Duas coisas: 1) Impressionantes a produção e a ousadia para a época em que o filme foi produzido. Tudo funciona muito bem e mesmo alguns momentos de atuação inexperientes não atrapalham o andamento da história. 2) Que filme pesado da peste. É tudo muito cru. Não tem rodeios, eufemismos, romantizações; só um retrato visceral de vários problemas sociais que infelizmente continuam atuais.
Por algum motivo a série parece muito acelerada, juntando diversos acontecimentos da versão animada em apenas um episódio e não permitindo que os momentos mais dramáticos causem tanto impacto, mas ao mesmo tempo parece muito devagar, repisando nos mesmos conflitos internos dos personagens ao longo de vários episódios. Entendo que mudanças são necessárias para adaptar toda a história em 8 episódios, e não acho que elas sejam ruins por si, o problema é que os personagens ficaram unidimensionais e sem muito desenvolvimento. Além disso, às vezes os conflitos tentam mostrar como nada é simples em um contexto de guerra, mas também há uma divisão clichê entre bem e mal, mocinhos e vilões. Achei esses aspectos contraditórios. Agora os elogios: a produção é espetacular (especialmente os cenários e figurinos), o elenco foi muito bem selecionado (gostei particularmente do Sokka, da Suki e do Zuko), e os efeitos visuais são muito bons. Ainda há algo que me parece estranho na apresentação das dobras, mas não é nada que atrapalhe muito.
Gostei do começo e do final. O humor debochado foi divertido no início, mas na metade foi ficando excessivo e acho que tirou o foco de situações dramáticas que mereciam mais seriedade. Há algo de podre nos esportes que cobram por "imagens" ideais. Fiquei lembrando do Johnny Weir, que nunca era muito bem avaliado nas competições por ser assumidamente homossexual e afeminado "demais" no vestuário e na performance. O filme tem muitas críticas boas, não só aos rolos envolvendo o esporte, mas sobre relações abusivas, o "lugar" da mulher na sociedade, as injustiças e desigualdades sociais, as violências em diferentes formas... Muito bom, muito bom. O que me incomodou foi só um pouco do excesso na tentativa de fazer humor com a história toda, mesmo que o intuito fosse de criticar a burrice das pessoas envolvidas.
Fizeram tanto escândalo sobre esse filme que eu estava esperando polêmica, indecência e depravação. Não teve. Tem algumas cenas supostamente absurdas, mas da forma como foram feitas acho que ficou bem suave. É um bom filme. A fotografia é belíssima. O problema é que o roteiro é previsível e a hype injustificada.
Revendo agora percebi que o filme faz uma grande crítica à colonização e à exploração (e extermínio) de outras culturas. Claro que quando era criança não tinha percebido nada disso, mas minha nossa, é impressionante ver essa temática ser abordada de forma tão acessível. Há a apresentação de uma cultura "estrangeira" como sofisticada, tecnológica e com história própria, e não como simplesmente "inferior" e "selvagem". Sem falar da valorização de diversas áreas da ciência, passando pela antropologia, história, geografia, geologia, linguística etc. em tão pouco tempo. Gosto do herói ser um acadêmico desengonçado e os personagens secundários são muito interessantes, mesmo com pouco tempo de tela. Tô impressionado com a mensagem de valorização e respeito de outras culturas e o incentivo à ciência. O problema do filme foi o de ter sido lançado estando muito à frente de sua época.
O grande problema dessa série é usar os contos do Poe como base do roteiro para contar uma história que não tem absolutamente nada a ver com a obra do escritor. Funcionaria melhor se tivesse um roteiro completamente original. As críticas sociais são muito atuais e excelentes, mas não combinam com o espírito de horror das narrativas clássicas. A costura dos contos numa só história, ambientada nos tempos atuais, a fim de fazer críticas políticas, econômicas, culturais etc., simplesmente não funciona. A série se arrasta ao longo dos episódios para retratar diferentes textos do Edgar Allan Poe, e daria para cortar toda a narrativa da grande família para focar só na história dos gêmeos "patriarcas" - talvez em um filme. O atrativo da série, para mim, era ter os textos do Poe como base, mas no final ficou parecendo só um "extra" que não acrescenta em nada e poderia ser muito facilmente cortado ou trocado por outra coisa. Tô decepcionado.
Muito superior ao primeiro filme. O roteiro é melhor e existem alguns conflitos mais "sérios" no meio de todas trapalhadas. Lembro que quando foi lançado eu fiquei desesperado para vê-lo no cinema e meu pai me levou no meio de uma chuva intensa pra assistir. Uma das melhores lembranças da minha infância. Fiquei muito chateado quando era criança de não ter outra sequência, mas tudo bem. Revendo agora sei que esse filme guarda um pouco da minha infância, e sempre poderei reassistir quando quiser.
É óbvio que o filme não foi inicialmente produzido pensando no público infantil. Lembro de assistir cenas deletadas no VHS quando era criança e tinha muita coisa no espírito universitário do elenco, haha. Dá pra ver que a edição final cortou algumas cenas e ficaram alguns erros de continuidade, mas não atrapalha muito porque, apesar de alguns tropeços, o filme é muito fiel às trapalhadas do desenho. O roteiro não é grande coisa, mas esse ELENCO!! Difícil de competir com esse elenco impecável para a Mistério S/A. Revendo hoje senti que no geral o filme é meio besta, mas será eternamente icônico.
Aprecio o realismo da série, principalmente pelos dramas serem normais - problemas amorosos e familiares, traumas, dificuldades de lidar com o luto, coisas do cotidiano mesmo, próximos da realidade e nada absurdos. Mas devo dizer que esperava mais conflitos. Talvez tenha ficado mal acostumado com os excessos de Grey's Anatomy, mas muitas situações se desmancham no ar e brigas que parecem inevitáveis nunca chegam a acontecer e as coisas simplesmente voltam aos eixos ou mudam sem explicação. Também senti isso na primeira temporada: às vezes falta uma sequência para alguns casos e problemas, e inclusive personagens simplesmente somem da história. A série é boa, mas tem muitos furos.
1. Não acredito que o Carter não explodiu nem uma vez com o Benton, mesmo com o tratamento horrível, e no final ainda acabam como parças?? 2. Todo o conflito do Benton com o outro médico que fraudou a pesquisa simplesmente se desmanchou no ar e não gostei da resolução da coisa toda. 3. Susan e Weaver tiveram seus momentos de confronto mas faltou sair uma pancadaria. 4. O processo contra o Greene por causa do diagnóstico errado sobre a mulher grávida acabou sumindo do enredo. E muito esquisito todo o processo de divórcio dele. 5. Harper chegou, causou conflitos e se foi... Inclusive ela dorme com o Ross, o Carter não lida bem e pouco tempo depois é como se nada tivesse acontecido. 6. Não sei quem é a Carol, porque em cada episódio ela se comporta de forma diferente. Nunca mais se falou sobre a tentativa de suicídio nem sobre a vida dela, e não consigo gostar nem me importar com ela.
Pensei que poderia gostar mais da sequência do que o primeiro filme pelo foco não ser mais nas crianças, mas... Desnecessariamente longo. Muito juvenil para o elenco adulto. Final ruim. É muito bem produzido e algumas cenas são bacanas, mas definitivamente não era o que eu gostaria que fosse.
Demorei muito para finalmente assistir e talvez minhas expectativas estivessem altas demais? Sei lá. É bom. Não é nada "uau, incrível". Talvez tenha me parecido muito juvenil e eu esperava outra coisa? Não vi a versão anterior e não conhecia a história, então foi tudo novidade pra mim. Enfim, não sei. Parece que não gostei muito, mas também não achei ruim. Então tá ok? Pode ser que eu goste mais da segunda parte. Ou não. Nem sei.
Apesar de ser cheio de clichês estadunidenses, acho esse filme excelente. Foi meu primeiro contato com qualquer tipo de educação sexual fora da escola, e revendo-o hoje acho que o filme ainda se sustenta muito bem. Algumas (poucas) cenas realmente envelheceram mal, porque o olhar masculino fica explícito (com a exposição desnecessária de corpos femininos e o foco no ponto de vista masculino), mas a mensagem principal permanece e ainda precisa ser mais disseminada. O ponto principal, a meu ver, é a não-sexualização das relações e das pessoas (mulheres, principalmente), mesmo quando estamos falando de trabalhadores da indústria do "entretenimento adulto". O grande conflito da trama é a tentativa de uma atriz de não ser apenas objetificada sexualmente, mas de ser vista e tratada como uma pessoa. Todo o restante da história se desenrola a partir disso, e mesmo que eu não tenha entendido completamente essa mensagem quando vi o filme pela primeira vez (nos meus 12 ou 13 anos), acho que a carreguei comigo e a internalizei de alguma maneira, pois tenho cada vez mais ranço da hipersexualização de tudo: corpos, pessoas (reais ou não), relacionamentos, situações... Esse filme mostra muito bem que sim, essas coisas existem, mas há muito mais.
Tem algo errado com esse filme, e não sei identificar exatamente o quê. Não sei se o problema é a direção, o roteiro ou a atuação, mas tem algum problema aí. A história é simples, mas poderia ser contada de forma muito mais interessante, os personagens poderiam ser muito mais cativantes e o filme como um todo poderia ser muito melhor. Senti falta de emoções, pareceu tudo muito monótono e os atores não me convenceram nem me atraíram para a história. Sinceramente achei o Harry Styles o melhor dos três protagonistas, e nem o achei tão bom assim. Não entendi o motivo do conflito lá dos anos 50 se prolongar até a velhice dos personagens e, na real, nem me importo em entender. Poderia ter sido muito melhor, mas é um filme fraco, esquecível (como disseram em outros comentários).
Gosto desse filme. Lembro de tê-lo assistido pouco depois de ter sido lançado. Já se vão quase 20 anos desde o lançamento e só esses dias a humanidade começou a realmente levar a questão climática a sério, até porque as mudanças estão acontecendo. Não é tão drástico e rápido, mas é um processo em andamento. Gosto da mensagem principal do filme, de como o homem é pequeno e impotente diante da natureza. E agora, reassistindo, uma fala ressoou muito em mim, principalmente após ter (sobre)vivido a pandemia de covid: "Tudo que me importava, tudo em que trabalhei foi uma preparação para um futuro que não existe mais". É isso.
Admiro muito a representação do folclore brasileiro, e gostei muito da diversidade e da mensagem principal dessa temporada. A produção é fantástica, mas algumas coisas me incomodam desde o início da série, principalmente o roteiro. Acho inclusive que o roteiro atrapalha algumas atuações e alguns diálogos chegam a causar vergonha alheia. Mas o principal problema, a meu ver, é a ideia de integrar tantas entidades em uma historinha só.
O lobisomem só aparece para "passar os poderes" pro omi branco, nem chegamos a vê-lo completamente transformado, e a mula praticamente some depois do terceiro episódio, não é?
Desde o começo da série não gostei das entidades terem uma "versão" humana. A Matinta é a única que realmente tem uma aura de Entidade, mas apesar de não gostar, acho que nessa temporada conseguiram integrar um pouco melhor esse aspecto focando mais nos povos indígenas. De todo modo, o roteiro tem um furo grave que desmonta tudo:
se o amuleto era tão importante e a Luna o havia recebido antes dos acontecimentos da primeira temporada, por que ela não foi protegida do Corpo Seco?
O que mais me atrai na série, sem dúvidas, é poder ver o folclore brasileiro "criando vida" na tela, mas não sou muito fã da execução. Como disse, muitos problemas no roteiro. Acho que se houvesse uma série antológica, com episódios independentes, cada um contando um episódio envolvendo alguma das diversas entidades da nossa cultura, e enquanto entidades mesmo e não seres híbridos, seria mais interessante. Quem sabe Cidade Invisível abra portas para outras séries envolvendo o folclore no futuro. Adoraria assistir.
Única alegria que esse filme me proporcionou foi a de poder ver o Eddie e a Toni jovenzíneos, mas o roteiro, os diálogos, e a premissa toda é muito mal elaborada. Se pensar um pouco mais sobre os acontecimentos, nada faz muito sentido. Mal podia esperar a hora de acabar, e que alegria que acabou.
Das séries do Mike Flanagan, essa com certeza é a mais fraca até agora. Acho que o problema principal foi o de ter muitas narrativas paralelas.
A história principal é a que se passa na casa/hospital em que os adolescentes precisam lidar com suas doenças e os medos que elas causam. Se a série focasse só nisso, acredito que teria sido incrível, pois os melhores momentos provém dos conflitos dos personagens com sua mortalidade. Mas aí, além disso, temos as histórias do clube da meia-noite, que em geral não achei tão interessantes, e muitas delas são homenagens a estilos narrativos muito específicos (como exemplo a história inspirada nos filmes de detetive noir). E nessas histórias do clube temos de tudo, né: ficção científica, dramas psicológicos, suspenses criminais, etc. Só isso já mistura muita coisa com a história principal. Mas tem mais. Além de tudo isso, ainda temos o passado da casa/hospital e a história de um suposto culto, que debate o que é saúde e espiritualidade. É muita coisa.
Como um todo, a série peca no excesso de histórias e de ambiguidades. Ficamos sem saber afinal o que é real e o que é projeção de medos e "estados de espírito" dos personagens, o que é apenas uma história do clube, o que é parte da história da casa e do culto... Muita coisa junta e mal articulada, sem falar nas diversas referências aos anos 1980 e 1990 que perpassam a série toda. E, para além disso, os personagens na maioria das vezes não são tão interessantes nem possuem muito carisma. As histórias do clube ainda tentam falar algo sobre cada um deles, seus conflitos interiores, suas histórias passadas, mas acho que pouquíssima coisa realmente chega a cativar.
Que premissa absurda. Fiquei tão incomodado com a forma como a história começou que passei a primeira hora incrédulo com os desdobramentos e irritado com a atitude (ou falta dela) dos personagens. Depois da metade do filme consegui me engajar um pouco mais e quase comecei a gostar, mas chegando no fim a coisa ficou esquisita de novo. Senti muita falta de comunicação. Sei que faz parte da cultura japonesa não falar muito, mas minha nossa, fez falta demais aqui. Queria ter gostado, mas pra mim não rolou.
Taí um filme que foi verdadeiramente assustador, e mais pelo aspecto psicológico da narrativa e pela atuação impecável da Essie Davies. Senti tudo que ela estava sentindo e foi desesperador acompanhá-la. O filme trabalha muito bem com as sugestões visuais e há uma atmosfera incômoda na maior parte do tempo. Não sou especialista, mas gostei da montagem e da fotografia. É tudo muito simples mas altamente eficiente. Confesso que não esperava muito, mas fui surpreendido e com certeza O Babadook vai assombrar minha mente por mais tempo.
Achei fofo, com a simplicidade e delicadeza típicas do cinema japonês. Apesar da abordagem de alguns dramas familiares, não há nada muito complicado ou surpreendente - exceto pela trilha sonora, que me pegou de surpresa. Boa demais!
Achei o filme um pouco arrastado, mas cumpre bem a proposta de modernizar o mito do vampiro. Todos os elementos que antes eram associados ao vampiro em filmes anteriores, principalmente nas famosas adaptações do Drácula, são tratados como "magia", "fantasia", e debochados em diversos momentos. Aqui o vampiro se aproxima do serial killer, que estava fazendo cada vez mais sucesso com os filmes slasher na década de 1970. Com essa mudança, o horror deixa o espírito gótico do século 19, alcança os século 20, e o tom mais realista e existencial ganha força. Acho que o filme é um bom precursor das narrativas sobre vampiros que vieram anos mais tarde e da crise existencial que começou a aparecer em muitas das obras protagonizadas pelos vampiros; como exemplo, lembrei de "Entrevista com o vampiro" e "Only lovers left alive".
Filme maravilhoso para renovar o nojo e a descrença na humanidade (como se as nossas notícias de cada dia já não fossem o suficiente). Não tenho palavras, só sentimentos ruins.
Terminei o filme e lembrei da frase que vi por aí na internet em algum momento da vida (alguns lugares dizem que é do Shakespeare, mas não sei): "nada é mais comum do que o desejo de ser notável". É isto.
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Pixote: A Lei do Mais Fraco
4.0 449Duas coisas: 1) Impressionantes a produção e a ousadia para a época em que o filme foi produzido. Tudo funciona muito bem e mesmo alguns momentos de atuação inexperientes não atrapalham o andamento da história. 2) Que filme pesado da peste. É tudo muito cru. Não tem rodeios, eufemismos, romantizações; só um retrato visceral de vários problemas sociais que infelizmente continuam atuais.
Avatar: O Último Mestre do Ar (1ª Temporada)
3.8 168 Assista AgoraPor algum motivo a série parece muito acelerada, juntando diversos acontecimentos da versão animada em apenas um episódio e não permitindo que os momentos mais dramáticos causem tanto impacto, mas ao mesmo tempo parece muito devagar, repisando nos mesmos conflitos internos dos personagens ao longo de vários episódios. Entendo que mudanças são necessárias para adaptar toda a história em 8 episódios, e não acho que elas sejam ruins por si, o problema é que os personagens ficaram unidimensionais e sem muito desenvolvimento. Além disso, às vezes os conflitos tentam mostrar como nada é simples em um contexto de guerra, mas também há uma divisão clichê entre bem e mal, mocinhos e vilões. Achei esses aspectos contraditórios. Agora os elogios: a produção é espetacular (especialmente os cenários e figurinos), o elenco foi muito bem selecionado (gostei particularmente do Sokka, da Suki e do Zuko), e os efeitos visuais são muito bons. Ainda há algo que me parece estranho na apresentação das dobras, mas não é nada que atrapalhe muito.
How to Have Sex
3.7 111 Assista AgoraEsse filme é um pesadelo do começo ao fim. Até as partes supostamente divertidas são aterrorizantes (um grande alô aos companheiros introvertidos).
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraGostei do começo e do final. O humor debochado foi divertido no início, mas na metade foi ficando excessivo e acho que tirou o foco de situações dramáticas que mereciam mais seriedade. Há algo de podre nos esportes que cobram por "imagens" ideais. Fiquei lembrando do Johnny Weir, que nunca era muito bem avaliado nas competições por ser assumidamente homossexual e afeminado "demais" no vestuário e na performance. O filme tem muitas críticas boas, não só aos rolos envolvendo o esporte, mas sobre relações abusivas, o "lugar" da mulher na sociedade, as injustiças e desigualdades sociais, as violências em diferentes formas... Muito bom, muito bom. O que me incomodou foi só um pouco do excesso na tentativa de fazer humor com a história toda, mesmo que o intuito fosse de criticar a burrice das pessoas envolvidas.
Saltburn
3.5 861Fizeram tanto escândalo sobre esse filme que eu estava esperando polêmica, indecência e depravação. Não teve. Tem algumas cenas supostamente absurdas, mas da forma como foram feitas acho que ficou bem suave. É um bom filme. A fotografia é belíssima. O problema é que o roteiro é previsível e a hype injustificada.
Atlantis: O Reino Perdido
3.5 252 Assista AgoraRevendo agora percebi que o filme faz uma grande crítica à colonização e à exploração (e extermínio) de outras culturas. Claro que quando era criança não tinha percebido nada disso, mas minha nossa, é impressionante ver essa temática ser abordada de forma tão acessível. Há a apresentação de uma cultura "estrangeira" como sofisticada, tecnológica e com história própria, e não como simplesmente "inferior" e "selvagem". Sem falar da valorização de diversas áreas da ciência, passando pela antropologia, história, geografia, geologia, linguística etc. em tão pouco tempo. Gosto do herói ser um acadêmico desengonçado e os personagens secundários são muito interessantes, mesmo com pouco tempo de tela. Tô impressionado com a mensagem de valorização e respeito de outras culturas e o incentivo à ciência. O problema do filme foi o de ter sido lançado estando muito à frente de sua época.
A Queda da Casa de Usher
3.9 288 Assista AgoraO grande problema dessa série é usar os contos do Poe como base do roteiro para contar uma história que não tem absolutamente nada a ver com a obra do escritor. Funcionaria melhor se tivesse um roteiro completamente original. As críticas sociais são muito atuais e excelentes, mas não combinam com o espírito de horror das narrativas clássicas. A costura dos contos numa só história, ambientada nos tempos atuais, a fim de fazer críticas políticas, econômicas, culturais etc., simplesmente não funciona. A série se arrasta ao longo dos episódios para retratar diferentes textos do Edgar Allan Poe, e daria para cortar toda a narrativa da grande família para focar só na história dos gêmeos "patriarcas" - talvez em um filme. O atrativo da série, para mim, era ter os textos do Poe como base, mas no final ficou parecendo só um "extra" que não acrescenta em nada e poderia ser muito facilmente cortado ou trocado por outra coisa. Tô decepcionado.
Scooby-Doo 2: Monstros à Solta
2.9 410 Assista AgoraMuito superior ao primeiro filme. O roteiro é melhor e existem alguns conflitos mais "sérios" no meio de todas trapalhadas. Lembro que quando foi lançado eu fiquei desesperado para vê-lo no cinema e meu pai me levou no meio de uma chuva intensa pra assistir. Uma das melhores lembranças da minha infância. Fiquei muito chateado quando era criança de não ter outra sequência, mas tudo bem. Revendo agora sei que esse filme guarda um pouco da minha infância, e sempre poderei reassistir quando quiser.
Scooby-Doo
2.9 656 Assista AgoraÉ óbvio que o filme não foi inicialmente produzido pensando no público infantil. Lembro de assistir cenas deletadas no VHS quando era criança e tinha muita coisa no espírito universitário do elenco, haha. Dá pra ver que a edição final cortou algumas cenas e ficaram alguns erros de continuidade, mas não atrapalha muito porque, apesar de alguns tropeços, o filme é muito fiel às trapalhadas do desenho. O roteiro não é grande coisa, mas esse ELENCO!! Difícil de competir com esse elenco impecável para a Mistério S/A. Revendo hoje senti que no geral o filme é meio besta, mas será eternamente icônico.
Plantão Médico (2ª Temporada)
4.2 12 Assista AgoraAprecio o realismo da série, principalmente pelos dramas serem normais - problemas amorosos e familiares, traumas, dificuldades de lidar com o luto, coisas do cotidiano mesmo, próximos da realidade e nada absurdos. Mas devo dizer que esperava mais conflitos. Talvez tenha ficado mal acostumado com os excessos de Grey's Anatomy, mas muitas situações se desmancham no ar e brigas que parecem inevitáveis nunca chegam a acontecer e as coisas simplesmente voltam aos eixos ou mudam sem explicação. Também senti isso na primeira temporada: às vezes falta uma sequência para alguns casos e problemas, e inclusive personagens simplesmente somem da história. A série é boa, mas tem muitos furos.
Agora os desabafos:
1. Não acredito que o Carter não explodiu nem uma vez com o Benton, mesmo com o tratamento horrível, e no final ainda acabam como parças??
2. Todo o conflito do Benton com o outro médico que fraudou a pesquisa simplesmente se desmanchou no ar e não gostei da resolução da coisa toda.
3. Susan e Weaver tiveram seus momentos de confronto mas faltou sair uma pancadaria.
4. O processo contra o Greene por causa do diagnóstico errado sobre a mulher grávida acabou sumindo do enredo. E muito esquisito todo o processo de divórcio dele.
5. Harper chegou, causou conflitos e se foi... Inclusive ela dorme com o Ross, o Carter não lida bem e pouco tempo depois é como se nada tivesse acontecido.
6. Não sei quem é a Carol, porque em cada episódio ela se comporta de forma diferente. Nunca mais se falou sobre a tentativa de suicídio nem sobre a vida dela, e não consigo gostar nem me importar com ela.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista AgoraPensei que poderia gostar mais da sequência do que o primeiro filme pelo foco não ser mais nas crianças, mas... Desnecessariamente longo. Muito juvenil para o elenco adulto. Final ruim. É muito bem produzido e algumas cenas são bacanas, mas definitivamente não era o que eu gostaria que fosse.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraDemorei muito para finalmente assistir e talvez minhas expectativas estivessem altas demais? Sei lá. É bom. Não é nada "uau, incrível". Talvez tenha me parecido muito juvenil e eu esperava outra coisa? Não vi a versão anterior e não conhecia a história, então foi tudo novidade pra mim. Enfim, não sei. Parece que não gostei muito, mas também não achei ruim. Então tá ok? Pode ser que eu goste mais da segunda parte. Ou não. Nem sei.
Show de Vizinha
3.1 822 Assista AgoraApesar de ser cheio de clichês estadunidenses, acho esse filme excelente. Foi meu primeiro contato com qualquer tipo de educação sexual fora da escola, e revendo-o hoje acho que o filme ainda se sustenta muito bem. Algumas (poucas) cenas realmente envelheceram mal, porque o olhar masculino fica explícito (com a exposição desnecessária de corpos femininos e o foco no ponto de vista masculino), mas a mensagem principal permanece e ainda precisa ser mais disseminada. O ponto principal, a meu ver, é a não-sexualização das relações e das pessoas (mulheres, principalmente), mesmo quando estamos falando de trabalhadores da indústria do "entretenimento adulto". O grande conflito da trama é a tentativa de uma atriz de não ser apenas objetificada sexualmente, mas de ser vista e tratada como uma pessoa. Todo o restante da história se desenrola a partir disso, e mesmo que eu não tenha entendido completamente essa mensagem quando vi o filme pela primeira vez (nos meus 12 ou 13 anos), acho que a carreguei comigo e a internalizei de alguma maneira, pois tenho cada vez mais ranço da hipersexualização de tudo: corpos, pessoas (reais ou não), relacionamentos, situações... Esse filme mostra muito bem que sim, essas coisas existem, mas há muito mais.
Meu Policial
3.4 145 Assista AgoraTem algo errado com esse filme, e não sei identificar exatamente o quê. Não sei se o problema é a direção, o roteiro ou a atuação, mas tem algum problema aí. A história é simples, mas poderia ser contada de forma muito mais interessante, os personagens poderiam ser muito mais cativantes e o filme como um todo poderia ser muito melhor. Senti falta de emoções, pareceu tudo muito monótono e os atores não me convenceram nem me atraíram para a história. Sinceramente achei o Harry Styles o melhor dos três protagonistas, e nem o achei tão bom assim. Não entendi o motivo do conflito lá dos anos 50 se prolongar até a velhice dos personagens e, na real, nem me importo em entender. Poderia ter sido muito melhor, mas é um filme fraco, esquecível (como disseram em outros comentários).
O Dia Depois de Amanhã
3.2 1,2K Assista AgoraGosto desse filme. Lembro de tê-lo assistido pouco depois de ter sido lançado. Já se vão quase 20 anos desde o lançamento e só esses dias a humanidade começou a realmente levar a questão climática a sério, até porque as mudanças estão acontecendo. Não é tão drástico e rápido, mas é um processo em andamento. Gosto da mensagem principal do filme, de como o homem é pequeno e impotente diante da natureza. E agora, reassistindo, uma fala ressoou muito em mim, principalmente após ter (sobre)vivido a pandemia de covid: "Tudo que me importava, tudo em que trabalhei foi uma preparação para um futuro que não existe mais". É isso.
Cidade Invisível (2ª Temporada)
3.4 184 Assista AgoraAdmiro muito a representação do folclore brasileiro, e gostei muito da diversidade e da mensagem principal dessa temporada. A produção é fantástica, mas algumas coisas me incomodam desde o início da série, principalmente o roteiro. Acho inclusive que o roteiro atrapalha algumas atuações e alguns diálogos chegam a causar vergonha alheia. Mas o principal problema, a meu ver, é a ideia de integrar tantas entidades em uma historinha só.
O lobisomem só aparece para "passar os poderes" pro omi branco, nem chegamos a vê-lo completamente transformado, e a mula praticamente some depois do terceiro episódio, não é?
Desde o começo da série não gostei das entidades terem uma "versão" humana. A Matinta é a única que realmente tem uma aura de Entidade, mas apesar de não gostar, acho que nessa temporada conseguiram integrar um pouco melhor esse aspecto focando mais nos povos indígenas. De todo modo, o roteiro tem um furo grave que desmonta tudo:
se o amuleto era tão importante e a Luna o havia recebido antes dos acontecimentos da primeira temporada, por que ela não foi protegida do Corpo Seco?
O que mais me atrai na série, sem dúvidas, é poder ver o folclore brasileiro "criando vida" na tela, mas não sou muito fã da execução. Como disse, muitos problemas no roteiro. Acho que se houvesse uma série antológica, com episódios independentes, cada um contando um episódio envolvendo alguma das diversas entidades da nossa cultura, e enquanto entidades mesmo e não seres híbridos, seria mais interessante. Quem sabe Cidade Invisível abra portas para outras séries envolvendo o folclore no futuro. Adoraria assistir.
Mentes Diabólicas
3.6 113Única alegria que esse filme me proporcionou foi a de poder ver o Eddie e a Toni jovenzíneos, mas o roteiro, os diálogos, e a premissa toda é muito mal elaborada. Se pensar um pouco mais sobre os acontecimentos, nada faz muito sentido. Mal podia esperar a hora de acabar, e que alegria que acabou.
O Clube da Meia-Noite (1ª Temporada)
3.0 143 Assista AgoraDas séries do Mike Flanagan, essa com certeza é a mais fraca até agora. Acho que o problema principal foi o de ter muitas narrativas paralelas.
A história principal é a que se passa na casa/hospital em que os adolescentes precisam lidar com suas doenças e os medos que elas causam. Se a série focasse só nisso, acredito que teria sido incrível, pois os melhores momentos provém dos conflitos dos personagens com sua mortalidade. Mas aí, além disso, temos as histórias do clube da meia-noite, que em geral não achei tão interessantes, e muitas delas são homenagens a estilos narrativos muito específicos (como exemplo a história inspirada nos filmes de detetive noir). E nessas histórias do clube temos de tudo, né: ficção científica, dramas psicológicos, suspenses criminais, etc. Só isso já mistura muita coisa com a história principal. Mas tem mais. Além de tudo isso, ainda temos o passado da casa/hospital e a história de um suposto culto, que debate o que é saúde e espiritualidade. É muita coisa.
Como um todo, a série peca no excesso de histórias e de ambiguidades. Ficamos sem saber afinal o que é real e o que é projeção de medos e "estados de espírito" dos personagens, o que é apenas uma história do clube, o que é parte da história da casa e do culto... Muita coisa junta e mal articulada, sem falar nas diversas referências aos anos 1980 e 1990 que perpassam a série toda. E, para além disso, os personagens na maioria das vezes não são tão interessantes nem possuem muito carisma. As histórias do clube ainda tentam falar algo sobre cada um deles, seus conflitos interiores, suas histórias passadas, mas acho que pouquíssima coisa realmente chega a cativar.
His
4.0 6Que premissa absurda. Fiquei tão incomodado com a forma como a história começou que passei a primeira hora incrédulo com os desdobramentos e irritado com a atitude (ou falta dela) dos personagens. Depois da metade do filme consegui me engajar um pouco mais e quase comecei a gostar, mas chegando no fim a coisa ficou esquisita de novo. Senti muita falta de comunicação. Sei que faz parte da cultura japonesa não falar muito, mas minha nossa, fez falta demais aqui. Queria ter gostado, mas pra mim não rolou.
O Babadook
3.5 2,0KTaí um filme que foi verdadeiramente assustador, e mais pelo aspecto psicológico da narrativa e pela atuação impecável da Essie Davies. Senti tudo que ela estava sentindo e foi desesperador acompanhá-la. O filme trabalha muito bem com as sugestões visuais e há uma atmosfera incômoda na maior parte do tempo. Não sou especialista, mas gostei da montagem e da fotografia. É tudo muito simples mas altamente eficiente. Confesso que não esperava muito, mas fui surpreendido e com certeza O Babadook vai assombrar minha mente por mais tempo.
Coming Home
3.6 16Achei fofo, com a simplicidade e delicadeza típicas do cinema japonês. Apesar da abordagem de alguns dramas familiares, não há nada muito complicado ou surpreendente - exceto pela trilha sonora, que me pegou de surpresa. Boa demais!
Martin
3.8 102Achei o filme um pouco arrastado, mas cumpre bem a proposta de modernizar o mito do vampiro. Todos os elementos que antes eram associados ao vampiro em filmes anteriores, principalmente nas famosas adaptações do Drácula, são tratados como "magia", "fantasia", e debochados em diversos momentos. Aqui o vampiro se aproxima do serial killer, que estava fazendo cada vez mais sucesso com os filmes slasher na década de 1970. Com essa mudança, o horror deixa o espírito gótico do século 19, alcança os século 20, e o tom mais realista e existencial ganha força. Acho que o filme é um bom precursor das narrativas sobre vampiros que vieram anos mais tarde e da crise existencial que começou a aparecer em muitas das obras protagonizadas pelos vampiros; como exemplo, lembrei de "Entrevista com o vampiro" e "Only lovers left alive".
Em Silêncio
4.3 247 Assista AgoraFilme maravilhoso para renovar o nojo e a descrença na humanidade (como se as nossas notícias de cada dia já não fossem o suficiente). Não tenho palavras, só sentimentos ruins.
Não Devíamos Ter Crescido
3.5 18 Assista AgoraTerminei o filme e lembrei da frase que vi por aí na internet em algum momento da vida (alguns lugares dizem que é do Shakespeare, mas não sei): "nada é mais comum do que o desejo de ser notável". É isto.