Jake Gyllenhaal está simplesmente impecável. Gyllenhaal configura a mídia sensacionalista representada no filme: Desumano, insensível e insaciável, uma mídia que como Lou Bloom é sociopática
Magnânimo como obra, controverso quanto à Ideologia
Whiplash foi a porta de entrada para conhecer o ótimo trabalho de Damien Chazelle, a ilustre atuação de Miles Teller(Andrew) e contemplar mais uma vez o grande ator que é J.K Simmons (Fletcher).
Escrito e dirigido por Damien Chazelle, Whiplash nos apresenta Andrew, um garoto solitário e pouco comunicativo que nutre o sonho de se tornar um grande baterista, marcando seu nome na história da música. Através da história de Andrew, Whiplash disserta sobre diversas questões como: Auto-sacrifício, a busca ao qualquer custo por reconhecimento, algo bem diferente da fama, e os limites entre motivação e humilhação.
Tratando-se de um filme sobre um baterista, sobretudo um baterista em uma banda de Jazz, o longa é embalado por muita música, com uma sonoplastia impecável, acompanhada de uma montagem e fotografia igualmente geniais, Whiplash é recheado de cenas de tirar o fôlego, onde entusiasmo e tensão fundem-se construindo quadros e sequências memoráveis.
Diversos comentários no Filmow, "compararam" Whiplash com Cisne Negro de Darren Aronofsky, eu compararia também( lembrado por Pablo Villaça) ao aclamado Nascidos Para Matar(Full Metal Jacket) de Stanley Kubrick, devido a relação entre sargento Hartman e seus recrutas. Os três filmes tem em comum, tratarem da relação entre Mestre e aluno, subordinado e superior e ao contrário de Cisne Negro e Nascidos Para Matar que se resolvem muito bem nesses aspecto e nesse ponto que ao meu ver Whiplash deixa a desejar.
Embora lide bem com as ofensas sexistas, homofóbicas e humilhantes de Fletcher dirigidas aos membros da banda e principalmente a Andrew, usando como recurso mostrar como isso atinge aos personagens e indiretamente nos atinge.Porém, falha ao meu ver, ao analisarmos como é apresentada a relação de Andrew e Fletcher, sobretudo como é apresentada a figura de Fletcher.
Mesmo que o comportamento agressivo e humilhante de Fletcher ganhe "destaque" em parte do longa, tenha certas consequências, conheçamos um pouco do "outro lado" de Fletcher e acabamos vendo que ele é em certo ponto vítima de sua frustração por nunca ter tido um Charlie Parker e de sua sua ambição para construir um. Whiplash escolhe, ou aparenta ter escolhido, um caminho controverso no que tange Terence Fletcher e seu comportamento.
A cena final, uma das melhores do filme, materializa a ideologia adotada por Whiplash. Quando Andrew que estava ali para ser liquidado por ousar a denunciar a pedagogia de seu mestre, acaba tomando as rédeas do show, conquistando a Fletcher e sua redenção; nesse memento Chazelle nos diz que todo humilhação e insegurança de qual Andrew foi alvo valeu a pena, em suma Fletcher transforma-se em herói.
Dirigido por Danny Boyle em 1996, Trainspotting é muito maior do que um filme sobre drogas ou uma juventude transviada.
Com uma cena inicial genial que resume em poucos minutos e palavras o modelo de vida padrão, normatizador e burguês de nossa sociedade, Trainspotting segue desde de seu primeiro minuto na contramão e entrega a narração do longa a um renegado, um pária, um viciado, segundo a nossa moral.
Ao entregar a narração a um viciado vemos o mundo segundo sua ótica, sua moral, a sua busca por um prazer instantâneo e real ,e assim, construí-se um conflito moral( Ético?) entre o narrador e você, espectador. Através desse conflito vemos nossos vícios, a superficialidade da vida moderna pautada por sonhos mesquinhos e necessidades materiais, em suma vemos nossa própria vida.
Apenas 4 anos depois(2000) a crítica a vida moderna e os vícios socialmente aceitos volta as telas com Requeim For a Dream ( Darren Aronofsky) usando o mesmo recurso de ligação entre drogas e nossos vícios, porém da maneira de Aronofsky de nos dar porrada na cara.
Embora, como já dito no primeiro parágrafo que Trainspotting não é filme sobre drogas, é perceptível no longa uma crítica a legalização de certas drogas, socialmente aceitas, como o Álcool, já que o personagem mais agressivo do filme, considera-se limpo por não usar heroína.
Bem fotografado e com um ótimo roteiro adaptado do livro homônimo de Irvine Welsh, Trainspotting é um filme inteligente, praticamente sem pontas soltas, um marco no cinema dos anos 90.
Os anos irão passar e nunca conseguirei analisar friamente "Her". Não levantei da cadeira do cinema formulando interpretações e críticas. Levantei-me lembrando que sou humano, que por mais que a tecnologia modifique a nós e nossas relações sociais, no fundo sempre seremos seres sensitivos com necessidade de amar. Por mais que os amores mudem, sempre serão sentimentos. Aliás, quem irá ousar dizer que Theodore não amou Samantha? E quem irá definir o amor? Espero que ninguém. Definir é limitar e limitar é uma palavra tão oposta ao amor, justo o amor impulsionador de atos inverossímeis, uma loucura socialmente aceita
Uma fotografia bem concebida e uma produção segura (Agustín Almodóvar), Damian Szifron constrói seu roteiro tendo como premissa situações de extrema tensão e descontrole.
O que somos capazes de fazer quando somos submetidos ao máximo de stress, tensão, humilhação? O que acontece quando rompemos com o acordo social firmado de forma inconsciente entre nós e a sociedade? É justamente isso que vemos em Relatos Selvagens, trabalhado de maneira habilidosa e extremamente divertida.
Marie(Monia Chokri) e Francis (Xavier Dolan) são grandes amigos mas tudo muda quando Nicolas(Niels Schneider) entra em cena e arrebata o coração de Marie e Francis.
Les Amours Imaginaires divide-se em dois blocos de histórias: Um grupo de pessoas que falam sobre suas tragédias amorosas e o suposto triângulo amoroso entre Marie, Francis e Nicolas, durante o filme fica clara o motivo dessa separação.
A fotografia impecável com lindas tragadas e fumaça por todo lado, visual Vintage, Trilha sonora diferenciada são os planos de fundo construídos por Xavier Dolan, para falar sobre Amor.
Esse fundo é de suma importância durante o longo pois claramente vemos uma divisão traçada durante o filme, o amor idealizado que é acompanhado de uma fotografia multicolorida e câmera lenta e o Amor Racionalizado apresentado por monólogos, acompanhados de tons simples e um zoom frio, quase violento.
A forma como Xavier Dolan conduz os dois blocos de histórias usando-os como forma de complementação de um ao outro, entregando nas falas dos personagens suas críticas é extremamente genial e essa genialidade cria diálogos e falas extremamente interessantes que ajudam a sustentar o longa, como a peça chave " O que se ama é o conceito".
Os flashs de Marie e Francis com seus parceiros, em cena belíssimas imbuídas de prazer e toques de melancolia resumem o confronto de todo o longa metragem, a dificuldade de se amar algo real, concreto que está a nossa frente, a necessidade de buscar algo idealizado, inalcançável, platônico.
A cena final onde a contradição citada acima para se perpetuar, mostra que é isso que amamos, nos apaixonar pelo eterno paradoxo do que é, ou pensamos que seja, o amor.
Boyhood é um filme de produção e organização épica e o resultado disso é algo extremamente simples, extremamente real e isso é magnífico.
Uma frase do filme é o bastante para resumir um projeto de 12 anos, " The momemt seizes us", Boyhood mostra de forma delicada e real a incrível metamorfose da própria vida, como os momentos nos marcam, nos mudam e nos constroem. Mostra a insegurança já sentida por todos sobre que vida viver, que escolhas tomar...
Um elenco e o incrível poder do tempo foi tudo Boyhood que precisou.
Dirigido por Jason Reitman e Roteirizado por Jason Reitman e Erin Cressida Wilson, inspirado no livro de Chad Kultgen, " Men, Women & Children" é um filme que acerta em muitos pontos erra em muitos outros, porém não deixa de ser um filme encantador.
Propondo-se a falar sobre um tema de extrema importância, que é a tecnologia nos tempos modernos e principalmente o uso das Redes Sociais ( Facebook, Tumblr...), " Men, Women & Children" enquadra-se em um conjunto de filmes, nos últimos 10, 5 anos, que tratam da tecnologia em escala cotidiana através de uma ótica afim de problematizar os seus efeitos na comunicação.
Com uma cena inicial de extrema beleza e sutilidade onde acompanhamos a sonda Voyager que parece dançar em meio a imensidão do cosmo, enquanto somos conduzidos pela voz de Emma Thompson, " Men, Women & Children" apresenta-se em seus primeiros minutos de forma magnífica, mas conforme o longa desenvolve-se as coisas mudam bastante.
Amarrado de modo geral com interpretações regulares, o longa ao tentar construir um imagem da geração atual e os pais dessa geração, comete um grande erro: Estereotipar, Apresentando personagens muitas vezes rasos, com algumas exceções. Embora o filme peque no aspecto de construção de alguns personagens, tem muito sucesso no que tange construir um reflexão sobre o uso de Smartphone e nossos dedos nervosos para digitar mais.
Ao mesmo que o longo consegue abrir parênteses sobre o uso da tecnologia e nossa comunicação atual, não consegue fechar os parênteses que abriu e não deixa claro se as perguntas propostas não foram respondidas, ou ao menos dissertadas, por opção ou por uma limitação da trama.
Apesar de tudo, " Men, Woman & Children" é um filme muito bom por tentar construir, e em parte conseguir, um reflexão coerente sobre como a tecnologia tem metamorfoseado nossa comunicação.
A cena final no qual voltamos a acompanhar a Voyager junto com as lindas e esclarecedoras palavras de Carl Sagan, talvez seja a melhor cena do filme. Sentindo um tremendo vazio, acompanho os créditos até que as luzes da sala do cinema são acessas.No momento em que as luzes acendem, olho ao redor e vejo olhos reflexivos, algumas cabeças baixas, ao longe sons de um choro brando, instintivo.
Enquanto os créditos dessem sinto algo diferente, em geral os créditos mostram que a película exibia apenas uma ficção, um faz de conta, mas dessa vez as coisas se apresentavam de forma diferente,embora estivesse nos créditos contido os nomes dos atores, produtores eu sabia que tudo foi exibido na tela era extremamente real que poderia estar acontecendo em diversas partes no mundo naquele momento ou mais estranhamente ainda poderia ter ocorrido concomitantemente ao filme, isso me deixou assustado.
Saio da sala junto com um senhor que estava sozinho, isolado por fileiras vazias, apresentava uma feição abatida, ele sai da sala, acende um cigarro, traga fumaça, olha para céu como se estivesse procurando voyager e um pedaço que ela carrega de nós. Outra tragada,segue seu caminho, olho para ele e constato que a comunicação não é um problema da geração atual geração, a única diferença é como tecnologia tem mudado essa situação, ora nos fazendo interagir ora nos isolando.
As palavras de Machado de Assis vem a minha a mente e percebo que o filme exibido a pouco nunca terá fim, " A contradição Humana é eterna"
"Oslo 31 de Agosto" materializa a insegurança, Melancolia, tristeza, solidão, acima de tudo questiona-nos de maneria genial com apenas 1h30min sobre a existência. Oslo é a configuração da Arte, um filme sem respostas. Isso é tudo.
Com uma ótima técnica narrativa, bela fotografia e ótimas atuações de Fabiula Nascimento( Íria) e João Miguel( Nonato) não é exagero dizer que "Estômago" é um dos marcos do cinema nacional.
Raimundo Nonato oriundo do nordeste se depará com a cidade grande, suas luzes, seus problemas e suas verdades. Sem ter dinheiro e com fome, pede uma coxinha, quitute que irá mudar sua vida. Ao tentar sair sem pagar se depara com Zulmiro (Zeca Cenovicz) e talvez a maior marca das grandes cidade; a Agressividade.
Sem dinheiro Zulmiro faz a proposta, ou intimidação, de Nonato limpar a cozinha como forma de pagamento e é ali naquela cozinha imunda que a vida de Nonato começa a mudar. Nesse momento entram em ação junto com a narrativa os elementos mais marcantes do filme: A fotografia e a trilha sonora, ambas sublimes. Nonato com suas unhas sujas, maneja a massa com leveza, faz Arte em um um botequim falido do subúrbio da cidade. Responde a agressividade e sordidez com talento e delicadeza.
Como resposta a Agressividade e forças de poder pré-definidas é uma das marcas de " Estômago" nos deparamos com a mesma situação mais uma vez, agora na prisão. Um ambiente hostil onde a força, seja política ou física, é uma das únicas formas de obter poder. Mais uma vez Nonato responde a situação com seu talento, como forma de obter poder e mudança hierárquica.
Um dos ponto que impacta muito do espectadores e a quantidade de xingamentos, "Estômago" não poderia ser conduzido sem os inúmeros palavrões, que são usados como recurso de linguagem e não de forma gratuita.
Sem mais delongas, "Estômago" é um filme brilhante com ótimo humor, inúmeras críticas e ótimas atuações, mais uma grande produção Nacional.
O documentário tem alguma utilidade no aspecto de revisar algum conteúdo mas fora isso é uma tragédia. Essa tragédia talvez aconteça por tentar relatar um grande evento como a Revolução Francesa em apenas 90 minutos, mas creio que a tragédia acontece devido a History ser extremamente tendenciosa e falaciosa, dando ênfase a alguns acontecimentos, o que não é um problema, e escondendo outros fatos, o que é um grande erro.
As coisas pioram quando retrata-se o período do governo Jacobino ( Terror). Dando extrema importância a violência do período, que de fato existiu, e ocultando conquistas desse período, como: Obrigatoriedade de educação, Sufrágio Universal e fim da escravidão nas colônias, além de sequer mencionar que sem suma de dúvidas o governo Jacobino foi muito mais voltado para o povo, pois quando os Girondinos assumiram o poder uma das suas primeiras atitudes foi abandonar todas as medidas consideradas excessivas, que em sua maioria representavam conquistas do povo.
Um documentário que pode ser útil para quem tenha um conhecimento mais aprofundado sobre o tema mas extremamente perigoso para uma primeira tentativa de entendimento da revolução.
Os livros de História já falaram sobre a Nobreza e se a Nobreza resolvesse contar sua história, melhor, se Maria Antonieta revolve-se contar a sua história ou se história fosse contada pelos olhos de Maria Antonieta. Acho que isso poderia definir um dos objetivos de Sofia Coppola.
Com uma paleta de cores que nos conta tanto, ou mais, que o roteiro e uma trilha contemporânea em um filme de época são marcas de um outro olhar. Olhar esse que mostra uma Nobreza que não pode ser chamada de Tradicional e sim ridícula " Isso é ridículo, Isso é Versalhes".
Sem dúvida um documentário bom,reflexivo e muitas vezes sensacionalista. Porém, as cenas demasiadamente dramáticas e apelativas não destroem o trabalho de Michael Moore, que ao esmiuçar o mundo econômico mostra uma outra face do capitalismo e uma outra face dos Estados Unidos.
Não compreendo por completo qual o foi o objetivo de Michael Moore ao produzir o documentário, mas vejo como grande equívoco restringir a crítica ao capitalismo a uma crítica a nação americana, alguns motivos de fazer isso são lógicos e visíveis, como o fato de a nação americana ser a nação mais rica do mundo. Porém, como as coisas são apresentadas parece que os países europeus são um exemplo de igualdade e fraternidade, o que não condiz nada com a realidade.
Embora seja um bom documentário é também um documentário perigoso, pois durante todo o documentário nós é apresentado os EUA como o vilão do mundo, algo que não pode ser encarado assim. As mazelas sociais não são produzidas simplesmente pela existência do capitalismo, como o próprio documentário mostra a desigualdade e corrupção existem desde de os tempos de Roma.
Toda tentativa de simplificar coisas por natureza complexas tendem ao erro, embora não fique claro várias vezes é sugerido como solução para as desgraças sociais o socialismo e seus derivados. O que de fato precisa ser compreendido é que o modelo sócio-político como é exercido hoje culmina na propagação da desigualdade social e econômica, portanto, é preciso mudar as coisas como elas são, o que não é uma tarefa fácil pois não existem em nenhum lugar um gabarito de como gerar igualdade e felicidade para as massas.
Apesar de tudo " Capitalismo: uma história de amor é um bom documentário se assistido e interpretado com cautela.
Roteiro perfeito, diálogos brilhantes tudo entre quatro paredes e "infelizmente" um filme que ainda continuará atual por muito tempo. Digo infelizmente porque " 12 homens e uma sentença" trata justamente de um instinto sanguinário, uma sede de justiça impensada, uma mostra de irracionalidade.
Um assunto que não está em enfoque no filme, mas passível de discussão é a pena de morte. Assiste " 12 homens e uma sentença" logo após assistir " Mar adentro" ótimo filme de Alejandro Amenábar com Javier Bardem que trata sobre a Eutanásia. Embora pareçam temas distantes, convergem justamente em um mesmo ponto. Pode o Estado dizer que um cidadão deve continuar vivo, e pode o Estado determinar quem deve morrer?
O que seria daquele menino se não fosse o jurado nº8 (Henry Fonda)? Provavelmente seria morto. Outra sacada genial de Sidney Lumet é não deixar extremamente claro se o jovem era inocente ou não, apenas deixando claro que não existiam provas o bastante para condena-lo. Enfim, como já disseram aqui, um clássico entre quatro paredes.
Mar adentro nasce com o objetivo de debater um assunto importante, tratado por muitos como tabu, e faz isso de maneira emocionante e extremamente artística. Quem pode decidir se um indivíduo deve viver ou não, a não ser ele mesmo? Até que ponto a vida é algo agradável o bastante para ser vivida?
São essas perguntas que Mar adentro deixa em seu subconsciente após seu término, embora, o filme privilegie a visão da "vítima", o que não é algo ruim, pois grande parte da sociedade está disposta a emitir opiniões sobre o assunto. Mas, o que pensam aqueles que sofrem, que tem seus dias vistos como pesadelos, aqueles que olham para sua vida como um orvalho em uma folha, orvalho este que desejam que caia.
Amarrados por ótimas interpretações uma ótima montagem e boa fotografia, mesmo que todos os aspectos fiquem em segundo plano, Mar adentro é um ótimo filme e indispensável para quem deseja pensar sobre o assunto.
"Padre: - Amigo Ramón, una libertad que elimina la vida no es libertad. Ramón: - Y una vida que elimina la libertad, tampoco es vida."
São poucos os filmes que retratam as experiências antropológicas de maneira tão artística e ao mesmo tempo real. Com uma bela fotografia Dança com Lobos mostra um outro lado da guerra civil, lado este, quase que ocultado pela história e até mesmo pela Arte. Mas, talvez o ponto mais impactanteda obra é como o outro vê o homem branco, como por todo lugar que ele passa deixa rastros de destruição. Um bom filme.
Cloud Atlas é acima de tudo um projeto ambicioso. Maduro cinematograficamente, um estupendo trabalho de maquiagem, denso filosoficamente mas o conjunto da obra não emociona, justamente num filme que retrata emoções.
Durante todo o filme se tem a sensação de que Oliver Parker não sabia muito bem o que estava fazendo. Mesmo levando em conta que Dorian Gray é um filme de difícil adaptação por sua riqueza em críticas e reflexões Dorian Gray é um filme vazio.
O tipo de filme que consegue agradar os leitores, você pode acabar de ler o livro e instantaneamente ver o filme. Porém, acho que um filme que não anda com suas próprias pernas, sendo quase inerente ao livro, o que pode não proporcionar muito envolvimento com o espectador que não leu o livro. Mas, parece que tudo se compensa com a atuação de Reginaldo Faria que consegue demonstrar com maestria a grande ironia de Brás Cubas. Sem dúvida alguma um bom filme.
Um filme claramente inferior ao primeiro, mas que de forma nenhuma é um filme ruim. Matrix Reloaded tem diversas cenas que são muito melhores produzidas que no primeiro filme, cenas como: A luta de neo contra o agente Smith extremamente bem feita, a dança do povo de Zion que para mim é um dos momentos mais imersivos do filme, cena que remete-se ao primitivismo humano longe de qualquer prazer cerceado, a conversa de Neo com o conselheiro que tem direta relação com a nossa condição atual com a tecnologia, nós não somos controlados pela tecnologia, acho que ainda não, mas somos totalmente dependentes dela e outra cena interessante é o diálogo de Neo com o arquiteto.
Mesmo assim Matrix Reloaded é um filme inferior ao primeiro por não conseguir manter um ritmo na trama e oscilar entre momentos orgasmáticos e outros um tanto quanto monótonos.
“Imaginem se a América fosse uma ditadura! 1% do povo teria toda a riqueza da nação. Ajudariam os seus amigos ricos diminuindo os impostos deles e pagando as dívidas de jogo deles. Ignorariam as necessidades de saúde e educação dos pobres. Sua mídia pareceria livre mas seria controlada por uma pessoa e a família dela. Grampeariam telefones e torturariam prisioneiros estrangeiros. Adulterariam as eleições. Mentiriam sobre as guerras. Encheriam as prisões com uma raça específica e ninguém reclamaria. Usariam a mídia para assustar o povo apoiando políticas contra os interesses dele. Sei que é difícil para vocês, americanos, imaginarem. Mas, por favor, tentem
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraJake Gyllenhaal está simplesmente impecável. Gyllenhaal configura a mídia sensacionalista representada no filme: Desumano, insensível e insaciável, uma mídia que como Lou Bloom é sociopática
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraMagnânimo como obra, controverso quanto à Ideologia
Whiplash foi a porta de entrada para conhecer o ótimo trabalho de Damien Chazelle, a ilustre atuação de Miles Teller(Andrew) e contemplar mais uma vez o grande ator que é J.K Simmons (Fletcher).
Escrito e dirigido por Damien Chazelle, Whiplash nos apresenta Andrew, um garoto solitário e pouco comunicativo que nutre o sonho de se tornar um grande baterista, marcando seu nome na história da música. Através da história de Andrew, Whiplash disserta sobre diversas questões como: Auto-sacrifício, a busca ao qualquer custo por reconhecimento, algo bem diferente da fama, e os limites entre motivação e humilhação.
Tratando-se de um filme sobre um baterista, sobretudo um baterista em uma banda de Jazz, o longa é embalado por muita música, com uma sonoplastia impecável, acompanhada de uma montagem e fotografia igualmente geniais, Whiplash é recheado de cenas de tirar o fôlego, onde entusiasmo e tensão fundem-se construindo quadros e sequências memoráveis.
Diversos comentários no Filmow, "compararam" Whiplash com Cisne Negro de Darren Aronofsky, eu compararia também( lembrado por Pablo Villaça) ao aclamado Nascidos Para Matar(Full Metal Jacket) de Stanley Kubrick, devido a relação entre sargento Hartman e seus recrutas. Os três filmes tem em comum, tratarem da relação entre Mestre e aluno, subordinado e superior e ao contrário de Cisne Negro e Nascidos Para Matar que se resolvem muito bem nesses aspecto e nesse ponto que ao meu ver Whiplash deixa a desejar.
Embora lide bem com as ofensas sexistas, homofóbicas e humilhantes de Fletcher dirigidas aos membros da banda e principalmente a Andrew, usando como recurso mostrar como isso atinge aos personagens e indiretamente nos atinge.Porém, falha ao meu ver, ao analisarmos como é apresentada a relação de Andrew e Fletcher, sobretudo como é apresentada a figura de Fletcher.
Mesmo que o comportamento agressivo e humilhante de Fletcher ganhe "destaque" em parte do longa, tenha certas consequências, conheçamos um pouco do "outro lado" de Fletcher e acabamos vendo que ele é em certo ponto vítima de sua frustração por nunca ter tido um Charlie Parker e de sua sua ambição para construir um. Whiplash escolhe, ou aparenta ter escolhido, um caminho controverso no que tange Terence Fletcher e seu comportamento.
A cena final, uma das melhores do filme, materializa a ideologia adotada por Whiplash. Quando Andrew que estava ali para ser liquidado por ousar a denunciar a pedagogia de seu mestre, acaba tomando as rédeas do show, conquistando a Fletcher e sua redenção; nesse memento Chazelle nos diz que todo humilhação e insegurança de qual Andrew foi alvo valeu a pena, em suma Fletcher transforma-se em herói.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraDirigido por Danny Boyle em 1996, Trainspotting é muito maior do que um filme sobre drogas ou uma juventude transviada.
Com uma cena inicial genial que resume em poucos minutos e palavras o modelo de vida padrão, normatizador e burguês de nossa sociedade, Trainspotting segue desde de seu primeiro minuto na contramão e entrega a narração do longa a um renegado, um pária, um viciado, segundo a nossa moral.
Ao entregar a narração a um viciado vemos o mundo segundo sua ótica, sua moral, a sua busca por um prazer instantâneo e real ,e assim, construí-se um conflito moral( Ético?) entre o narrador e você, espectador. Através desse conflito vemos nossos vícios, a superficialidade da vida moderna pautada por sonhos mesquinhos e necessidades materiais, em suma vemos nossa própria vida.
Apenas 4 anos depois(2000) a crítica a vida moderna e os vícios socialmente aceitos volta as telas com Requeim For a Dream ( Darren Aronofsky) usando o mesmo recurso de ligação entre drogas e nossos vícios, porém da maneira de Aronofsky de nos dar porrada na cara.
Embora, como já dito no primeiro parágrafo que Trainspotting não é filme sobre drogas, é perceptível no longa uma crítica a legalização de certas drogas, socialmente aceitas, como o Álcool, já que o personagem mais agressivo do filme, considera-se limpo por não usar heroína.
Bem fotografado e com um ótimo roteiro adaptado do livro homônimo de
Irvine Welsh, Trainspotting é um filme inteligente, praticamente sem pontas soltas, um marco no cinema dos anos 90.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraOs anos irão passar e nunca conseguirei analisar friamente "Her". Não levantei da cadeira do cinema formulando interpretações e críticas. Levantei-me lembrando que sou humano, que por mais que a tecnologia modifique a nós e nossas relações sociais, no fundo sempre seremos seres sensitivos com necessidade de amar. Por mais que os amores mudem, sempre serão sentimentos. Aliás, quem irá ousar dizer que Theodore não amou Samantha? E quem irá definir o amor? Espero que ninguém. Definir é limitar e limitar é uma palavra tão oposta ao amor, justo o amor impulsionador de atos inverossímeis, uma loucura socialmente aceita
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraCômico, trágico e extremamente real.
Uma fotografia bem concebida e uma produção segura (Agustín Almodóvar), Damian Szifron constrói seu roteiro tendo como premissa situações de extrema tensão e descontrole.
O que somos capazes de fazer quando somos submetidos ao máximo de stress, tensão, humilhação? O que acontece quando rompemos com o acordo social firmado de forma inconsciente entre nós e a sociedade? É justamente isso que vemos em Relatos Selvagens, trabalhado de maneira habilidosa e extremamente divertida.
Amores Imaginários
3.8 1,5K"A única verdade é o amor para além da razão."
Marie(Monia Chokri) e Francis (Xavier Dolan) são grandes amigos mas tudo muda quando Nicolas(Niels Schneider) entra em cena e arrebata o coração de Marie e Francis.
Les Amours Imaginaires divide-se em dois blocos de histórias: Um grupo de pessoas que falam sobre suas tragédias amorosas e o suposto triângulo amoroso entre Marie, Francis e Nicolas, durante o filme fica clara o motivo dessa separação.
A fotografia impecável com lindas tragadas e fumaça por todo lado, visual Vintage, Trilha sonora diferenciada são os planos de fundo construídos por Xavier Dolan, para falar sobre Amor.
Esse fundo é de suma importância durante o longo pois claramente vemos uma divisão traçada durante o filme, o amor idealizado que é acompanhado de uma fotografia multicolorida e câmera lenta e o Amor Racionalizado apresentado por monólogos, acompanhados de tons simples e um zoom frio, quase violento.
A forma como Xavier Dolan conduz os dois blocos de histórias usando-os como forma de complementação de um ao outro, entregando nas falas dos personagens suas críticas é extremamente genial e essa genialidade cria diálogos e falas extremamente interessantes que ajudam a sustentar o longa, como a peça chave " O que se ama é o conceito".
Os flashs de Marie e Francis com seus parceiros, em cena belíssimas imbuídas de prazer e toques de melancolia resumem o confronto de todo o longa metragem, a dificuldade de se amar algo real, concreto que está a nossa frente, a necessidade de buscar algo idealizado, inalcançável, platônico.
A cena final onde a contradição citada acima para se perpetuar, mostra que é isso que amamos, nos apaixonar pelo eterno paradoxo do que é, ou pensamos que seja, o amor.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraBoyhood é um filme de produção e organização épica e o resultado disso é algo extremamente simples, extremamente real e isso é magnífico.
Uma frase do filme é o bastante para resumir um projeto de 12 anos, " The momemt seizes us", Boyhood mostra de forma delicada e real a incrível metamorfose da própria vida, como os momentos nos marcam, nos mudam e nos constroem. Mostra a insegurança já sentida por todos sobre que vida viver, que escolhas tomar...
Um elenco e o incrível poder do tempo foi tudo Boyhood que precisou.
Cronicamente Inviável
4.0 140O Filme é genial mas parece ser apenas um embrião de " Quanto vale ou é por quilo?" obra máxima de Bianchi.
Homens, Mulheres & Filhos
3.6 670 Assista AgoraDirigido por Jason Reitman e Roteirizado por Jason Reitman e Erin Cressida Wilson, inspirado no livro de Chad Kultgen, " Men, Women & Children" é um filme que acerta em muitos pontos erra em muitos outros, porém não deixa de ser um filme encantador.
Propondo-se a falar sobre um tema de extrema importância, que é a tecnologia nos tempos modernos e principalmente o uso das Redes Sociais ( Facebook, Tumblr...), " Men, Women & Children" enquadra-se em um conjunto de filmes, nos últimos 10, 5 anos, que tratam da tecnologia em escala cotidiana através de uma ótica afim de problematizar os seus efeitos na comunicação.
Com uma cena inicial de extrema beleza e sutilidade onde acompanhamos a sonda Voyager que parece dançar em meio a imensidão do cosmo, enquanto somos conduzidos pela voz de Emma Thompson, " Men, Women & Children" apresenta-se em seus primeiros minutos de forma magnífica, mas conforme o longa desenvolve-se as coisas mudam bastante.
Amarrado de modo geral com interpretações regulares, o longa ao tentar construir um imagem da geração atual e os pais dessa geração, comete um grande erro: Estereotipar, Apresentando personagens muitas vezes rasos, com algumas exceções. Embora o filme peque no aspecto de construção de alguns personagens, tem muito sucesso no que tange construir um reflexão sobre o uso de Smartphone e nossos dedos nervosos para digitar mais.
Ao mesmo que o longo consegue abrir parênteses sobre o uso da tecnologia e nossa comunicação atual, não consegue fechar os parênteses que abriu e não deixa claro se as perguntas propostas não foram respondidas, ou ao menos dissertadas, por opção ou por uma limitação da trama.
Apesar de tudo, " Men, Woman & Children" é um filme muito bom por tentar construir, e em parte conseguir, um reflexão coerente sobre como a tecnologia tem metamorfoseado nossa comunicação.
A cena final no qual voltamos a acompanhar a Voyager junto com as lindas e esclarecedoras palavras de Carl Sagan, talvez seja a melhor cena do filme. Sentindo um tremendo vazio, acompanho os créditos até que as luzes da sala do cinema são acessas.No momento em que as luzes acendem, olho ao redor e vejo olhos reflexivos, algumas cabeças baixas, ao longe sons de um choro brando, instintivo.
Enquanto os créditos dessem sinto algo diferente, em geral os créditos mostram que a película exibia apenas uma ficção, um faz de conta, mas dessa vez as coisas se apresentavam de forma diferente,embora estivesse nos créditos contido os nomes dos atores, produtores eu sabia que tudo foi exibido na tela era extremamente real que poderia estar acontecendo em diversas partes no mundo naquele momento
ou mais estranhamente ainda poderia ter ocorrido concomitantemente ao filme, isso me deixou assustado.
Saio da sala junto com um senhor que estava sozinho, isolado por fileiras vazias, apresentava uma feição abatida, ele sai da sala, acende um cigarro, traga fumaça, olha para céu como se estivesse procurando voyager e um pedaço que ela carrega de nós. Outra tragada,segue seu caminho, olho para ele e constato que a comunicação não é um problema da geração atual geração, a única diferença é como tecnologia tem mudado essa situação, ora nos fazendo interagir ora nos isolando.
As palavras de Machado de Assis vem a minha a mente e percebo que o filme exibido a pouco nunca terá fim, " A contradição Humana é eterna"
Oslo, 31 de Agosto
3.9 194"Oslo 31 de Agosto" materializa a insegurança, Melancolia, tristeza, solidão, acima de tudo questiona-nos de maneria genial com apenas 1h30min sobre a existência. Oslo é a configuração da Arte, um filme sem respostas. Isso é tudo.
Estômago
4.2 1,6K Assista AgoraCom uma ótima técnica narrativa, bela fotografia e ótimas atuações de Fabiula Nascimento( Íria) e João Miguel( Nonato) não é exagero dizer que "Estômago" é um dos marcos do cinema nacional.
Raimundo Nonato oriundo do nordeste se depará com a cidade grande, suas luzes, seus problemas e suas verdades. Sem ter dinheiro e com fome, pede uma coxinha, quitute que irá mudar sua vida. Ao tentar sair sem pagar se depara com Zulmiro (Zeca Cenovicz) e talvez a maior marca das grandes cidade; a Agressividade.
Sem dinheiro Zulmiro faz a proposta, ou intimidação, de Nonato limpar a cozinha como forma de pagamento e é ali naquela cozinha imunda que a vida de Nonato começa a mudar. Nesse momento entram em ação junto com a narrativa os elementos mais marcantes do filme: A fotografia e a trilha sonora, ambas sublimes. Nonato com suas unhas sujas, maneja a massa com leveza, faz Arte em um um botequim falido do subúrbio da cidade. Responde a agressividade e sordidez com talento e delicadeza.
Como resposta a Agressividade e forças de poder pré-definidas é uma das marcas de " Estômago" nos deparamos com a mesma situação mais uma vez, agora na prisão. Um ambiente hostil onde a força, seja política ou física, é uma das únicas formas de obter poder. Mais uma vez Nonato responde a situação com seu talento, como forma de obter poder e mudança hierárquica.
Um dos ponto que impacta muito do espectadores e a quantidade de xingamentos, "Estômago" não poderia ser conduzido sem os inúmeros palavrões, que são usados como recurso de linguagem e não de forma gratuita.
Sem mais delongas, "Estômago" é um filme brilhante com ótimo humor, inúmeras críticas e ótimas atuações, mais uma grande produção Nacional.
Revolução Francesa
4.2 25O documentário tem alguma utilidade no aspecto de revisar algum conteúdo mas fora isso é uma tragédia. Essa tragédia talvez aconteça por tentar relatar um grande evento como a Revolução Francesa em apenas 90 minutos, mas creio que a tragédia acontece devido a History ser extremamente tendenciosa e falaciosa, dando ênfase a alguns acontecimentos, o que não é um problema, e escondendo outros fatos, o que é um grande erro.
As coisas pioram quando retrata-se o período do governo Jacobino ( Terror). Dando extrema importância a violência do período, que de fato existiu, e ocultando conquistas desse período, como: Obrigatoriedade de educação, Sufrágio Universal e fim da escravidão nas colônias, além de sequer mencionar que sem suma de dúvidas o governo Jacobino foi muito mais voltado para o povo, pois quando os Girondinos assumiram o poder uma das suas primeiras atitudes foi abandonar todas as medidas consideradas excessivas, que em sua maioria representavam conquistas do povo.
Um documentário que pode ser útil para quem tenha um conhecimento mais aprofundado sobre o tema mas extremamente perigoso para uma primeira tentativa de entendimento da revolução.
Maria Antonieta
3.7 1,3K Assista AgoraOs livros de História já falaram sobre a Nobreza e se a Nobreza resolvesse contar sua história, melhor, se Maria Antonieta revolve-se contar a sua história ou se história fosse contada pelos olhos de Maria Antonieta. Acho que isso poderia definir um dos objetivos de Sofia Coppola.
Com uma paleta de cores que nos conta tanto, ou mais, que o roteiro e uma trilha contemporânea em um filme de época são marcas de um outro olhar. Olhar esse que mostra uma Nobreza que não pode ser chamada de Tradicional e sim ridícula " Isso é ridículo, Isso é Versalhes".
Capitalismo: Uma História de Amor
4.0 221Sem dúvida um documentário bom,reflexivo e muitas vezes sensacionalista. Porém, as cenas demasiadamente dramáticas e apelativas não destroem o trabalho de Michael Moore, que ao esmiuçar o mundo econômico mostra uma outra face do capitalismo e uma outra face dos Estados Unidos.
Não compreendo por completo qual o foi o objetivo de Michael Moore ao produzir o documentário, mas vejo como grande equívoco restringir a crítica ao capitalismo a uma crítica a nação americana, alguns motivos de fazer isso são lógicos e visíveis, como o fato de a nação americana ser a nação mais rica do mundo. Porém, como as coisas são apresentadas parece que os países europeus são um exemplo de igualdade e fraternidade, o que não condiz nada com a realidade.
Embora seja um bom documentário é também um documentário perigoso, pois durante todo o documentário nós é apresentado os EUA como o vilão do mundo, algo que não pode ser encarado assim. As mazelas sociais não são produzidas simplesmente pela existência do capitalismo, como o próprio documentário mostra a desigualdade e corrupção existem desde de os tempos de Roma.
Toda tentativa de simplificar coisas por natureza complexas tendem ao erro, embora não fique claro várias vezes é sugerido como solução para as desgraças sociais o socialismo e seus derivados. O que de fato precisa ser compreendido é que o modelo sócio-político como é exercido hoje culmina na propagação da desigualdade social e econômica, portanto, é preciso mudar as coisas como elas são, o que não é uma tarefa fácil pois não existem em nenhum lugar um gabarito de como gerar igualdade e felicidade para as massas.
Apesar de tudo " Capitalismo: uma história de amor é um bom documentário se assistido e interpretado com cautela.
Lunar
3.8 686 Assista AgoraComparar Lunar a 2001: Uma odisseia no espaço é superestima-lo.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraRoteiro perfeito, diálogos brilhantes tudo entre quatro paredes e "infelizmente" um filme que ainda continuará atual por muito tempo. Digo infelizmente porque " 12 homens e uma sentença" trata justamente de um instinto sanguinário, uma sede de justiça impensada, uma mostra de irracionalidade.
Um assunto que não está em enfoque no filme, mas passível de discussão é a pena de morte. Assiste " 12 homens e uma sentença" logo após assistir " Mar adentro" ótimo filme de Alejandro Amenábar com Javier Bardem que trata sobre a Eutanásia. Embora pareçam temas distantes, convergem justamente em um mesmo ponto. Pode o Estado dizer que um cidadão deve continuar vivo, e pode o Estado determinar quem deve morrer?
O que seria daquele menino se não fosse o jurado nº8 (Henry Fonda)? Provavelmente seria morto. Outra sacada genial de Sidney Lumet é não deixar extremamente claro se o jovem era inocente ou não, apenas deixando claro que não existiam provas o bastante para condena-lo. Enfim, como já disseram aqui, um clássico entre quatro paredes.
Mar Adentro
4.2 607Mar adentro nasce com o objetivo de debater um assunto importante, tratado por muitos como tabu, e faz isso de maneira emocionante e extremamente artística. Quem pode decidir se um indivíduo deve viver ou não, a não ser ele mesmo? Até que ponto a vida é algo agradável o bastante para ser vivida?
São essas perguntas que Mar adentro deixa em seu subconsciente após seu término, embora, o filme privilegie a visão da "vítima", o que não é algo ruim, pois grande parte da sociedade está disposta a emitir opiniões sobre o assunto. Mas, o que pensam aqueles que sofrem, que tem seus dias vistos como pesadelos, aqueles que olham para sua vida como um orvalho em uma folha, orvalho este que desejam que caia.
Amarrados por ótimas interpretações uma ótima montagem e boa fotografia, mesmo que todos os aspectos fiquem em segundo plano, Mar adentro é um ótimo filme e indispensável para quem deseja pensar sobre o assunto.
"Padre:
- Amigo Ramón, una libertad que elimina la vida no es libertad.
Ramón:
- Y una vida que elimina la libertad, tampoco es vida."
Dança com Lobos
4.0 495São poucos os filmes que retratam as experiências antropológicas de maneira tão artística e ao mesmo tempo real. Com uma bela fotografia Dança com Lobos mostra um outro lado da guerra civil, lado este, quase que ocultado pela história e até mesmo pela Arte. Mas, talvez o ponto mais impactanteda obra é como o outro vê o homem branco, como por todo lugar que ele passa deixa rastros de destruição. Um bom filme.
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraCloud Atlas é acima de tudo um projeto ambicioso. Maduro cinematograficamente, um estupendo trabalho de maquiagem, denso filosoficamente mas o conjunto da obra não emociona, justamente num filme que retrata emoções.
O Retrato de Dorian Gray
3.2 1,5K Assista AgoraDurante todo o filme se tem a sensação de que Oliver Parker não sabia muito bem o que estava fazendo. Mesmo levando em conta que Dorian Gray é um filme de difícil adaptação por sua riqueza em críticas e reflexões Dorian Gray é um filme vazio.
Memórias Póstumas
3.5 309 Assista AgoraO tipo de filme que consegue agradar os leitores, você pode acabar de ler o livro e instantaneamente ver o filme. Porém, acho que um filme que não anda com suas próprias pernas, sendo quase inerente ao livro, o que pode não proporcionar muito envolvimento com o espectador que não leu o livro. Mas, parece que tudo se compensa com a atuação de Reginaldo Faria que consegue demonstrar com maestria a grande ironia de Brás Cubas. Sem dúvida alguma um bom filme.
Matrix Reloaded
3.7 849 Assista AgoraUm filme claramente inferior ao primeiro, mas que de forma nenhuma é um filme ruim. Matrix Reloaded tem diversas cenas que são muito melhores produzidas que no primeiro filme, cenas como: A luta de neo contra o agente Smith extremamente bem feita, a dança do povo de Zion que para mim é um dos momentos mais imersivos do filme, cena que remete-se ao primitivismo humano longe de qualquer prazer cerceado, a conversa de Neo com o conselheiro que tem direta relação com a nossa condição atual com a tecnologia, nós não somos controlados pela tecnologia, acho que ainda não, mas somos totalmente dependentes dela e outra cena interessante é o diálogo de Neo com o arquiteto.
Mesmo assim Matrix Reloaded é um filme inferior ao primeiro por não conseguir manter um ritmo na trama e oscilar entre momentos orgasmáticos e outros um tanto quanto monótonos.
O Senhor das Armas
3.8 905 Assista AgoraSenhor das armas aborda tão bem o tema abordado que qualquer atuação fica em segundo plano. Um ótimo filme
O Ditador
3.2 1,8K Assista AgoraDesde de muito tempo sem assistir uma comédia, O ditador me fez acreditar novamente em humor crítico.
“Imaginem se a América fosse uma ditadura! 1% do povo teria toda a riqueza da nação. Ajudariam os seus amigos ricos diminuindo os impostos deles e pagando as dívidas de jogo deles. Ignorariam as necessidades de saúde e educação dos pobres. Sua mídia pareceria livre mas seria controlada por uma pessoa e a família dela. Grampeariam telefones e torturariam prisioneiros estrangeiros. Adulterariam as eleições. Mentiriam sobre as guerras. Encheriam as prisões com uma raça específica e ninguém reclamaria. Usariam a mídia para assustar o povo apoiando políticas contra os interesses dele. Sei que é difícil para vocês, americanos, imaginarem. Mas, por favor, tentem