Liliane Oliveira

Esse filme é extremamente difícil de se criticar, se por um lado apresenta uma sociedade machista e retrógrada em que os homens são incapazes de controlar os seus instintos mais vis, por outro mostra a grandeza absoluta de um homem simples e sábio capaz de desafiar qualquer dor inclusive a mais contundente como a perda de um filho. Assim, vivendo com a sabedoria própria daqueles que observam e tentam, a todo custo sugarem ao máximo da vida sem pensar nas consequências, ele se contenta em usar como critério apenas uma boa dose de generosidade com todos e com tudo ao seu redor. Eloquente, grandioso, polêmico... em suma, simplesmente genial

Perigoso... esse filme é literalmente perigoso... Vou contar uma história verídica sobre ele... Um amigo da facul, depois de assisti-lo colocou uma mochila nas costas, escreveu uma carta pra mãe e foi pro meio da floresta... é isso que da quando bons filmes tocam a nossa alma e nos fazem sair da letargia de nossas respectivas vidas... Cuidado, se vc não assistiu poderá ser altamente influenciado... bom filme, excelente trilha sonora... argumento muito bem construído...

Medo... quantos de nós não tememos nos machucar depois de uma decepção amorosa? Quem pode nos culpar pela frágil e desengonçada forma de autoproteção de uma pessoa ferida ou apenas alguém que se mostre indisposto a aventuras? Eu entendo-o, para mim esse filme versa sobre as impossibilidades do amor em tempos de crise, é um filme para aqueles que sabem a dor de se entregar sem a esperada correspondência. A chuva, no final, em uma alegoria magistral de como o protagonista, desprotegido, completamente a mercê, se revela, se entrega. É uma mostra da infinita crença no amor, mesmo que este seja mostre perigoso, mesmo que instável... ainda assim, com todas as suas infinitas variáveis, ainda assim vale a pena viver sob a sua égide e todos ( mesmo os mais arredios), se entregam, afinal, na vida como um todo existem bem poucas proteções mas muitos anseios sendo que, em verdade, esses desejos e o que fazemos deles acabam por nos definir, contar a nossa história... No fim,depois de várias demonstrações de profundidade e de introspecções, a pergunta que se impõe ao telespectador é: e você, como reage diante do medo? encara-o?