Netflix está há anos emplacando filmes ruins no mercado cinematográfico com a mesma estratégia: atores bons, muitas frases de efeito, reflexões rasas sobre o capitalismo (sem dizer claramente que é sobre o capitalismo) e essa estética meio retrô que tá na moda. E pra grande massa, funciona muito bem.
Inclusive o menino só vai construir o moinho no final do filme e aí termina com frase motivacional de best seller. A sinopse e o título não me pareceram fazer jus à ideia do filme, a gente começa a assistir com a expectativa de ser, sim, um filme que fala sobre as dificuldades do povo do William, mas imaginei que a questão da construção do moinho e as consequências q isso trouxe pra ele e pro povo seriam mais marcantes. Parece que fiquei o filme inteiro esperando ele construir o moinho pra rolar só no final e acabar o filme. Broxante demais.
Apesar disso, a história é bonita e eu fiquei comovida principalmente com a situação de descaso do governo e a fome (confesso que chorei, na parte do dog também). O filme poderia ter trabalhado melhor a construção dessa história atentando melhor pras questões que pontuei ali em cima. Mas enfim, é minha opinião e acho que se a maioria gostou tá bom do jeito que tá.
Talvez eu não tenha esse olhar poético pra gostar do filme. Paz.
P.S.: não to dizendo que o filme é ruim, to dizendo que não gostei mesmo rs
Não é o tipo de filme que você vai entender de primeira. Nem de segunda. Provavelmente não o entenderá bem se não procurar a fundo por críticas e resenhas.
E é essa a graça. O diretor quis que sentíssemos antes que compreendêssemos. A angústia é o pré-requisito e o porquê de tudo não é importante, as interpretações ficam em segundo plano. Praticamente um ode ao mal estar.
Aquele tipo de filme que vc pensa "ué, acabou??? Mas assim???" quando ele termina. Tem umas cenas legais, mas é aquele típico filme de ação norte americano. Bem mais ou menos.
Péssimo filme. Apenas o elenco é legal e eu confesso que curti a atuação da Lily Collins, apesar da personagem ser meio sem graça. No entanto, o roteiro é péssimo, a direção também e a forma como foi abordada a questão da anorexia foi completamente infiel à realidade.
Particularmente, acredito que deveriam ter feito o filme sob a perspectiva da Eli, mostrando ao espectador o que uma pessoa com anorexia realmente pensa. O filme focou nos conflitos familiares e na resistência ao tratamento, que são problemas reais, mas em contraste com essa negligência à protagonista anoréxica, nos dão a impressão de que a doença é puro capricho.
Fiquei com vergonha pelo Keanu Reeves fazendo o papel do psicólogo de livraria: não oferece nenhum suporte eficaz e acha que tudo se resume em entender o quanto a vida é bonita. Eles acertaram quando disseram que psicólogos não têm que ser conselheiros, mas erraram a mão colocando um psicólogo "alternativo".
A influência da mídia sob nossos pensamentos e corpos não é abordada (apenas no início, mas com certo deboche) e o filme se resumiu em "a vida é bela e você deve comer". Quem sofre ou sofreu de algum transtorno alimentar, sabe muito bem que esse tipo de conselho não ajuda e que ninguém para de comer simplesmente porque não está a fim, como o filme nos dá a entender.
Por fim, minha maior crítica vai à forma como a doença foi retratada e ao papel do psicólogo charlatão, que diz logo no início do filme que procurar um motivo para o surgimento da doença é inútil (qualquer psicólogo se sentiria ofendido).
Dou 1 estrela pela atuação da Lily Collins e pela maquiagem, que foi bem convincente. Fora isso, o filme todo foi um grande desserviço - além de ter sido mal dirigido: tem umas passagens desconexas, descontínuas e não aborda o processo de cura. Bem ruim
Bem ruinzinho. Tem umas cenas absurdas e sem pé nem cabeça, uma violência exagerada sem necessidade e umas hipóteses científicas totalmente café com leite. O diretor não parece ter se dado ao trabalho de desenvolver as teorias em relação à Lucy e deixou tudo no ar, de forma superficial e rasa.
quando a Lucy invade a sala de cirurgia, mata o paciente, força o cirurgião a operá-la acordada e ainda liga pra mãe pra conversar.
Quase abandonei o filme ali. Uma cena sem nexo algum, até mesmo para um filme de ficção científica - aliás, filmes sci-fi não dão carta branca pra diretor algum fazer cenas incoerentes e ilógicas considerando a nossa realidade.
Meryl mereceu muito o Oscar! Inclusive acredito que o brilhantismo atribuído ao filme é sustentado sozinho por ela, que fez uma interpretação magnífica do início ao fim.
No entanto, pouco mais de 1 hora e meia de filme é pouquíssimo tempo para retratar a jornada de Margaret Thatcher - e o fato do diretor ter tentado mostrar sua vida pessoal e a vida política simultaneamente acabou deixando o filme com muitas informações rasas.
Eu, sinceramente, esperava uma obra que me fizesse entender com clareza ao menos parte da política Thatcherista - e de quebra mostrasse algumas situações pessoais da vida de Margaret. Inclusive sou da opinião de que minhas expectativas quanto ao filme tenham influenciado fortemente a minha crítica a ele.
A produção e as atuações foram boas, mas a forma como o filme foi pensado não. Reitero o que disse antes: tentaram falar sobre ela de forma tão generalizada que deixou o filme pobre no quesito biográfico. Além disso, ficou bem claro que foi um filme produzido para falar bem da Thatcher, sem a intenção de se mostrar imparcial.
Margaret foi, sem dúvidas, uma dama de ferro e arrisco até mesmo a dizer que foi um ícone feminista neoliberal pela sua força. No entanto, é importante ressaltar o peso que suas políticas impopulares tiveram na época, apesar da guinada econômica. (Sim, o filme mostra a crise e os milhares de críticos, mas a imagem geral passada é de que ela foi uma mulher "boa e forte", apesar dos pontos negativos. Não há espaço para outras conclusões)
Era um filme que prometia ter tudo, mas se reduziu a uma generalização rasa da vida de Margaret. Meryl Streep realmente foi um nome de peso no elenco. Apesar de não ser uma obra-prima, não é um filme ruim. O enredo apenas não foi explorado como deveria.
Vi esse filme em sala de aula (faço filosofia). Achei incrível a forma como ele retrata o despertar da sexualidade adolescente, que acontece de forma chocante e confusa na cabeça do jovem. No momento, estou estudando sexualidade e mais especificamente essa forma agressiva e múltipla como ela se manifesta (já dizia Freud que as crianças têm uma perversão polimórfica), dando origem aos estupros coletivos e ao famoso "gang bang". Até mesmo a forma como a imagem - e a forma como essa necessidade de filmar os atos sexuais dos adolescentes - é colocada chama a atenção: a sexualidade e a sua formação têm um vínculo inegável com a construção da sua própria identidade - o que a torna traumática, e o filme retrata bem esse trauma. Ótimo, ótimo, ótimo.
Bom filme. A maquiagem estava muito bem feita, a fotografia é indiscutivelmente belíssima e a filmagem captura a beleza dos detalhes de diversas cenas, indo desde o clichê das gotinhas caindo das folhas das árvores congeladas (o que foi um clichê bem feito) até a passagem da cena da respiração do Glass para a neblina (só eu que achei isso fantástico?). O filme é bastante visual, mas o que chama a atenção mesmo é a representação da angústia.
Li muitas críticas acerca da duração do filme e concordo que poderia ter sido menos longo, mas creio que tenha sido intencional da parte do diretor. Arrastar e prolongar o filme causa aquela sensação de apreensão por parte do espectador... aquela impressão de que aquilo não acaba nunca, o que de certa forma acaba exteriorizando na parte técnica toda a angústia do Mr. Glass por estar ali. Cada minuto na neve era doloroso e só entenderíamos isso com um filme demorado. Não que assistir ao filme tivesse sido ruim, mas o tempo estendido intensifica no espectador a agonia, que é o foco principal do filme.
O sofrimento pela dor, pelo frio, pelo ódio, pela sede de vingança, pela morte do filho, pela fome. Cada segundo é importante e, apesar de ter sido um pouco maçante, o exagero nos minutos serviu para acentuar isso. Achei incrível a forma como o DiCaprio conseguiu viver esse personagem e passar tão bem o desespero para quem assiste do outro lado, o que fez o Oscar ser mais do que merecido (não apenas por esse, mas por todos os outros filmes).
O filme deixou a desejar na história, que não ficou muito bem amarrada e poderia ter sido muito incrementada nessas quase 3 horas (apesar de eu ter entendido a proposta acerca do tempo). Mas como disse antes, o foco do filme não é necessariamente um enredo, e sim um apelo emocional: Mr. Glass é o retrato da angústia. O filme fala essencialmente sobre o sofrimento de uma forma extremamente bela e comovente.
Eu juro que ri horrores no cinema com as cenas clichês. Quando aparece um cara gato que salva a Cassie, quando o mesmo cara gato tira a camisa e as meninas começam a gritar (ahuahuha), quando ela volta pra buscar o urso (mas que car%*# de ideia!), quando rolam umas piadinhas sem graça e, obviamente, quando o final não é o final e você já sabe que a história se prolonga por mais uns 2 filmes.
Não tem nada de novo. Filme adolescente apocalíptico com uma heroína americana que vai salvar todo mundo com a ajuda dos amigos e com um romancezinho (ou talvez dois) paralelo. Mas a atuação da Chloë tava muito boa. Só a dela mesmo.
Todo mundo fala mal desse filme, da história. Eu fui assistir sabendo que "não era lá essas coisas", mas resolvi dar uma chance. Começou com I Put A Spell On You, da Nina Simone. Oras, um filme que começa com Nina Simone não pode ser ruim, então isso me animou para assistir com outros olhos. Ele já começa com o clichê:
A Anastasia cai de quatro na frente da sala do Christian e já rola aquele olhar de submissa/encantada com o cara bonito. Desnecessário, mas deixei passar. O que me irritou desde o início foi a personalidade da Ana: sempre acanhada, quietinha e tímida. Mas não gostar da personagem é um problema meu (sempre tive preferência por mulheres fortes). O que acontece é que a Ana não tem absolutamente NADA a ver com BDSM, então por que ela aceitou participar? Ela estava tão apaixonada assim a ponto de se submeter a algo que não é pra qualquer um, mesmo com o cara deixando MUITO CLARO que esse é o único tipo de relação que ele tem? E como assim ele sai mostrando a sala de jogos dele pra uma mulher no primeiro encontro? Que confiança toda é essa? E a chantagem emocional com os presentinhos e as falas românticas como "você é a única que dormiu comigo até hoje"? E no final, quando ela pede pra que ele mostre "o pior que isso pode ficar", ele dá umas 6 cintadas e ela sai chorando... Miga, tu já sabia que isso ia acontecer, fala a verdade! Tinha um contrato, ele avisou que era esse o tipo de relacionamento dele!
Em parte, a culpa é, sim, dele. Toda a chantagem emocional que fez com que ela se sentisse seduzida e curiosa pra tentar. Mas ele avisou, não foi?
Colegas, BDSM não é isso. Existe, sim, um contrato. Ambas as partes devem estar de acordo e devem saber EXATAMENTE o que pode ou não ser feito. A moça não precisa ter esse estereótipo submissa na vida real, só durante as sessões. E o cara também não precisa denunciar ser um dominador toda a parte do tempo. O filme deixou isso meio confuso, parecendo que as pessoas "nascem" destinadas a esse tipo de coisa.
O que achei interessante foi que, apesar de ter sido meio incoerente, mal dirigido e as atuações não terem me impressionado (mas isso é opinião minha), o filme apresenta "o outro lado" do sexo, das relações. Acho que muita gente vai se interessar por esse tipo de fetiche, que antes ficava oculto, e vai querer tentar inovar. O problema disso é que vão achar que sadomasoquismo tem que ser com um cara lindo, rico, que finge que se importar com você e que vai te algemar quando bem entender porque "é sexy". Deve ser consensual, e não foi o que pareceu durante o filme. 3 estrelas pela trilha sonora maravilhosa que está na minha cabeça até agora e pela fotografia bonita.
Uma delícia de filme. Romance raramente me agrada, mas esse me prendeu do início ao fim com a história, apesar de algumas passagens terem sido meio clichês e previsíveis demais. Mas tudo bem, é ficção e passa uma mensagem bonita. Achei fofo! P.S.: Adorei a escolha do elenco, a Blake Lively ficou perfeita no papel
Primeiramente, eu não costumo assistir a esse tipo de filme com preconceito ou esperando ouvir merda, até porque gosto de entender os dois lados da discussão de forma imparcial, então fui assistir com base nas avaliações positivas de pessoas que conheço e na esperança de pelo menos esclarecer alguma coisa em relação ao teísmo e ateísmo. Detalhe: não sou nem ateia nem teísta, mas busco entender ambos.
O filme já começa com um exagero numa situação bem improvável: um professor de Introdução ao Pensamento Filosófico falando de ateísmo (um assunto tão específico para uma matéria tão abrangente) e ainda por cima forçando a turma inteira a dizer que Deus está morto. Ok. Resolvi ignorar a falta de ética profissional dele e seguir em frente, afinal é só um filme, e se ele não tivesse feito isso, não haveria história.
Quando o aluno resolve desafiar o professor e provar que Deus existe, pensei "ótimo, ele então vai tentar provar que alguma divindade existe, refutando o ateísmo como um todo". Antes fosse. Os argumentos do Josh são rasos e fundamentados na Bíblia cristã. Como assim? Ele não busca provar que Deus existe, mas que a religião dele, na qual ele embasa seus argumentos, está certa. Tão proselitista quanto o professor. Coloca uma citação de Darwin ali, uma de Dostoievski, outra de Aristóteles... pronto! Virou uma "forma racional" de provar que Deus existe. E o professor também não economiza nos argumentos contrários, que na minha opinião foram tão fracos quanto os do Josh.
Além de todo um falso glamour rodeando a "discussão filosófica" (só eu que fiquei irritada por uma aula de filosofia estar sendo desperdiçada dessa forma?), o filme é cheio de preconceitos e estereótipos. A imagem do ateu mau e ressentido, o cristão do bem que só quer provar que Deus existe e a típica repressão advinda do islamismo. Hm. Meio estranho isso, não? O filme, até onde se sabe, só quer provar que Deus existe, não há a necessidade de rotular tudo isso. A única coisa com a qual consegui concordar no filme foi que o professor não era de fato ateu, mas que apenas tinha raiva de Deus. Isso faz com que nada valha a pena, nem mesmo as discussões filosóficas tão "profundas", porque, afinal, de que adianta você querer mostrar de forma neutra que nenhum deus existe quando acredita que ele existe e apenas tem raiva? Não vi muito sentido. Na verdade, não vi sentido em nada.
Quanto às atuações, achei bem razoáveis. O que me incomodou foi a falta de coerência com a realidade durante boa parte do filme, começando com o assédio moral do professor, que obriga todo mundo a admitir o ateísmo e terminando com a cena final ridícula, com o pastor fazendo com que o professor acreditasse em Deus depois do acidente ao invés de chamar uma ambulância. Vale apontar outro erro aqui: o professor realmente se convenceu de que Deus existe ou se admitiu isso num momento de desespero para se salvar da morte? Em momento algum ele se deixou convencer pela razão, mas pela emoção.
Enfim, o filme não se encaixa. A temática é boa, dava pra explorar muita coisa, desde que o diretor e os roteiristas tivessem bons conhecimentos em filosofia, teologia e biologia (talvez tenham, só não usaram coerentemente). Ainda à espera de um filme que consiga trabalhar em cima desses dois posicionamentos de forma coerente e não estereotipada.
Me surpreendi com o filme. De forma inteiramente positiva. Inicialmente, pensei que se tratava de uma biografia da Coco Chanel que se voltava mais pro lado da moda, do estilo criado por ela e de toda a influência que ela exerceu. Depois percebi que isso ficou pro final e não passou de um mero detalhe no filme. O filme retrata mais o aspecto pessoal do que profissional de Coco, mostrando um lado humano, batalhador e sutil de uma mulher que conseguiu chegar onde chegou. Para mim, foi principalmente uma desconstrução da imagem que eu tinha dela, antes adornada de todo um glamour (que é inegável existir), mas se resumindo apenas nisso. Anne Fontaine conseguiu retratar um lado mais Gabrielle do que Coco, e é aí que o título faz sentido. Antes de Chanel, antes de Coco, antes de eternizar o pretinho básico, Gabrielle foi uma moça simples, que sofreu, que trabalhou, que se apaixonou e que unindo suas determinações às oportunidades da vida, conseguiu se tornar influente no mundo inteiro até hoje. Simplesmente incrível.
Eu amo, amo, amo esse filme <3 O primeiro contato que tive foi escutando Candy Store, depois soube que a música era de um musical da Broadway baseado nesse filme e fui logo procurar para assistir. Adorei!
O filme não tem "nada demais", mas eu amo a forma como ele retrata os estereótipos da escola, o romancezinho e dá uma vibe dark com os "suicídios". Sem falar nos quotes maravilhosos:
Ah, e que trágica coinciência o fato da Kim Walker ter morrido de tumor cerebral, quando a personagem dela (Heather Chandler) disse "Did you have a brain tumour for breakfast"? Bizarro.
O que é mais legal no filme é que ele não parece um filme, parecem gravações aleatórias com uma câmera escondida, o que deixa tudo bem espontâneo. Somando isso à longa gravação (12 anos não é moleza), o filme fica com um efeito bem real, não tem aquele sensacionalismo, aquele romance exagerado nem a violência pra impressionar o telespectador. É aquele filme que você vê e realmente consegue se identificar, trata de coisas reais e dá até uma nostalgia vendo o passar do tempo (que é praticamente imperceptível em outros filmes, visto que as coisas acontecem mais rápido).
Isso fez com que eu me surpreendesse em várias partes, como no final, por exemplo, em que eu esperava que a Olivia e o Mason tivessem aquela conversa longa e cheia de choros sobre o futuro dele na faculdade e no final eles se abraçassem e arrumassem um jeito de ficarem juntos (bem clichê).
E outra coisa maneira acerca do longa é ver o Mason desde criança. Sempre fiquei curiosa pra saber como seria um filme em que os atores envelhecessem naturalmente, sem a necessidade de substituir por outros mais velhos e dar a impressão de passagem do tempo.
O que me chamou a atenção foi a audácia da personagem principal (Scarlett O'Hara) em não se contentar com os padrões patriarcais impostos na época, como ser uma moça comportada, agarrar um marido, se casar e estar condenada a não ter diversão nunca mais. Após a destruição de Tara pelos Ianques, ela toma as rédeas da situação e passa a comandar tudo sozinha, sem dar a mínima para as milhares de críticas (Uma mulher! No século XIX!). Mas o que não tem no filme é que a própria Scarlett se cansa disso, sentindo falta de um ombro masculino para se apoiar e dividir os afazeres com ela. Durante várias passagens ela lamenta estar sozinha e não poder simplesmente ser aquela bela dama que vai a festas à procura de um marido, mas ela nunca desiste, apesar de tudo. A personalidade forte de Scarlett também me seduziu, ela é o retrato da "anti-heroína" perfeita, que, apesar de ser egoísta, chantagista e até mesmo maldosa, é determinada e faz de tudo pelo que acredita, o que cativa o público. Outra coisa legal também é a confusão que Rhett Butler gera na cabeça de Scarlett, que acha que sabe de tudo, mas na verdade é sempre levada a questionar o que lhe foi ensinado e o que pensa a respeito de algo. Rhett é, sem dúvida, o grande impulsionador dos pensamentos de Scarlett, mas a personalidade forte da moça faz com que ela coloque tudo a perder (infelizmente). O filme, por se passar num longo período de tempo (Scarlett começa com 16 anos e termina com 28), traz à tona as inconsequências da adolescência e as certezas incertas que todo mundo tem. É bem legal ver o amadurecimento da Scarlett, que passa de uma moça que pensa que está apaixonada e se torna numa mulher determinada a fazer de tudo para salvar sua terra amada (e o amor passa a ser segundo plano).
Se for pegar o esqueleto do tema central, não passa de uma história de amor que a Globo reproduziria no horário da tarde, mas se a destrincharmos, se torna uma lição valiosa de ruptura de padrões e nos faz questionar até onde nossos impulsos podem nos levar. Maravilhosa!
A fotografia me chamou mais atenção do que o tema da história em si (indicação ao Oscar super merecida). O que me despertou interesse foi a forma como a história foi contada, com um roteiro bem escrito e com quotes maravilhosos - cada citação melhor do que a outra. Sem falar que o jogo de cores contribuiu pra caramba. O filme é lindo!
O Mundo Depois de Nós
3.2 892 Assista AgoraNetflix está há anos emplacando filmes ruins no mercado cinematográfico com a mesma estratégia: atores bons, muitas frases de efeito, reflexões rasas sobre o capitalismo (sem dizer claramente que é sobre o capitalismo) e essa estética meio retrô que tá na moda. E pra grande massa, funciona muito bem.
O Menino que Descobriu o Vento
4.3 741Acho que fui a única que não gostou. Achei o filme arrastado e cansativo.
Inclusive o menino só vai construir o moinho no final do filme e aí termina com frase motivacional de best seller. A sinopse e o título não me pareceram fazer jus à ideia do filme, a gente começa a assistir com a expectativa de ser, sim, um filme que fala sobre as dificuldades do povo do William, mas imaginei que a questão da construção do moinho e as consequências q isso trouxe pra ele e pro povo seriam mais marcantes. Parece que fiquei o filme inteiro esperando ele construir o moinho pra rolar só no final e acabar o filme. Broxante demais.
Apesar disso, a história é bonita e eu fiquei comovida principalmente com a situação de descaso do governo e a fome (confesso que chorei, na parte do dog também). O filme poderia ter trabalhado melhor a construção dessa história atentando melhor pras questões que pontuei ali em cima. Mas enfim, é minha opinião e acho que se a maioria gostou tá bom do jeito que tá.
Talvez eu não tenha esse olhar poético pra gostar do filme. Paz.
P.S.: não to dizendo que o filme é ruim, to dizendo que não gostei mesmo rs
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraAquele filme que vc vê e só consegue pensar: "Quê????". Lynch sendo Lynch.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraNão é o tipo de filme que você vai entender de primeira. Nem de segunda. Provavelmente não o entenderá bem se não procurar a fundo por críticas e resenhas.
E é essa a graça. O diretor quis que sentíssemos antes que compreendêssemos. A angústia é o pré-requisito e o porquê de tudo não é importante, as interpretações ficam em segundo plano. Praticamente um ode ao mal estar.
Sem Limites
3.8 1,9K Assista AgoraAquele tipo de filme que vc pensa "ué, acabou??? Mas assim???" quando ele termina. Tem umas cenas legais, mas é aquele típico filme de ação norte americano. Bem mais ou menos.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraFotografia linda e músicas agradáveis.
Roteiro ruim, cantores ruins, história clichê, chata e longa.
Me falaram tão bem desse filme que eu fiquei decepcionada quando vi.
O Mínimo Para Viver
3.5 622 Assista AgoraPéssimo filme. Apenas o elenco é legal e eu confesso que curti a atuação da Lily Collins, apesar da personagem ser meio sem graça. No entanto, o roteiro é péssimo, a direção também e a forma como foi abordada a questão da anorexia foi completamente infiel à realidade.
Particularmente, acredito que deveriam ter feito o filme sob a perspectiva da Eli, mostrando ao espectador o que uma pessoa com anorexia realmente pensa. O filme focou nos conflitos familiares e na resistência ao tratamento, que são problemas reais, mas em contraste com essa negligência à protagonista anoréxica, nos dão a impressão de que a doença é puro capricho.
Fiquei com vergonha pelo Keanu Reeves fazendo o papel do psicólogo de livraria: não oferece nenhum suporte eficaz e acha que tudo se resume em entender o quanto a vida é bonita. Eles acertaram quando disseram que psicólogos não têm que ser conselheiros, mas erraram a mão colocando um psicólogo "alternativo".
A influência da mídia sob nossos pensamentos e corpos não é abordada (apenas no início, mas com certo deboche) e o filme se resumiu em "a vida é bela e você deve comer". Quem sofre ou sofreu de algum transtorno alimentar, sabe muito bem que esse tipo de conselho não ajuda e que ninguém para de comer simplesmente porque não está a fim, como o filme nos dá a entender.
Por fim, minha maior crítica vai à forma como a doença foi retratada e ao papel do psicólogo charlatão, que diz logo no início do filme que procurar um motivo para o surgimento da doença é inútil (qualquer psicólogo se sentiria ofendido).
Dou 1 estrela pela atuação da Lily Collins e pela maquiagem, que foi bem convincente. Fora isso, o filme todo foi um grande desserviço - além de ter sido mal dirigido: tem umas passagens desconexas, descontínuas e não aborda o processo de cura. Bem ruim
Amadeus
4.4 1,1K"Aquele não era Mozart rindo de mim, padre. Era Deus. Era Deus rindo de mim através daquelas gargalhadas obscenas."
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraBem ruinzinho. Tem umas cenas absurdas e sem pé nem cabeça, uma violência exagerada sem necessidade e umas hipóteses científicas totalmente café com leite. O diretor não parece ter se dado ao trabalho de desenvolver as teorias em relação à Lucy e deixou tudo no ar, de forma superficial e rasa.
Sem falar nas cenas absurdas, como
quando a Lucy invade a sala de cirurgia, mata o paciente, força o cirurgião a operá-la acordada e ainda liga pra mãe pra conversar.
Quase abandonei o filme ali. Uma cena sem nexo algum, até mesmo para um filme de ficção científica - aliás, filmes sci-fi não dão carta branca pra diretor algum fazer cenas incoerentes e ilógicas considerando a nossa realidade.
After all, adorei o encontro das Lucys no fim. Foi bem pensado.
A Dama de Ferro
3.6 1,7KMeryl mereceu muito o Oscar! Inclusive acredito que o brilhantismo atribuído ao filme é sustentado sozinho por ela, que fez uma interpretação magnífica do início ao fim.
No entanto, pouco mais de 1 hora e meia de filme é pouquíssimo tempo para retratar a jornada de Margaret Thatcher - e o fato do diretor ter tentado mostrar sua vida pessoal e a vida política simultaneamente acabou deixando o filme com muitas informações rasas.
Eu, sinceramente, esperava uma obra que me fizesse entender com clareza ao menos parte da política Thatcherista - e de quebra mostrasse algumas situações pessoais da vida de Margaret. Inclusive sou da opinião de que minhas expectativas quanto ao filme tenham influenciado fortemente a minha crítica a ele.
A produção e as atuações foram boas, mas a forma como o filme foi pensado não. Reitero o que disse antes: tentaram falar sobre ela de forma tão generalizada que deixou o filme pobre no quesito biográfico. Além disso, ficou bem claro que foi um filme produzido para falar bem da Thatcher, sem a intenção de se mostrar imparcial.
Margaret foi, sem dúvidas, uma dama de ferro e arrisco até mesmo a dizer que foi um ícone feminista neoliberal pela sua força. No entanto, é importante ressaltar o peso que suas políticas impopulares tiveram na época, apesar da guinada econômica. (Sim, o filme mostra a crise e os milhares de críticos, mas a imagem geral passada é de que ela foi uma mulher "boa e forte", apesar dos pontos negativos. Não há espaço para outras conclusões)
Era um filme que prometia ter tudo, mas se reduziu a uma generalização rasa da vida de Margaret. Meryl Streep realmente foi um nome de peso no elenco. Apesar de não ser uma obra-prima, não é um filme ruim. O enredo apenas não foi explorado como deveria.
Se Meu Apartamento Falasse
4.3 422 Assista AgoraGente, que filme divertido! Assisti ontem na Netflix e Jack Lemmon e Shirley MacLaine nunca decepcionam <3
Bang Gang
2.9 13Vi esse filme em sala de aula (faço filosofia). Achei incrível a forma como ele retrata o despertar da sexualidade adolescente, que acontece de forma chocante e confusa na cabeça do jovem. No momento, estou estudando sexualidade e mais especificamente essa forma agressiva e múltipla como ela se manifesta (já dizia Freud que as crianças têm uma perversão polimórfica), dando origem aos estupros coletivos e ao famoso "gang bang". Até mesmo a forma como a imagem - e a forma como essa necessidade de filmar os atos sexuais dos adolescentes - é colocada chama a atenção: a sexualidade e a sua formação têm um vínculo inegável com a construção da sua própria identidade - o que a torna traumática, e o filme retrata bem esse trauma. Ótimo, ótimo, ótimo.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraBom filme. A maquiagem estava muito bem feita, a fotografia é indiscutivelmente belíssima e a filmagem captura a beleza dos detalhes de diversas cenas, indo desde o clichê das gotinhas caindo das folhas das árvores congeladas (o que foi um clichê bem feito) até a passagem da cena da respiração do Glass para a neblina (só eu que achei isso fantástico?). O filme é bastante visual, mas o que chama a atenção mesmo é a representação da angústia.
Li muitas críticas acerca da duração do filme e concordo que poderia ter sido menos longo, mas creio que tenha sido intencional da parte do diretor. Arrastar e prolongar o filme causa aquela sensação de apreensão por parte do espectador... aquela impressão de que aquilo não acaba nunca, o que de certa forma acaba exteriorizando na parte técnica toda a angústia do Mr. Glass por estar ali. Cada minuto na neve era doloroso e só entenderíamos isso com um filme demorado. Não que assistir ao filme tivesse sido ruim, mas o tempo estendido intensifica no espectador a agonia, que é o foco principal do filme.
O sofrimento pela dor, pelo frio, pelo ódio, pela sede de vingança, pela morte do filho, pela fome. Cada segundo é importante e, apesar de ter sido um pouco maçante, o exagero nos minutos serviu para acentuar isso. Achei incrível a forma como o DiCaprio conseguiu viver esse personagem e passar tão bem o desespero para quem assiste do outro lado, o que fez o Oscar ser mais do que merecido (não apenas por esse, mas por todos os outros filmes).
O filme deixou a desejar na história, que não ficou muito bem amarrada e poderia ter sido muito incrementada nessas quase 3 horas (apesar de eu ter entendido a proposta acerca do tempo). Mas como disse antes, o foco do filme não é necessariamente um enredo, e sim um apelo emocional: Mr. Glass é o retrato da angústia. O filme fala essencialmente sobre o sofrimento de uma forma extremamente bela e comovente.
A 5ª Onda
2.6 1,4K Assista AgoraNão é ruim, mas também não é bom. Filme de adolescente, né? Fazer o quê?
Eu juro que ri horrores no cinema com as cenas clichês. Quando aparece um cara gato que salva a Cassie, quando o mesmo cara gato tira a camisa e as meninas começam a gritar (ahuahuha), quando ela volta pra buscar o urso (mas que car%*# de ideia!), quando rolam umas piadinhas sem graça e, obviamente, quando o final não é o final e você já sabe que a história se prolonga por mais uns 2 filmes.
Não tem nada de novo. Filme adolescente apocalíptico com uma heroína americana que vai salvar todo mundo com a ajuda dos amigos e com um romancezinho (ou talvez dois) paralelo. Mas a atuação da Chloë tava muito boa. Só a dela mesmo.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraAchei foda. Aquele filme que vc sai do cinema e fala: "caralhooooooo".
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraTodo mundo fala mal desse filme, da história. Eu fui assistir sabendo que "não era lá essas coisas", mas resolvi dar uma chance. Começou com I Put A Spell On You, da Nina Simone. Oras, um filme que começa com Nina Simone não pode ser ruim, então isso me animou para assistir com outros olhos. Ele já começa com o clichê:
A Anastasia cai de quatro na frente da sala do Christian e já rola aquele olhar de submissa/encantada com o cara bonito. Desnecessário, mas deixei passar. O que me irritou desde o início foi a personalidade da Ana: sempre acanhada, quietinha e tímida. Mas não gostar da personagem é um problema meu (sempre tive preferência por mulheres fortes). O que acontece é que a Ana não tem absolutamente NADA a ver com BDSM, então por que ela aceitou participar? Ela estava tão apaixonada assim a ponto de se submeter a algo que não é pra qualquer um, mesmo com o cara deixando MUITO CLARO que esse é o único tipo de relação que ele tem? E como assim ele sai mostrando a sala de jogos dele pra uma mulher no primeiro encontro? Que confiança toda é essa? E a chantagem emocional com os presentinhos e as falas românticas como "você é a única que dormiu comigo até hoje"? E no final, quando ela pede pra que ele mostre "o pior que isso pode ficar", ele dá umas 6 cintadas e ela sai chorando... Miga, tu já sabia que isso ia acontecer, fala a verdade! Tinha um contrato, ele avisou que era esse o tipo de relacionamento dele!
Em parte, a culpa é, sim, dele. Toda a chantagem emocional que fez com que ela se sentisse seduzida e curiosa pra tentar. Mas ele avisou, não foi?
Colegas, BDSM não é isso. Existe, sim, um contrato. Ambas as partes devem estar de acordo e devem saber EXATAMENTE o que pode ou não ser feito. A moça não precisa ter esse estereótipo submissa na vida real, só durante as sessões. E o cara também não precisa denunciar ser um dominador toda a parte do tempo. O filme deixou isso meio confuso, parecendo que as pessoas "nascem" destinadas a esse tipo de coisa.
O que achei interessante foi que, apesar de ter sido meio incoerente, mal dirigido e as atuações não terem me impressionado (mas isso é opinião minha), o filme apresenta "o outro lado" do sexo, das relações. Acho que muita gente vai se interessar por esse tipo de fetiche, que antes ficava oculto, e vai querer tentar inovar. O problema disso é que vão achar que sadomasoquismo tem que ser com um cara lindo, rico, que finge que se importar com você e que vai te algemar quando bem entender porque "é sexy". Deve ser consensual, e não foi o que pareceu durante o filme. 3 estrelas pela trilha sonora maravilhosa que está na minha cabeça até agora e pela fotografia bonita.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraUm dos filmes mais legais do ano! Me deixou empolgada a cada minuto, coisa difícil pra uma ficção científica. Muito bom!
A Incrível História de Adaline
3.7 1,5K Assista AgoraUma delícia de filme. Romance raramente me agrada, mas esse me prendeu do início ao fim com a história, apesar de algumas passagens terem sido meio clichês e previsíveis demais. Mas tudo bem, é ficção e passa uma mensagem bonita. Achei fofo!
P.S.: Adorei a escolha do elenco, a Blake Lively ficou perfeita no papel
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraPrimeiramente, eu não costumo assistir a esse tipo de filme com preconceito ou esperando ouvir merda, até porque gosto de entender os dois lados da discussão de forma imparcial, então fui assistir com base nas avaliações positivas de pessoas que conheço e na esperança de pelo menos esclarecer alguma coisa em relação ao teísmo e ateísmo. Detalhe: não sou nem ateia nem teísta, mas busco entender ambos.
O filme já começa com um exagero numa situação bem improvável: um professor de Introdução ao Pensamento Filosófico falando de ateísmo (um assunto tão específico para uma matéria tão abrangente) e ainda por cima forçando a turma inteira a dizer que Deus está morto. Ok. Resolvi ignorar a falta de ética profissional dele e seguir em frente, afinal é só um filme, e se ele não tivesse feito isso, não haveria história.
Quando o aluno resolve desafiar o professor e provar que Deus existe, pensei "ótimo, ele então vai tentar provar que alguma divindade existe, refutando o ateísmo como um todo". Antes fosse. Os argumentos do Josh são rasos e fundamentados na Bíblia cristã. Como assim? Ele não busca provar que Deus existe, mas que a religião dele, na qual ele embasa seus argumentos, está certa. Tão proselitista quanto o professor. Coloca uma citação de Darwin ali, uma de Dostoievski, outra de Aristóteles... pronto! Virou uma "forma racional" de provar que Deus existe. E o professor também não economiza nos argumentos contrários, que na minha opinião foram tão fracos quanto os do Josh.
Além de todo um falso glamour rodeando a "discussão filosófica" (só eu que fiquei irritada por uma aula de filosofia estar sendo desperdiçada dessa forma?), o filme é cheio de preconceitos e estereótipos. A imagem do ateu mau e ressentido, o cristão do bem que só quer provar que Deus existe e a típica repressão advinda do islamismo. Hm. Meio estranho isso, não? O filme, até onde se sabe, só quer provar que Deus existe, não há a necessidade de rotular tudo isso. A única coisa com a qual consegui concordar no filme foi que o professor não era de fato ateu, mas que apenas tinha raiva de Deus. Isso faz com que nada valha a pena, nem mesmo as discussões filosóficas tão "profundas", porque, afinal, de que adianta você querer mostrar de forma neutra que nenhum deus existe quando acredita que ele existe e apenas tem raiva? Não vi muito sentido. Na verdade, não vi sentido em nada.
Quanto às atuações, achei bem razoáveis. O que me incomodou foi a falta de coerência com a realidade durante boa parte do filme, começando com o assédio moral do professor, que obriga todo mundo a admitir o ateísmo e terminando com a cena final ridícula, com o pastor fazendo com que o professor acreditasse em Deus depois do acidente ao invés de chamar uma ambulância. Vale apontar outro erro aqui: o professor realmente se convenceu de que Deus existe ou se admitiu isso num momento de desespero para se salvar da morte? Em momento algum ele se deixou convencer pela razão, mas pela emoção.
Enfim, o filme não se encaixa. A temática é boa, dava pra explorar muita coisa, desde que o diretor e os roteiristas tivessem bons conhecimentos em filosofia, teologia e biologia (talvez tenham, só não usaram coerentemente). Ainda à espera de um filme que consiga trabalhar em cima desses dois posicionamentos de forma coerente e não estereotipada.
Coco Antes de Chanel
3.8 839 Assista AgoraMe surpreendi com o filme. De forma inteiramente positiva.
Inicialmente, pensei que se tratava de uma biografia da Coco Chanel que se voltava mais pro lado da moda, do estilo criado por ela e de toda a influência que ela exerceu. Depois percebi que isso ficou pro final e não passou de um mero detalhe no filme.
O filme retrata mais o aspecto pessoal do que profissional de Coco, mostrando um lado humano, batalhador e sutil de uma mulher que conseguiu chegar onde chegou. Para mim, foi principalmente uma desconstrução da imagem que eu tinha dela, antes adornada de todo um glamour (que é inegável existir), mas se resumindo apenas nisso. Anne Fontaine conseguiu retratar um lado mais Gabrielle do que Coco, e é aí que o título faz sentido. Antes de Chanel, antes de Coco, antes de eternizar o pretinho básico, Gabrielle foi uma moça simples, que sofreu, que trabalhou, que se apaixonou e que unindo suas determinações às oportunidades da vida, conseguiu se tornar influente no mundo inteiro até hoje. Simplesmente incrível.
Atração Mortal
3.7 318 Assista AgoraEu amo, amo, amo esse filme <3 O primeiro contato que tive foi escutando Candy Store, depois soube que a música era de um musical da Broadway baseado nesse filme e fui logo procurar para assistir. Adorei!
O filme não tem "nada demais", mas eu amo a forma como ele retrata os estereótipos da escola, o romancezinho e dá uma vibe dark com os "suicídios". Sem falar nos quotes maravilhosos:
"Fuck me gently with a chainsaw. Do I look like mother Teresa?"
hahah Super recomendo, é engraçado, leve e a Winona está maravilhosa, assim como o Christian Slater.
Ah, e que trágica coinciência o fato da Kim Walker ter morrido de tumor cerebral, quando a personagem dela (Heather Chandler) disse "Did you have a brain tumour for breakfast"? Bizarro.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraO que é mais legal no filme é que ele não parece um filme, parecem gravações aleatórias com uma câmera escondida, o que deixa tudo bem espontâneo. Somando isso à longa gravação (12 anos não é moleza), o filme fica com um efeito bem real, não tem aquele sensacionalismo, aquele romance exagerado nem a violência pra impressionar o telespectador. É aquele filme que você vê e realmente consegue se identificar, trata de coisas reais e dá até uma nostalgia vendo o passar do tempo (que é praticamente imperceptível em outros filmes, visto que as coisas acontecem mais rápido).
Isso fez com que eu me surpreendesse em várias partes, como no final, por exemplo, em que eu esperava que a Olivia e o Mason tivessem aquela conversa longa e cheia de choros sobre o futuro dele na faculdade e no final eles se abraçassem e arrumassem um jeito de ficarem juntos (bem clichê).
E outra coisa maneira acerca do longa é ver o Mason desde criança. Sempre fiquei curiosa pra saber como seria um filme em que os atores envelhecessem naturalmente, sem a necessidade de substituir por outros mais velhos e dar a impressão de passagem do tempo.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraNão precisa nem dizer que é um clássico. Um dos melhores filmes que eu já vi na vida, com certeza meu favorito e vale a pena ler o livro!
O que me chamou a atenção foi a audácia da personagem principal (Scarlett O'Hara) em não se contentar com os padrões patriarcais impostos na época, como ser uma moça comportada, agarrar um marido, se casar e estar condenada a não ter diversão nunca mais. Após a destruição de Tara pelos Ianques, ela toma as rédeas da situação e passa a comandar tudo sozinha, sem dar a mínima para as milhares de críticas (Uma mulher! No século XIX!). Mas o que não tem no filme é que a própria Scarlett se cansa disso, sentindo falta de um ombro masculino para se apoiar e dividir os afazeres com ela. Durante várias passagens ela lamenta estar sozinha e não poder simplesmente ser aquela bela dama que vai a festas à procura de um marido, mas ela nunca desiste, apesar de tudo.
A personalidade forte de Scarlett também me seduziu, ela é o retrato da "anti-heroína" perfeita, que, apesar de ser egoísta, chantagista e até mesmo maldosa, é determinada e faz de tudo pelo que acredita, o que cativa o público.
Outra coisa legal também é a confusão que Rhett Butler gera na cabeça de Scarlett, que acha que sabe de tudo, mas na verdade é sempre levada a questionar o que lhe foi ensinado e o que pensa a respeito de algo. Rhett é, sem dúvida, o grande impulsionador dos pensamentos de Scarlett, mas a personalidade forte da moça faz com que ela coloque tudo a perder (infelizmente).
O filme, por se passar num longo período de tempo (Scarlett começa com 16 anos e termina com 28), traz à tona as inconsequências da adolescência e as certezas incertas que todo mundo tem. É bem legal ver o amadurecimento da Scarlett, que passa de uma moça que pensa que está apaixonada e se torna numa mulher determinada a fazer de tudo para salvar sua terra amada (e o amor passa a ser segundo plano).
Se for pegar o esqueleto do tema central, não passa de uma história de amor que a Globo reproduziria no horário da tarde, mas se a destrincharmos, se torna uma lição valiosa de ruptura de padrões e nos faz questionar até onde nossos impulsos podem nos levar. Maravilhosa!
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KA fotografia me chamou mais atenção do que o tema da história em si (indicação ao Oscar super merecida). O que me despertou interesse foi a forma como a história foi contada, com um roteiro bem escrito e com quotes maravilhosos - cada citação melhor do que a outra. Sem falar que o jogo de cores contribuiu pra caramba. O filme é lindo!