Lucas

Genial, tudo nesse filme foi genial, desde a ambientação da Inglaterra em plena Segunda Guerra Mundial, até a não linearidade do filme que caiu muito bem e foi excelente para o desenrolar do filme. A cada minuto de filme que se passava eu ficava mais empolgado com a história, que também possui um papel didático importantíssimo para conhecer a história do Pai da Computação. O filme chama a atenção para fatos interessantes, como por exemplo a discriminação que as mulheres sofriam em 1940 com a personagem Joan Clarke que alguns personagens a subestimavam desacreditando que mesmo uma mulher, poderia ser um gênio da lógica. E também para um assunto pertinente de hoje em dia que é a discriminação sofrida por homossexuais que era até considerado um crime e isso acabou sendo uma fator importante na trama do filme por conta da vida pessoal de Alan Turing.

Direção impecável (9.0), com um investimento razoavelmente alto para o porte do filme (15 milhões) seria uma tarefa bem difícil para o diretor dar a famosa "Cagada na rola". Mas ele soube aproveitar bem o que lhe foi dado investiu muito bem com um ótimo mas não superestimado elenco. Ele soube retratar com genialidade o período de Segunda Guerra Mundial na Inglaterra, gravou cenas em lugares reais em que Turing passou (!!!). O diretor pecou apenas na relativa simplicidade do filme em coisas como a licença histórica, onde ele insistiu muito em preservar alguns fatos que aconteceram de verdade, sendo que ele se esqueceu que boa parte do filme realmente não era real, muitos personagens, condições e relações que realmente não são certas, e inclusive não estão presentes no livro "Alan Turing: The Enigma" da qual o filme é adaptado.

Atuações ótimas (8,3), exceto a de alguns personagens que eram teoricamente importantes para o desenrolar da história, mas ao mesmo tempo eu tive a impressão que não tiveram muitas falas e uma forte presença no filme (Matthew Beard como "Peter Hilton" e Rory Kinnear como "Detetive Robert Knock"). E devo dar destaque as atuações de: Benedict Cumberbatch (Alan Turing); Allen Leech (John Cairncross); Alex Lawther (Alan Turing Jovem) e obviamente Keira Knightley (Joan Clarke).

Roteiro impressionante (8,5) que não deixou o filme se perder um segundo sequer, e ao mesmo tempo soube usar muito bem a não linearidade para justificar ocorridos do presente com memórias de Alan Turing quando era mais jovem. Com falas memoráveis, frases que foram repetidas diversas vezes no filme em momentos específicos que deram muito mais emoção as cenas. Só acho que o roteiro pecou em não explorar mais a história de ótimos personagens como Hugh Alexander (Matthew Goode) que poderia ter mostrado o porque dele ter essa personalidade abusiva, e ao mesmo tempo ser um gênio da lógica.

Trilha Sonora (10) Alexandre Desplat, só tenho isso a dizer.

Fotografia (7,0) Somente aprovada, nada de especial.

Produção (8,5)

Edição e Mixagens (10)

Média geral: 8,7.