Baseado no livro de André Aciman, a adaptação dirigida por Luca Guadagnino nos conduz por um caminho único no romance vivido por Elio e Oliver. Ao acompanhar a história de Elio e suas descobertas naquele verão de 1983, somos contemplados com uma excelente fotografia em cenários espetaculares da Vila Albergoni, nos arredores da cidadezinha de Crema na Itália, que serviu de locação para retratar o enredo. Os planos abertos e duradouros nos fazem não só apreciar com calma todas as belezas das locações, mas permite criar sentimentos junto as descobertas da trama. A trilha nostálgica e oitentista contribui magistralmente para construir o tom que a história gostaria de seguir, um destaque para as duas notáveis canções de Sufjan Stevens. Como se não bastasse todos os atributos que nos trouxeram até o terceiro ato, o monólogo de Michael Stuhlbarg, ao final do longa, consegue ser a cereja do bolo, transformando em poesia todo o otimismo que Guadagnino quis transmitir em sua obra. "Call Me By You Name" não é só mais um filme de temática homossexual, mas consegue ser primoroso em sua sobriedade e único naquilo que se propõe.
Eu costumo ter alguns seriados extremamente favoritos que tratam de assuntos reais e pertinentes que consideram o humor sem perder a relevância nos assuntos. Já tinha achado a fórmula em “Girls” acerca das pautas feministas e quanto a temática LGBT em “Looking”, duas séries que me deixaram órfão após o cancelamento. Demorou para eu achar “Atlanta” e, sem dúvida, após devorar todos os episódios em poucos dias, definitivamente “Atlanta” me conquistou. Aqui, não perdemos tempo com assuntos ficcionais muito menos diálogos superficiais, “Atlanta” trabalha com realidade e profundidade. Entender os agravos e condicionantes de vida de um recorte bem específico da população é o que “Atlanta” sabe fazer muito bem. Conheci através deste trabalho um pouco melhor do excelente Donald Glover que conduz a série com maestria, tanto na atuação e na criação deste ótimo achado.
E mais uma vez me impressiono com uma descoberta destes derivados da vertente que se criou do pós-horror. Aqui, vemos claramente que grande parte desta ligação com o subjetivo vem das prováveis crendices da região que se habitua o filme. Esta produção, parte árabe e parte inglesa, não anda por caminhos muito desconhecidos por outros filmes do mesmo gênero, mas soube usar estes recursos de forma proveitosa. A história clássica da relação entre mãe e filha, isoladas em um apartamento enfrentando forças que desconhecem, pode soar meio batido, mas é o contexto em que o longa se situa que traz a verdadeira tensão sobre o filme (meados dos anos 80 entre a guerra do Irã-Iraque). E é exatamente este cenário em que essa mãe se encontra, no filme, que faz a atmosfera do mesmo tão claustrofóbica e perturbadora, porque é questionável o verdadeiro vilão ao longo da trama, pois o terror evidenciado no filme é multifacetado, são as entidades obviamente, mas também estão presentes na guerra, na solidão, nas dificuldades maternais, no cenário político e no contexto religioso que oprime a mulher acima de tudo. “Under the Shadow” não é nenhuma preciosidade do gênero, mas cativa, funciona e acima de tudo é extremamente assustador pela forma que brinca com as sutilezas do medo.
É incrível como Aronofsky consegue surpreender e intrigar sempre de uma maneira diferente. Eu estava esperando algo perturbador ao entrar na sala de cinema, mas a surpresa foi algo eminente. Eis aqui, uma obra subjetiva, metafórica e extremamente crítica. Muitos irão sair irritados, confusos ou maravilhados, como foi o meu caso. Lawrence que nos contempla com sua beleza a maior parte do tempo, nos mostra uma realidade sufocante não só em um drama perturbador, como se trata o filme, mas como o próprio dilema de ser mulher. Você fica perdido, angustiado, tentando pegar qualquer brecha ao longo do filme, para tentar entender para que caminho esta obra esta seguindo. Quando finalmente o expectador compreende do que se trata esta narrativa, a vontade é de aplaudir de pé. Religião, ambientalismo, feminismo e até política, para “Mother” todos esses assuntos podem ser contemplados. O mais incrível, é que o quanto mais explícito pareça o tema, relacionado a religião e a natureza, a crítica feminista e política está lá, tem espaço para tudo isso em um mar de subjetividade e poesia. Uma verdadeira obra de arte.
Ter descoberto "Funny Games", por exemplo, é algo que me motiva a estar sempre a procura de filmes novos e ter achados tão bons quanto esse. Com um teor underground e uma bela fotografia, a trama te conquista desde o início, quando vemos uma família apreciadora de música clássica nos ser apresentada com um death metal, fazendo uma quebra de paradigmas desde os primeiros dez minutos da trama. É interessante ver que o excesso de plano sequência e da hipervalorização de detalhes não se torna maçante e, sim, nos faz entrar ainda mais na história e se sentir instigados. Ao contrário de como ele é vendido, "Funny Games" não trata-se de um filme que exacerba violência e gore, mas pelo contrário, ele se torna perturbador pelo subentendido. O uso da metalinguagem, seja para nos manter cientes que trata-se de uma ficção, ou para nos manter ainda mais próximos como cúmplices do crime, faz jus ao extremo que o filme nos remete. A famigerada cena do controle remoto, só reforça essa ideia de que ele não veio para seguir a tendência dos colegas de gênero, que fazem o espectador esperar que o roteiro nos dê a tão esperada inversão dos mocinhos em donos do seu próprio destino, mas aqui temos a pura realidade, tão cruel quanto ela possa ser. Hannecke, diretor, não só presenteia o espectador com uma obra "clean" e eficiente como deixou seu legado com este maravilhoso longa.
O visual de suspense oitentista, combinado com uma trilha sonora impactante e o terror implícito, fazem de “It Follows” o melhor do gênero. A trama única e original segue em torno de um grupo de jovens que se depara com uma maldição passada pelo ato sexual, fazendo referências aos estigmas e preocupações da sexualidade na adolescência. Ao entrar em contato com maldição, você é perseguido por um ser que assume diversas formas, desde uma idosa inofensiva até entes queridos falecidos. Tudo até pode ser original, mas poderia passar despercebido se não fosse pela ótima execução. A engrenagem do filme está na ótima trilha sonora que ficou por conta do Disasterpeace, criando uma identidade única para o filme. Ambientado em um contexto atemporal, onde não pode ser definido em que época nem estação do ano a história se passa, acompanhamos cenários e figurinos setentistas ao lado de tecnologias a frente das nossas, ou até mesmo banhos de piscina seguidos por vestimenta de inverno. Esse contexto atemporal serve justamente de tática para deixar o espectador desconfortável inconscientemente, somado ao próprio dilema especifico vivido pela protagonista. Um suspense bem desenvolvido, com sustos na medida certa e sem pecar pelo excesso, justamente acerta no terror implícito deixando o espectador criar suas conclusões. Afinal, onde os colegas do gênero falham com enredos mastigados, “It Follows” se sobressai levando como premissa algo que John Carpenter deixou claro lá em 1978, nada precisa ser explicado.
Trata-se de uma história de amor cativante entre dois robôs, em um universo futurístico, podendo anteceder ao romance "Her", também de Spike Jonze. Tanto "I'm Here" quanto "Her" mostram diferentes facetas do amor em um futuro onde romances nada convencionais podem gerar questionamentos antes não levantados, podendo ter refêrencias e críticas a relacionamentos reais. A livre interpretação dos fatos de "I'm Here" tornam a beleza do curta ainda maior, pois cada compreensão da história revela em nós um pequeno entendimento acerca das relações. Trata-se da troca entre duas pessoas em um relacionamento ou simplesmente em doar-se demais em uma relação? Qual seja a resposta destas questões, levam o andamento da história em um tom melancólico culminando em um desfecho triste, fazendo reflexões das motivações do amor. "I'm Here" torna-se uma poesia que vale a pena ser conferida e apreciada, assim como os outros trabalhos de Jonze.
A premissa ao ir assistir "Girl on the Train" é assistir a um novo "Gone Girl", uma vez que também é baseado em um romance perturbador, desta vez da autora britânica Paula Hawkins. Então nos deparamos com uma Emily Blunt abatida, viciada e mergulhada em uma depressão profunda, papel que Blunt carrega com maestria. Ao poucos somos apresentados a uma história cheia de subtramas, em meio a um assassinato e diversos suspeitos. Diferente de "Gone Girl" a trama não apresenta reviravoltas surpreendes e nem uma revelação que realmente surpreenda no fim das contas, apenas apresenta boas sacadas para justificar alguns acontecimentos da história. Não são as revelações que chocam, e sim a crueldade e brutalidade que elas se estabelecem no terceiro ato, o que realmente surpreende. O grande problema de "Girl on the Train" é compactar uma história tão rica em 112 minutos mal distribuídos, e tirar boa parte da tensão do contexto final finalizando a história de forma vaga e repentina. Detalhes que não interferem em ser uma boa manda para quem gosta de thrillers do gênero, podendo garantir bons momentos de tensão e um ótimo elenco em tela.
Um dos grandes diferenciais deste primeiro filme comparado a qualquer outra franquia com diversas sequências sangrentas, é sua qualidade nos detalhes e no apego aos personagens, a construção de uma situação, gerando expectativas para um grande clímax de terceiro ato. Então temos a combinação perfeita de uma ótima direção, trilha impactante, personagens carismáticos, um vilão sem motivos para seus atos e violência na medida certa, tudo resultando em um dos maiores clássicos do terror. Realmente, é um grande erro dar continuidade para este, uma vez que mesmo deixando abertura para uma sequência, ele tem todos seus elementos na medida certa e não necessitaria de continuidade, apesar de não desaprovar totalmente sua sequência. Analisando como uma obra única, ficamos com várias dúvidas, e que não necessitam de respostas. Quem ensinou Michael a dirigir? O que ele esperou por 15 anos? Porque naquela noite? Porque aquelas garotas? Porque Laurie? E todas essas perguntas ficam bem melhores respondidas pelas nossas interpretações.
S01E01 – “Red Roses”: Começando por todo o contexto que gerou pouca expectativa desse projeto, primeiro que o universo MTV nunca me convenceu que poderia ser o melhor lugar para “Scream” seguir seu caminho e também se realmente um seriado baseado na franquia original, sem qualquer ligação, sem até mesmo um Ghostface seria uma alternativa viável. Vamos então comentar com o que temos. “Scream” com suas sequências sempre foram meus filmes preferidos desde a infância, então eis que a MTV tens uma grande responsabilidade em mãos para suprir essa lacuna. Óbviamente o episódio piloto não pode ser considerado um sucessor dos originais, uma homenagem bem inferior podemos dizer, mas que agrada se olhada sem nenhuma comparação aos antecessores. A cena inicial com Bella Thorne realmente tinha muito potencial e foi bem feita, mas peca na intensidade, cadê os quinze minutos de aflição que tínhamos no original? Se for uma homenagem à cena de Drew, que façam com respeito então. Agora o que vale a pena por todo o episódio, são as frases de efeito e metalinguagem de Noah, realmente todo o suspense e tensão criada pelo seriado estão nesses brilhantes comentários do aspirante a Randy. Mas enfim, avaliando como um todo, não é uma homenagem a altura ao original, mas vale por ainda manter viva a essência de “Scream”.
Quando você está à procura de algo novo para assistir e se depara com exatamente o que você estava procurando. Realmente “Girls” é diferente de tudo que já vi antes, e é cativante. Achei o inicio da série um pouco fraco, com dilemas meio banais, mas com o tempo tudo vai se intensificando e se tornando algo realmente maior. Hannah não é a melhor protagonista, mas você quer ficar na companhia dela, você não quer ficar longe de nada que vai acontecendo na vida dessas garotas. E em minha opnião, o melhor do seriado, em questão de realismo, temos a personagem de Marnie, que é a personagem mais centrada do grupo e bem resolvida de si, que a partir de uma situação vai se perdendo completando e caindo em uma outra realidade, mostrando não tem como não amar e não se identificar com cada dessas histórias individuais.
A primeira temporada tinha me impressionado muito com o realismo da verdadeira realidade desse mundo, que muitas vezes era interpretado de forma errada. Mas se os personagens não tiveram sua construção devida e não evoluíram, eis que temos a segunda temporada para completar essas lacunas que ficaram. “Looking” realmente consegue captar seus fieis de forma muito sutil e simples, mostrando problemas comuns que todo gay comum talvez passe ao longo de sua jornada amorosa. E também vale uma atenção especial para a personagem de Doris e o episódio “Looking for a Plot”, que trouxe uma construção merecida para a mesma e tem um apelo emocional muito forte, realmente tocante. Agora, só nós resta esperar por algum especial para os órfãos que “Looking” deixou para trás.
Como não se apaixonar por Samantha? Como não suspirar com esse filme? Eis uma história de amor não convencional que nos faz questionar de fato sobre o que é esse sentimento tão profundo e intenso. Estamos acompanhando a jornada de Theodore no amor, e vendo seu crescimento degrau por degrau, na superação de um amor, na sua entrega a outro, e finalmente em seu completo amadurecimento sobre o que resta após um relacionamento. É divino acompanhar a história desse filme, apaixonar-se junto com Theodore, doar-se junto a este relacionamento e ter seu coração partido em algum momento também. Vale dar uma maior atenção também ao dueto de Johansson e Phoenix em “The Moon Song”, sensacional.
O medo do desconhecido, o medo da inocência, o medo do silêncio. São diversas as reflexões que nos acometem ao longo de “Sob a pele”, primeiro somos apenas coadjuvante à jornada desse ser em busca de algo nas ruas de uma obscura Escócia. Mas logo nos sentimos incomodados com situações banais perante a sociedade, porém normais para um ser desprovido de preconceitos. É difícil chegar até o fim sem estar torcendo para este duvidoso antagonista sem missão definida. Este longa não contribui em relação a outros de mesmo gênero, não instiga a querer saber mais sobre a trama, mas se seu objetivo era questionar sobre os conceitos estabelecidos pela nossa sociedade, eis uma bela critica.
É indescritível como David Fincher consegue entreter e surpreender com, sem a menor dúvida, seu melhor filme. Não sou muito fã dos trabalhos de Ben Affleck, mas neste filme parece que todos os personagens tornaram-se tão caricatos, Rosamund conseguiu me chamar atenção pela primeira vez, seu papel é marcante ao extremo. David Fincher é um dos maiores cineastas da atualidade, isso é fato. A sua visão torna seus filmes em algo maior, profundo e com uma assinatura própria. Grande parte se deve ao livro de Gillian Flynn, uma trama muito bem desenvolvida, sem dúvidas essa união, rendeu uma das melhores adaptações que já vi. Hoje só tenho a dizer o quanto sou fã de David Fincher, que já tinha feito um ótimo trabalho na adaptação de Millennium.
Eu tenho uma história bacana com esse filme, onde assisti aos meus 6 anos de idade, e a cena da cabeça do cachorro entrando pela porta me marcou demais. Tentei achar esse filme durante anos e anos, por curiosidade, já que marcou minha infância de alguma forma e nunca obtive sinal nenhum de que filme fosse. Um dia sem pretensão nenhuma reservei um filme qualquer na SKY e não é que era o filme que eu procurei por tantos anos. E em relação ao longa, até pela nostalgia eu não consigo não gostar dessa obra, achei um filme bacana, ainda mais com esse elenco promissor. O roteiro é bom, batido pra época, mas foi abordado de uma maneira diferente e vale a pena sim ver esses dois atores iniciando suas carreiras com um dos clássicos teens da segunda metade dos anos 90. Reese que não foi escalada para protagonizar “Pânico”, no mesmo ano, pode ter um gostinho do gênero com esta obra de mesma temática se comparado com a de Craven, no mínimo interessante.
Quando temos a junção de um roteiro original e uma boa equipe por trás de uma produção, temos realmente que dar uma maior atenção. Este é o caso de “The Purge”, que além de ser bem dirigido, está entre os seletos filmes produzidos pela Platinum Dunes. Estamos em um futuro próximo, com uma sociedade egocêntrica e com ausência de pobreza, resultado de uma noite de purificação, onde qualquer ato de violência é permitido por um prazo de doze horas. Esta política incabível, é quase aceitável ao decorrer do filme, que o trata como um meio de escape da população para a violência. Temos um ótimo desenvolvimento, um suspense bom no seu desenrolar, onde uma família se depara com um grupo de assassinos que querem entrar em sua casa de qualquer maneira, em meio a uma noite de purificação. O grupo de assassinos que lembra muito o trio assassino de “The Strangers”, tem uma ótima interpretação em cena, tornando cada pequeno momento em que estão presentes na trama, sinistro e macabro. Porém, o tal grupo que se demonstrou ser em seu desenvolvimento todo o grande foco do filme, perde realmente seu sentido ao decorrer do longa, o que foi uma pena, uma vez que o publico esperava um grande desfecho com o encontro da família com os assassinos. Mas conseguiu deixar subentendido, que a mensagem que o roteiro quis realmente passar foi que na noite da purificação as preocupações vinham de todos os lados, e dos mais improváveis suspeitos. Mas a grande duvida que fica, é que mesmo com uma trama focada em um bairro residencial e sem grandes possibilidades, o filme conseguiu se perder pelo caminho, como será sua continuação que se passara em meio as ruas da purificação.
Eu tenho aceitado essa nova versão aos poucos, já que era muito fã da anterior e sinceramente achava que nada superaria a trilogia de Raimi. Porém, hoje consigo ver com outros olhos esta nova saga e compreender que não se trata de apenas uma nova versão, e sim estão sendo exploradas outras possibilidades que na antiga trilogia não foi explorado. O contexto da trilogia de Raimi é perfeita, tanto o primeiro quanto o segundo nenhum filme baseados nas HQ’s vai bater. Porém a forma como “O Espetacular Homem Aranha” aborda o Aranha, principalmente na segunda parte isto fica claro, com o mistério dos seus pais, seu relacionamento com Gwen, e até propriamente trazendo os vilões que não são os mais conhecidos pelo grande publico e sim aqueles presentes realmente nas HQ’s, está funcionando. Acho válido esta nova versão, e fica dica também para outras franquias que estão engavetadas.
Estava curioso para assisti-lo e confesso uma pequena decepção, foram escolhidos diretores com algum mérito que seja, porém ter deixado cada um ter a liberdade criativa que quisesse para a realização dos curtas foi o erro. Algumas das histórias não tinham nem pé, nem cabeça e até mesmo bizarras. “Fart” do diretor Noboru Iguchi chegou a dar vergonha de assistir ao filme. Ignorando a grande maioria que foi desnecessários vamos aos que foram bons. “Dogfight” é muito bem feito, com todo um olhar dramático em torno de uma luta entre um homem e um cão, e diferente dos colegas tem começo, meio e fim. “Ingrown” é perturbador, mostrando a agonia de uma mulher morrendo após um envenenamento. “Libido” é o melhor curta do filme e carrega todos os outros, sádico e macabro, impossível não sentir incomodado com este curta. “Pressure” não tem um valor muito grande para o conjunto, mas é realista, e funciona, não deixando de ser triste, mostrando que o horror de fato está nos olhos de quem vê. “Removed” é interessante, tem umas reviravoltas bacanas, mas fica por isso. “Toilet” é divertido demais, para quem é apaixonado por animação, tem o melhor dos dois gêneros. XXL é o mais inteligente e perturbador, garante um maior desconforto. Resumindo é uma boa experiência se souber abstrair algumas películas de um todo.
Bastante impressionado como os filmes independentes estão surpreendendo mais do que as grandes produções de famosos estúdios, que convenhamos estão em decadência. “Would You Rather”, pouco falado, com objetos de divulgação amadores, não mostrando realmente o quanto promete. Estamos diante de uma produção bem feita, com uma abertura escaldante para quem gosta de um suspense nos créditos iniciais. Brittany Snow faz, pela primeira vez, uma boa atuação para o gênero, depois do péssimo “A Morte Convida Para Dançar”, e convence no papel da frágil protagonista. Realmente você deduz muitas coisas durante o filme e até pode prever o desfecho, mas o longa consegue dar uma boa jogada com esses furos de uma forma muito boa antes do termino. Resumindo, “Wold You Rather” é um novo “Jogos Mortais” mais intrigante, mais envolvente e mais macabro, uma vez que não há motivos para tais jogos, o que o torna mais macabro.
É admirável ver tamanha revolta contra este filme uma vez que o mesmo trouxe capital e visibilidade ao nosso país que, convenhamos, não tem uma imagem nada agradável lá fora. Os próprios filmes americanos gravados em sua terra, mostrando cada vez mais sadismo e perversão e continuam sendo um país de primeiro mundo com índice enorme de turismo. Jovens gostam de diversão e aventuras, como muitos que foram atrás da pequena cidade assustadora da Eslováquia de “O Albergue”, o público alvo de “Turistas” vai entender a diferença da ficção e do real, mesmo sabendo que a realidade brasileira é bem pior que um médico patriota querendo ajudar a saúde brasileira, o real mesmo do nosso país é o contrario. Porem, fica como exemplo este longa ao Brasil, que existem idéias e maneiras de o cinema brasileiro sair da zona de conforto e tentar gêneros novos.
Uma história cativante de um lugar muitas vezes não muito longe de onde passamos com nossas vidas agitadas, mas pouco observado e tão longe culturalmente. Este pequeno vilarejo próximo de onde resido atualmente, ao qual nunca tinha ouvido falar antes de assistir a este ótimo longa me fez observar o quanto desconheço o lugar onde cresci e vivo. Cada pessoa em específico desse lugar aconchegante tem uma bela história e um ritmo de vida encantador, lembrando um pouco o que meus avós me contam de suas rotinas antes de vir pra cidade. Realmente vendo uma realidade tão bonita e desconhecida dos brasileiros, concluímos que a diversidade do nosso povo está muito além das fronteiras. “Walachai” só me fez ficar mais fascinado por essa vida que hoje em dia não temos mais acesso, dessa inocência do campo, essa válvula de escape que todos gostaríamos de ter.
É incrível como esses filmes totalmente sem recursos pra época, além de tudo mudo, conseguem criar uma história tão mirabolante e intrigante. A história de Francis é uma verdadeira jornada pelo sombrio e o sobrenatural, conseguindo envolver qualquer um na fantasia de Cesare. Temos uma história realista e centrada, baseada no ilusionismo e na psique humano, e o quanto acabamos sendo manipulados por terceiros até um final surpreendente. Difícil não se incomodar com a presença do conturbado Cesare em cena, e não se envolver nesse conto que deveria ser ponto de referência para todos os suspenses psicológicos atuais. O desfecho da trama é surpreendente, uma vez entendida, conseguimos realmente concluir que além de se tratar de um filme muito inteligente, não se fazem mais histórias tão boas como as do Expressionismo Alemão.
Este é praticamente a estréia de Aja com o gênero horror, somos concebidos com este longa simples, eficaz e marcante. É incrível ver os trabalhos de Aja isolados e ver o quanto individual suas produções são, sem conexões entre si. Em “Alta Tensão” temos um verdadeiro banquete para os fãs do gênero, não temos motivos alguns para os eventos que se passam ao decorrer do longa o que torna tudo mais cruel e assustador. Temos uma protagonista inteligente, que não banca a clichê em nenhum momento, temos uma casa no meio do nada, e claro, somado a uma boa direção, temos um resultado satisfatório. Chocar com a violência foi a idéia de Aja, o que com certeza alcançou seus objetivos, até mesmo por ser um filme estrangeiro, e ainda mostrou seu talento, recomendo a todos que realmente gostam do terror nu e perspicaz.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraBaseado no livro de André Aciman, a adaptação dirigida por Luca Guadagnino nos conduz por um caminho único no romance vivido por Elio e Oliver. Ao acompanhar a história de Elio e suas descobertas naquele verão de 1983, somos contemplados com uma excelente fotografia em cenários espetaculares da Vila Albergoni, nos arredores da cidadezinha de Crema na Itália, que serviu de locação para retratar o enredo. Os planos abertos e duradouros nos fazem não só apreciar com calma todas as belezas das locações, mas permite criar sentimentos junto as descobertas da trama. A trilha nostálgica e oitentista contribui magistralmente para construir o tom que a história gostaria de seguir, um destaque para as duas notáveis canções de Sufjan Stevens. Como se não bastasse todos os atributos que nos trouxeram até o terceiro ato, o monólogo de Michael Stuhlbarg, ao final do longa, consegue ser a cereja do bolo, transformando em poesia todo o otimismo que Guadagnino quis transmitir em sua obra. "Call Me By You Name" não é só mais um filme de temática homossexual, mas consegue ser primoroso em sua sobriedade e único naquilo que se propõe.
Atlanta (1ª Temporada)
4.5 294 Assista AgoraEu costumo ter alguns seriados extremamente favoritos que tratam de assuntos reais e pertinentes que consideram o humor sem perder a relevância nos assuntos. Já tinha achado a fórmula em “Girls” acerca das pautas feministas e quanto a temática LGBT em “Looking”, duas séries que me deixaram órfão após o cancelamento. Demorou para eu achar “Atlanta” e, sem dúvida, após devorar todos os episódios em poucos dias, definitivamente “Atlanta” me conquistou. Aqui, não perdemos tempo com assuntos ficcionais muito menos diálogos superficiais, “Atlanta” trabalha com realidade e profundidade. Entender os agravos e condicionantes de vida de um recorte bem específico da população é o que “Atlanta” sabe fazer muito bem. Conheci através deste trabalho um pouco melhor do excelente Donald Glover que conduz a série com maestria, tanto na atuação e na criação deste ótimo achado.
Sob a Sombra
3.4 338 Assista AgoraE mais uma vez me impressiono com uma descoberta destes derivados da vertente que se criou do pós-horror. Aqui, vemos claramente que grande parte desta ligação com o subjetivo vem das prováveis crendices da região que se habitua o filme. Esta produção, parte árabe e parte inglesa, não anda por caminhos muito desconhecidos por outros filmes do mesmo gênero, mas soube usar estes recursos de forma proveitosa. A história clássica da relação entre mãe e filha, isoladas em um apartamento enfrentando forças que desconhecem, pode soar meio batido, mas é o contexto em que o longa se situa que traz a verdadeira tensão sobre o filme (meados dos anos 80 entre a guerra do Irã-Iraque). E é exatamente este cenário em que essa mãe se encontra, no filme, que faz a atmosfera do mesmo tão claustrofóbica e perturbadora, porque é questionável o verdadeiro vilão ao longo da trama, pois o terror evidenciado no filme é multifacetado, são as entidades obviamente, mas também estão presentes na guerra, na solidão, nas dificuldades maternais, no cenário político e no contexto religioso que oprime a mulher acima de tudo. “Under the Shadow” não é nenhuma preciosidade do gênero, mas cativa, funciona e acima de tudo é extremamente assustador pela forma que brinca com as sutilezas do medo.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraÉ incrível como Aronofsky consegue surpreender e intrigar sempre de uma maneira diferente. Eu estava esperando algo perturbador ao entrar na sala de cinema, mas a surpresa foi algo eminente. Eis aqui, uma obra subjetiva, metafórica e extremamente crítica. Muitos irão sair irritados, confusos ou maravilhados, como foi o meu caso. Lawrence que nos contempla com sua beleza a maior parte do tempo, nos mostra uma realidade sufocante não só em um drama perturbador, como se trata o filme, mas como o próprio dilema de ser mulher. Você fica perdido, angustiado, tentando pegar qualquer brecha ao longo do filme, para tentar entender para que caminho esta obra esta seguindo. Quando finalmente o expectador compreende do que se trata esta narrativa, a vontade é de aplaudir de pé. Religião, ambientalismo, feminismo e até política, para “Mother” todos esses assuntos podem ser contemplados. O mais incrível, é que o quanto mais explícito pareça o tema, relacionado a religião e a natureza, a crítica feminista e política está lá, tem espaço para tudo isso em um mar de subjetividade e poesia. Uma verdadeira obra de arte.
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraTer descoberto "Funny Games", por exemplo, é algo que me motiva a estar sempre a procura de filmes novos e ter achados tão bons quanto esse. Com um teor underground e uma bela fotografia, a trama te conquista desde o início, quando vemos uma família apreciadora de música clássica nos ser apresentada com um death metal, fazendo uma quebra de paradigmas desde os primeiros dez minutos da trama. É interessante ver que o excesso de plano sequência e da hipervalorização de detalhes não se torna maçante e, sim, nos faz entrar ainda mais na história e se sentir instigados. Ao contrário de como ele é vendido, "Funny Games" não trata-se de um filme que exacerba violência e gore, mas pelo contrário, ele se torna perturbador pelo subentendido. O uso da metalinguagem, seja para nos manter cientes que trata-se de uma ficção, ou para nos manter ainda mais próximos como cúmplices do crime, faz jus ao extremo que o filme nos remete. A famigerada cena do controle remoto, só reforça essa ideia de que ele não veio para seguir a tendência dos colegas de gênero, que fazem o espectador esperar que o roteiro nos dê a tão esperada inversão dos mocinhos em donos do seu próprio destino, mas aqui temos a pura realidade, tão cruel quanto ela possa ser. Hannecke, diretor, não só presenteia o espectador com uma obra "clean" e eficiente como deixou seu legado com este maravilhoso longa.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraO visual de suspense oitentista, combinado com uma trilha sonora impactante e o terror implícito, fazem de “It Follows” o melhor do gênero. A trama única e original segue em torno de um grupo de jovens que se depara com uma maldição passada pelo ato sexual, fazendo referências aos estigmas e preocupações da sexualidade na adolescência. Ao entrar em contato com maldição, você é perseguido por um ser que assume diversas formas, desde uma idosa inofensiva até entes queridos falecidos. Tudo até pode ser original, mas poderia passar despercebido se não fosse pela ótima execução. A engrenagem do filme está na ótima trilha sonora que ficou por conta do Disasterpeace, criando uma identidade única para o filme. Ambientado em um contexto atemporal, onde não pode ser definido em que época nem estação do ano a história se passa, acompanhamos cenários e figurinos setentistas ao lado de tecnologias a frente das nossas, ou até mesmo banhos de piscina seguidos por vestimenta de inverno. Esse contexto atemporal serve justamente de tática para deixar o espectador desconfortável inconscientemente, somado ao próprio dilema especifico vivido pela protagonista. Um suspense bem desenvolvido, com sustos na medida certa e sem pecar pelo excesso, justamente acerta no terror implícito deixando o espectador criar suas conclusões. Afinal, onde os colegas do gênero falham com enredos mastigados, “It Follows” se sobressai levando como premissa algo que John Carpenter deixou claro lá em 1978, nada precisa ser explicado.
Estou Aqui
4.2 732Trata-se de uma história de amor cativante entre dois robôs, em um universo futurístico, podendo anteceder ao romance "Her", também de Spike Jonze. Tanto "I'm Here" quanto "Her" mostram diferentes facetas do amor em um futuro onde romances nada convencionais podem gerar questionamentos antes não levantados, podendo ter refêrencias e críticas a relacionamentos reais. A livre interpretação dos fatos de "I'm Here" tornam a beleza do curta ainda maior, pois cada compreensão da história revela em nós um pequeno entendimento acerca das relações. Trata-se da troca entre duas pessoas em um relacionamento ou simplesmente em doar-se demais em uma relação? Qual seja a resposta destas questões, levam o andamento da história em um tom melancólico culminando em um desfecho triste, fazendo reflexões das motivações do amor. "I'm Here" torna-se uma poesia que vale a pena ser conferida e apreciada, assim como os outros trabalhos de Jonze.
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraA premissa ao ir assistir "Girl on the Train" é assistir a um novo "Gone Girl", uma vez que também é baseado em um romance perturbador, desta vez da autora britânica Paula Hawkins. Então nos deparamos com uma Emily Blunt abatida, viciada e mergulhada em uma depressão profunda, papel que Blunt carrega com maestria. Ao poucos somos apresentados a uma história cheia de subtramas, em meio a um assassinato e diversos suspeitos. Diferente de "Gone Girl" a trama não apresenta reviravoltas surpreendes e nem uma revelação que realmente surpreenda no fim das contas, apenas apresenta boas sacadas para justificar alguns acontecimentos da história. Não são as revelações que chocam, e sim a crueldade e brutalidade que elas se estabelecem no terceiro ato, o que realmente surpreende. O grande problema de "Girl on the Train" é compactar uma história tão rica em 112 minutos mal distribuídos, e tirar boa parte da tensão do contexto final finalizando a história de forma vaga e repentina. Detalhes que não interferem em ser uma boa manda para quem gosta de thrillers do gênero, podendo garantir bons momentos de tensão e um ótimo elenco em tela.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraUm dos grandes diferenciais deste primeiro filme comparado a qualquer outra franquia com diversas sequências sangrentas, é sua qualidade nos detalhes e no apego aos personagens, a construção de uma situação, gerando expectativas para um grande clímax de terceiro ato. Então temos a combinação perfeita de uma ótima direção, trilha impactante, personagens carismáticos, um vilão sem motivos para seus atos e violência na medida certa, tudo resultando em um dos maiores clássicos do terror. Realmente, é um grande erro dar continuidade para este, uma vez que mesmo deixando abertura para uma sequência, ele tem todos seus elementos na medida certa e não necessitaria de continuidade, apesar de não desaprovar totalmente sua sequência. Analisando como uma obra única, ficamos com várias dúvidas, e que não necessitam de respostas. Quem ensinou Michael a dirigir? O que ele esperou por 15 anos? Porque naquela noite? Porque aquelas garotas? Porque Laurie? E todas essas perguntas ficam bem melhores respondidas pelas nossas interpretações.
Pânico (1ª Temporada)
3.6 759S01E01 – “Red Roses”: Começando por todo o contexto que gerou pouca expectativa desse projeto, primeiro que o universo MTV nunca me convenceu que poderia ser o melhor lugar para “Scream” seguir seu caminho e também se realmente um seriado baseado na franquia original, sem qualquer ligação, sem até mesmo um Ghostface seria uma alternativa viável. Vamos então comentar com o que temos. “Scream” com suas sequências sempre foram meus filmes preferidos desde a infância, então eis que a MTV tens uma grande responsabilidade em mãos para suprir essa lacuna. Óbviamente o episódio piloto não pode ser considerado um sucessor dos originais, uma homenagem bem inferior podemos dizer, mas que agrada se olhada sem nenhuma comparação aos antecessores. A cena inicial com Bella Thorne realmente tinha muito potencial e foi bem feita, mas peca na intensidade, cadê os quinze minutos de aflição que tínhamos no original? Se for uma homenagem à cena de Drew, que façam com respeito então. Agora o que vale a pena por todo o episódio, são as frases de efeito e metalinguagem de Noah, realmente todo o suspense e tensão criada pelo seriado estão nesses brilhantes comentários do aspirante a Randy. Mas enfim, avaliando como um todo, não é uma homenagem a altura ao original, mas vale por ainda manter viva a essência de “Scream”.
Girls (1ª Temporada)
4.1 315Quando você está à procura de algo novo para assistir e se depara com exatamente o que você estava procurando. Realmente “Girls” é diferente de tudo que já vi antes, e é cativante. Achei o inicio da série um pouco fraco, com dilemas meio banais, mas com o tempo tudo vai se intensificando e se tornando algo realmente maior. Hannah não é a melhor protagonista, mas você quer ficar na companhia dela, você não quer ficar longe de nada que vai acontecendo na vida dessas garotas. E em minha opnião, o melhor do seriado, em questão de realismo, temos a personagem de Marnie, que é a personagem mais centrada do grupo e bem resolvida de si, que a partir de uma situação vai se perdendo completando e caindo em uma outra realidade, mostrando não tem como não amar e não se identificar com cada dessas histórias individuais.
Looking (2ª Temporada)
4.0 238 Assista AgoraA primeira temporada tinha me impressionado muito com o realismo da verdadeira realidade desse mundo, que muitas vezes era interpretado de forma errada. Mas se os personagens não tiveram sua construção devida e não evoluíram, eis que temos a segunda temporada para completar essas lacunas que ficaram. “Looking” realmente consegue captar seus fieis de forma muito sutil e simples, mostrando problemas comuns que todo gay comum talvez passe ao longo de sua jornada amorosa. E também vale uma atenção especial para a personagem de Doris e o episódio “Looking for a Plot”, que trouxe uma construção merecida para a mesma e tem um apelo emocional muito forte, realmente tocante. Agora, só nós resta esperar por algum especial para os órfãos que “Looking” deixou para trás.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraComo não se apaixonar por Samantha? Como não suspirar com esse filme? Eis uma história de amor não convencional que nos faz questionar de fato sobre o que é esse sentimento tão profundo e intenso. Estamos acompanhando a jornada de Theodore no amor, e vendo seu crescimento degrau por degrau, na superação de um amor, na sua entrega a outro, e finalmente em seu completo amadurecimento sobre o que resta após um relacionamento. É divino acompanhar a história desse filme, apaixonar-se junto com Theodore, doar-se junto a este relacionamento e ter seu coração partido em algum momento também. Vale dar uma maior atenção também ao dueto de Johansson e Phoenix em “The Moon Song”, sensacional.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraO medo do desconhecido, o medo da inocência, o medo do silêncio. São diversas as reflexões que nos acometem ao longo de “Sob a pele”, primeiro somos apenas coadjuvante à jornada desse ser em busca de algo nas ruas de uma obscura Escócia. Mas logo nos sentimos incomodados com situações banais perante a sociedade, porém normais para um ser desprovido de preconceitos. É difícil chegar até o fim sem estar torcendo para este duvidoso antagonista sem missão definida. Este longa não contribui em relação a outros de mesmo gênero, não instiga a querer saber mais sobre a trama, mas se seu objetivo era questionar sobre os conceitos estabelecidos pela nossa sociedade, eis uma bela critica.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraÉ indescritível como David Fincher consegue entreter e surpreender com, sem a menor dúvida, seu melhor filme. Não sou muito fã dos trabalhos de Ben Affleck, mas neste filme parece que todos os personagens tornaram-se tão caricatos, Rosamund conseguiu me chamar atenção pela primeira vez, seu papel é marcante ao extremo. David Fincher é um dos maiores cineastas da atualidade, isso é fato. A sua visão torna seus filmes em algo maior, profundo e com uma assinatura própria. Grande parte se deve ao livro de Gillian Flynn, uma trama muito bem desenvolvida, sem dúvidas essa união, rendeu uma das melhores adaptações que já vi. Hoje só tenho a dizer o quanto sou fã de David Fincher, que já tinha feito um ótimo trabalho na adaptação de Millennium.
Medo
3.2 236 Assista AgoraEu tenho uma história bacana com esse filme, onde assisti aos meus 6 anos de idade, e a cena da cabeça do cachorro entrando pela porta me marcou demais. Tentei achar esse filme durante anos e anos, por curiosidade, já que marcou minha infância de alguma forma e nunca obtive sinal nenhum de que filme fosse. Um dia sem pretensão nenhuma reservei um filme qualquer na SKY e não é que era o filme que eu procurei por tantos anos. E em relação ao longa, até pela nostalgia eu não consigo não gostar dessa obra, achei um filme bacana, ainda mais com esse elenco promissor. O roteiro é bom, batido pra época, mas foi abordado de uma maneira diferente e vale a pena sim ver esses dois atores iniciando suas carreiras com um dos clássicos teens da segunda metade dos anos 90. Reese que não foi escalada para protagonizar “Pânico”, no mesmo ano, pode ter um gostinho do gênero com esta obra de mesma temática se comparado com a de Craven, no mínimo interessante.
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraQuando temos a junção de um roteiro original e uma boa equipe por trás de uma produção, temos realmente que dar uma maior atenção. Este é o caso de “The Purge”, que além de ser bem dirigido, está entre os seletos filmes produzidos pela Platinum Dunes. Estamos em um futuro próximo, com uma sociedade egocêntrica e com ausência de pobreza, resultado de uma noite de purificação, onde qualquer ato de violência é permitido por um prazo de doze horas. Esta política incabível, é quase aceitável ao decorrer do filme, que o trata como um meio de escape da população para a violência. Temos um ótimo desenvolvimento, um suspense bom no seu desenrolar, onde uma família se depara com um grupo de assassinos que querem entrar em sua casa de qualquer maneira, em meio a uma noite de purificação. O grupo de assassinos que lembra muito o trio assassino de “The Strangers”, tem uma ótima interpretação em cena, tornando cada pequeno momento em que estão presentes na trama, sinistro e macabro. Porém, o tal grupo que se demonstrou ser em seu desenvolvimento todo o grande foco do filme, perde realmente seu sentido ao decorrer do longa, o que foi uma pena, uma vez que o publico esperava um grande desfecho com o encontro da família com os assassinos. Mas conseguiu deixar subentendido, que a mensagem que o roteiro quis realmente passar foi que na noite da purificação as preocupações vinham de todos os lados, e dos mais improváveis suspeitos. Mas a grande duvida que fica, é que mesmo com uma trama focada em um bairro residencial e sem grandes possibilidades, o filme conseguiu se perder pelo caminho, como será sua continuação que se passara em meio as ruas da purificação.
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
3.5 2,6K Assista AgoraEu tenho aceitado essa nova versão aos poucos, já que era muito fã da anterior e sinceramente achava que nada superaria a trilogia de Raimi. Porém, hoje consigo ver com outros olhos esta nova saga e compreender que não se trata de apenas uma nova versão, e sim estão sendo exploradas outras possibilidades que na antiga trilogia não foi explorado. O contexto da trilogia de Raimi é perfeita, tanto o primeiro quanto o segundo nenhum filme baseados nas HQ’s vai bater. Porém a forma como “O Espetacular Homem Aranha” aborda o Aranha, principalmente na segunda parte isto fica claro, com o mistério dos seus pais, seu relacionamento com Gwen, e até propriamente trazendo os vilões que não são os mais conhecidos pelo grande publico e sim aqueles presentes realmente nas HQ’s, está funcionando. Acho válido esta nova versão, e fica dica também para outras franquias que estão engavetadas.
O ABC da Morte
2.6 301Estava curioso para assisti-lo e confesso uma pequena decepção, foram escolhidos diretores com algum mérito que seja, porém ter deixado cada um ter a liberdade criativa que quisesse para a realização dos curtas foi o erro. Algumas das histórias não tinham nem pé, nem cabeça e até mesmo bizarras. “Fart” do diretor Noboru Iguchi chegou a dar vergonha de assistir ao filme. Ignorando a grande maioria que foi desnecessários vamos aos que foram bons. “Dogfight” é muito bem feito, com todo um olhar dramático em torno de uma luta entre um homem e um cão, e diferente dos colegas tem começo, meio e fim. “Ingrown” é perturbador, mostrando a agonia de uma mulher morrendo após um envenenamento. “Libido” é o melhor curta do filme e carrega todos os outros, sádico e macabro, impossível não sentir incomodado com este curta. “Pressure” não tem um valor muito grande para o conjunto, mas é realista, e funciona, não deixando de ser triste, mostrando que o horror de fato está nos olhos de quem vê. “Removed” é interessante, tem umas reviravoltas bacanas, mas fica por isso. “Toilet” é divertido demais, para quem é apaixonado por animação, tem o melhor dos dois gêneros. XXL é o mais inteligente e perturbador, garante um maior desconforto. Resumindo é uma boa experiência se souber abstrair algumas películas de um todo.
Would You Rather
3.0 452Bastante impressionado como os filmes independentes estão surpreendendo mais do que as grandes produções de famosos estúdios, que convenhamos estão em decadência. “Would You Rather”, pouco falado, com objetos de divulgação amadores, não mostrando realmente o quanto promete. Estamos diante de uma produção bem feita, com uma abertura escaldante para quem gosta de um suspense nos créditos iniciais. Brittany Snow faz, pela primeira vez, uma boa atuação para o gênero, depois do péssimo “A Morte Convida Para Dançar”, e convence no papel da frágil protagonista. Realmente você deduz muitas coisas durante o filme e até pode prever o desfecho, mas o longa consegue dar uma boa jogada com esses furos de uma forma muito boa antes do termino. Resumindo, “Wold You Rather” é um novo “Jogos Mortais” mais intrigante, mais envolvente e mais macabro, uma vez que não há motivos para tais jogos, o que o torna mais macabro.
Turistas
1.9 1,0K Assista AgoraÉ admirável ver tamanha revolta contra este filme uma vez que o mesmo trouxe capital e visibilidade ao nosso país que, convenhamos, não tem uma imagem nada agradável lá fora. Os próprios filmes americanos gravados em sua terra, mostrando cada vez mais sadismo e perversão e continuam sendo um país de primeiro mundo com índice enorme de turismo. Jovens gostam de diversão e aventuras, como muitos que foram atrás da pequena cidade assustadora da Eslováquia de “O Albergue”, o público alvo de “Turistas” vai entender a diferença da ficção e do real, mesmo sabendo que a realidade brasileira é bem pior que um médico patriota querendo ajudar a saúde brasileira, o real mesmo do nosso país é o contrario. Porem, fica como exemplo este longa ao Brasil, que existem idéias e maneiras de o cinema brasileiro sair da zona de conforto e tentar gêneros novos.
Walachai
3.9 8Uma história cativante de um lugar muitas vezes não muito longe de onde passamos com nossas vidas agitadas, mas pouco observado e tão longe culturalmente. Este pequeno vilarejo próximo de onde resido atualmente, ao qual nunca tinha ouvido falar antes de assistir a este ótimo longa me fez observar o quanto desconheço o lugar onde cresci e vivo. Cada pessoa em específico desse lugar aconchegante tem uma bela história e um ritmo de vida encantador, lembrando um pouco o que meus avós me contam de suas rotinas antes de vir pra cidade. Realmente vendo uma realidade tão bonita e desconhecida dos brasileiros, concluímos que a diversidade do nosso povo está muito além das fronteiras. “Walachai” só me fez ficar mais fascinado por essa vida que hoje em dia não temos mais acesso, dessa inocência do campo, essa válvula de escape que todos gostaríamos de ter.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraÉ incrível como esses filmes totalmente sem recursos pra época, além de tudo mudo, conseguem criar uma história tão mirabolante e intrigante. A história de Francis é uma verdadeira jornada pelo sombrio e o sobrenatural, conseguindo envolver qualquer um na fantasia de Cesare. Temos uma história realista e centrada, baseada no ilusionismo e na psique humano, e o quanto acabamos sendo manipulados por terceiros até um final surpreendente. Difícil não se incomodar com a presença do conturbado Cesare em cena, e não se envolver nesse conto que deveria ser ponto de referência para todos os suspenses psicológicos atuais. O desfecho da trama é surpreendente, uma vez entendida, conseguimos realmente concluir que além de se tratar de um filme muito inteligente, não se fazem mais histórias tão boas como as do Expressionismo Alemão.
Alta Tensão
3.5 570Este é praticamente a estréia de Aja com o gênero horror, somos concebidos com este longa simples, eficaz e marcante. É incrível ver os trabalhos de Aja isolados e ver o quanto individual suas produções são, sem conexões entre si. Em “Alta Tensão” temos um verdadeiro banquete para os fãs do gênero, não temos motivos alguns para os eventos que se passam ao decorrer do longa o que torna tudo mais cruel e assustador. Temos uma protagonista inteligente, que não banca a clichê em nenhum momento, temos uma casa no meio do nada, e claro, somado a uma boa direção, temos um resultado satisfatório. Chocar com a violência foi a idéia de Aja, o que com certeza alcançou seus objetivos, até mesmo por ser um filme estrangeiro, e ainda mostrou seu talento, recomendo a todos que realmente gostam do terror nu e perspicaz.