Cheguei nesse filme por causa da peça Fantasmagoria IV - Agora era tudo tão velho, dos últralíricos, com Dir.: Felipe Hirsch.
E que filme!!! Metalinguistico, disruptivo, imprevisível, jovem, um domínio absurdo da câmera e enquadramento, muito engraçado e com quebra formal dos estilos cinematográficos (especialmente a montagem) gerando assim o seu próprio estilo.
Pereio tá foda. As cenas do táxi, a cena do quarto de hotel e a do bar são puro requinte!!
[/spoiler] - Oi - Oi. Tá bom? - Por que você falou tá bom? Eu só falei: Oi. - Por quê? Não é assim que se fala? - Vamos começar tudo de novo tá bom. - Oi. - Oi. [spoiler]
Nada conclusivo. Nada peremptório.
Não somos apenas consumidores desse filme, mas propriamente consumadores de seu sentido, de seus significados. Se você quiser extrair sentido. Se não, tudo bem. Quem disse que sempre precisa haver sentido? A pistola de Tchékhov não é uma regra pétrea.
No programa da peça que citei na primeira linha, o diretor Felipe Hirsch fala:
"Não há tiro no segundo ato de Bang Bang. Não há sequer segundo ato. Há tiros por todos os lados em Bang Bang Esse filme é, uma década antes, todo o teatro alemão".
Bom filme. Sem firula, sem ser frenético, exagerado ou forçadamente Pop. Mais jazz, mais irônico, mais cínico e com uma sutileza teatral em muitos momentos. Ambientado em 1971, mesmo ano que Nixon formalizou a patética, iníqua e estéril Guerra às drogas.
A narração em off deixa o personagem do Matt Dillon um "Jack Kerouac dos opioides". O texto final é muito bom.
A presença do William S. Burroughs no terceiro ato adiciona ainda mais um toque de elegância ao filme com a carga dramática de seus ótimos diálogos e gestos pausados. (Fica a dica de Naked Lunch, filme do Cronenberg baseado no livro do William S. Burroughs. Pelo que me lembro desse filme o pessoal se droga com inseticida e é cheio de mostruosos insetos, para Gregor Samsa nenhum colocar defeito).
Rio anos 70, policiais, proxenetas, hetairas, dançarinas, assassinos, batedores de carteira, taxistas armados, boates, cortiços, lanchonetes de madrugada, dança lenta ao som de Roberto Carlos, Fantasy tocando no motel, nuances de pornochanchada.
Esse filme é muito bom! quase o submundo de um conto do Rubem Fonseca.
É um produto do seu tempo. Você julga moralmente arte no tempo ou emite juízo de valor?
Primeiro pensei que eram dias diferentes, mas com situações bem parecidas.
Depois comecei a intuir que nenhum personagem se dava conta da repetição das cenas (com pequenas variações): o amigo sempre apresentava a dona do bar, ela não lembrava do beijo anterior, o inicio da neve e depois tudo limpo, etc.
Ai lembrei do Feitiço do Tempo, com Bill Murray e comecei a achar que aqui o protagonista também estava "preso no mesmo dia", com a diferença que além dele a atriz que ele acidentalmente fica encontrando na rua também lembra dos encontros anteriores.
No filme nada disso fica claro, nem o motivo ou o desfecho para qualquer uma das opções.
E isso é ótimo, porque me deu a liberdade de elaborar essas hipóteses e ficar pirando nelas no contexto do filme.
Que decepção. Se ele for mesmo nosso representante no Oscar vai ser outro ano perdido. Não que o Oscar seja parâmetro unânime, mas em filmes estrangeiros costumam acertar. Vai continuar Chile e Argentina vencendo e Brasil nada, pois simplesmente não escolhemos os nossos melhores filmes. Aquarius não ir competir foi a prova viva. Poderia ser Arábia esse ano, do Affonso Uchoa e João Dumans. Esse sim filmão.
Bang Bang
3.9 48Cheguei nesse filme por causa da peça Fantasmagoria IV - Agora era tudo tão velho, dos últralíricos, com Dir.: Felipe Hirsch.
E que filme!!! Metalinguistico, disruptivo, imprevisível, jovem, um domínio absurdo da câmera e enquadramento, muito engraçado e com quebra formal dos estilos cinematográficos (especialmente a montagem) gerando assim o seu próprio estilo.
Pereio tá foda. As cenas do táxi, a cena do quarto de hotel e a do bar são puro requinte!!
[/spoiler]
- Oi
- Oi. Tá bom?
- Por que você falou tá bom? Eu só falei: Oi.
- Por quê? Não é assim que se fala?
- Vamos começar tudo de novo tá bom.
- Oi.
- Oi.
[spoiler]
Nada conclusivo. Nada peremptório.
Não somos apenas consumidores desse filme, mas propriamente consumadores de seu sentido, de seus significados. Se você quiser extrair sentido. Se não, tudo bem. Quem disse que sempre precisa haver sentido? A pistola de Tchékhov não é uma regra pétrea.
No programa da peça que citei na primeira linha, o diretor Felipe Hirsch fala:
"Não há tiro no segundo ato de Bang Bang.
Não há sequer segundo ato.
Há tiros por todos os lados em Bang Bang
Esse filme é, uma década antes, todo o teatro alemão".
Drugstore Cowboy
3.7 107 Assista AgoraBom filme. Sem firula, sem ser frenético, exagerado ou forçadamente Pop. Mais jazz, mais irônico, mais cínico e com uma sutileza teatral em muitos momentos. Ambientado em 1971, mesmo ano que Nixon formalizou a patética, iníqua e estéril Guerra às drogas.
A narração em off deixa o personagem do Matt Dillon um "Jack Kerouac dos opioides". O texto final é muito bom.
A presença do William S. Burroughs no terceiro ato adiciona ainda mais um toque de elegância ao filme com a carga dramática de seus ótimos diálogos e gestos pausados. (Fica a dica de Naked Lunch, filme do Cronenberg baseado no livro do William S. Burroughs. Pelo que me lembro desse filme o pessoal se droga com inseticida e é cheio de mostruosos insetos, para Gregor Samsa nenhum colocar defeito).
O Guardião
3.4 5Ele só queria se libertar para poder entrar no mar
Rambo: Programado Para Matar
3.7 578 Assista AgoraMuito bom o filme e a reflexão do papel social e mental dos soldados pós-guerra.
Além da força do monólogo final, imagina se fosse adicionado o que tem no livro:
Ouvi dizer que no livro o Rambo se suicida no final!
Amor Bandido
3.5 25 Assista AgoraRio anos 70, policiais, proxenetas, hetairas, dançarinas, assassinos, batedores de carteira, taxistas armados, boates, cortiços, lanchonetes de madrugada, dança lenta ao som de Roberto Carlos, Fantasy tocando no motel, nuances de pornochanchada.
Esse filme é muito bom! quase o submundo de um conto do Rubem Fonseca.
É um produto do seu tempo. Você julga moralmente arte no tempo ou emite juízo de valor?
ANNA
2.7 5 Assista Agoraonde posso ver esse filme? (18/09/2021)
O Dia em que Ele Chegar
3.8 17Filme muito bom.
Me ganhou de cara pela fotografia e pelos zooms. Curti os diálogos também.
Primeiro pensei que eram dias diferentes, mas com situações bem parecidas.
Depois comecei a intuir que nenhum personagem se dava conta da repetição das cenas (com pequenas variações): o amigo sempre apresentava a dona do bar, ela não lembrava do beijo anterior, o inicio da neve e depois tudo limpo, etc.
Ai lembrei do Feitiço do Tempo, com Bill Murray e comecei a achar que aqui o protagonista também estava "preso no mesmo dia", com a diferença que além dele a atriz que ele acidentalmente fica encontrando na rua também lembra dos encontros anteriores.
No filme nada disso fica claro, nem o motivo ou o desfecho para qualquer uma das opções.
E isso é ótimo, porque me deu a liberdade de elaborar essas hipóteses e ficar pirando nelas no contexto do filme.
Sertânia
3.8 27Onde posso ver esse filme?
(22/11/2020)
O Grande Circo Místico
2.2 139Que decepção.
Se ele for mesmo nosso representante no Oscar vai ser outro ano perdido.
Não que o Oscar seja parâmetro unânime, mas em filmes estrangeiros costumam acertar. Vai continuar Chile e Argentina vencendo e Brasil nada, pois simplesmente não escolhemos os nossos melhores filmes.
Aquarius não ir competir foi a prova viva.
Poderia ser Arábia esse ano, do Affonso Uchoa e João Dumans. Esse sim filmão.