A sutileza desse filme encanta, é incrível o como mesmo sendo simples há momentos intensos e comoventes. Magali Biff é uma força, vai aos poucos tomando consciência de si própria após tantos anos se dedicando apenas ao trabalho, o início de sua transformação acontece quando visita as Cataratas, e que cena potente, a câmera faz questão de nos introduzir ao cenário, espetacular! Outra cena bonita é quando Rosália canta "Anahi" com seu irmão.
Um filme melancólico que retrata as deficiências que assolam a Albânia, o desemprego, o machismo, as burocracias, a violência, entre tantas outras coisas. A narrativa tem um ritmo lento e poucos são os diálogos, a protagonista exibe pelo olhar toda a sua tristeza, medo e desesperança. Introspectivo e denso, causa aflição observar a vontade de Elsa em tentar ter sua liberdade e sempre encontrar alguma barreira social.
É mais realista na abordagem, o desconhecido, o medo, a solidão e o desespero são bem delineados e nos aflige bastante. Delícia as cenas em que Anders Danielsen Lie destrói na bateria
Surpreendente! Um filme pitoresco e por vezes exagerado, a sua mescla de gêneros garante originalidade, o sobrenatural está de mãos dadas com um humor irônico e nostálgico, é sombrio e afetuoso, as duas dimensões conversam inteligentemente e por fim além de garantir um gostoso sorriso no rosto aproveita para nos deixar grandes reflexões sobre vida e morte.
Aborda a questão da ausência paterna e os elos que se formam ao acaso e que transformam os sentimentos em relação no que se entende como família. O vínculo formado entre Joseph e Vincent e logo depois com Marie é belo e único, assim como deve ser para cada um. Uma experiência incrível, apaixonada no modo como o diretor capta o olhar dos personagens, visual e narrativa fascinante.
Uma bela homenagem ao mundo do circo, mostrando os bastidores, a apreensão dos artistas misturado com fascinação e amor à arte, os números são retratados com precisão e isso garante tensão toda vez que se apresentam, os ruídos de cordas, estalos são extremamente desconfortáveis e dão a sensação exata do perigo e da destreza dos artistas, além de abordar também a relação conflituosa entre mãe e filha, o como é difícil se desvincular dos laços que sufocam e seguir por si mesma. O final realmente é libertador.
"Se os Gatos Desaparecessem do Mundo" até engana sendo um drama fofo japonês, mas é um drama profundo com reflexões agudas sobre o valor das relações, dos momentos vividos e de que nada disso pode ser substituído. Poesia pura!
"Minha vida até agora... vindo do passado até hoje, e caminhando para o futuro infinito... Não, eu nunca tinha pensado coisas como “futuro”. Pensei que era apenas natural que eu tivesse de enfrentar o amanhã. Beber café, cuidar do meu gato, tomar o café da manhã e ir trabalhar. Eu só continuava assim, com nada de especial em mente."
"Portanto, a partir de agora, tente acreditar nisso e mostre o seu lado bom. A boa parte de você. Você sempre ficou do meu lado. Quando alguém está feliz ou triste você fica perto deles gentilmente... Seu adorado rosto adormecido e seu cabelo encaracolado... Seu hábito de tocar o nariz inconscientemente... O seu comportamento quando se preocupa com as pessoas ao seu redor mais do que o necessário... Quando você nasceu, não sabe como o meu mundo se tornou bonito e brilhante."
Os conflitos de cada personagem são explorados de forma interessante e reflexiva mesmo sem se aprofundar, e surpreende pelo realismo com que retrata o falso moralismo cristão. Um filme com roteiro sincero e com uma trilha sonora sensacional, apaixonei em "Everyone is Dark", de New Canyons.
Um road movie excêntrico que mistura vários elementos, tem um visual incrível e é repleto de cenas lindas, como a que B.G pede para J.M a ensiná-la dançar ao som de "Walk Don't Run", de The Ventures.
É preciso embarcar na proposta do longa, mesmo sendo um drama familiar intenso as emoções são distantes e o foco está mais no conteúdo filosófico acerca da mente e seus meandros. São inúmeras explanações sobre o mecanismo do cérebro e o comportamento humano, nossa fragilidade se algo acometê-lo, as mudanças que ocorrem com o tempo, o quanto as memórias são verdadeiras ou apenas criações de nossa imaginação, somos responsáveis pelo que nos tornamos ou o juízo dos outros nos molda? Somos puramente química, mas é a química ou o livre-arbítrio que nos governa? Pode soar redundante e frio, mas promove intrigantes debates acerca da consciência, memória, moralidade, livre-arbítrio, leis da natureza e a fragilidade humana.
Um filme bastante interessante por retratar uma mulher se libertando das convenções sociais depois de muitos anos se doando à família. Aborda a quebra do modelo patriarcal num país conservador, a Geórgia, e propõe um olhar para os desejos próprios da mulher sem a pressão e intromissão familiar. Indiscutivelmente um filme bem realizado, crítico, sensato e importante.
"Morfina" tem uma ambientação arrebatadora e passa com exatidão as sensações, desde as inseguranças, sejam elas em relação à medicina ou contexto político, como nos sentimentos e sensações fisiológicas dos personagens. Outra caraterística muito atraente é o realismo, as maneiras russas e o humor. Outra dica para quem gosta da temática é a série britânica "A Young Doctor’s Notebook" (2012) que também é baseada nessa história de Bulgakov, estrelada por Daniel Radcliffe e Jon Hamm.
"Kedi" é um mimo para quem é apaixonado por gatos, encantador observar o como a cidade se relaciona com eles, é algo cultural, característico de Istambul, eles andam livremente pelas ruas, descansam em cafés, barracas e a maioria da população foi tocada de alguma maneira por esses bichanos, a alegria de contar as peripécias, os apelidos que lhes dão, impressionante e emocionante ver o como as pessoas zelam e os respeitam. Tudo é lindo nesse documentário, os gatos, os lugares, as pessoas, as histórias contadas, as musiquinhas.... Poesia!
"Em Istambul, gatos são mais do que apenas gatos. Eles personificam o caos, a cultura, a singularidade essenciais de Istambul. Sem o gato, a cidade perderia parte da alma. E não há nada igual no mundo."
"Dizem que os gatos sabem da existência de Deus, mas cães não, cães pensam que nós somos deuses, mas gatos não. Gatos sabem que nós somos intermediários da vontade de Deus. Eles não são ingratos, só têm mais conhecimento."
"Qualquer ato de ingratidão da parte deles é um ato de sinceridade. Eles não precisam pedir desculpas. Acho que algumas pessoas esperam isso dos gatos. 'Eu te dou tanta comida e você nem senta no meu colo', uma relação com retorno do investimento."
"Você só pode amar se seu coração estiver aberto. A vida é bela quando você olha as coisas com amor. Se você puder aproveitar a presença de um gato, um pássaro ou uma flor, o mundo todo será seu. É o que eu digo."
"Um gato miando no seu pé e olhando para você é a vida sorrindo para você. É nesses momentos que temos sorte, pois eles nos lembram de que estamos vivos."
"Os gatos ficam satisfeitos consigo mesmos. E eles conhecem o próprio caráter. Mas isso não basta para nós. Sempre queremos mais. Isso envenena nossa mente e destrói tudo."
"Os problemas que os gatos de rua ou outros animais enfrentam não são independentes dos nossos. Seria mais fácil ver os gatos de rua como um problema e lidar com eles como se fossem. Mas, se pudermos aprender a viver juntos novamente, talvez nossos problemas também sejam resolvidos com os deles. Tenho certeza de que poderíamos recuperar nosso senso de humor e recuperar nossa alegria de viver, que anda cada vez mais fraca."
Delícia de história, um filme delicado, leve, engraçado, puro. Fatah é apaixonante, fiquei sonhando em poder encontrá-lo por aí com a sua vaca Jacqueline, que aliás é um amor. A cena em que ele canta "I will survive" é sensacional!!
"Esta é uma grande farsa não é? Você senta aí com esse nome amigável no peito, e do outro lado, um homem doente, procurando por empregos que não existem, que nem daria para trabalhar, de qualquer forma. Perdendo o meu tempo, o tempo do empregador, o seu tempo... Só para me humilhar, fazer implorar. Ou será que o objetivo é tirar meu nome desses computadores? Não vou mais fazer isso. Para mim chega."
O filme tem uma junção de encantos, a atuação adorável de Luke Treadaway que mostra também seu talento musical, o estilo de filmagem muito natural retratando as ruas de Londres e, claro, o próprio Bob dando o ar de sua graça. É sincero ao demonstrar como o amor e a lealdade de um gato laranjinha foi capaz de dar força para James prosseguir no tratamento contra o vício em heroína, ele adquiriu uma responsabilidade, tinha Bob para cuidar e percebeu que tinha toda uma vida pela frente. "Um Gato de Rua Chamado Bob" é muito bem dirigido e atuado, emociona, diverte, cria empatia, um presente para quem ama esses bichanos tão especiais, além de ser uma história inspiradora e que esbanja carinho, persistência, gratidão, música, e que ensina a olhar a vida de outras maneiras, pois quando se tem um animal para amar, a retribuição com certeza é garantida.
Traz como tema o conflito de gerações, a carga de preencher a lacuna geracional. Em um ambiente patriarcal onde não há espaço para anseios próprios o pequeno Moti luta para ter a sua individualidade. Um belo e emocionante filme que levanta questões importantes sobre o conflito de gerações, e mais que isso traz um olhar de esperança, de mudança e amor.
Tema interessante e curioso por retratar uma tradição da cultura albanesa, é um filme contemplativo, rico em detalhes e é neles que contêm as maiores belezas, reflete sobre a questão de gêneros, desconstrução e construção de identidade, a redescoberta da protagonista vivida por Alba Rohrwacher (atuação magistral) é lenta e com a alternância de passado e presente compreendemos totalmente a sua confusão.
Gravado num festival de música eletrônica na Croácia, é um ótimo filme sobre conflitos de geração. É uma história dolorosa, mas que traz uma bela transformação de um personagem preconceituoso e turrão, a forma que isso acontece é bonita e gradativa e a relação entre pai e filho não é reconstituída forçosamente. Há cenas inspiradíssimas regadas a uma viagem psicodélica produzida por cogumelos, Mario encarna o Super Mario Bros... Muito hilário, e é a partir daí que ele se descaracteriza, alivia o semblante e fica disposto a dialogar com o filho.
É o retrato de tradições misóginas que vão sendo perpetradas por ignorância, mas graças a mulheres como Collé estão aos poucos sendo extintas. É complicado redefinir uma cultura, há o embate entre direitos humanos e o valor antropológico. "Moolaadé" é um levante feminista, a personagem Collé tão resistente e consciente é uma figura para se inspirar. Ousmane Sembene compôs uma narrativa bela, envolvente, direta, prioriza o discutir de ideias, um filme político rico, lúcido e necessário.
Um filme humanista que coloca dois personagens distintos frente a frente, um conto de generosidade e um admirável trabalho no que confere a seu contexto histórico e do qual a trama se baseia, o genocídio armênio, este que foi um episódio horroroso da História, mas que não é lembrado e nem estudado como deveria. O filme levanta questões importantes sobre terrorismo, conflitos étnicos e a luta dos armênios pela reparação histórica. "Uma História de Loucura" tem a excelente qualidade de fazer que o espectador veja todos os ângulos da história e se coloque no lugar dos personagens, não julgando se está certo ou errado, mas simplesmente questionando a si próprio sobre o que faria em tal situação. A loucura parece não estar no ódio e na intolerância, mas no ato de ser gentil com o outro, esta parece ser a maior insanidade nos dias de hoje.
É com encanto que tudo se desenvolve e com espontaneidade e sinceridade que as coisas se transformam, não há grandes eventos ou reviravoltas, é o cotidiano simples que Hirokazu Koreeda tanto preza que se desnovela, é a delícia de viver os momentos mais comuns, e também passar pelas tristezas e sofrimentos com coragem e amabilidade.
Pela Janela
3.5 57A sutileza desse filme encanta, é incrível o como mesmo sendo simples há momentos intensos e comoventes. Magali Biff é uma força, vai aos poucos tomando consciência de si própria após tantos anos se dedicando apenas ao trabalho, o início de sua transformação acontece quando visita as Cataratas, e que cena potente, a câmera faz questão de nos introduzir ao cenário, espetacular! Outra cena bonita é quando Rosália canta "Anahi" com seu irmão.
Anistia
2.6 5Um filme melancólico que retrata as deficiências que assolam a Albânia, o desemprego, o machismo, as burocracias, a violência, entre tantas outras coisas. A narrativa tem um ritmo lento e poucos são os diálogos, a protagonista exibe pelo olhar toda a sua tristeza, medo e desesperança. Introspectivo e denso, causa aflição observar a vontade de Elsa em tentar ter sua liberdade e sempre encontrar alguma barreira social.
Aos Teus Olhos
3.4 288 Assista Agora"São esses pais que fodem com a cabeça das crianças''
A Noite Devorou o Mundo
3.2 362 Assista AgoraÉ mais realista na abordagem, o desconhecido, o medo, a solidão e o desespero são bem delineados e nos aflige bastante.
Delícia as cenas em que Anders Danielsen Lie destrói na bateria
Fantasma de Buenos Aires
3.9 33Surpreendente! Um filme pitoresco e por vezes exagerado, a sua mescla de gêneros garante originalidade, o sobrenatural está de mãos dadas com um humor irônico e nostálgico, é sombrio e afetuoso, as duas dimensões conversam inteligentemente e por fim além de garantir um gostoso sorriso no rosto aproveita para nos deixar grandes reflexões sobre vida e morte.
O Filho de Joseph
3.4 16 Assista AgoraAborda a questão da ausência paterna e os elos que se formam ao acaso e que transformam os sentimentos em relação no que se entende como família. O vínculo formado entre Joseph e Vincent e logo depois com Marie é belo e único, assim como deve ser para cada um. Uma experiência incrível, apaixonada no modo como o diretor capta o olhar dos personagens, visual e narrativa fascinante.
Aglaja
3.6 6Uma bela homenagem ao mundo do circo, mostrando os bastidores, a apreensão dos artistas misturado com fascinação e amor à arte, os números são retratados com precisão e isso garante tensão toda vez que se apresentam, os ruídos de cordas, estalos são extremamente desconfortáveis e dão a sensação exata do perigo e da destreza dos artistas, além de abordar também a relação conflituosa entre mãe e filha, o como é difícil se desvincular dos laços que sufocam e seguir por si mesma. O final realmente é libertador.
Se os Gatos Desaparecessem do Mundo
3.9 28"Se os Gatos Desaparecessem do Mundo" até engana sendo um drama fofo japonês, mas é um drama profundo com reflexões agudas sobre o valor das relações, dos momentos vividos e de que nada disso pode ser substituído. Poesia pura!
"Minha vida até agora... vindo do passado até hoje, e caminhando para o futuro infinito... Não, eu nunca tinha pensado coisas como “futuro”. Pensei que era apenas natural que eu tivesse de enfrentar o amanhã. Beber café, cuidar do meu gato, tomar o café da manhã e ir trabalhar. Eu só continuava assim, com nada de especial em mente."
"Portanto, a partir de agora, tente acreditar nisso e mostre o seu lado bom. A boa parte de você. Você sempre ficou do meu lado. Quando alguém está feliz ou triste você fica perto deles gentilmente... Seu adorado rosto adormecido e seu cabelo encaracolado... Seu hábito de tocar o nariz inconscientemente... O seu comportamento quando se preocupa com as pessoas ao seu redor mais do que o necessário... Quando você nasceu, não sabe como o meu mundo se tornou bonito e brilhante."
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A Festa de Aniversário de Henry Gamble
3.0 58Os conflitos de cada personagem são explorados de forma interessante e reflexiva mesmo sem se aprofundar, e surpreende pelo realismo com que retrata o falso moralismo cristão. Um filme com roteiro sincero e com uma trilha sonora sensacional, apaixonei em "Everyone is Dark", de New Canyons.
A Deusa de 1967
4.0 26Um road movie excêntrico que mistura vários elementos, tem um visual incrível e é repleto de cenas lindas, como a que B.G pede para J.M a ensiná-la dançar ao som de "Walk Don't Run", de The Ventures.
Você Desapareceu
3.4 16 Assista AgoraÉ preciso embarcar na proposta do longa, mesmo sendo um drama familiar intenso as emoções são distantes e o foco está mais no conteúdo filosófico acerca da mente e seus meandros. São inúmeras explanações sobre o mecanismo do cérebro e o comportamento humano, nossa fragilidade se algo acometê-lo, as mudanças que ocorrem com o tempo, o quanto as memórias são verdadeiras ou apenas criações de nossa imaginação, somos responsáveis pelo que nos tornamos ou o juízo dos outros nos molda? Somos puramente química, mas é a química ou o livre-arbítrio que nos governa? Pode soar redundante e frio, mas promove intrigantes debates acerca da consciência, memória, moralidade, livre-arbítrio, leis da natureza e a fragilidade humana.
My Happy Family
3.9 49Um filme bastante interessante por retratar uma mulher se libertando das convenções sociais depois de muitos anos se doando à família. Aborda a quebra do modelo patriarcal num país conservador, a Geórgia, e propõe um olhar para os desejos próprios da mulher sem a pressão e intromissão familiar. Indiscutivelmente um filme bem realizado, crítico, sensato e importante.
Morfina
3.7 13"Morfina" tem uma ambientação arrebatadora e passa com exatidão as sensações, desde as inseguranças, sejam elas em relação à medicina ou contexto político, como nos sentimentos e sensações fisiológicas dos personagens. Outra caraterística muito atraente é o realismo, as maneiras russas e o humor. Outra dica para quem gosta da temática é a série britânica "A Young Doctor’s Notebook" (2012) que também é baseada nessa história de Bulgakov, estrelada por Daniel Radcliffe e Jon Hamm.
Canções Dos Mares Do Sul
3.6 2Um pequeno épico que emana uma belíssima mensagem de paz e amor, uma obra necessária para compreender que todos estão relacionados.
"Uma coisa que eu aprendi foi que o que mantém a vida não é a força, mas o amor."
Gatos
4.2 89"Kedi" é um mimo para quem é apaixonado por gatos, encantador observar o como a cidade se relaciona com eles, é algo cultural, característico de Istambul, eles andam livremente pelas ruas, descansam em cafés, barracas e a maioria da população foi tocada de alguma maneira por esses bichanos, a alegria de contar as peripécias, os apelidos que lhes dão, impressionante e emocionante ver o como as pessoas zelam e os respeitam. Tudo é lindo nesse documentário, os gatos, os lugares, as pessoas, as histórias contadas, as musiquinhas.... Poesia!
"Em Istambul, gatos são mais do que apenas gatos. Eles personificam o caos, a cultura, a singularidade essenciais de Istambul. Sem o gato, a cidade perderia parte da alma. E não há nada igual no mundo."
"Dizem que os gatos sabem da existência de Deus, mas cães não, cães pensam que nós somos deuses, mas gatos não. Gatos sabem que nós somos intermediários da vontade de Deus. Eles não são ingratos, só têm mais conhecimento."
"Qualquer ato de ingratidão da parte deles é um ato de sinceridade. Eles não precisam pedir desculpas. Acho que algumas pessoas esperam isso dos gatos. 'Eu te dou tanta comida e você nem senta no meu colo', uma relação com retorno do investimento."
"Você só pode amar se seu coração estiver aberto. A vida é bela quando você olha as coisas com amor. Se você puder aproveitar a presença de um gato, um pássaro ou uma flor, o mundo todo será seu. É o que eu digo."
"Um gato miando no seu pé e olhando para você é a vida sorrindo para você. É nesses momentos que temos sorte, pois eles nos lembram de que estamos vivos."
"Os gatos ficam satisfeitos consigo mesmos. E eles conhecem o próprio caráter. Mas isso não basta para nós. Sempre queremos mais. Isso envenena nossa mente e destrói tudo."
"Os problemas que os gatos de rua ou outros animais enfrentam não são independentes dos nossos. Seria mais fácil ver os gatos de rua como um problema e lidar com eles como se fossem. Mas, se pudermos aprender a viver juntos novamente, talvez nossos problemas também sejam resolvidos com os deles. Tenho certeza de que poderíamos recuperar nosso senso de humor e recuperar nossa alegria de viver, que anda cada vez mais fraca."
A Incrível Jornada de Jacqueline
3.6 24 Assista AgoraDelícia de história, um filme delicado, leve, engraçado, puro. Fatah é apaixonante, fiquei sonhando em poder encontrá-lo por aí com a sua vaca Jacqueline, que aliás é um amor.
A cena em que ele canta "I will survive" é sensacional!!
#Tudoculpadapera
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista AgoraDói, é muito realista!
O filme todo revolta e entristece, mas esse momento:
"Esta é uma grande farsa não é? Você senta aí com esse nome amigável no peito, e do outro lado, um homem doente, procurando por empregos que não existem, que nem daria para trabalhar, de qualquer forma. Perdendo o meu tempo, o tempo do empregador, o seu tempo... Só para me humilhar, fazer implorar. Ou será que o objetivo é tirar meu nome desses computadores? Não vou mais fazer isso. Para mim chega."
Um grande filme, simples e certeiro!
Um Gato de Rua Chamado Bob
4.1 130 Assista AgoraO filme tem uma junção de encantos, a atuação adorável de Luke Treadaway que mostra também seu talento musical, o estilo de filmagem muito natural retratando as ruas de Londres e, claro, o próprio Bob dando o ar de sua graça.
É sincero ao demonstrar como o amor e a lealdade de um gato laranjinha foi capaz de dar força para James prosseguir no tratamento contra o vício em heroína, ele adquiriu uma responsabilidade, tinha Bob para cuidar e percebeu que tinha toda uma vida pela frente.
"Um Gato de Rua Chamado Bob" é muito bem dirigido e atuado, emociona, diverte, cria empatia, um presente para quem ama esses bichanos tão especiais, além de ser uma história inspiradora e que esbanja carinho, persistência, gratidão, música, e que ensina a olhar a vida de outras maneiras, pois quando se tem um animal para amar, a retribuição com certeza é garantida.
Baba Joon
3.5 9Traz como tema o conflito de gerações, a carga de preencher a lacuna geracional. Em um ambiente patriarcal onde não há espaço para anseios próprios o pequeno Moti luta para ter a sua individualidade. Um belo e emocionante filme que levanta questões importantes sobre o conflito de gerações, e mais que isso traz um olhar de esperança, de mudança e amor.
Virgem Juramentada
3.5 11Tema interessante e curioso por retratar uma tradição da cultura albanesa, é um filme contemplativo, rico em detalhes e é neles que contêm as maiores belezas, reflete sobre a questão de gêneros, desconstrução e construção de identidade, a redescoberta da protagonista vivida por Alba Rohrwacher (atuação magistral) é lenta e com a alternância de passado e presente compreendemos totalmente a sua confusão.
Paradise Trips
3.3 4Gravado num festival de música eletrônica na Croácia, é um ótimo filme sobre conflitos de geração. É uma história dolorosa, mas que traz uma bela transformação de um personagem preconceituoso e turrão, a forma que isso acontece é bonita e gradativa e a relação entre pai e filho não é reconstituída forçosamente. Há cenas inspiradíssimas regadas a uma viagem psicodélica produzida por cogumelos, Mario encarna o Super Mario Bros... Muito hilário, e é a partir daí que ele se descaracteriza, alivia o semblante e fica disposto a dialogar com o filho.
Moolaadé
4.4 43É o retrato de tradições misóginas que vão sendo perpetradas por ignorância, mas graças a mulheres como Collé estão aos poucos sendo extintas. É complicado redefinir uma cultura, há o embate entre direitos humanos e o valor antropológico. "Moolaadé" é um levante feminista, a personagem Collé tão resistente e consciente é uma figura para se inspirar. Ousmane Sembene compôs uma narrativa bela, envolvente, direta, prioriza o discutir de ideias, um filme político rico, lúcido e necessário.
Uma História de Loucura
3.7 8 Assista AgoraUm filme humanista que coloca dois personagens distintos frente a frente, um conto de generosidade e um admirável trabalho no que confere a seu contexto histórico e do qual a trama se baseia, o genocídio armênio, este que foi um episódio horroroso da História, mas que não é lembrado e nem estudado como deveria. O filme levanta questões importantes sobre terrorismo, conflitos étnicos e a luta dos armênios pela reparação histórica.
"Uma História de Loucura" tem a excelente qualidade de fazer que o espectador veja todos os ângulos da história e se coloque no lugar dos personagens, não julgando se está certo ou errado, mas simplesmente questionando a si próprio sobre o que faria em tal situação. A loucura parece não estar no ódio e na intolerância, mas no ato de ser gentil com o outro, esta parece ser a maior insanidade nos dias de hoje.
Nossa Irmã Mais Nova
4.0 75 Assista AgoraÉ com encanto que tudo se desenvolve e com espontaneidade e sinceridade que as coisas se transformam, não há grandes eventos ou reviravoltas, é o cotidiano simples que Hirokazu Koreeda tanto preza que se desnovela, é a delícia de viver os momentos mais comuns, e também passar pelas tristezas e sofrimentos com coragem e amabilidade.