O amor celebrado na sua forma mais pura: a primeira paixão. Dos momentos iniciais, da inquietação com um novo habitante (mais para invasor) que rompe com a quietude e a reserva de Elio. Do encantamento por Oliver. Dos toques sutis, mas que dizem tanto (um toque equivale a uma explosão vulcânica). Da confusão entre os sentimentos que sempre foram tidos como certos e os que surgem com tamanha força, que são como a natureza na sua forma mais selvagem, sem escapatória. A aceitação e a fala em voz alta, repetida, para que não fique dúvida de que ali reside um sentimento inflamado, resgatado da superfície de um coração recém-descoberto. Da paixão, sem ser platônica, do toque à meia-noite, das fugas, das mãos dadas, das lágrimas, do sangramento, do vômito. O amor, a paixão. Porra, que filme lindo.
Acredito que ainda tenho que digerir muitas coisas do filme, mas sem dúvidas é genial. A montagem, principalmente, como se fosse uma cartomante abrindo cartas de tarot, lembra as ideias mirabolantes de construção criativa de autores como Ítalo Calvino. Visualmente é impecável e o roteiro também não fica atrás. Quanto aos personagens, o que me chamou mais a atenção foi o do C. Bale, que, a princípio, parecia apático por falta de habilidade do Terrence Malick, mas ao longo do filme vai mostrando que a apatia, na verdade, é sua característica mais forte. E neste ponto do filme, toda a construção lógica começa a fazer sentido, porque quem assiste percebe que para entender verdadeiramente o filme é preciso, em algum momento, ter estado tão fora de órbita que, de repente, a vida em si não faz sentido, as peças não se encaixam, nos obrigando a ir juntando os pedaços e a dar sentido a tudo.
O personagem do C. Bale dá sempre dá a entender que ele é uma criatura robótica, que tem algo de pós-humano. Mas, ao acompanhar sua trajetória que beira entre o grotesco dos assassinatos e o sublime do ambiente luxuoso em que está inserido, nós percebemos que ele é a representação perfeita do humano, até mais do que isso: do americano. Aliás, mais ainda: dos Estados Unidos que mata e até pode sentir remorso vez ou outra, mas no fundo o desejo de matar só por matar é maior e é o que o motiva, o que faz seu sangue correr: a adrenalina do clímax. É uma alegoria maravilhosa para os EUA, Trump (aliás, ele citando Trump no filme é premonitório quase) e toda essa turma.
O ponto forte do filme são as atuações, principalmente do Hugh Jackman. Só alguns pontos que pairaram no ar e, ao meu ver, mancharam o filme, que poderia ser realmente brilhante, como, por exemplo a banalidade da morte da culpada. Ela claramente era muito meticulosa, mas foi pega de uma maneira muito desleixada. Isso foi algo que me incomodou muito.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraEsse filme costura temas tão densos numa narrativa que prima pela sutileza, indo do cômico ao poético em segundos.
Estupro, racismo, religião, machismo, doenças terminais, suicídio, relacionamentos familiares conturbados...
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Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraO amor celebrado na sua forma mais pura: a primeira paixão. Dos momentos iniciais, da inquietação com um novo habitante (mais para invasor) que rompe com a quietude e a reserva de Elio. Do encantamento por Oliver. Dos toques sutis, mas que dizem tanto (um toque equivale a uma explosão vulcânica). Da confusão entre os sentimentos que sempre foram tidos como certos e os que surgem com tamanha força, que são como a natureza na sua forma mais selvagem, sem escapatória. A aceitação e a fala em voz alta, repetida, para que não fique dúvida de que ali reside um sentimento inflamado, resgatado da superfície de um coração recém-descoberto. Da paixão, sem ser platônica, do toque à meia-noite, das fugas, das mãos dadas, das lágrimas, do sangramento, do vômito. O amor, a paixão. Porra, que filme lindo.
Cavaleiro de Copas
3.2 412 Assista AgoraAcredito que ainda tenho que digerir muitas coisas do filme, mas sem dúvidas é genial. A montagem, principalmente, como se fosse uma cartomante abrindo cartas de tarot, lembra as ideias mirabolantes de construção criativa de autores como Ítalo Calvino. Visualmente é impecável e o roteiro também não fica atrás. Quanto aos personagens, o que me chamou mais a atenção foi o do C. Bale, que, a princípio, parecia apático por falta de habilidade do Terrence Malick, mas ao longo do filme vai mostrando que a apatia, na verdade, é sua característica mais forte. E neste ponto do filme, toda a construção lógica começa a fazer sentido, porque quem assiste percebe que para entender verdadeiramente o filme é preciso, em algum momento, ter estado tão fora de órbita que, de repente, a vida em si não faz sentido, as peças não se encaixam, nos obrigando a ir juntando os pedaços e a dar sentido a tudo.
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraO personagem do C. Bale dá sempre dá a entender que ele é uma criatura robótica, que tem algo de pós-humano. Mas, ao acompanhar sua trajetória que beira entre o grotesco dos assassinatos e o sublime do ambiente luxuoso em que está inserido, nós percebemos que ele é a representação perfeita do humano, até mais do que isso: do americano. Aliás, mais ainda: dos Estados Unidos que mata e até pode sentir remorso vez ou outra, mas no fundo o desejo de matar só por matar é maior e é o que o motiva, o que faz seu sangue correr: a adrenalina do clímax. É uma alegoria maravilhosa para os EUA, Trump (aliás, ele citando Trump no filme é premonitório quase) e toda essa turma.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraO ponto forte do filme são as atuações, principalmente do Hugh Jackman. Só alguns pontos que pairaram no ar e, ao meu ver, mancharam o filme, que poderia ser realmente brilhante, como, por exemplo a banalidade da morte da culpada. Ela claramente era muito meticulosa, mas foi pega de uma maneira muito desleixada. Isso foi algo que me incomodou muito.
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