Mário

Devastador.

Fiquei me perguntando o tempo todo enquanto assistia o filme quando a história da mulher-aranha iria aparecer, tinha expectativa também de assistir a Sônia Braga nesse papel e a expectativa ia aumentando no decorrer do filme por não gostar muito da sua interpretação como Leni e Marta. E aí chega a cena da mulher-aranha e dura poucos minutos, mais um pouco de frustração, apesar de Sônia estar belíssima no papel e no meu ver entregar a melhor atuação entre as três personagens que ela faz. O filme termina e a uma das perguntas que fica ressoando é o motivo do filme se chamar "O beijo da mulher-aranha", o porquê dessa história ter sido tão curta dentro do filme, não li o livro de mesmo título, então não sei como o autor aborda essa história. Toda a história de perseguição política, pra mim, fica em segundo plano apesar de servir de escada e deixar mais complexa ainda a relação entre Molina e Valentin. A traição

pra mim, foi retratado no seu devaneio da mulher-aranha. A mulher-aranha que foi jogada nessa ilha deserta e está presa na sua própria teia, recebe o náufrago (mesmo ator que faz Valentim) com um beijo e que provavelmente vai devorar seu amante na sua rede de teias como uma viúva-negra. E aí que o filme começa a ficar interessante, só depois que termina e depois dessas interpretações. Aí fiquei me perguntando se o primeiro filme contado pelo Molina também era uma metáfora da situação que eles estavam vivendo, mas aí pra eu entender teria que reassistir, coisa que não vou fazer tão cedo.