sempre considerei bastante originais e divertidas, mas infelizmente não foi desta vez. Nem mesmo Keanu Reeves salvou. Tudo muito, mas muito fraquinho.
Pelo menos tive a oportunidade de conhecer Ana de Armas e seus lindos olhos cores verde e mel.
Excelente ensaio sobre as relações sociais perturbadas de um seleto grupo do mundo artístico hollywoodiano. Achei o filme bastante áspero, mas num bom sentido. É perceptível as tramas e linhas narrativas se encontrando com o passar do tempo, ou melhor dizendo, se acidentando, através da conexão envolvida entre todos os personagens. E isso não foi confuso. Colisões que, inclusive, vieram a ocorrer de maneira bem violenta. Todo aquele estresse que cada personagem transbordou se tornou o ponto de ancoragem para todas as escolhas e ambições retratadas na trama. Perturbações que, por consequência das consequências, deram rumo ao filme. De transtornos psiquiátricos à doses cavalares de "mea-culpa", David Cronenberg retratou a luxúria, o ego e a competitividade da melhor maneira possível. É uma pena esse filme não alcançar tantas pessoas.
Destaque para a monstruosa atuação de Julianne Moore. Depois de vê-la atuar de forma impecável em "Blindness", de Fernando Meirelles, o recente "Still Alice" e agora "Maps to the Stars", não nego: é uma das atrizes mais brilhantes de todos os tempos.
Trama interessantíssima, porém muito mal aproveitada. Com exceção da protagonista Olivia Wilde, o resto do elenco estava super fraco. Personagens com funções descartáveis, diálogos desinteressantes e momentos de suspense bastante clichê.
Esperei por um filme ao nível da sua própria ideia, que, inclusive, é bastante original e muito interessante. Mas infelizmente não foi...
Seriedade estética é coisa de gente superficialista. Prum trash comedy até que ele foi fraquinho, mas valeu o tempo gasto por causa do elenco e pelos diálogos repletos de puro nonsense.
Percebi Johnny Depp quase que instantaneamente na primeira aparição. Guy LaPointe, um personagem bastante caricato, o entrega tranquilamente.
Até que pro gênero trash caiu bem, mas infelizmente eu o achei pouco divertido.
Vale destacar que essa descrição do filmow é apenas para o trailer de mentira que mais tarde veio a inspirar o filme em 2011. A obra original conta com Rutger Hauer no elenco atuando como mendigo.
Nossa, quanto aprendizado! Achei bacana o filme não se tratar apenas sobre a ficção da existência de uma segunda terra, mas focar mais sobre o drama dos personagens. Principalmente a personagem Rhoda interpretada por Brit Marling. Nossa, que atriz! Me surpreendeu muito com esse trabalho tão bonito.
E gente, que final interessante! Assim que acabou o filme me tornei uma espécie de filósofo de longa temporada, haha. É um filme simples, mas que não deixa de instigar muito o pensamento de quem o vê. Sabe aqueles acontecimentos do passado em que a gente gostaria muito de ter uma segunda chance para voltar atrás provocar uma espécie de mudança? Toda a satisfação e arrependimento que essas escolhas nos causaram ou que ainda podem causar. Consequências dos nossos atos que nem sempre interferem apenas nas nossas vidas, mas na vida de muita gente que nem conhecemos. A ideia de crer que o arrependimento não é uma escolha, e que também não vale a pena. Que o remorso é uma doença, mas uma doença que tem cura.
A personagem principal vivia cheia de remorsos. Me pareceu que no fim, quando Rhoda encontra sua réplica na Terra 2, um peso enorme desfalece de suas costas. Aquele sentimento de culpa acaba. Para ela deve ter sido uma espécie de encantamento. A aceitação e o perdão próprio com certeza deve ter tomado conta.
Aquela interessante ideia sobre realidade paralela e a possibilidade de encontrar uma réplica nossa que talvez já tenha feito ou que ainda fará as mesmas escolhas nós. É tanta ideia interessante que esse filme causa! Outro detalhe importante que não posso deixar de citar é a sua fotografia que é linda, linda, linda!
Caso eu encontrasse outro de mim, tenho certeza que me definiria como um completo hipócrita (se é que agora não já sou), haha.
Havia começado a assistir All About Eve ontem de madrugada logo após ter visto Unknown com Liam Neeson, o que me pareceu muito incompatível essa espécie de sequencia logo às 2 horas da manhã, hahaha. Mas eu apenas comecei e tentei. Às 3 não aguentei e fui dormir. A fotografia p&b numa película daquele porte se tornou incompatível para uma pessoa como eu: míope e que pouco se esforça para acompanhar tudo que é clássico durante a madrugada.
Na segunda tentativa dediquei minha total atenção ao conjunto e isso valeu muito a pena. O mais bacana disso tudo é ver como os personagens vão se degradando enquanto seus egos se enaltecem meio a tanta disputa, mostrando aquele monte de sentimentos destrutivo, tal como a inveja e a obsessão. Não dá nem para julgar quem é o mais hipócrita dos personagens. Parece que a trama entre os personagens evolui à uma espécie de guerra fria (e isso foi muito divertido, haha).
Tem um show de atuações, todas muito bem convincentes. Bette Davis foi a melhor! A personagem de Anne Baxter foi muito bem interpretada e o resto do elenco também mandou muito. Até mesmo Marilyn Monroe fez uma discreta participação no filme.
O enredo é simples e a música que faz parte do cenário é a unica trilha sonora que notei, que por sinal é muito legal.
Dizem ser o melhor de Mankiewicz antes mesmo de "Cleópatra" e o melhor da década de 50. Eu não duvido (apesar de conhecer poucas).
Gostei muito do contexto ambíguo do filme, principalmente na cena final. A trilha "At The Beach" de Ben Nichols amplifica o sentimento de surpresa desta cena em mil níveis. A trilha sonora do filme todo é fantástica de tão linda.
Teria mesmo Curtis uma mente esquizofrênica?
Puta atuação de Michael Shannon, comecei admirar mais seus trabalhos por causa deste filme que é absurdamente fantástico.
O filme é bom, apenas. É daqueles que não conseguem causar muita envolvência. Os personagens não são muito interessantes e a trama se desembolou com muita facilidade, dando uma certa queda na qualidade do suspense. Liam Neeson é um bom motivo para assisti-lo.
Achei fantástica a atuação de Brad Davis, ele mandou muito em cena e por isso acabei me importando muito com seu personagem. Foi uma pena descobrir que sua vida o limitou a fazer poucos trabalhos, mas excelentes trabalhos, vide "Sybil" de Daniel Petrie.
As transformações degradantes de Billy Hayes (Brad Davis) dentro do presídio turco são estonteantes, não só por parte do drama que ele vivencia, mas também por parte daqueles que estão e não estão ao seu lado, o sofrimento dos seus "colegas" de cela e parentes distantes que muito sentem a sua ausência. Teve o John Hurt muito bem personificado na pele de um preso quase-moribundo viciado em drogas chamado Max, um personagem também bastante cativante. Um show de atuações.
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Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraSaí do cinema há horas e, neste exato momento, ainda sinto uma profunda angústia no meu peito. Tive uma imersão absurda que só de falar sobre ele já me desperta um gatilho de ansiedade. Acredito que é preciso ter sensibilidade e empatia para absorver a mesma essência da obra.
Os personagens são muito bem interpretados pelo elenco. Impossível não notar o destaque de Toni Collette que promove o impecável esplendor pela atuação - digna de premiações - que em conjunto com enquadramentos (excepcionalmente das expressões), cenografia e trilha sonora, auxilia no desembolar de um roteiro brilhantemente construído, denso, mórbido e pessimista (num bom sentido). Impossível não se imergir diante de tudo
o que ali ocorre. A cada ato, um novo impacto, uma nova angústia. Uma avalanche de sentimentos ruins tomaram conta de mim, o que me provou ser "Hereditário" um filme extremamente competente e eficiente com suas intenções.
A sequência - apatia, festa, carro e decapitação - de Charlie Graham me causou taquicardia e falta de ar na sala de cinema. Além dessa, de brinde, o foco no sofrimento de Annie ao pegar no carro, dia seguinte, e o enquadramento de cena na cabeça decepada de Charlie acomodada naquele asfalto escaldante, enquanto sua face desfigurada era devorada por formigas.
Com exceção dos impactos proporcionados nas diversas sequencias dessa belíssima construção, valorizo - também - a abordagem do luto em diferentes camadas (a perda da matriarca, em seguida a perda de uma filha); o sentimento de culpa; a segregação e o definhamento da família; sanidade; fé e ceticismo.
A figura do pai, cético, que tenta manter controle da situação, sendo assim um risco para a conclusão do ritual (a causa da sua morte). A figura da mãe, que ama seus filhos, antes cética, agora alienada e sedenta pela falsa crença de que pode reverter a situação, mitigando sua culpa. E seus filhos - Peter e Charlie - as peças fundamentais da morbidez que antes cultivada pela matriarca (avó), agora, por sua filha que, sem perceber, foi enganada pela falsa médium. Impossível não lembrar-me de "Rosemary's Baby" com esse clima conspiratório que girou em torno da trama.
Para quem sabe tirar proveito da imersão de um bom filme, "Hereditary" é um prato cheio, porém daqueles bem pesados de se digerir.
Recomendo também "The Witch" e "It Comes at Night".
A Noite Devorou o Mundo
3.2 363 Assista AgoraEnquanto apreciava "La nuit a dévoré le monde" remeti lembranças de "28 Days Later" de Danny Boyle, “Dawn of The Dead” de Zack Snider e "Frank" de Lenny Abrahamson com Michael Fassbender quando, respectivamente:
Sam desperta inocentemente em uma Europa devastada; pratica tiro ao alvo com um rifle de airsoft paintball, marcando pontos; e faz do isolamento uma forma promover sua criatividade artística, preservando a própria sanidade.
Ambos filmes categorizados - por mim e por muitos - como importantes, dada a tamanha originalidade dos conceitos imersos nas entrelinhas, superando a batida representatividade de seus respectivos gêneros, inclusive quando se tratando de um remake.
Apesar de ser uma adaptação do livro de mesmo nome, a produção francesa de Dominique Rocher consegue fugir do sentimento clichezista e se esforça ao promover, como base para construção da trama, um suspense que gira em torno do melancólico isolamento. Aqui, a singularidade do indivíduo é o objeto de estudo, onde podemos fazer uma analogia ao cotidiano humano como: a importância da socialização, o apego aos bens (entenda o porquê das fitas cassetes de Sam), a crise existencial e o comodismo.
A direção do filme é impecável. A cenografia em conjunto com o trabalho de câmera promove uma fotografia minimalista atraente. Os cortes são bem colocados durante a continuidade do roteiro, desconstruindo um pouco da lentidão que ele apresenta. A trilha sonora é crua e simplista (na maioria, é Sam quem a faz), valorizando o clima silencioso que a obra preserva. O protagonismo de Anders Danielsen Lie é um destaque e convence, mesmo apresentando poucos diálogos.
O desfecho mostrou-me que:
Não sair da zona de conforto é praticamente como renunciar a própria vida. Para o acomodado, tanto faz como tanto fez. Sentir-se seguro, mesmo insatisfeito, é bem melhor que deslumbrar novos horizontes (ou telhados, rs).
Quem aqui nunca se prendeu na inércia do comodismo? É gente que gasta longos anos da própria vida trabalhando num emprego que sempre desgostou; estudando uma graduação insuportável; vivendo um relacionamento abusivo, onde não há mais amor...
A vida é uma só. Que tal jogar fogo na sua rotina, promover um estrondo tão alto quanto um alarme de incêndio e se arriscar em algo melhor para si?
É um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês 2018.
Assassinato no Expresso do Oriente
3.4 938 Assista AgoraEsteticamente o filme é pura obra de arte. A direção de arte, o figurino e a fotografia beiram à perfeição, tudo impecavelmente montado. Aspectos de destaque para quem aprecia um bom visual em um filme, muito bonito por sinal. O elenco é convincente e foi através deste ponto que não senti falta de um aprofundamento de enredo na vida dos personagens, como muitos aqui gostariam.
Além das atuações, foram seus diálogos, características de personalidade e os pomposos detalhes que cada personagem nos foi bem apresentado, retendo atenção e incrementando a trama. Mas isso são pontos que dependem da perspicácia do espectador para uma boa avaliação do conjunto que, inclusive, foi bem produzido. Sendo assim, meus olhos brilharam e se fartaram com a criatividade, me proporcionando deduções que oscilavam minhas suspeitas a cada momento da trama, já que eu não conhecia a história, muito menos o livro.
Destaque para Hercule Poirot (Kenneth Branagh), um personagem bastante excêntrico e caricato, cheio de mimos, assim como os demais personagens, mas em nível inferior, sem exceção, fazendo com que o filme seja divertido e agradável diante dos 114 minutos de película.
A única falha da trama, em minha opinião, foi o desenrolar do 3º ato. Me pareceu ser breve, forçado e apático. Talvez no livro essa ação de roteiro tenha sido melhor apresentada.
Outro ponto que me incomodou foi a decisão de Hercule Poirot após a descoberta do mistério, no final da trama. A decisão dele fez com que suas motivações, ações e porquês se tornassem descartáveis e perdessem valor diante de toda a história. Mas esse meu desagrado é puramente pessoal e não prejudica em nada os pontos positivos do filme, já que decisões como essa do personagem se assemelham à muitas no dia a dia de muita gente.
Assassinato no Expresso do Oriente é muito bom por ser divertido, visualmente bonito e percursor da curiosidade. Quem sabe não vem uma indicação na categoria "direção de arte" na cerimônia do oscar 2018? Seria uma ótima aposta.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraAnimais Noturnos é um áspero ensaio sobre a culpa, amarga, massante, maquiada pelo ego e pelos fantasmas do passado. É também sobre o arrependimento, a frustração da existência e a introspecção da nossa fragilidade. Fraquezas que nem sempre são, mas que acreditamos ser, apenas pelo julgamento dos outros, convencendo-nos de algo que nem somos. O filme está repleto de simbolismos e analogias entre a criação autoral de Edward (Jake Gyllenhaal) e a errônea, antiga e atual realidade de Susan (Amy Adams), mas ainda presente, revivida pela póstuma obra já mencionada “Animais Noturnos”. Obra póstuma - razão da dedicatória no livro - pois o relacionamento vivido por ambos morrera há quase duas décadas.
A direção de Tom Ford é pomposa, apela para o sensorial ao utilizar coincidências visuais, nos remetendo lembranças e sentimentos (paletas de cores, decoração, figurino e ambientação) que se engrandece sob uma trilha sonora imersiva criada por Abel Korzeniowski (soam em meus ouvidos "Wayward Sisters" e "Table For Two" em looping insaciável). O drama e o suspense do roteiro nos retém a atenção e nos presenteia com personagens brilhantemente interpretados por um elenco digno de premiações - Jake Gyllenhaal, Amy Adams, Aaron Taylor-Johnson e Michael Shannon - aqui, todos estão marcantes na trama.
Susan está insone, ansiosa e depressiva. Seu casamento é superficial e está em crise. Suas finanças em decréscimo e sua posição social posta à prova. Afastou-se da filha, de si e da realidade ao seu redor. Seus amigos e colegas a subestimam, inclusive o próprio marido - um homem distante e infiel. Em paralelo com esses fatos, Susan recebe um manuscrito do novo livro escrito pelo ex-marido, Edward, no qual ela se atrela em refúgio mental. Percebe paralelos entre o livro - que narra um pai de família que perde a esposa e a filha para um grupo de criminosos e depois parte em busca de vingança - e a própria história da relação que os dois viveram no passado.
Toda a trama pode ser enxergada como um alvoroço dentro da cabeça de Susan, tal como o romance de mesmo nome fora para as tempestades de Edward. Não é à toa que ele sempre escrevera sobre si. O manuscrito assemelha-se à uma carta de suicídio, não apenas como despedida, mas um transporte de culpa, onde a verdadeira dor seja despejada sobre a leitora. Independente das suas verdadeiras intenções, jamais saberemos se Susan acertou ao corresponde-lo. É no indireto abandono de Edward que vemos a dura cena final da trama nos proporcionando cruéis deduções.
E que final foi esse, minha gente!?
É um filme sensorial e multi interpretativo que requer muita atenção e empatia.
Z: A Cidade Perdida
3.4 320 Assista AgoraApesar das 2h 21m de duração, a obra me pareceu um tanto curta (tempo e/ou conteúdo), se não também encurtada - resta-me ainda saber se o filme foi encurtado para o cinema. Senti que os avanços temporais foram bruscos, desconexos, sem notáveis construções para as prévias que pudessem introduzir novos e futuros acontecimentos. Os cortes eram repentinos e a (des)valorização dos momentos oscilavam tal como a (des)valorização de cada ato, prejudicando envolvência de qualquer um. O filme é muito bonito, as atuações são repletas de vigor (Charlie Hunnam estava inspirador), a fotografia um espetáculo, mas infelizmente me proporcionou exaustão e desapego com o conteúdo. A verdadeira falha do filme é a necessidade de menos conteúdo para o tempo que teve, se não, mais tempo para o conteúdo que precisava se mostrar. Ainda irei revê-lo com mais cuidado.
Fourth Man Out
3.3 227É um filme que reforça esteriótipos. Define padrões normativos de aceitação numa classe onde jamais deveria existir esse tipo de segregação. Cultua indiretamente (intencionalmente?) a recriminação social e usufrui todo esse método como uma forma de gerar comédia. É bem produzido, mas contradiz uma das intenções que todo filme LGBT deveria ter: a não banalização do machismo e do preconceito.
Mar Adentro
4.2 607Considero Mar Adentro uma das obras mais poéticas e sublimes que já vi em toda a minha vida, e provavelmente continuará sendo, não sei até quando. Seja pela sensibilidade no tratamento do tema eutanásia, pela fotografia ou pela trilha sonora que ela compõe, enfim, não dá para descrever critérios. Este filme se enquadra numa inefável categoria, pois ensina, consola e alivia. É um filme que traz leveza na alma. Chega a ser até mesmo, de certa forma, terapêutico concluí-lo.
Um detalhe muito bem construído é como o filme nos propõe uma profunda imersão durante algumas cenas. Os enquadramentos são criados como uma forma de substituir os olhos do protagonista, nos dando a impressão de poder enxergar e sentir o mesmo que ele, causando uma incontrolável e proveitosa empatia. De espectador, nos tornamos o depressivo e aprisionado Ramón Sampedro.
O enredo verídico somado a estupenda direção de Alejandro Amenábar, e também a belíssima atuação de Javier Bardem proporciona, em nós espectadores, a necessidade de querer entender com profunda parcialidade um tema bastante discreto - a eutanásia (vide "Menina de Ouro" de Clint Eastwood). Mar Adentro nos cultiva a vontade de abraçar e defender essa causa, que é tratada em demasia com controvérsia e polêmica.
O direito à vida já existe. Mas e o direito à morte?
https://www.youtube.com/watch?v=PMNT5aBWbOU
Senti-me liberto por pura empatia, nos únicos momentos daquele infinito horizonte, sobre os montes e campos esverdeados, ao apreciar, a partir daquela janela, a brisa daquele lugar, que, por fim, naquele quarto, sobre aquela cama, senti-me preso outra vez. Por pura empatia senti, mesmo sendo pouco, mas um pouco de tudo, tudo o que Ramón Sampedro sentiu.
Destaque para a composição "Nessun Dorma" de Giacomo Puccini, da sua ópera "Turandot".
Sublime, inteiramente valioso.
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2.3 997 Assista AgoraAssim que concluí o vislumbre, pensei: tá aí uma versão pornô e zoada de "Funny Games". Na verdade cometi um erro ao fazer esse tipo de comparação irresistível, pois a obra de Haneke não merece esse tipo de análise. Sei que quem já conhece "Funny Games" provavelmente fará o mesmo que eu, e, quem sabe também, sairá do cinema xingando. Algo que considero bastante compreensível, mas como sou um cara bastante educado, é claro que isso eu não fiz, hehe.
Eli Roth sempre me chamou a atenção com produções que sempre considerei bastante originais e divertidas, mas infelizmente não foi desta vez. Nem mesmo Keanu Reeves salvou. Tudo muito, mas muito fraquinho.
Pelo menos tive a oportunidade de conhecer Ana de Armas e seus lindos olhos cores verde e mel.
Mapas para as Estrelas
3.3 477 Assista AgoraExcelente ensaio sobre as relações sociais perturbadas de um seleto grupo do mundo artístico hollywoodiano. Achei o filme bastante áspero, mas num bom sentido. É perceptível as tramas e linhas narrativas se encontrando com o passar do tempo, ou melhor dizendo, se acidentando, através da conexão envolvida entre todos os personagens. E isso não foi confuso. Colisões que, inclusive, vieram a ocorrer de maneira bem violenta. Todo aquele estresse que cada personagem transbordou se tornou o ponto de ancoragem para todas as escolhas e ambições retratadas na trama. Perturbações que, por consequência das consequências, deram rumo ao filme. De transtornos psiquiátricos à doses cavalares de "mea-culpa", David Cronenberg retratou a luxúria, o ego e a competitividade da melhor maneira possível. É uma pena esse filme não alcançar tantas pessoas.
Destaque para a monstruosa atuação de Julianne Moore. Depois de vê-la atuar de forma impecável em "Blindness", de Fernando Meirelles, o recente "Still Alice" e agora "Maps to the Stars", não nego: é uma das atrizes mais brilhantes de todos os tempos.
Renascida do Inferno
2.2 577 Assista AgoraTrama interessantíssima, porém muito mal aproveitada. Com exceção da protagonista Olivia Wilde, o resto do elenco estava super fraco. Personagens com funções descartáveis, diálogos desinteressantes e momentos de suspense bastante clichê.
Esperei por um filme ao nível da sua própria ideia, que, inclusive, é bastante original e muito interessante. Mas infelizmente não foi...
Tusk, A Transformação
2.5 390 Assista AgoraSeriedade estética é coisa de gente superficialista. Prum trash comedy até que ele foi fraquinho, mas valeu o tempo gasto por causa do elenco e pelos diálogos repletos de puro nonsense.
Percebi Johnny Depp quase que instantaneamente na primeira aparição. Guy LaPointe, um personagem bastante caricato, o entrega tranquilamente.
Hobo with a Shotgun
3.7 8Até que pro gênero trash caiu bem, mas infelizmente eu o achei pouco divertido.
Vale destacar que essa descrição do filmow é apenas para o trailer de mentira que mais tarde veio a inspirar o filme em 2011. A obra original conta com Rutger Hauer no elenco atuando como mendigo.
Banquete no Inferno 2
2.8 47O hiperbolismo desse filme chega a ser descomunal, do jeitinho que eu gosto.
A Outra Terra
3.7 873 Assista AgoraNossa, quanto aprendizado! Achei bacana o filme não se tratar apenas sobre a ficção da existência de uma segunda terra, mas focar mais sobre o drama dos personagens. Principalmente a personagem Rhoda interpretada por Brit Marling. Nossa, que atriz! Me surpreendeu muito com esse trabalho tão bonito.
E gente, que final interessante! Assim que acabou o filme me tornei uma espécie de filósofo de longa temporada, haha. É um filme simples, mas que não deixa de instigar muito o pensamento de quem o vê. Sabe aqueles acontecimentos do passado em que a gente gostaria muito de ter uma segunda chance para voltar atrás provocar uma espécie de mudança? Toda a satisfação e arrependimento que essas escolhas nos causaram ou que ainda podem causar. Consequências dos nossos atos que nem sempre interferem apenas nas nossas vidas, mas na vida de muita gente que nem conhecemos. A ideia de crer que o arrependimento não é uma escolha, e que também não vale a pena. Que o remorso é uma doença, mas uma doença que tem cura.
A personagem principal vivia cheia de remorsos. Me pareceu que no fim, quando Rhoda encontra sua réplica na Terra 2, um peso enorme desfalece de suas costas. Aquele sentimento de culpa acaba. Para ela deve ter sido uma espécie de encantamento. A aceitação e o perdão próprio com certeza deve ter tomado conta.
Aquela interessante ideia sobre realidade paralela e a possibilidade de encontrar uma réplica nossa que talvez já tenha feito ou que ainda fará as mesmas escolhas nós. É tanta ideia interessante que esse filme causa! Outro detalhe importante que não posso deixar de citar é a sua fotografia que é linda, linda, linda!
Caso eu encontrasse outro de mim, tenho certeza que me definiria como um completo hipócrita (se é que agora não já sou), haha.
A Malvada
4.4 660 Assista AgoraAgora a pouco terminei de ver uma obra de arte.
Havia começado a assistir All About Eve ontem de madrugada logo após ter visto Unknown com Liam Neeson, o que me pareceu muito incompatível essa espécie de sequencia logo às 2 horas da manhã, hahaha. Mas eu apenas comecei e tentei. Às 3 não aguentei e fui dormir. A fotografia p&b numa película daquele porte se tornou incompatível para uma pessoa como eu: míope e que pouco se esforça para acompanhar tudo que é clássico durante a madrugada.
Na segunda tentativa dediquei minha total atenção ao conjunto e isso valeu muito a pena. O mais bacana disso tudo é ver como os personagens vão se degradando enquanto seus egos se enaltecem meio a tanta disputa, mostrando aquele monte de sentimentos destrutivo, tal como a inveja e a obsessão. Não dá nem para julgar quem é o mais hipócrita dos personagens. Parece que a trama entre os personagens evolui à uma espécie de guerra fria (e isso foi muito divertido, haha).
Tem um show de atuações, todas muito bem convincentes. Bette Davis foi a melhor! A personagem de Anne Baxter foi muito bem interpretada e o resto do elenco também mandou muito. Até mesmo Marilyn Monroe fez uma discreta participação no filme.
O enredo é simples e a música que faz parte do cenário é a unica trilha sonora que notei, que por sinal é muito legal.
Dizem ser o melhor de Mankiewicz antes mesmo de "Cleópatra" e o melhor da década de 50. Eu não duvido (apesar de conhecer poucas).
É um filme obrigatório para cinéfilos.
O Abrigo
3.6 720 Assista AgoraGostei muito do contexto ambíguo do filme, principalmente na cena final. A trilha "At The Beach" de Ben Nichols amplifica o sentimento de surpresa desta cena em mil níveis. A trilha sonora do filme todo é fantástica de tão linda.
Teria mesmo Curtis uma mente esquizofrênica?
Puta atuação de Michael Shannon, comecei admirar mais seus trabalhos por causa deste filme que é absurdamente fantástico.
A sequência abrigo/psicanalista/praia me serviu um tapa na cara!
Caçada Mortal
3.2 335O filme é bom, apenas. É daqueles que não conseguem causar muita envolvência. Os personagens não são muito interessantes e a trama se desembolou com muita facilidade, dando uma certa queda na qualidade do suspense. Liam Neeson é um bom motivo para assisti-lo.
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraAchei fantástica a atuação de Brad Davis, ele mandou muito em cena e por isso acabei me importando muito com seu personagem. Foi uma pena descobrir que sua vida o limitou a fazer poucos trabalhos, mas excelentes trabalhos, vide "Sybil" de Daniel Petrie.
As transformações degradantes de Billy Hayes (Brad Davis) dentro do presídio turco são estonteantes, não só por parte do drama que ele vivencia, mas também por parte daqueles que estão e não estão ao seu lado, o sofrimento dos seus "colegas" de cela e parentes distantes que muito sentem a sua ausência. Teve o John Hurt muito bem personificado na pele de um preso quase-moribundo viciado em drogas chamado Max, um personagem também bastante cativante. Um show de atuações.