Assisti Todas as Flores - Parte 2 (2023) de João Emmanuel Carneiro na GloboPlay. Como eu amo essa novela. A primeira parte eu comentei aqui. Se a mocinha sofre muito na primeira, nessa não é diferente. Sophie Charlotte está incrível como a doce Maíra que fica amarga, rancorosa e vingativa. Sua mãe sequestra seu filho, ela então começa um plano pra destruí-la. Rouba o seu dinheiro, faz cirurgia nos olhos e passa a ter baixa visão, mas mantém em segredo. Como lidar com bandido é sempre perigoso, ela se prejudica bastante. Humberto, mais canalha que nunca, rendeu bons momentos. Fiquei triste com o desfecho dele. Inacreditável, porque é muito vilão, dá até vergonha querer ele sobrevivendo e se dando bem. Fábio Assunção arrasou. Ele e a dupla com a Regina Casé renderam momentos deliciosos. A turma da fazenda continua sofrendo horrores. Como os internos precisam mostrar que colaboram, vários nunca sabemos de que lado estão. Estão ótimos Samantha Jones, Duda Batsow e Luiz Fortes. Muito bom que a grande Denise Weinberg se une ao time. Ela é a grande cientista que faz experimentos e ainda cuida de toda a parte médica dos internos para melhor resultados nos crimes de tráfico de crianças e órgãos. A fazenda tinha algumas forçadas. Quem era indisciplinado era incapacitado por cirurgia e mantido por lá. Custo alto demais manter inúmeros inoperantes que precisavam de remédios, funcionários, refeições. Vendiam os órgãos depois, mas ter tanto interno era esquisito. Mas dramaturgicamente a trama funcionava muito bem. Como eu torcia por Mauritânia e Javé, mas era uma relação difícil. Ele tinha uma química forte e uma relação sexual longa com a filha da Mauritânia e o que todos desconfiavam, ainda era pai do filho da jovem, portanto, pai da neta da amada. Thalita Carauta em um dos seus melhores personagens. Gostei muito do Jhona Burjak. Cenas quentes de vários atores não faltaram. No twitter então viviam falando que a Rhodes parecia um motel de tanto casal que namorava por lá. Muitas cenas quentes e instigantes. Minha irmã terminou de ver antes e disse que não gostou de alguns dos desfechos. Eu concordo. Acho que a Vanessa poderia ter tido um final menos mirabolantes. Achei muito coerente o final do Pablo. Caio Castro estava ótimo. Abrir mão de uma fortuna não parecia ser o perfil dele. Como a novela falava de tráfico humano, a segunda temporada foi bem tensa, muito até, sofri bastante. Mas não dava pra imaginar que pessoas que trabalhavam há tantos anos com tráfico de pessoas, órgãos, fossem ter ações sem violência. E como a Maíra gostou de ter filho. Gostei muito! Grande novela!
Assisti Vai na Fé (2023) de Rosane Svartman na TV Globo e na GloboPlay. Os outros co-autores eram Mário Viana, Renata Corrêa, Pedro Alvarenga, Renata Sofia, Fabrício Santiago e Sabrina Rosa. Vi a maior parte na TV Globo, mas quando não conseguia ver no horário, via na GloboPlay. Eu sempre vejo os primeiros capítulos das novelas, mas achava que não veria essa depois, uma pelo estilo do horário, prefiro às das 21h, e outra por falar de fé. Embora pareça não sou muito religiosa, mas a ideia de assistir produtos que falem e relatam vários tipos de fé. Vai na Fé entrou para a lista de novelas que mais amei. Já estou com saudade! Eu participo de um grupo de novelas no whatsapp e tinha tempo que não víamos novelas juntas. Vai na Fé nos uniu de novo, bom, nem tanto, porque o bom de ver novela é poder discordar das escolhas, palpitar e "escrever a nossa própria novela". E volte e meia a gente discordava uma das outras. Eu era fã de Sol e Lui. Como disse uma amiga do grupo, ele fazia a Sol sorrir. José Loreto estava incrível. Mas a retomada do amor entre Sol e Ben, a construção do amor, foi muito lindo. Não teve como não se emocionar com o casamento. Já era tempo de Sheron Menezes ser protagonista, o mesmo pra outro incrível ator, Samuel de Assis. E não faltou música. E como nós amamos esses momentos. Além das músicas de Lui Lorenzo, ensaios, shows. Theo começou a ir em um karaokê, e outros iam com ele. A trama passou então a colocar músicas em vários trechos, com trilhas sonoras deslumbrantes, fortes e impactantes, com vários do elenco cantando. Que fantástico! Eu aguardava cada momento. Emílio Dantas arrasou em seu vilão pra lá de vilão. Amo Caio Manhente desde Berenice Procura. Ele fez par romântico com a maravilhosa Kate de Clara Moneke, uma das grandes revelações da novela. Linda e talentosa, seu personagem teve muitas nuances. Inicialmente ela se envolveu com o Theo e a novela debateu temas urgentes como abuso e violência contra a mulher. Emocionei quando a Letícia diz "mas ela é só uma menina". Na trama passaram a por a culpa do envolvimento da Kate com um homem rico, mais velho e casado. Ela não tinha profissão definida, era balconista de um café, de repente começa a ser assediado por um homem rico, lindo, bem sucedido, julgá-la é no mínimo perverso. Interessante que por ser uma novela das 19h, abordou e aprofundou muitas questões urgentes. Pra isso a novela contava com uma equipe de advogados. Dois protagonistas eram advogados talentosos em um escritório promissor. Era aí que ficava Lumiar, outra personagem cheia de camadas, inclusive a personagem que mais me identifiquei, por ela não ser religiosa, exagerada no trabalho, focada. E amei que o clichê não a levou para a fé, ela continuou cética, mesmo acompanhando a doença de sua mãe. Mais um grande personagem de Carolina Dieckman. Os estudantes de direito, Lumiar era uma professora, davam o segundo tom no tema advocacia. Cotistas, eles passavam a trazer temas menos abordados entre advogados, mas mais mencionados nos jornais policiais. Jean Paulo Campos, que arrasou, inclusive, é preso por reconhecimento em foto, aberração que ainda existe nos dias de hoje. Os jovens criaram um grupo para debater injustiças, entender a lei, cuidar de casos difíceis. Wilma Campos foi outra grande personagem com a maravilhosa Renata Sorrah em uma personagem repleta de diferenças. Atriz de grande sucesso, ela misturava em suas falas inúmeros trechos de grandes autores sejam da literatura, teatro, ou mesmo de novelas anteriores. Ao mesmo tempo foi uma péssima mãe e fez a bobagem de largar a carreira pra cuidar da do filho que desprezava. Ela odiava a música que ele ganhava dinheiro, então ela o humilhava constantemente. Vai na Fé trouxe ainda inúmeros trechos de peças de teatro, momentos únicos e mágicos. Queria que Lorençato (Bruno Garcia) tivesse voltado a trama e ficado com ela. Amei o curta Fumaça Macabra, nunca me diverti tanto. Fomos às lágrimas com a Dora defendida magicamente por Cláudia Ohana. Ela e o marido tinham o Refúgio, ele era o maravilhoso Zé Carlos Machado. Ela descobre uma doença terminal. E de novo Vai na Fé passou a debater temas importantes, como o direito de um paciente sem chances de cura, escolher viver com dignidade em sua própria casa, com paliativos. A cena após a morte, das cinzas, a música, explodiu na internet. Foi lindo o cuidado de não fugir ao melodrama e fazer doído e triste, mas sem exageros e sem apelos. Outro casal apaixonante era Clara e Helena. Gostei como foram construindo o amor das duas. Ela ainda casada com Theo, bastante preconceituosa em vários temas e a doce Helena. Regina Alves e Priscila Sztejnman arrasaram. Infelizmente o atual conservadorismo da TV Globo censurou várias vezes os beijos delas. A internet pressionou tanto que acabou acontecendo, mas bem depois quando outros casais entre pessoas do mesmo sexo também tiveram seus beijos censurados, foi muito triste e retrógado. Nós do grupo ficamos revoltadas. Foram muitos personagens incríveis. A cada momento algum despontava em uma grande trama, como o Orfeu. Jonathan Haagensen arrasou com esse sombrio sócio. Enquanto Theo posava de empresário do ano, Orfeu nas sombras tomava conta de toda a marginalidade dos negócios deles. Renata Miryanova inclusive teve seu momento de holofotes. Secretária desde o pai do Theo, ajudava em esconder as ações ilícitas até que é traída pelo chefe e foge com o dinheiro. Amava Bruna e Jairo, como torcia por esse casal. Ela começou vendendo quentinhas, passou a ter encomendas até que Sol ajudou ela e a mãe, a maravilhosa Elisa Lucinda, a montar um restaurante. Adoro a Clara Cristina Cardoso. Ela era daquelas amigas que todos queremos ter. Jairo era segurança de Lui Lorenzo e era muito batalhador. Lucas Oradovschi estava ótimo. A parte virtual foi muito bem construída. A Guiga era a que mais encabeçava o tema. Mel Maia arrasou. A trama dela era engraçada, mas tinha traços dramáticos tocantes. Logo no começo seu pai é preso e os bens bloqueados. A mãe sempre viajando. Ela que tinha uma vida confortável, se vê de repente totalmente sem dinheiro. Ela era uma influencer muito respeitada e consegue com o seu trabalho continuar pagando a faculdade e sobreviver. Ela tem que mudar o seu estilo de vida e viver em um apart apertado, mas consegue com dignidade e trabalho se sustentar mesmo tão jovem. Ela ensina inclusive seu futuro namorado a trabalhar com isso também. Sem romantizar, a novela ainda mostra os perigos de não ficar atento a picaretas. E sim, ela ainda exagerava, o que sempre nos divertia. Na foto está com o primeiro namorado interpretado por Henrique Barreira, que falou de masculinidade tóxica. Antony Verão de Orlando Caldeira e Erika, da Letícia Salles, os dois fofoqueiros da novela tinham colunas virtuais de sucesso. Amei os desdobramentos e o desfecho de Érika. Como disse eram muitos personagens. Outros atores eram Bella Campos como Jennifer, Mc Cabelinho como Hugo. Vitinho do incrível Luís Lobianco, o produtor. Naira de Tati Vilela, outra segurança. Dona Neide de Neyde Braga. Gabriel Contente como Tatá, Marcos Veras como Simas. Carlão por Che Morais. As crianças Manu Estevão, Nathália Costa e Nego Ney. Os jovens Sol, Ben e Theo; Jê Soares, Isacque Lopes e Matheus Polis.
Assisti a Primeira Fase de Todas as Flores (2022) de João Emanuel Carneiro na Globoplay. Eu e minha irmã, noveleiras ficamos bem incomodadas que a novela não estrearia na TV aberta. Sem gostarmos das novelas que estão no ar, queríamos muito ver essa. Assinantes Globoplay, não paravam de elogiar, a internet e os críticos também, nos rendemos e cancelamos temporariamente Netflix, que é facílimo ir e voltar, o que me agradou demais, e assinamos Globoplay por um ano. Que estou aproveitando muito! Gosto muito de novelas que tem várias protagonistas, Sophie Charlotte, Letícia Colin, Regina Casé e Mariana Nunes, sim, uma novela matriarcal. E todas arrasam! Penso que talvez esse autor seja mais aberto a inovações e talvez esse motivo de o terem colocado no Globoplay. Como essa ideia de duas fases, parar a novela no auge e voltar um tempo depois. Ele sempre inovou também nos roteiros. O elenco é bem diverso, alguns entre os atores mais adorados da TV Globo, mas outros grandes atores que ou não eram chamados para televisão ou ficavam na sombra. Cássio Gabus Mendes seria o grande vilão, mas é ele que está desbaratando a máfia do tráfico humano. Todos tem vários traços e camadas. Sua mulher e filha são lindíssimas e talentosas Naruna Costa e Yara Charry. A mãe é advogada. O pai é investigador e sócio da Rhodes, a filha tem então um cargo alto na empresa, mas é igualmente competente como os pais, apesar de carregar um trauma que é desvendado na primeira temporada. E não procuraram só atender a cota da lei, inúmeros grandes atores negros, em vários núcleos, no protagonismo, com personagens em várias profissões, classes sociais. Cada ator tinha o seu momento de destaque. Eu ouvi uma fofoca que a TV Globo vinha solicitando que as novelas encolhessem os seus elencos. Todas as Flores dava essa sensação, mas nem tanto, porque em algum momento era um núcleo que ganhava destaque. A novela tem o núcleo da Rhodes e da Gamboa, linda a vila que criaram na Gamboa. E como há muitos segredos, vamos descobrindo que muitos que estão no lado rico da novela, vieram da Gamboa. E ter uma loja permite que inúmeros patrocinadores apareçam. Adorei que escalaram o grande ator de teatro Nilton Bicudo para um personagem complexo e emocionante. Raulzito era casado com Patsy, outra personagem ampla, com a incrível Suzy Rêgo. Ele está pra morrer, tem uma doença terminal, então quer aproveitar cada instante, vive em festas. Até que ele topa com uma das grandes personagens de Todas as Flores, Mauritânia, da maravilhosa Thalita Carauta. Mauritânia é tão importante na trama que a internet encaixou ela no cartaz oficial. Vide nas imagens. E que riqueza de personagem, sim, é cômico muitas vezes, mas a parte dramática me emocionou muitas vezes. Na juventude, Mauritânia vai tentar sobreviver como atriz pornô e é expulsa de casa pela mãe, com a maravilhosa Zezeh Barbosa. Mostra a hipocrisia da sociedade que condena uma mulher de ganhar dinheiro com o que é dela, mas não expulsa de casa o corrupto que rouba dinheiro dos outros. E pra falar profundamente dessa ironia, Mauritânia fica milionária e torna-se uma das sócias da Rhodes. No núcleo da Zezeh estão Xande de Pilares, Michele Machado, Jonah Bujark, Heloisa Honein e Mumuzinho. A mocinha sofre o diabo. Ela descobre que tem uma mãe viva e uma irmã que precisa de transplante de medula porque tem um câncer. Pra piorar o destino dela, ela e o namorado da irmã se apaixonam. Formando um quarteto está o personagem de Caio Castro, outro que alterna muito entre vilão e mocinho. O personagem de Humberto Carrão é bobão demais, que raiva que dá dele. Ana Beatriz Nogueira tem um lindo personagem que sai de cena logo. Ela é a diretora da Rhodes, uma das principais sócias, seu filho que assume o seu lugar. E que personagem de Fábio Assunção. É vilão, mas como alguns vilões dessa novela, ele alterna entre culpa e vilania. Ele quer se livrar da facção, mas não tem caráter suficiente. E adora dinheiro. Outro que sofre o diabo é Diego. Nicolas Prattes arrasa. Ele e seu núcleo familiar é muito pobre e vão morar nas ruas. Ele aceita assumir a culpa de um riquinho mimado e só se ferra, inclusive sua família. A mãe é vívida por Kelzy Ecard arrasa. A irmã Duda Batsow (Jéssica), tem destinos insuportáveis. E o desenrolar de sua tragédia fica pra segunda fase, que agonia. O irmãozinho Biel é Rodrigo Vida. Muitos atores estão em lugares diferentes do que normalmente atuam. Ângelo Antonio arrasa. Ele que ajuda Diego na prisão, mas tudo sempre tem um preço. Ele é casado com a linda Débora de Bárbara Reis. Adoro o núcleo dos perfumistas: Cleber Tolini (Márcio), Camila Araújo (Gabriela) e Moira Braga (Fafá). A Rhodes tem um projeto de capacitação para deficientes visuais. Os diálogos eram demais e sutilmente falavam de capacitismo e preconceito. E que atores. Que delícia a personagem da Fafá. Também adorei o concurso garoto Rhodes com perfis de lindos homens diferentes. Uma forma divertida de amenizar o real motivo da trama, que alguns momentos torna-se denso e intensa principalmente nas fases que os participantes da organização mostram o que realmente são capazes de fazer. Ficamos muito tristes com o a saída das personagens: Guiomar, Raulzito e Deca. Que novela! Ainda no elenco estão: Jackson Antunes, Samantha Jones, Luis Navarro, Adriana Seiffert, Douglas Silva, Mary Sheila, Valentina Bandeira, Luiz Fortes e Leonardo Lima Carvalho. E participações de Chico Diaz, Denise Weinberg, Charles Paraventi, Angela Rebello, Bruno Ibañez e Antonio Karnewale. A trilha sonora é maravilhosa e tem no Spotify.
Assisti Além da Ilusão (2022) de AlessandraPoggi na TV Globo. Que novela! Fiquei muito feliz que o cineasta Jeferson De integrava a equipe de direção. Eu participo de um grupo de novela no Whatsapp e eram só elogios, bom, nem tanto, porque um dos prazeres do noveleiro é dar palpite e principalmente dizer como queria que tivesse sido, tanto que o bom de uma novela é ser uma obra aberta. Aguardo ansiosamente a nova novela dessa autora. Começa com a história de Elisa, será o début dela. A mãe precisa ir embora porque o pai (Lima Duarte) está doente. Elisa se apaixona pelo mágico de sua festa, seu pai, um juiz, fica possesso e passa a fazer um inferno da vida da filha. Até ir armado pagar o mágico pra largar a filha dele, encontrar ela lá, atirar e matá-la por engano porque ia acertar o mágico. Ele coloca então a culpa no mágico, manobra tudo pra sumir com as provas que inocentam o rapaz que vai preso. Todos estão ótimos Larissa Manoela, Rafael Vitti, Antonio Calloni e Sofia Budke. É linda demais a cena de avô e filha na vida real, Paloma e Lima Duarte. Eles são pai e filha na trama. Ele revela que sabe onde está a filha dela, mas morre antes de conseguir contar. Que cena difícil e imagino que mais difícil ainda ela esbravejar sob o próprio pai. Ela teve a menina que ninguém queria, uma bebê arrancada de seus braços e nunca mais soube de seu paradeiro. Ela também não conta quem é o pai. Tramas e tanto pra engatar a novela. Dez anos se passam e aumenta o destaque da vila operária. Os protagonistas criam a tecelagem, alguns que trabalhavam na fazenda migram pra fábrica. Eu amei que cada personagem tinha o seu momento de história. Uma mais bem construída que a outra. Onofre (Guilherme Silva) era um homem rude, amava a esposa e as filhas, mas apronta um bocado na trama. Felicidade (Carla Cristina Cardoso) sofre um bocado. Que personagens! Até a pequena Madalena (Vivi Sabino) ganha o seu destaque. por saber escrever muito bem, ela passa a ganhar trocados escrevendo cartas de amor pra Arminda e consegue comprar sua bicicleta. Eu amo os atores Olívia Araújo e Luciano Quirino, que emoção que eu fiquei quando a novela juntou os dois. Ela trabalhava na casa grande, era braço direito do Davi. Augusta era a amiga que todo mundo queria ter. O casamento dos dois foi lindo, mas eu amava um vestido marrom dela com bordados na manga. Os figurinos eram maravilhosos, alguns eram de Paula Carneiro, a direção de arte impecável. Abílio era viúvo, pai do Bento (Matheus Dias), personagem que eu e as minhas amigas odiamos, não queríamos de jeito nenhum que ele ficasse com a Letícia (Larissa Nunes). Achei que ela também iria concorrer a rainha do rádio já que a atriz canta maravilhosamente, mas focaram nela ser professora e tentar vaga em um colégio que foi muito bonita a trama, com bons questionamentos. Gaby Amarantos que foi a rainha do rádio. Emilía, a personagem, teve uma trama bem tortuosa. Ela era empregada do casarão, mas sonhava em no futuro ter uma casa daquela. Infelizmente ela se une a um patife (Marcos Veras) e passa a fazer golpes no casino. Na época casinos ainda eram permitidos. Achei muito bonito mostrar que ela pagou pelos seus erros, foi presa e depois foi cantar na rua. Por uma sorte do destino, principalmente de novela, ela volta a ser rainha do rádio e aí sim tem seu sonho realizado. Muito lindo! O marido de Emília (Cláudio Gabriel) não se conformava com o sonho de riqueza da esposa. Ele acaba se apaixonando pela viúva Giovanna, dona da venda na vila. Adoro a Roberta Gualda em um lindo personagem. Mãe do Lorenzo (Guilherme Prates). Eu amava o casal Heloísa e Leôncio (Eriberto Leão). E com ele e com o Mathias, falou-se muito da luta antimanicomial que eu sou devota e que acabou coincidindo com as discussões em voltar com os manicômios hediondos do passado. E o assunto foi discutido sem ser didático. Até Nise da Silveira aparece na trama. Chamaram a Glória Pires que viveu a personagem no cinema, foi emocionante. A autora foi muito corajosa em abordar temas tão complexos na novela. Achamos muito coerente o desfecho do Mathias. Quantas pessoas que perdem a sanidade e vão viver com seus objetos nas ruas. Foram tantas tramas que vou acabar sendo injusta com alguns personagens. Amava a família do Xuxu, quer dizer, do Constantino (Paulo Betti). Ele dono de casino, casada com uma viciada em jogos (Alexandra Richter), uma combinação que não dá certo. O amor deles era contagiante. Como gosto da Caroline Dallarosa e que personagem encantador, outra que queria como amiga. Arlette Salles era a matriarca da família e aparecia de vez em quando. Viúva, ela vivia intensamente e nunca desistia do amor. Juntam-se a esse núcleo a divertida e alucinada Mariana (Carol Romano) e o crupier Geraldo (Marcello Escorel). Malu Galli tinha uma linda e forte personagem. Leal ao marido que enlouqueceu, ela sofre muito por se apaixonar por seu sócio Eugênio (Marcello Novaes). A novela fala muito da época onde mulheres só podiam trabalhar com permissão do marido, relações trabalhistas da época, mulheres não poderem votar. Gostei muito que a autora investiu em cultura na novela. Começou e terminou com shows de ilusionismo. Teve show de vedetes com as ótimas Marisa Orth e Duda Brack. Inclusive no final encenaram Vestido de Noiva, mas só vimos os aplausos. Teve uma outra peça também de texto brasileiro encenado. Sempre nas festas da vila tinha grupo de músicos, alguns entre os próprios do elenco como o Claudio Jaborandy, e canto. Criaram um cinema na vila operária que estreou com o Mágico de Oz. Teve a rádio, a Novela de Rádio. Momento tão fundamental em falarmos de cultura. Comigo não tem lorota". Que personagem maravilhoso da Mariah da Penha. Amei que a Manuela virou celebridade. Cozinheira de mão cheia passa a ter programa na rádio e ter uma legião de fãs. Li que a autora estudou as expressões da época, tem até matéria no Gshow sobre isso, usaram quiprocó, sabão, gabiru, pombas, gastar os tubos, papagaio e muitas outras. Como eu torci pela Olívia e pelo Tenório. Débora Ozório e Jayme Matarazzo estavam ótimos. Ele padre e ela se apaixona, foi muito linda a história deles. Ele inclusive funda um jornal na vila e passa a falar de política, mesmo com a censura e opressão de Getúlio. Foi lindo o amor de Leopoldo (Michel Bois) e Plínio (Nikolas Antunes). Um filho de um rico empresário conservador (Shimon Namias) e o outro o galã de novelas de rádio. O público ficou indignado com o corte do beijo gay que acabou acontecendo no final da novela. Os atores emocionaram! Foi muito bom ver uma diversidade de atores no elenco, nem sempre tão conhecidos do público, abrindo espaço para outros talentos, alguns outros são Patricia Pinho, Ricky Tavares, Luciana de Rezende, Jorge Lucas, Alex Brasil, Thayla Luz, Patrick Sampaio, Fabrício Belsoff, Nicolas Parente, Andrea Dantas, Maria Luiza Galhano, Pia Manfroni, Pablo Moraes, Clara Duarte e Maria Manoela. Bárbara Paz e Danilo Mesquita estavam excelentes como os vilões. Achei cansativas as idas e vindas das armações, que encolheram outras tramas como a competição da rainha do rádio, a peça Vestido de Noiva, mas eles estavam ótimos e a complexidade dos seus personagens eram muito interessante. Luciano Quirino escreveu um lindo texto no instagram dele que foi reproduzir aqui e finalizar essa postagem: "Álbum de Família - Família aumentou Hoje vai ao ar o ultimo capítulo de Além da Ilusão , uma História que alegrou e emocionou Milhões de Brasileiros. Fomos lindamente representados por personagens que fazem parte da história e da cultura desse país. Foi uma responsabilidade e um presente . Término esse trabalho feliz com a sensação de missão dada é missão cumprida. Muito grato a toda equipe produção, elenco , direção e técnicos, levo um pouquinho de cada um de vocês comigo. Foi SENSACIONAL estar com vocês nessa jornada . Até a próxima ❤️😉🙌🏾🍀🌻💥💔 E em nome da Família Nogueira MUITO OBRIGADO ☺️😉
Assisti O País do Cinema (2020) de Mardello Ludwig Maia sobre o filme O Auto da Compadecida (2000) com Matheus Nachtergaele e Virgínia Cavendish. A apresentação é da Andréia Horta. Nessa nova temporada, o programa vai entrevistar participantes de filmes icônicos do cinema brasileiro. 20 anos se passaram depois da estreia desse filme. Ouvir as histórias foi fascinante. Matheus fala que encontrou com Ariano Suassuna em um evento e que o autor não falava nada com ele e a agonia que ele passou. No final, o escritor entregou um carta, queria muito ver essa carta. São muitas histórias, foi uma delícia de programa. No final, sempre pedem que os entrevistados escolham uma cena que mais gostam. O segundo programa falou do filme Carandiru (2003) com Caio Blat e Luiz Carlos Vasconcelos. Eu adoro esses atores que contaram bastante sobre o processo do filme. Luiz Carlos disse que chegou a acompanhar o Drauzio Varella nas consultas no Carandiru, que foi como um assistente. Esses episódios foram gravados antes da pandemia. Agora O País do Cinema passa toda quinta-feira, após a exibição do filme. Gostei bem mais desse formato. Deixei de ver muitos episódios porque ainda não tinha visto os filmes.
Assisti A Vida da Gente (2011) de Lícia Manzo na TV Globo. Eu quis ver de tanto que as minhas amigas elogiam essa novela. Realmente os diálogos são incríveis. A autora tem uma compreensão bastante profunda das relações. Essa versão foi condensada, mais pra quem já tinha visto, então ficou muito corrido e vários momentos cortados. A novela tinha muitas doenças e eu não costumo ver na arte produtos com doenças. Vocês já repararam que raramente vejo filme com doenças. Em A Vida da Gente o recurso era usado para criar conflitos, tanto que algumas doenças a mais da principal só descobri nessa reprise. A trama central tem um triângulo amoroso que começou na infância. Os pais dos protagonistas casaram. Rodrigo (Rafael Cardoso) e Ana (Fernanda Vasconcellos) se apaixonam. Um grave acidente coloca Ana de coma por anos. Manu (Marjorie Estiano) assume a filha de Ana com Rodrigo, eles se apaixonam e se casam. Ana acorda e os conflitos estão gerados. Surge o médico (Thiago Lacerda) apaixonado por Ana. Outras doenças da trama são: o câncer de próstata em Laudelino (Stênio Garcia), ele opera e fica bem. E por último a Júlia (Jesuela Moro), uma criança, tem hepatite grave e precisa de transplante. Nicette Bruno era a avó das meninas, que personagem rico e lindo. A Vida da Gente falou muito de pessoas imaturas com excelentes diálogos. Marcos (Ângelo Antonio), primeiro casado com a insuportável Vitória (Gisele Fróes), parecia não se aprumar profissionalmente, mas nesse caso não me incomodava tanto. Ele tinha um acordo com a esposa, ele cuidava da casa e das filhas e ela das finanças. Quando ele se separa é que complica, porque qualquer relacionamento é complexo com um homem sonhador, que nunca divide as despesas. Até dá se a nova esposa (Malu Galli) combinasse de sustentar todos, inclusive as filhas dele e do homem ser o dono de casa, mas quando o dinheiro é muito curto e esse não é o acordo, é muita deslealdade não dividir as despesas. Amava as personagens que faziam as filhas deles: Alice Wegmann, Ana Rita Cerqueira, Pietra Pan e Nathália Costa. Tinham vários tipos de imaturos. Nanda (Maria Eduarda de Carvalho) tinha dificuldade de amadurecer. Vivia em baladas, do dinheiro do pai (Paulo Betti), mesmo sem viver com ele. Até que se apaixona e vai logo viver com o namorado (Marat Descartes), mas ele tem um filho adolescente (Victor Navega Motta), o oposto dela, muito responsável e organizado. O companheiro morre uns meses depois, traço da novela ir sempre a extremos. Nanda e o enteado tem que se virar. O enteado vai para a casa do avô até se reconciliarem. O casal Celina (Lorena Cavalli) e Lourenço (Leonardo Medeiros) também foi muito bem construído. Ele amava demasiadamente a esposa, então a enrola, talvez até sem ter muita consciência, na questão da maternidade. Ela está prestes a fazer 40 anos e ele continua enrolando-a sobre a maternidade, nunca é a hora. Bastante desonesto, já que um homem pode mudar de ideia até na velhice se deseja ter filhos e a mulher tem o tempo biológico, mesmo que o mercado queira iludir com procedimentos, sendo que só uma minoria consegue, ainda mais quando se está mais velha. Ele tem uma atitude sem caráter e o casal se separa. Ele se arrepende e vai lutar pelo filho (Kaic Crescente). É uma bela trama. Amei a história da Moema (Cláudia Melo). Ela passa a novela cuidando do marido doente, com uma dedicação invejável. Raramente ela conseguia colocar alguém pra cuidar dele e ir ao baile. Quando ela fica viúva ela resolve cursar a faculdade. O namorado (Luiz Serra) tem dificuldade de compreender Muito lindo como ela luta por sua liberdade. Com a mesma delicadeza e firmeza que sempre teve em sua vida. Os núcleos dos personagens do baile eram muito bem construídos. E amava ver Zéu Britto na banda. Infelizmente a novela parece que contratou negros para atingir cotas. Personagens inconsistentes que só apareciam para dar enredo aos outros. Maria (Neusa Borges) chama Manu para que elas montem um bufê. Maria era cozinheira da casa principal, quando é mandada embora ela chama Manu para abrir o bufê. Manu fica muito bem de vida e consegue sustentar muitos personagens da novela: Ana em coma no hospital, a mãe (Ana Beatriz Nogueira) que vivia de aluguel em um apartamento bem confortável, o companheiro que vai investir na faculdade e a filha da Ana, compra um terreno enorme e constrói uma casa luxuosa. Mas Maria nem conseguia pagar a faculdade do Matias (Marcello Melo Jr.) que continuava sendo explorado como jardineiro na casa que trabalhava. Maria podia ter empregado o filho no bufê e pago a faculdade dele já que ele passa a novela estudando porque tinha um salário baixo e não conseguia fazer muitas matérias. Mas Maria podia pagar a faculdade. Matias é ressuscitado na novela para fazer o clichê patroa (Regiane Alves) usa empregado para o prazer. Wilson vivia atrás de arranjar uma namorada, mas nunca pensou em Maria. Tiveram que arrumar uma personagem de fora pra fazer o triângulo com Moema.
Assisti a novela Era Uma Vez (1998) de Walther Negrão no Canal Viva. Eu tinha visto um pouco dessa novela em alguma reprise, quis ver. Sempre amei a família do sítio. Quatro crianças (Luiza Curvo, Alexandre Lemos, Alessandra Aguiar e Pedro Agum), um pai (Herson Capri) e um avô (Elias Gleiser). Na época que passou eu mal ficava em casa, trabalhava direto, sem folga. Madalena (Drica Moraes) vai se esconder em uma cidadezinha "no meio do nada" pra fugir de um marido violento (Tuca Andrada). Emprega-se de governanta dos pestinhas. Ela e o pai das crianças se apaixonam. Sim, é uma novela antiga, quando ainda achavam que não precisavam ser muito realistas, e sim, muito texto é machista, mas Elizabeth Jinh é uma colaboradora e já é possível ver excelentes diálogos atuais sobre a condição de mulheres e relacionamentos. Ainda era a época que as novelas não precisavam ter negros em suas tramas, então a novela ignora que a maior parte da população brasileira é de negros. Acho que os casalzinhos mais esquisitos eram os mais jovens da trama. O playboy filé (Cláudio Henrich) vivia com uma turma em esportes radicais, depois que o pai (Jorge Dória) arruína financeiramente a vida da família, ele toma juízo. Mas é tudo muito fake, é bem história de rico que fica pobre, mas não é bem assim. Hipotecada a fazenda, conseguem de volta com uma chantagem frouxa e continuam ricos. Os duas pretendentes tem 18 anos, mas ainda estão no colégio. Emília (Débora Secco) é muito estudiosa, mas deve ter repetido de ano várias vezes pra ainda não estar na faculdade. Até dá pra entender a pressa de Filé pra casar com Babi (Nívea Stelmann) que queria intimidade só casando, mas casar aos 18 anos, os dois sem trabalho, é bem surreal. Ele acaba se decidindo por Emília, em vez de só namorar e os dois estudarem, casam rapidinho também. E o celeiro? Ok, ele com raiva do pai vai morar no celeiro. "Não quero nada do meu pai". Bom, mas o celeiro estava nas terras do pai e o celeiro era do pai. Filé não entende porque Babi não quer morar com ele no celeiro, mas como é uma novela da ilha da fantasia, não tem banheiro. Oi? Viver de modo simples é uma coisa, mas sem banheiro? Gostei que a Heloísa (Suzy Rêgo) ficou com o Xistos (Cláudio Marzo). Ela é detetive e aparece na trama praticamente como uma vilã. A novela resolve ser boazinha com os maus da trama. Heloísa se redime do mal que fez, ela passa a novela com comportamentos antiéticos, mas se redime ajudando Álvaro a encontrar Madalena. Os vilões também são chamados de loucos e internados em um hospício de luxo. Em novela hospício sempre é um bom lugar pra loucos, inclusive os pra ricos. Letícia (Sura Bertichevsky) não tem a mesma redenção. Depois de cometer um crime gravíssimo, abandona o filho em um orfanato, a pobre sofre o pão que o diabo amassou na novela, não arrumam um companheiro pra ela, nem uma carreira melhor. Até o filho (André Gonçalves) esqueceu-se dela depois que ela vai embora e some da trama. Até Waldir foi perdoado melhor que a pobre da Letícia. Waldir, depois de todas as maldades que fez a família do Xistos, volta ao seu emprego. A família que eu mais amava era a do Catulo (Emiliano Queiroz) e da Quitéria (Stella Freitas). Ele era o sábio da novela, ponderado, aconselhava todos. O Xistos o tinha como confidente. Quitéria era a adivinha da trama, ela percebia tudo, como amo esses atores. Eles adotaram um filho, a história do filho deles também é bonita. Ele se apaixona por uma mulher mais velha (Myrian Rios) com um filho adolescente (Eduardo Caldas). Lindo como os pais defendem o namoro do filho. Mas é novela antiga como eu disse, o pobre do adolescente só trabalha, estuda também, mas após os estudos tem que trabalhar, exaustivamente. Relações trabalhistas em novelas antigas são sempre esquisitas pra dizer o mínimo. O Pepe tinha o melhor arroz da região. Mas na hora da colheita explorava a cidade inteira na colheita em troca de uma macarronada. Ganhava a vida às custas de trabalho escravo. Não tinha um funcionário no "sítio". Mas achei importante abordar o abuso do ricaço sobre o seu funcionário. Rudy comprava cavalos, ok, sabia escolher bons cavalos, mas também ganhava as corridas porque tinha um bom jóquei. Apesar dele ganhar muito dinheiro com as apostas e enriquecer, era incapaz de remunerar melhor o seu funcionário, ou partilhar os lucros com ele. Tinham muitos personagens que eu gostava. A doce Cema (Maria Carol Rebello), uma irmã que todo mundo queria ter. Frei Chicão (Diogo Vilela) e Dona Santa (Nair Belo) tinham momentos lindos. Belíssimo o diálogo do frei falando pra irmã que ela fazia vista grossa as irresponsabilidades do filho (Marcos Frota). E ainda Luciano Vianna, Rejane Goulart e Tereza Rachel. Em 1998 já tinha a mania de na última semana ter um sequestro, achando que o público gosta. Ainda era a época que as novelas não tomavam certos cuidados com produtos para crianças. Pela família do sítio, muita criança amava e acompanhava a novela, mas a trama fica pesadíssima no final. Teve tentativa de estupro, mostrou assassinatos, tentaram matar o Maneco, ele só sobreviveu porque a bala não o matou, mas foi espancado na televisão e atiraram nele, sequestros, mais de um. Eu insisti porque queria ver o final, mas a novela fica muito ruim e chata nessa fase. Teve uma crítica muito grande com o surgimento da classificação indicativa, sim, pode ter alguns moralismos, exageros, mas é muito bom que as novelas para crianças sejam mais cuidadosos com violências.
Assisti a novela Roda de Fogo (1986) de Lauro Cesar Muniz na GloboPlay. A direção foi de Denis Carvalho. Impressionante! Maravilhosa! Inicialmente conta a história do poderoso empresário Renato Villar (Tarcísio Meira), filho de Antônio Villar (Mario Lago), fazendeiro empresário aponsentado mantem uma boa relação com o filho. Renato é casado com a belíssima Carolina D’Avila (Renata Sorrah), uma mulher elegante de tradicionalíssima família capitalista/ militar, mãe da mimada Helena D’Avila Villar (Mayara Magri). Renato antes de casar teve um grande amor com a ex-guerrilheira Maura Garcez (Eva Wilma), com quem teve um filho Pedro Garcez (Felipe Camargo), criado pelos avós maternos Joana Garcez (Yara Côrtez). Viúva e Dona de um Botequim na Zona Norte. Maura está em uma Clínica em Roma e Pedro não tem uma boa relação com o pai assim como a meia irmã. Renato se mostra um empresário frio capaz de qualquer coisa para atingir o topo. Isso fica muito claro no Primeiro Cápitulo Renato, Carolina e seu tio o General Hélio D’Avila (Percy Aires) estão em Brasília caminhando na Rampa do Planalto. O país está em plena mudança com as Diretas Já, e a Família D’Avila almoeja a Presidência da Republica para o então ambicioso Renato Villar que junto com seus sócios e amigos Mário Liberato adovogado (Cecil Thiré), Paulo Costa candiato ao senado (Hugo Carvana), Werner Benson anglo-alemão representante no Brasil do Banco de Munique (Carlos Kroeber) e Felipe D’Avila sobrinho e diretor de uma das empresas (Paulo Casteli) juntos enviaram para fora do páis milhares de dólares das empresas do Grupo Renato Villar. Mas tudo muda quando Celso Rezende (Paulo José), diretor financeiro internacional, resolve abrir o esquema para a justiça enviando secretamente documentos que comprovam toda a transação para o então juíz Marcos Labanca (Paulo Goulart), que se julga honesto acima da lei, Celso acaba vindo ao Brasil para servir de testemunnha, Renato e Mário trama sua morte que aperentemente tinha tudo para parecer acidental. Telma (Joana Fomm) mulher de Celso, ela mantem um romance com Paulo Costa. Mãe de Júnior Rezende (Cássio Cabus Mendes) que volta ao Brasil após a morte do pai começa a investigar e conhece Vera Santos (Cláudia Magno), filha de Anselmo Santos (Ivan Cândido), ex-policial e um dos capangas de Mário, outro é Jacinto Donato (Cláudio Curi) copeiro e secretário particular de Mário. Foi torturador na época da Ditadura. O juiz Labanca sente-se ameaçado por Renato que usa de chantagem para obter os documentos. Diante disso Labanca sai do Rio de Janeiro com filho Roberto (Jayme Periard), jovem advogado e apaixonado pela jovem Lúcia Brandão (Bruna Lombard), juíza incorruptível, ex-aluna de Labanca, sem saber recebe os documentos e acaba ficando na mira de Renato Villar. Filha de Fernando Brandão (Carlos Vergueiro) ex-comerciante que perdeu tudo e irmã de Laís Brandão (Lúcia Veríssímo), modelo, vaidosa, ambisiosa que se envolve com Felipe D’Avila, irmão de Ana Maria D’Avila (Isabela Garcia), netos do General Hélio D’Avila. Ana é apaixonada por Pedro e enfrenta toda a família para viver esse amor. Tudo começa a tomar novo rumo quando Renato Villar fica sabendo que há um angioma em seu cérebro e que ele tem pouco tempo de vida. Nesse primeiro momento só quem sabe que Renato está doente é secretária Nazaré (Beth Bernado) e o Dr. Moysés Rodrigues (Nelson Dantas) que o acompanha e revela que ele tem pouco tempo de vida. Então Renato começa analisar a vida e a fazer novas mudanças, afaste-se da família e vai para sua casa de praia aonde o caseiro Josias (Geraldo Carbitti) cuida desse refúgio. É nesse período também que ele aproxima-se de Lúcia, já apaixonado e tantando mudar, sua imagem conhece Gilberto Maia (Rodolfo Bottino), jornalista encarregado de fazer uma matéria do Grupo, Renato propõe de fazer um dossiê a ser revalado com data marcada. Gilberto acaba se envolvendo com Helena. Ele é um rapaz simples e amigo de Pedro, mora na casa de Gilson (Gilberto Martinho) ex-jogador de futebol, frequentador do bar de Joana por quem é apaixonado e vai disputar sua atenção com Fernando Brandão. A trama segue com outros núcleos não menos importnates. Como Tabaco (Osmar Prado), motorista do Grupo Renato Villar envolvido com três mulheres Patativa (Cláudia Alencar), constureira de vestidos de noiva, Bel (Inês Galvão), telefonista de um Hotel de luxo na Zona Sul e Marlene (Carla Daniel), empregada da mansão de Carolina. Correndo por fora Fátima (Cristina Sano) balconita do Bar de Joana, Linda (Lucianne Sant’Anna) amiga de Bel e bela Alice Amaral (Silvia Bandeira) amiga de Telma e Carolina no passado teve um caso com Renato e sentindo-se humilhada resolve se vingar de Renato e se alia à Mário vilão inescrupuloso, sádico e inteligentissimo (talvez um dos primeiros Homossexuais da teledramaturgia) muito refinado apresenta ter uma relação com Jacinto a quem confia cegamente. Juntos aos demais sócios orquestra um bem sucedido golpe contra Renato e a guerra está armada de um lado o Grupo Villar de outro nosso protagonista que tenta a todo custo corrigir alguns erros do passado um deles trazendo ao Brasil Maura mãe de Pedro que cresceu revoltado por ter sido criado com os avós e não tem estreimento com a família do pai. Lambanca por outro lado tenta a todo custo fazer com que Renato pague pelos seus crimes enquanto Lúcia apaixonada tem sua guerra interna em julgá-lo ou ama-lo. Maura por sua vez ao retonar tenta vencer seus medos da época da ditadura e junto com Renato se aproximar do filho. Gostei muito da mudança de Pedro no docorrer da trama, a personagem de Lúcia Veríssimo é uma daquelas que fala o que pensa e sente uma pena que ela tenha saído na novela por razões particulares. Felipe também era uma personagem muito simpático pena que se perdeu em sua irá por Pedro e ambição de poder. Já a personagem de Bruna Lombardi achei que se comportava oras como uma adolescente, oras como uma mulher fraca que todos ditavam o que ela devia ou não fazer. Já Carolina me surpreendeu não era tão fútil como parecia apresentar em momentos dentro da trama ela sabia exatemente o que queria. Seu defeito talvez tenha sido amar demais a Renato que enxergava o casamento como mais um bom contrato. O final como todo fim de novela deve ser supreendente e não foi diferente. A trama foi muito bem divida nas últimas semanas, não ficando para o final a resolução de tudo. Vou falar das trlhas sonoras a Nacional muito bem executada dentro da novela ritmos da época que a moçada curtia e curte até os dias de hoje para quem gosta de uma boa música. A Internacional embora boa não teve grande participação na trama. O título Roda de Fogo é muito sugestivo - Roda mostra o quanto a vida é uma roda, um círculo estamos marcando os mesmo passo. Fogo é a mudança, queimar, sair na frente nas batalhas que enfretamos. Ainda estão no elenco: ADELAIDE PALETTE (ADELAIDE CONCEIÇÃO) – funcionária do bar de Joana/ ADRIANA FIGUEIREDO – Elizabeth/ ALENE ALVES – Carmem (empregada no apartamento do General Hélio)/ ALICE SERRANO – Lena (empregada no apartamento de Lúcia) / ANTÔNIO VIANA – oficial de Justiça do fórum, onde fica o escritório de Lúcia/ BETTY PRADO como ela mesma, modelo em uma sessão de fotos com Laís/ CARLO BRIANI – Dr. Guido Damiani (psiquiatra de Maura na Itália)/ CLÁUDIA COSTA – Elvira (mulher de Tabaco, no final)/ CLÁUDIO ELISABETSKY como ele mesmo, fotógrafo em uma sessão de fotos da qual Laís participa / DANTON JARDIM – Alcir (dono de uma agência de modelos, amigo de Laís, arruma trabalho para ela)/ DENIS DERKIAN – Luís Otávio Brito (colaborador de Renato de São Paulo)/ DENNY PERRIER – Sandro (editor do jornal Gazeta Carioca, chefe de Gilberto)/ ÉDER DE SÁ – Delegado André Lima (responsável por investigar a morte de Celso Rezende)/ EDWIGES GAMA – funcionária do cartório de imóveis que dá informações a Antônio sobre o prédio onde vive Joana/ ELY REIS – frequentador do bar de Joana/ ESMERALDA HANNAH – secretária do fórum, onde fica o escritório de Lúcia/ GUILHERME CORRÊA – Delegado Nil/ HEMÍLCIO FRÓES – padre que casa Pedro e Ana Maria/ IVAN CORRÊA/ IVAN SENNA – João Otávio (advogado que cuida dos interesses da empresa de Renato)/JOSÉ DE ABREU – Adauto (namorado de Laís, no início)/ KAZÉ AGUIAR – aluno de Lúcia na faculdade, no início/ LEONARDO JOSÉ – advogado em uma audiência com Lúcia, no início/ LEÔNIDAS AGUIAR – Samuca (vigia na entrada da mansão de Renato)/ LUCIENE SANT´ANNA – Linda (amiga de Bel)/ MARCOS PALMEIRA – rapaz que socorre Renato após ele desmaiar na rodovia/ MARTA/ OVERBECK – Drª Beatriz Alves (psiquiatra de Maura quando ela retorna ao Brasil)/ MICHAEL KEPP – Dr. Newman (médico que vem dos Estados Unidos para examinar Renato)/ NORIVAL CHAVES – um dos seguranças de Renato/ PAULETTE (PAULO BACELLAR) – coreógrafo do desfile organizado por Alcir na boate, assistido por Laís e Pedro/ PAULO JOSÉ – Celso Rezende (marido de Telma, pai de Júnior, denuncia o Grupo Villar, morre em seguida)/ REGINA MACEDO – Angelina (amiga de Maura na Itália)/RENATO COUTINHO – Dr. Spilman (primeiro médico procurado por Renato)/ RENATO FIRMO – frequentador do bar de Joana/ RENATO NEVES – funcionário do escritório de Mário/ RICARDO LIMA/ TATI ALVES – empregada na casa de Telma/ WALDIR RODRIGUES – um dos seguranças de Renato/ WALMIR GONÇALVES/ Cíntia (substituta de Nazaré no escritório de Renato)/ WALTER MATTESCO (Milton).
Assisti Ribeirão do Tempo (2010) de Marcílio Moraes na TV Record. Em geral eu gosto de ver um ou outro dos capítulos iniciais das novelas, gosto de ler as matérias, ver quem são os artistas do elenco. Ribeirão do Tempo não me agradou no início, achei as cenas forçadas e sem graça. Mas como tinha gostado de uma ou outra história, principalmente da menina que se vestia de menino e eu queria saber qual o segredo que ela guardava, vi mais algumas vezes. A menina que se vestia de menino foi interpretada brilhantemente pela Letícia Medina. Uns quinze dias depois Ribeirão do Tempo se transformou na minha novela. Fazia muito tempo que eu não me identificava tanto com uma novela e gostava tanto. Eu amei a complexidade dos perfis dos personagens e suas transformações. Inicialmente o personagem Nicolau não me agradou, era um playboy mimado com brincadeiras sem graça com o rapaz do cartório até que ele começa a ser sabatinado pelo mais ilustre professor da cidade, o Dr. Flores, interpretado pelo Antonio Grassi. O Nicolau começa a ficar fascinante. Ele consegue do pai, um Senador o cargo de suplente e é orquestrado pelo professor a assassinar o próprio pai para se tornar Senador. Depois é sabatinado para começar a se erguer politicamente e chegar a Presidência, para isso o professor arquiteta um plano que é conseguido de matar o Presidente na visita que ele faz a Ribeirão do Tempo. Nicolau que já tinha mostras de psicopatia vai enlouquecendo. O desfecho de seu personagem é surpreendente e impactante. O Nicolau foi interpretado magistralmente por Heitor Martinez. Outro personagem que mudou completamente na novela foi a mimada Karina. Ela namorava o dono da pousada radical, interpretado pelo Ângelo Paes Leme, um rapaz mais tranquilo, enquanto ela tinha mais ambições. Ela se apaixona pelo Nicolau e igualmente começa a ser sabatinada pelo professor e pelo amado e é ela que coloca o veneno na cachaça do presidente e depois mata o rapaz do cartório a queima roupa, interpretado por Thelmo Fernandes. Eu adorava alguns casais. Adorava a história da Filomena que foi interpretada por uma atriz que adoro, a Liliana Castro. O autor havia dito que suas novelas tem poucos casamentos e gostei que os dois que tiveram um foi combinado, esquisitamente combinado, afinal Filomena tinha ilusões que conquistaria o amado então fez um acordo comercial de emprestar dinheiro se ele casasse com ela. E o casal do incrível Ari Jumento com a personagem da Patrycia Travassos. O Jumento era um personagem delicioso, prefeito da cidade, ele falava tantas sandices que eram hilárias. O ator é o ótimo André Di Biasi. Eu adorava ainda o casal da Sancha, interpretada brilhantemente pela Solange Couto e pelo personagem do incrível José Dumont. Eles arrasaram. Ela era uma enfermeira aposentada e ele jardineiro. Gostei muito do casal do Taumaturgo Ferreira com um personagem ímpar com uma atriz que não conhecia e passei a adorar, ela é linda inclusive, Daniela Galli. E claro que adorei o casal protagonista, gostava da complexidade da personagem da Bianca Rinaldi, uma mulher de negócios, bem sucedida, que se apaixona por um detetive paspalho interpretado pelo Caio Junqueira. No início eu tinha me afeiçoada ao personagem da incrível Jacqueline Laurence, ela é uma dos personagens assassinados na novela, que não são poucos. Quando ela morreu achei que Ribeirão do Tempo poderia perder o ritimo, mas o autor conduziu muito bem as outras tramas, o crescimento do personagem do Nicolou, que ficou eletrizante. Apesar da produção da novela acreditar que quem gostava iria ficar feliz com o espichamento da novela, não foi o que aconteceu comigo. Foi uma época que vi menos. A novela já vinha se encaminhando para o final. As tramas impactantes já vinham se organizando para o desfecho, espichar naquele momento deixou tudo um pouco confuso e eu achei um pouco cansativo. Mas foi por pouco tempo, já que eram muitas tramas para o professor ser desmascarado. A novela ficou quase um ano em cartaz e teve 250 capítulos. Cássio Scapin arrasou no personagem problemático. Ele é sordidamente manipulado pelo Dr. Flores. Adorei o casal que ele formou com a Dra. Marta, Flávia Monteiro interpretou uma delegada que gostei muito. Adorava a personagem da Alinne Borges que trabalhava no Instituto do Meio Ambiente. Ela era casada com o personagem do Rodrigo Phavanello, outro que é assassinado durante a trama. mas se apaixona pelo personagem do Rafael Calomeni. Divertidos os personagens de Carol Bezzera e Henrique Ramiro. Esses dois mais o personagem do detetive usaram muitos disfarces hilários. Arrasaram na trama com personagens complexos as belas Ana Paula Tabalipa e Bruna Di Tullio. As empregadas foram um capítulo à parte, hilária a Jaqueline Macoeh e a Josanna Vaz. O bom elenco continua: Tião D´Ávilla, Umberto Magnani, Angela Muniz, Eduardo Lago, Raymundo de Souza, Rejane Goulart, Henrique Martins, , Sílvia Salgado, Mariana Hein, Ari Guimas, Íris Bruzzi, Victor Fasano, Mônica Torres, Giuseppe Oristanio, Caio Vydal, Kaleo Maciel, Caco Baresi, Gilson Moura, Nicolas Bauer, Isabella Dionísio, Sheila Mello e Perfeito Fortuna. Foi uma novela com estreladas participações especiais: Françoise de Fourton, Cristina Pereira, Gracindo Júnior e Paulo Gorgulho.
Assisti a novela Boogie Oogie (2014-2015) na TV Globo. Escrita por Rui Vilhena e dirigida por Ricardo Waddington. Já estou com saudades. Amei a novela ambientada nos anos 70. Cheia de suspense, romance, comédia, ágil, bem editada, excelente texto. Genial! Quando pensávamos que um mistério tinha sido revelado aparecia outro desdobramento. A trama principal era das filhas trocadas na maternidade. Uma amante largada, cheia de ódio, paga uma enfermeira sem escrúpulos para trocar os bebês. A novela começa quando essas jovens já são moças e a ex-amante volta para se vingar para localizar as moças e desestabilizar o ex-amante. Bianca Bin arrasou com uma das filhas trocadas. Uma é filha de um amoroso mas austero militar de classe média. A outra mora em uma mansão de um pai amoroso que a mima de tudo quando é jeito e uma mãe cruel e indiferente. Tanto que a mãe fica feliz de saber que é a filha não é a filha, mas odeia a outra também. A outra foi interpretada pela Isis Valverde, adoro as duas atrizes e elas eram fortes e determinadas. O namorado da outra se apaixona pela outra irmã trocada sem saber, ele é interpretado pelo Marco Pigossi. Os pais são: Fernando (Marco Ricca) e Carlota (Giulia Gam) e Elísio (Daniel Dantas) e Beatriz (Heloísa Perissé). Em um momento das novelas elas ficam sabendo da troca, elas se odeiam. Mas o segredo da paternidade continua. A oprimida Beatriz teve um caso na adolescência e a filha pode ser filha do vizinho. Como todas as novelas das 6, há muitos avanços comportamentais. Três homens tinham várias cenas na cozinha Tadeu (Fabrício Boliveira), advogado que estudava pra ser diplomata, Mário (Guilherme Fontes) corretor e Homero (Osvaldo Mil) esse o único que morava sozinho e era bandido. Sem alardes, sem texto de preconceito, a família chegava, ficava na sala e o marido de avental avisava que o prato preferido da família estava pronto. Tadeu, Rafael, e muitos outros volte e meia estavam arrumando a cozinha, lavando a louça. Dos romances da novela amei o de Tadeu e Inês (Deborah Secco). Tadeu era o meu personagem preferido. Pena que a atriz precisou sair antes porque vai estar em outra novela. Mas o autor não se apertou, criou uma trama tão linda pra ela. Um agente que vive nos Estados Unidos sugeriu a ela fazer vídeos de ginástica, como tinham na época. Lindo no último capítulo o Tadeu recebendo o enorme vídeo cassete e a fita pra assistir. Outra dinâmica que ajudou muito foi as trocas de casas. O autor ultrapassou inúmeros limites com sacadas muito inteligentes nas trocas de personagens nas casas. Era um tal de Vitória para a casa dos pais biológicos e Sandra para a mansão. Mas as trocas iam além. Até normal o apartamento que moravam jovens ter sempre hóspedes novos. Inicialmente Tadeu e Ísis moravam lá, mas a tresloucada Susana com a excelente Alessandra Negrini em um de seus grandes papéis passou por lá. As cenas no banheiro eram geniais. A Susana inclusive foi uma das que mais peregrinou. Expulsa constantemente, morou no apartamento do Homero na casa da Cristina (Fabiula Nascimento) e inusitadamente no apartamento da Célia (Thaís de Campos) e de Artur (Gustavo Trestini).. Amei que a Susana ficou com o Fernando, eles eram muito parecidos. Ele colecionava amantes. Inusitadíssimo ele se envolver no final com a Cristina, muito inteligente o roteiro. Outra casa que mudou completamente a dinâmica com a separação da Cristina e do Mário. Acabaram se mudando pra lá a Susana e o Fernando, mas o Fernando como amante da Cristina e ex-amante da Susana, imaginem a confusão. Adorava o novo casal, Mário e Gilda (Letícia Spiller). Essa troca gerava uma dinâmica deliciosa. A pobre da Augusta (Sandra Corveloni) precisa ir morar com o vizinho ranzinza Vicente (Francisco Cuoco). Bastava a trama começar a ficar repetitiva, alguma troca acontecia. Logo no começo se juntam a mansão a família do Ricardo (Bruno Garcia) em um excelente papel. As festas eram lindas. Amei o casamento Rastafari de Danielle (Alice Wegmann) e Rodrigo (Brenno Leone). Ele foi escolhido em testes no Vídeo Show. Amava as imagens do Rio de Janeiro da época. A trilha sonora. E as inúmeras festas na Boogie Oggie sempre com confusão muito além do esperado. Achei uma foto com algumas das crianças. Adorava a personagem da Claudia (Giovanna Rispoli), ela era uma pestinha. Com um pai exageradamente austero, ela fica rebelde e nos divertiu a trama toda. A atriz também cresceu muito durante a novela, ficou uma mocinha. E adorei ela ganhar uma viagem de volta ao mundo. Mas todos estavam ótimos Otávio (José Victor Pires), Felipe (Caio Manhente), Alessandra (Julia Dalavia) e Serginho (João Vithor Oliveira). Eles viviam no Fliperama, pena que não achei uma foto todos juntos. O autor resolveu homenagear grandes atores. Além de Betty Faria e Francisco Cuoco em papéis importantes. trouxe atores consagrados para deliciosas participações. Francisco Cuoco chamava Madalena de Leninha, divertido perguntarem porque e ele dizer porque sim, na verdade porque eles fizeram par romântico em Pecado Capital e ela se chamava Leninha nessa novela. Para relembrar o embate de Tieta, surgiu Joanna Fonn na mansão como tia da Carlota. Uma personagem mandona que de hóspede passou a mandar na casa e nos empregados. O corvo era uma "Corva" como dizia Vitória interpretada por Pepita Rodrigues. Luiz Carlos Miele um informante. E Neusa Borges como uma cartomante. Adorava os empregados. A medrosa Ivete (Aline Xavier) que sempre queria arrumar um namorado. A engraçada Leda (Marizabel Pacheco), o motorista Adriano (Eduardo Gaspar) e a cozinheira (Dja Marthins). Eles sofriam com os mandos e desmandos contraditórios dos patrões. Zezé Motta também interpretou uma empregada da Leonor (Rita Êlmor). Inclusive as participações na Boogie Oggie eram geniais. Zezé Motta cantou lá, Betty Faria e Francisco Cuoco participaram de um concurso de dança. Adorei também a breve participação de uma golpista fingindo de grávida, Jussara (Thati Lopes) pena que ela foi embora. E os dançarinos Lyv Ziese, Renata Ricci e Luis Navarro na Boogie Oggie. Eles também participaram da dança da mudança de casa. Acabam parando na casa da Augusta. Inusitado e hilário, mas com lógica. A Augusta passa a ter dificuldades de pagar as contas e o filho convida os três para ajudar no orçamento. Inclusive as participações na Boogie Oggie eram geniais. Zezé Motta cantou lá, Betty Faria e Francisco Cuoco participaram de um concurso de dança. Adorei também a breve participação de uma golpista fingindo de grávida, Jussara (Thati Lopes) pena que ela foi embora. E os dançarinos Lyv Ziese, Renata Ricci e Luis Navarro na Boogie Oggie. Eles também participaram da dança da mudança de casa. Acabam parando na casa da Augusta. Inusitado e hilário, mas com lógica. A Augusta passa a ter dificuldades de pagar as contas e o filho convida os três para ajudar no orçamento. O elenco todo foi incrível, Uma pena não conseguir colocar foto de todo mundo. Adorei a Luisa (Alexandra Ritcher), as mulheres tinham características fortes, inteligentes. E imperfeita, ela escondeu que os pais eram porteiros, outros atores que adoro: Cacá Amaral e Ana Rosa. Ela participou da dança das cadeiras, infernizava a Carlota, mas depois vai trabalhar na VIP para investigar o Beto (Rodrigo Simas) em ótimo personagem também. Eu torcia muito para ele ficar com a irmã que não é irmã, a Vitória, fiquei feliz que ficaram juntos, mesmo que tenha sido sutil a aproximação. Gostava do casal intepretado por Caco Ciocler e pela portuguesa Maria João. Estava com saudades dessa atriz. O arqui vilão era interpretado por José Loreto. Amei que a Carlota deu a volta em todo mundo e se deu bem. Tinha lido outra possibilidade, mas gostei muito mais desse final. Ela era muito ardilosa, ficaria perfeitinho demais ela se dar mal. Fizeram participações: Christiana Guinle, Junno Andrade, Laura Cardoso e Priscila Fantim. Por ser uma novela cheia de aventura, as cenas de ação eram impecáveis. Lindíssima e triste a cena do acidente do noivo de Sandra. Muito bem feitas as cenas de atropelamento, as de tiro. Eu amei tudo nessa novela, figurinos, reconstituição de época, textos, personagens. Gostei de mostrar produtos da época, as latas de sorvete, crush, leite de rosas. Pode reprisar quanto quiser.
Assisti Cheias de Charme (2012) de Filipe Miguez e Izabel Oliveira na TV Globo. No começo seguia, depois me afastei, mas essa novela tinha um magnetismo incrível. Volte e meia via uma personagem que gostava, parava pra ver e quando percebia, tinha visto o capítulo inteiro. Ágil, alegre, bem editada e com roteiro consistente, Cheias de Charme inovou realmente no gênero. Foi também uma das primeiras vezes que realmente a internet esteve ligada com a trama. Não de forma falsa e sim de forma real. Achei bacana que elas aproveitam a ausência da patroa artista para usar o que ela tinha em casa e fazer o vídeo, além de coerente, é brincadeira comum de que as patroas saem e as empregadas se divertem. A abertura também era linda! Quando as empreguetes disseram que o vídeo delas estava no ar, lá estava ele, foi trending topic, liderou visitações, e também é uma graça. Achei bem interessante que no final a personagem da Cida escreveu um livro e que a TV Globo lançou o livro realmente. O elenco era ótimo. As empreguetes interpretadas brilhantemente pelas Leandra Leal, Isabelle Drummond e Taís Araújo. Chaynne foi interpretada pela Cláudia Abreu que também brilhou muito. Outro que estava ótimo foi Ricardo Tozzi, ele parecia canastrão como Fabian. Engraçado que quando o Inácio ficou no lugar do Fabian ele não era tão canastrão. O ator estava incrível. E eu adoro a Leandra Leal, desde o filme A Ostra e o Vento. Gostei demais também do tema social da personagem da Cida. A mãe era empregada da casa e faleceu, a família alardeava sempre que não deixou a menina ir para um abrigo, que deram casa, comida e estudos, mas faziam desde pequena ela trabalhar sem remuneração. Inclusive no último capítulo explicaram bem o trabalho infantil e escravo tão comum no Brasil. Sempre ouvi sobre famílias que "adotavam" crianças, mas as tratavam como empregadas, exigindo quase um pagamento pela benevolência de dar casa e comida. A personagem da Alexandra Richter falava sempre que deu casa, comida, tratamentos médicos e estudos, como se fosse muito generosa. Queria muito que a Penha ficasse com o Otto, personagem do Leopoldo Pacheco. Não gostei nada do personagem do Marcos Pasquim que caiu de paraquedas na trama, na verdade de prancha de surf, e muito menos que a Penha ter ficado com o ex-marido interpretado pelo Marcos Palmeira. Embora tenha achado o roteiro bem realista no romance com o surfista. Depois de viverem intensamente a paixão, a vida dos dois geraram intrigas, mas ficou esquisito depois o surfista mudar tão rapidamente para o Rio de Janeiro e pelo namoro ser tão categórico que não podia largar a escola de surf no Nordeste. Também achei meio forçado o personagem do Otto redescobrir a beata, interpretada pela Kika Kalache, e ela virar uma perua. O elenco todo era ótimo. No núcleo cômico estavam ótimos Bruno Mazzeo, Titina Medeiros, Fábio Lago e Luiz Henrique Nogueira. Adoro os atores que integraram o elenco: Daniel Dantas, Tato Gabus Mendes, Dhu Moraes, Aracy Balabanian, Edney Giovenazzi, Malu Galli, Humberto Carrão, Jonatas Faro, Simone Gutierrez, Rodrigo Pandolfo, Sérgio Malheiros e Tainá Muller.
Assisti a novela Bela a Feia de Gisele Joras na TV Record. Eu adorei a primeira semana, gostei da abertura, da agilidade da trama, mas depois só vi trechos. Voltei a ver um pouco mais o desfecho depois. Bela a Feia foi uma novela caprichada, com um ótimo elenco. Eu é que não curto mesmo esses roteiros mais restritos desse gênero de novela, sempre muito carregados de cores e exageros, que dirá nas cenas dos vilões, nesses textos as mocinhas são muito mocinhas e os vilões muito vilões. O texto original é de Fernando Gaitan. A novela também esticou um pouco demais. A Gisele Itiè estava ótima como a Bela. Como cada série teve um desfecho e a Bela agradou muito o público, a equipe tinha dúvidas se faria a transformação da Bela. Acabaram decidindo que sim e ela apareceu linda e com outro nome pra se proteger de seus inimigos, a novela então bombou no ibope que já ia bem. Depois que ela declarou a todos que era a Bela ficou em um meio termo. Eu adoro o ator que faz o par romântico com ela, o Bruno Ferrari. Eu gosto muito de vários atores do elenco. A Ester Góes estava ótimo como a ex-rica que viajava de classe econômica pra Miami pra comprar roupas pra passar pra personagem da Luísa Tomé vender. Adorei vários finais como o dela, ela acabou empobrecendo mais ainda, já que fazia uma vilã e foi ficando cada vez mais sozinha. Aí ela passou a ir ao Paraguai e a vender em um camelô. Outra que estava incrível foi outra vilã, a Verônica, interpretada pela Simone Spoladore que arrasou. Ela foi outra que teve um final divertido, igualmente fugiu com sua comparsa para o Paraguai, ficou loira e apresentadora de programa infantil. O Iran Malfitano era outro que estava muito bem como vilão. Estava impagável o Diogo do Sérgio Menezes.Gostei do final do personagem do Jonas Bloch, meio forçado ele ficar bonzinho e arrependido, mas eu adorei ele pedindo pra empregada, interpretada pela bela Sabrina Rosa, vestir um vestido da Verônica e se apaixonar pela linda moça. Eu adorava o núcleo cômico da Gamboa. O salão Monzetuma era um show. A Elvira foi uma grande personagem para a Bárbara Borges, além de divertidíssima e de fazer um par cômico delicioso com a Laila Zaid, ela me emocionava com a doçura de sua personagem. Adorei o final das duas que viraram famosas peruqueiras. O dono do Montezuma era interpretado pelo divertidíssimo João Camargo que fazia dobradinha cômica com o Rafael Primot. Adorei também o personagem cômico da Ana Roberta Gualda. As crianças também eram umas fofas. O elenco continua incrível: Silvia Pfeiffer, Ângela Leal, Carla Regina, Bemvindo Sequera, André Mattos, Ildi Silva, Thierry Figuera, Aracy Cardoso, Denise Del Vecchio, Claudio Gabriel, Daniel Aguiar, Marcela Barrozo, Gabriela Moreyra, Bia Montez, Sérgio Hondjakoff, Daniel Erthal, Pérola Faria, Natália Guimarães, Henrique Pagnoncelli, Raul Gazzolla, Oberdan Jr., Alexandre Barillari, Raquel Nunes e Eduardo Semerjian
Assisti a novela Orgulho e Paixão de Marcos Bersntein na TV Globo. Dirigida por Fred Mayrink. A novela foi baseada em obras da Jane Austen. No começo me incomodou e parei de ver. Não me identificava com essas personagens saltitantes, alegres demasiadamente, tão diferente das obras da escritora. E me incomodei profundamente no que chamei de novela branca. No início inclusive não havia um único personagem negro no site da emissora. Pode ser que os autores quiseram ambientar na Inglaterra, então realmente seria estranho muitos negros na época, mas quando ambientaram no Brasil, ficou deveras estranho. A novela não tinha um tempo definido, mas tinham barões de café e dava a entender que seria após a abolição da escravatura, então porque não haviam inúmeros negros nas ruas em pequenos serviços? Os negros foram libertos, mas sem nenhum projeto, as fazendas trocaram a mão de obra escrava pela imigrante e milhares de negros ganharam as ruas sem saber outras funções, sem suporte, fazendo pequenos serviços, comércio nas ruas. Muito estranho a novela desaparecer com eles. Mas Orgulho e Paixão foi uma novela solar e fundamental para os dias de hoje por dizer que as mulheres podem ser o que elas quiserem. Mesmo sendo uma novela de época, as personagens tinham comportamentos atuais e isso facilitou muito o discurso de que a mulher pode ser livre para fazer o que quiser. Parece surreal que atualmente uma novela precise dizer as mulheres dos dias de hoje que elas possam ser o que quiserem ser, mas os altos índices de feminicídio no Brasil mostram que muitas mulheres não só são privadas desse direito como ainda são ceifadas e mortas porque não atenderam ou não obedeceram ordens, muitas só porque quiseram se separar e seguir suas vidas, refazendo suas histórias. O pilar desse discurso foi Elisabeta (Nathália Dill). Ela queria ganhar o mundo, fazer algo que a inspirasse, tinha muitos planos e desejos. Foi lindo ela encontrar no amor por Darcy (Thiago Lacerda) a compreensão para realizar os seus sonhos. Eles se amaram, mas ela demorou para aceitar com receio que o casamento pudesse limitar os seus sonhos, na verdade o amor dos dois só ampliou as possibilidades. E não enrolaram no amor dos dois, logo já se relacionavam, viviam juntos. Era uma novela moderna em comportamento, não como era na época. Tanto que as mulheres eram sexualmente ativas, mas podiam escolher se queriam ou não ser mães, o que antes da pílula na década de 70 não era possível. O casal mais amado era Ema (Agatha Moreira) e Ernesto (Rodrigo Simas). Ela sempre quis casar e fazia tudo para que todos encontrassem o seu amor. Filha do barão do café, viu a sua vida arruinada com a decadência financeira da sua família. Ernesto surgiria somente para fazer triângulo amoroso com Ema que estava destinada a triste história de Jorge (Murilo Rosa) e Amélia (Letícia Persiles). Mas a química do casal ganhou o mundo exterior e contagiou tanto, que eles se tornaram um dos grandes casais da teledramaturgia. Pobre, ela foi viver com amigas no cortiço. A novela foi muito inteligente em criar vários núcleos que se misturavam. Amo cortiços por permitirem muitas interações de personagens. E que trágica a história de Julieta. Um dos melhores personagens da carreira da Gabriela Duarte que pode debater o estupro, e principalmente o estupro do cônjuge, um tema tão delicado e que infelizmente é tão presente entre os brasileiros. A transformação da personagem foi linda demais. Muito bem feita a escolha de como Camillo conheceria a história da sua mãe. Seria mesmo muito difícil que alguém, até mesmo a mãe, contasse ao filho os horrores do seu pai e as condições da sua concepção. Delicado fazerem no confessionário, meio que por acidente. Até mesmo um pouco improvável, mas foi uma solução muito delicada. E lindo o desabrochar de um amor saudável com Aurélio (Marcelo Faria), que teve paciência em respeitar o tempo de sua amada tão machucada pelas violências que sofreu. Outra história que causou comoção foi de Luccino (Juliano Laham) e Otávio (Pedro Henrique Müller), que belos personagens e interpretações. Que lindo e delicado texto, que trama tão bem abordada. Luccino começa a perceber que gosta de Mário, não de Mariana (Chandelly Braz). Essa irmã Benedito se vestia de Mário para poder participar de corridas de motos e Luccino percebe que é de Mário que gosta, não de Mariana, até que aparece Otávio. Eles mesmos demoram a perceber e entender os seus sentimentos e a aceitar. Pela primeira vez teve um beijo entre pessoas do mesmo sexo na novela das seis. E vários outros depois. Em uma entrevista o diretor disse que desde o começo estava previsto porque a novela queria mostrar as várias formas de amar. Então não entendi porque Tenória (Polly Marinho) ficou sozinha e não teve direito a um amor. Sua história foi linda. Ema descobre que Tenória era filha do barão, portanto sua tia. Os dois Tenória e Estilingue (JP Rufino) ganham uma casa, mas fica só nisso, parece que basta. Estilingue não ganhou a oportunidade de estudar, não ensinaram sobre o café, expertise da família, não incluíram nos mosqueteiros, inclusive no final disseram que o café dos mosqueteiros deu certo apesar de Camilo (Maurício Destri) fazer tudo praticamente sozinho, então porque Estilingue não se uniu a ele? As tramas dos negros da novela ficaram demasiadamente de pano de fundo. Como a do médico da cidade (Thiago Justino) que mal aparecia e do jornalista da cidade. Inclusive esses dois ainda não aparecem nos personagens no site. Foi linda a história do barão (Ary Fontoura). Ele ia ficar alguns capítulos e morrer no começo, mas o personagem agradou muito e ficou praticamente até o final. Depois de a família perder tudo era divertido ver ele de casa em casa, pedindo abrigo, logo após a hospedagem ele passava a mandar em tudo e todos e a reclamar de tudo. Foi uma bela oportunidade de falar sobre o envelhecimento e a inclusão na sociedade. Lindo quando o neto diz que é feliz porque tem uma família normal, uma mãe que pega no pé e um avô ranzinza. Depois o barão ainda teve oportunidade de ser um mosqueteiro e com sua experiência ajudar os jovens no negócio. Linda a história de Cecília (Anaju Doringon), a sonhadora que amava Rômulo (Marcos Pitombo). Pena que sua história estava ligada a muitos vilões que eram muito chatos e caricatos. Encantadora a de Mariana e que lindo casal com o coronel Brandão (Malvino Salvador). A da bela Jane (Pâmela Tomé) e do Camilo. Lindo também o amor maduro de Ofélia (Vera Holtz) e Felisberto (Tatu Gabus Mendes), amor quente, caliente, mas compreensivo. Como nos livros da Jane Austen, Felisberto é compreensivo, amoroso. Apesar de amalucada, Ofélia era uma mãe e tanto. Muito engraçada a fileirinha de Santos Antonios de ponta cabeça nos copos para cada filha. O final de Josephine (Christine Fernandes) foi muito over, mas achei importante abordar a história dessa mulher, presa a um casamento que não desejava com Almirante Tibúrcio (Oscar Magrini). As formas como ela escolhe para se libertar do fardo são inadequadas pra dizer o mínimo, mas ela desejava ser livre, ter amantes, dinheiro, poder escolher o seu destino, viajar. Bela personagem. Fani (Tammy Di Calafioiri) também, oprimida por essa falsa mãe, acaba sendo usada, ficando amargurada boa parte da trama. E que encanto a história da fogosa Lídia (Bruna Griphão). Ela acaba caindo na lábia do sedutor Uirapuru (Bruno Gissoni) e engravida. Resolve criar o filho sozinha e é apoiada por toda a família. Até que se apaixona pelo encantador Randolfo (Miguel Rômulo) que não só quer se casar com ela como assumir o seu filho. Lídia ganha vários números musicais em sonho que são verdadeiras preciosidades na novela. Natália do Valle surgiu quando Tarcísio Meira precisou se ausentar por problemas de saúde. Eu não gostava das inúmeras armações da novela, eram cansativas e repetitivas, mas tinham grandes atores. Alessandra Negrini e Grace Gianoukas estavam no núcleo cômico que agradou muito o público. Eu já achei repetitivo também. Outros vilões ainda foram interpretados por Jairo Mattos, Ricardo Tozzi e Giordano Bechenelli. Que linda história de Ludmila e Januário. Adoro esses atores Laila Zaid e Silvio Guindane. Ela uma mulher a frente do seu tempo diretora de uma fábrica de tecidos e de uma loja de moda feminina e ele um artista plástico. Também adorava o casal Charlotte (Isabella Santoni) e Olegário (Joaquim Lopes). Foram muitos personagens com ótimos atores: Rosane Goffman, Jacqueline Sato, Vânia de Brito, Nando Rodrigues e Emmilio Moreira. Os figurinos de Beth Filipeck eram de uma delicadeza impressionante, com uma riqueza de detalhes, bordados, lindos.
Assisti a novela Amor de Mãe (2019-2020-2021) de Manuela Dias na TV Globo. A direção foi de José Luiz Villamarim. Que belíssimo trabalho, que roteiro! Essa novela foi atropelada pela pandemia, pararam as gravações. Fizeram um esforço de guerra pra retomar e fechar a história da forma que fosse possível e infelizmente algumas tramas ficaram sufocadas, mas nada tirou a maravilha que foi essa novela. Inesquecível! A trama entrelaça a história de três mulheres, incrível no final que entendemos a relação delas desde que foram mães. Vitória (Taís Araújo), uma famosa advogada, tinha sido uma jovem estudante grávida que dá o seu filho. Lurdes (Regina Casé) que tem seu filho vendido pelo marido para a mesma mulher que recebe o filho da Vitória. E Thelma (Adriana Esteves) que compra o filho dessa mesma mulher. Todas maravilhosas, que atrizes. Gostei de falar de corresponsabilidade. O quanto nossos atos podem interferir ou promover crimes, o quanto cada um de nós é responsável pelo todo. Eu fiquei muito brava com um programa de fofoca de televisão que antes da novela começar já contou quem seria o filho de Lurdes (Chay Suede) e de sopetão, não deu nem ao trabalho de avisar que ia dar spoiler, quem não quisesse ouvir que zapeasse, bom, TVs não fazem isso, pedir pra pessoa sair do canal, então não dê spoilers. Sim, minhas amigas disseram que a novela deu várias pistas, mas antes da novela começar? Achei um desrespeito com o trabalho de todos os envolvidos. Um gosto por furo muito grosseiro. A cena da revelação foi emocionante! Pra novela poder ser realizada, todos tinham protocolos de segurança muito severos e eram testados periodicamente. Infelizmente todos os núcleos não poderiam voltar. Quanto menos elenco, cenas, equipes, mais seguro, mas valeu o esforço, foi lindo! Pena que alguns envolvidos não entendiam nada de protocolos. Acho que viviam em uma bolha porque em agosto já se sabia que não se sabia se a pessoa que tinha ficado contaminada não se contaminaria de novo. Achavam que poderia durar uns 5 meses, mas nada era certeza mesmo em agosto quando já se sabia também que dentro de casa não podem todos tirar as máscaras se vierem das ruas. A Lurdes poderia ter ficado na casa do Magno, e ter pouco contado com os jovens da casa e quando tivesse só por máscaras. Tirar as máscaras pra falar era muito assustador. Quando Sandro (Humberto Carrão) tira a máscara no hospital, local de contaminados, nem higienizando as mãos seria seguro, imagine sem higienizar como ele fez. Vitória também, depois de ficar com uma pessoa sem máscaras no carro, não ficou isolada em casa e nem fez teste pra se reaproximar da família. Já se sabia em agosto desses protocolos. E pior, foi na pior época de disseminação do vírus no Brasil. Colocaram em texto no final, mas eu acho que teria sido melhor em intervalos diferentes, uma pessoa, podia ser a ex-BBB Thelma, que é médica, explicar esses detalhes, já que há negacionista demais no Brasil. Lindo o amor de Penha (Clarissa Ribeiro) e Leila (Arieta Correa). A vida das duas foi se transformando na trama. Penha era a doméstica maltratada pela ricaça Lídia (Malu Galli). E Leila começou a novela em coma. Várias reviravoltas fazem as duas se unirem, se tornarem grandes bandidas e conseguiram fugir como no filme Thelma e Louíse, mas com final feliz. Por incrível que pareça eu torcia por elas. Outro grande valor de Amor de Mãe foi ter chamado grandes atores não tão conhecidos da televisão. Como a talentosa Magali Biff como Nicette. Sua personagem acaba se misturando em quase todos os núcleos e tendo papel fundamental. Primeiro ela é mãe do homem (Paulo Gomes) que o Magno acha que matou. Magno namora sua filha Betina (Isís Valverde) que não sabe da história. Depois Nicette mora em Guapori, a região contaminada pela indústria de Álvaro, que depois descobrimos que Betina é irmã de Álvaro porque o pai dele abusou de sua mãe. Mas a teia continua, ela é avó do filho da mulher do Álvaro, que engravidou do filho dela. E Álvaro, um dos grandes vilões da trama, aceita o filho de outro homem da esposa, surpreendente. Outros personagens marcantes com atores pouco conhecidos da televisão foram interpretados por Démick Lopes, Dida Camero, Rodolfo Vaz, MC Cabelinho, WJ, Nando Brandão, Rodrigo Garcia, Isabel Teixeira, Giulio Lopes, Aldene Abreu, Antonio Negrini, Stella Rabello e Mariana Nunes. A trilha sonora também era maravilhosa: Gal Costa, Gonzaguinha, Maria Bethânia, Cartola, Olodum, Chico Buarque, Clara Nunes, Elza Soares, Caetano Veloso, Elis Regina, Nina Simone, Jorge Benjor e Madredeus. Tem no spotify. Amor de Mãe falou muito sobre questões sociais. Educação inclusive na personagem da Camila, da incrível Jessica Ellen. Professora de uma escola pública em lugar de vulnerabilidade, ela procura ajudar seus alunos a procurar um futuro diferente para as suas vidas. Inclusive vários de seus alunos tornam-se personagens importantes na trama como Cacá Ottoni, Dan Ferreira, Jennifer Dias, Dora Friend e Aisha Moura. Foi uma novela de muitas perdas, estranhamente não por covid. E atores jovens como o belíssimo português Filipe Duarte e Léo Rosa que fez uma pequena participação como um jornalista. E Durval, ai o Durval, que personagem carismático do Enrique Diaz e todo errado, todo não, mas sim, foi um pai ausente. Eu me incomodei da filha (Duda Batsow) exigir muito dinheiro na pandemia pondo o pai em risco. Ele vai trabalhar de entregador de aplicativo, correndo o risco de morrer de covid. Se a filha e a mãe (Clarissa Kiste) estivessem passando necessidade, é certo, mas não era o caso, ela poderia esperar a pandemia passar pra exigir a responsabilidade financeira do pai. E principalmente quando o reencontrou. Acho que na pandemia nós precisamos muito mais lidar com a empatia e com a compaixão. E quem trabalha com artes ficou totalmente sem emprego, devia ter exigido antes quando ele tinha como correr atrás. Foi bem mais inteligente quando ofereceram moradia pra ele que não tinha dinheiro nem pra alugar uma vaga em pensão. Atrapalhado como sempre foi, teria grande chance de ir morar nas ruas como muitos nesse período escuro. E apesar de todos os defeitos, Durval era um bom dono de casa, bem bagunceiro, mas cozinhava, cuidava da filha, seria uma forma de ajudar no orçamento tendo funções domésticas. Mas a autora reserva um respiro pra ele, e a trama promove momentos deliciosos com a Dona Unicórnia. Gostei demais da atriz e cantora que interpretou a Verena, a Maria. Linda e talentosa. Fez par romântico com o personagem do gigante Irandhir Santos. Pena que foi bem pequena a parte da mãe biológica (Olívia Araújo) do Tiago. Muitas tramas pareciam já ter sido pensadas desde o começo, mas a pandemia encurtou as abordagens, mesmo assim foi uma linda cena. Uma pena também que não puderam definir o destino amoroso de Lurdes disputada pelos personagens dos grandes Luiz Carlos Vasconcelos e Nanego Lira. As crianças eram demais, já bem grandinhos um ano depois quando voltaram a gravar. E foram mais poupados, pouco apareciam. A bebê da Vitória então nem apareceu, mais seguro assim. Eram interpretadas por Clara Galinari e Pedro Guilherme. A lista de grandes atores é imensa: Vladimir Britcha, Murilo Benício, Erika Januzza, Tuca Andrada, Débora Lamm, Milhem Cortaz, Letícia Lima, Douglas Silva, Vera Holtz, Ana Flávia Cavalcanti, Camilla Márdila, Lucy Alves, Júlio Andrade, Alejandro Claveaux, Dan Ferreira, Eliane Giardini e Fabrício Boliveira. E a família da Dona Lurdes? Que personagens ricos, complexos, só grandes atores, que saudade já! Juliano Cazarré, Nanda Costa e Thiago Martins. Foi esperançoso no final todos sem máscaras falando que a vacina chegou pra todos, pena que não é realidade. Triste! Obs.: Fotos lindas no ábum!!
Assisti a novela Escrava Mãe (2016-2017) de Gustavo Reiz na TV Record. Não segui, acompanhei. Complementei com os resumos na internet e os resumos do capítulo antes ou depois. Cheguei inclusive ficar um bom tempo sem ver. Produção caprichosa, excelente elenco, foi uma nova experiência para a TV Record. A Casablanca, uma empresa terceirizada, realizou toda a novela em Paulínia, entregou o produto pronto. Foi inclusive um certo stress já que a novela demorou a entrar no ar e os atores se viram presos, sem poder aceitar outros trabalhos. Mas finalmente estreou. Gostei de vários personagens. Tenho acompanhado o trabalho da Gabriela Moreyra, linda e talentosa. Foi incrível sua interpretação, até porque a novela anda bastante no tempo. No início, uma adolescente cheia de sonhos, depois uma mulher em luta pela liberdade e pela realização do seu amor. Adorei o português que fez par romântico com ela, Pedro Carvalho, igualmente lindo e talentoso. Há vários segredos em Escrava Mãe e ele traz vários. Ele tenta descobrir a história do pai que foi morto. Diferente de muitas novelas sobre escravidão, Escrava Mãe mostrou os negros como lutadores, revoltados de sua condição, com quilombo ativo que aparece várias vezes, inclusive indo atacar os engenhos. Começou na África na festa de casamento da mãe da Escrava Mãe. Lindo o capítulo, muito bem realizado. Chegam então os algozes, eles lutam muito, mas são presos e trazidos de navio negreiro ao Brasil. Aqui alguns conseguem fugir e viver um tempo na floresta, mas o capitão do mato os localiza. Juliana, a Escrava Mãe nasce, a mãe entrega para um garoto que leva a menina a uma fazenda. Lá ela é tratada com muito amor por essa família, como se fosse mais uma filha, mas claro, sem alforria, é tudo uma farsa como acontecia muito nas fazendas. Fingiam que o negro era livre, para maltratá-lo caso tivesse um único pensamento livre. Ironicamente a única personagem negra conformada é interpretada por Zezé Motta, logo ela que é tão batalhadora pela igualdade. Mas ela explica sempre a Juliana que o melhor é se conformar. Ela é praticamente uma mãe para Juliana, e sabe que se a menina se rebelar vai sofrer muito na mão de seus donos. Ela é submissa por medo, não porque aceita a sua condição. Um grande mistério foi a chegada da Condessa, adoro essa atriz, Adriana Lessa. Ela envia para o vilarejo, para preparar a sua chegada, o seu lacaio Tozé, interpretado pelo Cássio Scapin. Adoro esses atores. Eles interagiam com o núcleo cômico, mas também tinham seus segredos. Jaime Periard interpretou um vilão. Uma graça a família da Belezinha, e que graça essa atriz Karen Marinho, gosto muitos dos atores que fizeram os pais dela, Cézar Pezuolli e Adriana Londoño, mas esquisito ser índia a mãe. Não me identificava muito com o núcleo cômico ligado a Jardineira, nem a repetitiva e cansativa rivalidade entre duas grandes atrizes Luiza Thomé e Jussara Freire. Apesar que adorei o romance da dona da Jardineira com o capitão, interpretado muito bem por Junno Andrade. O elenco todo era muito bom: Sidney Santiago, Raphael Montagner, Luiz Guilherme, Marcelo Escorel, Elina de Souza, Robertha Portella, Débora Gomez, Marcelo Batista, Manuela Duarte e Mariza Marchetti. Incrível a personagem da Esméria interpretada brilhantemente por Lidi Lisboa. Começou ela escrava e invejosa da boa vida da Juliana, uma escrava de dentro e tratada como se fosse filha. Depois ela é a irmã da condessa, fica rica e inicialmente, deslumbrada, quer escravos ao seu serviço, como acontecia muito com escravos que mudavam de status. Nova transformação, ela passa a lutar para libertar a irmã escravizada por uma artimanha do poder e a lutar pelos escravos. Como adorava o casal Atíla e Felipa. Adoro esses atores Milena Toscano e Léo Rosa. Os dois são grandes defensores do fim da escravidão. Adoro Ana Roberta Gualda e belo personagem. Ela é a bela Sinhazinha Tereza, que manca e tem que casar com Almeida, apesar de amar e ser amada pelo filho do coronel rival. Linda a canção tema dela. O pai achava que ela sendo manca não ia conseguir um partido e arranja um casamento com o filho de um amigo dele, sem saber o quanto esse pretendente é mulherengo, boa vida e mal. Os dois rivais são atores que gosto também Fernando Pavão e Rober Gobeh. O pai da Sinhazinha morre logo no começo e é outro ator que adoro Antonio Petrin. Eu torcia muito pelo romance de Beatrice e Tito Pardo. Adoro esses dois atores que estavam excelentes Bete Coelho e Nill Marcondes. Tito Pardo mostrou o lado cruel dos patrões, o patrão dele sempre prometeu alforria, o que faziam muito para conseguir obediência. Só que quando faleceu, no testamento disse que Tito Pardo só teria alforria após a morte da esposa. Quanta crueldade. Percebi que não estava previsto os dois ficarem juntos, mas se fosse uma novela aberta, pode ser que ficassem. Esse foi um dos problemas de Escrava Mãe, ser uma novela pronta, sem poder ter mudanças. Uma pena, perdeu muito com isso, não podendo mudar conforme o gosto do público.
Assisti Negócio da China (2008-2009) de Miguel Falabella na TV Globo. Eu amava essa novela, mas o público não gostou, então o autor resolveu mudar e passei a não gostar, virou um dramalhão. Gosto do lado lúdico do autor e drama parece que não é a praia dele, pelo menos no gênero que ele escreveu. Então abandonei por vários meses a novela e voltei a rever no final. Mas como gostei muito de vários aspectos, ainda mais do começo e de alguns personagens, resolvi dividir com vocês. Eu adoro a Grazi Massafera e ela foi a protagonista. Ela sofreu muito preconceito no início, principalmente do autor, que se desculpou no final vendo a atriz que ela é e vai vir a ser. Eu já tinha adorado o desempenho dela em comédia na novela Desejo Proibido. Infelizmente o núcleo dessa atriz sofreu bastante na novela. Fábio Assunção, com problemas das drogas, resolveu sair da novela e voltar ao tratamento. Inicialmente a possibilidade da volta ficou em aberto, mas no final o autor resolveu que achariam o corpo do Heitor e o ator não voltaria. Minha mãe e acho que todos nós sofremos muito com a luta do Fábio Assunção a esse veneno que são as drogas. E ela ficou desolada que ele não conseguiu voltar. A homenagem que fizeram ao ator no final da novela foi emocionante. Algo que eu gostei muito em Negócio da China e me impulsionou muito em escrever o post foi o resgate de atores afastados da telinha e a revelação de grandes talentos fora da telinha. Adorava a tia Saudade, interpretada pela ótima Duse Naccarati. Gosto demais das atrizes Bia Nunnes e Luciana Braga, essa segunda estava ótima em seu personagem, mas sua história era chata. Adorava o personagem simpático interpretada pela ótima Thelma Reston. Adorei o núcleo que lutava kung fu. Lindo o ator que interpretou o verdadeiro Liu, Jui Huang. Ele era o mais fraquinho da turma, mas li que ele é estrangeiro, portanto tinha dificuldade com nosso idioma e isso podia atrapalhar na interpretação. Ele fez um par romântico lindo com a Flor, interpretada pela Bruna Marquezine , que também na trama só tinha 13 anos e deu o seu primeiro beijo na ficção. Ela cresceu tanto durante a novela que ficou uma moça mesmo ainda uma adolescente. Ela participou na última semana do Vídeo Show e comentou que a figurista sofria com as roupas dela, porque ela cresceu muito durante a novela. E os figurinos dela eram outra atração, fofos, inspirados em mangás. Do núcleo do kung fu, adorei as revelações: Luciana Mizutani, Elder Gatteli e Anderson Lau, que estava ótimo como um vilão insuportável. Completavam o elenco atores que adoro: a doce Fernanda Rodrigues que estava ótima em sua primeira vilã e Ernesto Xavier. Gostei muito das cenas e dos efeitos especiais nas lutas de kung fu. E dos quatro bonequinhos que estavam na abertura e tinham segredos. Adorava o trio das "colegas" e seus figurinos coloridos como as personagens femininas do Almodóvar: Maria Gladys, Débora Olivieri e Josie Antello. Em alguns momentos a trama delas até que se arrastou um pouco, mas elas eram tão divertidas, que era uma delícia vê-las em cena. Faziam par com elas os atores: Bruce Gomlevsky e Nil Neves , esse eu não conhecia. Gostei muito também da atriz Claudia Netto. Gostava demais do casal formada pelos atores Raoni Carneiro e Renata Vilela, mesmo que subaproveitados na trama. E das secretárias: Elida L. Astorina e Karina Anhê. Eu e minha mãe adorávamos o núcleo português da trama, mas depois a história deles desandou e não nos agradava mais. Os atores são Carla Andrino, Joaquim Monchique, a divertidíssima Maria Vieira e o gato Ricardo Pereira . Ficou bem chato quando a ótima Claudia Gimenez se somou ao núcleo. Gostava da Semírames, interpretada pela Zezé Barbosa e do Zé Boneco, interpretado por Frederico Reuter, só não achava que ele cantava tudo o que diziam. Somavam a esse grupo os atores lindos e talentosos: Dudu Pelizzari e Juliana Didone. Ele se relacionou com uma atriz que amei, linda e talentosa, a Izabela Bicalho. E a Didone era par romântico com o Thiago Fragoso que fazia um triângulo amoroso com a personagem da Fernanda de Freitas. A história desse trio era muito chata. Adoro a Fernanda de Freitas, mas ela passou a novela com olhos lacrimejantes e vozinha chorosa, sendo que só no final realmente passou por um drama. Em toda a novela ela era uma menina rica, recém-formada, já em um cargo alto, alto salário, uma família razoável, bonita, mas só choramingava. Não convencia tanta tristeza em alguém tão feliz e que tinha tudo. Haviam outros atores que gosto muito mas estavam em núcleos dramáticos que ficaram cada vez mais chatos durante a trama. Os atores são: Natália do Vale, Herson Capri, Nathalia Timberg, Oscar Magrini, Vera Zimmermann, Francisco Cuoco, Xuxa Lopes, Ney Latorraca, Leona Cavalli, Eliana Rocha, Dalton Vigh, Ioná Magalhães e Rodrigo Mendonça.
Assisti Desejo Proibido de Walter Negrão na TV Globo. Eu adoro novela das seis e essa foi apaixonante! Um texto maravilhoso, um elenco incrível, uma produção caprichada. Vai ser difícil falar de tudo sem esquecer detalhes importantes, mas vou tentar. Eu gostava muito dos casais protagonistas, acompanho o Murilo Rosa desde a extinta TV Manchete e ele é sempre maravilhoso e Fernanda Vasconcellos, que já gostava muito em Malhação, também arrasou. Os dois personagens mudaram muito durante a trama. Murilo interpretava Miguel, um padre, e ela uma menina independente. Gostei muito das mulheres fortes e determinadas em Desejo Proibido, foram várias interpretadas pelas atrizes Letícia Sabatella, Eliana Fonseca, Eva Wilma, mesmo que essa tenha sida uma vilã, era uma mulher que nunca esmoreceu aos infortúnios, Nívea Maria, corajosa ao lado de um marido nem sempre previsível, Deborah Evelyn, Sthefany Brito que teve uma personagem que estudava apesar das pressões contrárias da mãe, terminou inclusive indo estudar engenharia como tanto sonhou, só não sei se mulheres podiam estudar engenharia nesse época. Os personagens masculinos eram igualmente complexos. Daniel de Oliveira arrepiava em seu vilão. José de Abreu interpretou um homem amargurado e antiqüado, mas havia tanta complexidade em seu personagem que nos fascinava. Pedro Neschling estava ótimo como o oportunista Diogo. Gostei demais dos personagens e dos atores Rodrigo Lombardi, Alexandre Borges, Emílio Orciollo Neto, André Arteche e Thiago Martins. O núcleo cômico era uma delícia. Eu amava os sonhos da Florinda interpretados maravilhosamente pela Grazi Massafera, quem podia imaginar que ela se desse tão bem em um papel cômico? Marcos Caruso era outra preciosidade com seu Padre Inácio. Os diálogos do padre também eram muito bons e revolucionários quando falavam da complexidade da fé, dos milagres e sobre amor. Lima Duarte teve um personagem incrível, o prefeito que amava discursos cheios de palavras difíceis e vazias. A pensão da Dona Purezinha foi outro achado. Ela trabalhava cozinhando para a cidade, cuidando da pensão, dos filhos, enquanto o marido vivia cansado interpretado incrivelmente pelo Othon Bastos. Adorava muito o casal Brasil e Cidinha. Adorei os atores Nando Cunha e Mary Sheyla. Mais uma vez o texto era elaborado e com o nome do Soldado Brasil fizeram várias alusões a situação do país, o mesmo recurso era utilizado nas falas do Prefeito Viriato. Adorava o Galileu Boticário interpretado maravilhosamente pelo Pedro Paulo Rangel, sua bela esposa foi interpretado pela linda Júlia Lemmertz. Outra preciosidade era o Delegado Trajano interpretado muito bem por Cássio Gabus Mendes, nunca ri tanto. Eu adorava a sua filha menor interpretada otimamente pela Bruna Marquezine, me diverti demais quando ela leu Marx e saiu citando para as irmãs que igualmente adorava e foram atuadas por Camila Rodrigues e Fernanda Paes Leme.A trilha sonora era linda e vou colocar a música de um belo momento de Desejo Proibido, a da noite de núpcias de Argemeiro e Eulália, da bela e talentosa estreante Aninha Lima. Só me me incomodou um pouco foi quando a Ana foi mantida em cativeiro em um buraco sem luz. Infelizmente só se preocupam com questões afetivas impróprias para os horários, até questiono algo que julgam impróprio e não se preocupam com a violência exacerbada em horários que crianças assistem.
Assisti Rock Story de Marília Helena Nascimento na TV Globo. A direção era de Dennis Carvalho. Que novela incrível, inesquecível! Em geral não assisto novela das 19h. Só acompanho mesmo às das 18h porque o horário é mais favorável. Mas agora posso gravar, então o que eu perdia eu via no dia seguinte. Em geral sempre vejo o início de todas as novelas, às vezes só o primeiro capítulo. Mas essa me pegou logo e ansiava a hora de começar mais um capítulo diariamente. Que saudades! Foi muito bem feita a parte musical. Com vários clipes, shows, muito bem realizados. Gordo (Herson Capri) é sócio da Som Discos com sua filha Diana (Alinne Moraes) que é casada com um famoso roqueiro, o Gui Santiago (Vladimir Brichta) que está em decadência. Estourado, ele faz cada vez menos shows. A vida de Gui vira do avesso. Um cantor pop, Léo Régis (Rafael Vitti) rouba sua música. Ele descobre que sua esposa está de caso com o rapaz e um filho adolescente que ele não tinha contato é preso e fica sob sua guarda. Muito bem feita a parte empresarial da novela. Lázaro (João Vicente de Castro) era seu empresário. Surge então Lorena (Nathália Dill), na verdade Júlia, acusada de tráfico e começa a mudar a sua vida. Gui lança então a 4.4. Muito bem feita a construção da banda, o início dos ensaios, a profissionalização dos garotos interpretados muito bem por Nicolas Prattes, João Vitor Silva, Danilo Mesquita e Maicon Rodrigues. Depois um outro integrante apareceu na trama interpretado pelo Enzo Romani. Só a parte erudita é sempre um equívoco. Inacreditável que pesquisam tudo, todo o universo da música, mas acham que sabem como funciona o mercado erudito e cometem uma sucessão de erros. Deviam procurar consultoria exatamente como nas outras áreas. Linda demais a relação da Gilda (Suzy Rêgo) com o Haroldo, o Coelhão (Paulo Betti). Casados há muitos anos, eles adoravam apimentar a relação e viver personagens. Muito fofo! O filho esconde deles que tem câncer. Inclusive muito bem feitas as cenas, sem exageros de músicas melodramáticas. Com bastante realismo. Mostrou a dureza do tratamento, mas sem sensacionalismo e melodrama. Haroldo era dono da Boi Inimigo, afinal, não há um único boi que seja amigo de uma churrascaria. Lá se apresentava a Rebola Embola, grupo musical que tocava em geral samba com apresentação específica para turistas. Gostei de Rock Story mostrar várias formas de se viver de música. E vários outros clichês foram quebrados. Gui passa a viver sozinho com o filho. Volte e meia ele prepara lanches para a filha, interpretada pela fofa Lara Cariello, conversa com eles na cozinha lavando louça. Júlia mesmo fica sentada na mesa enquanto Gui prepara o lanche, lava louça. Quando todos vão morar juntos no ap, todos tem funções. Há vezes que o filho está lavando louça. E inclusive em uma cena Gui colocava roupa na máquina e Júlia lavava a louça. Vários negros integraram o elenco e fora de esteriótipos. Nanda (Kizi Vaz) era o braço direito de Gordo na gravadora e muito talentosa. Ela se apaixona por ele e precisa de tratamento. O advogado (Rocco Pitanga) e o médico (Rodrigo dos Santos), pena que esses dois personagens não tinham histórias completas, atuavam sozinhos, não mostravam família. Mas Luizão (Thiago Justino) era o tio do JF. E sustentava o garoto para que ele pudesse estudar piano. Luizão era o maître da churrascaria. Amei que Dona Néia ficou com o Ramon. Eu e vários internautas queriam #ForaAlmir. Almir (Evandro Mesquita) era o ex da Néia. Ele era casado, mas mesmo quando ficou viúvo não quis saber dos filhos. Só quando viu que eles viviam a larga em uma casa enorme. Um interesseiro. Ramon já gostava de verdade da Néia. Ajudava a Nèia em tudo o que ela precisava. Muito engraçado os dois fazendo faxina. Ela era muito brava, um dos grandes trabalhos da Ana Beatriz Nogueira. Gabriel Louchard que fez o Ramon também estava muito bem. Ele era explorado pelo Lázaro que o chantageava. Muito bacana mostrar várias famílias com formatos diferentes. Léo Régis que era o dono da mansão e levou a mãe e a irmã pra viverem com ele. A mãe era machista e conservadora. Gostava muito também da família da Edith, em um grande personagem para Viviane Araújo. Ela era casada com Nelson (Thelmo Fernandes). Ele era o vocalista do Rebola Embola, ela tinha sido a primeira morena do grupo, mas escolheu ser dona de casa e cuidar da família e dos filhos. Ela que percebe que sua filha Vanessa (Lorena Comparato) tem uma paixão fora do normal por Diana, e com cuidado consegue ajudar a filha a ver que essa relação só faz mal a menina, que acaba se apaixonando por Bianca (Mariana Vaz). Para ajudar no faturamento, Edith fazia doces para a churrascaria e para outras pessoas. Amava os patetas Romildo (Paulo Verlings) e William (Leandro Daniel). Fiquei feliz que eles foram para o interior cuidar de um bebê. Sim, eram bandidos, mas nunca gostei tanto das trapalhadas desses dois. Eles bem que tentaram arrumar trabalho, serem honestos, mas não conseguiam. E a tia do William? Outros grandes momentos!! E gostei que não transformaram Mariza (Júlia Rabello) em uma mãe zelosa quebrando o clichê do instinto materno. Ela não estava nem aí para o filho, só engravidou para tirar dinheiro do Haroldo, já tinha tentado isso de outros. E foi embora do país largando o filho sem sofrimento. Os shows eram demais. Em entrevistas, o elenco contava que tinha todo um trabalho de preparação vocal, ensaios. Adorava a dupla Miro (Guilherme Logullo) e Nina (Fabi Bang). Atores conhecidos de musicais. A história deles também era muito boa. Eles começaram a cantar quando crianças e durante a trama descobrimos que eles não eram irmãos, mas namorados. E que mentiam para o público há anos. Bonito que o público os perdoa depois de um tempo e eles voltam a ativa. Ótimas as apresentações de Laila (Laila Garin), adoro essa atriz. Pena que a personagem não valia nada. Adorava a Yasmin (Marina Moschen). Irmã de Léo Régis, tinha sido muito pobre e estava deslumbrada com o que o dinheiro poderia comprar. Lindo o romance dela com o Zac. Várias personagens eu adorava: Luana (Joana Borges), Zuleica (Cristina Müllins), Stefany (Giovana Cordeiro) e Astrid (Júlia Marini). Bacana também o personagem do Paçoca (Max Lima). Ele começa ajudando a banda e depois é contratado como técnico na Som Discos. Gostei que mostraram que nem todos se tornam artistas, mas nem por isso as profissões são desinteressantes. Não gostei no final que Lázaro mandou entregar convites gratuitos para lotar o show e colocar a culpa no Gui. Mesmo que ficou provado depois, dificilmente um artista se livra dessa mancha. Muitos vão achar que o Gui comprou alguém pra levar a culpa. E ainda teve uma morte. Foi pesado demais. Mas gostei de inovarem no casamento final. Gui e Júlia já tinham casado, inclusive todos os casamentos da novela foram lindos e caprichados. Até mesmo o não casamento da Diana. O casamento final foi do Gordo com a Eva (Alexandra Richter). Eva era uma psicóloga talentosa. Adorava os clipes, a trilha, a música de abertura com a Pitty. Foi lindo demais o final primeiro com Vladimir Brichta e Milton Nascimento cantando. Depois os que interpretaram músicos na novela e por último todo o elenco. Foi lindo demais! Inesquecível! Sou fã do Milton Nascimento, mas quem não é?
Assisti a novela Apocalipse (2018) da TV Record. Eu tenho o hábito de ver novelas que estão começando. Algumas vezes só vejo um capítulo, outras uma semana. Gosto de saber quem são os atores, qual a concepção. Não gosto das novelas religiosas em geral, mas estava curiosa sobre Apocalipse. Esse cartaz, que foi o de divulgação da novela, é da fase final quando Sérgio Marone interpreta o Anticristo e seus opositores são interpretados por Juliana Knust e Igor Rickli. Logo no primeiro capítulo eu não queria perder mais nada. Não deixei de ver um único capítulo. Claro, isso só foi possível porque conseguia gravar quando ia perder algo. Infelizmente a novela não foi bem de ibope e eu tenho uma teoria. Eu acho que Apocalipse tinha textos muito complexos, elenco extenso para o público habituado a novelas bíblicas. Eu sempre dou uma olhada nas novelas bíblicas que passam e os textos são bem simples, com vocabulário fácil, muito explicadinha, maniqueístas, o que não aconteceu com Apocalipse que tinham textos densos, ótimo vocabulário e não claros em relação aos comportamentos, todos tinham vários lados. Os personagens eram complexos, cheios de camadas. Só mesmo o Anticristo era mal, o resto tinham atitudes conflitantes. Debora sofreu demais na primeira fase . Sonhava com uma vida diferente da sua religião, era de uma família de judeus ortodoxos, mas o diferente era estudar, viver no Ocidente, ser livre. E como Manuela do Monte estava maravilhosa. E que lindo o ator que fizeram pra contracenar com ela, Felipe Cunha. Na segunda fase Debora era claramente má, amargurada uma grande personagem para a excelente Bia Seidl. Adriano então foi uma surpresa, mulherengo, irresponsável, passa a ajudar os bons mesmo pondo em risco a sua vida. Ótimo personagem também para Eduardo Lago. O público ficou procurando Adriano no céu no final e reclamaram que não acharam, muito justo. Na primeira fase eu comecei a ter dificuldade de entender a trama, muitos personagens. E uma pessoa no twitter me informou que porque a novela ia mal do ibope e que por isso começaram a correr e a picotar a trama, uma pena. Por isso estava tão confusa. Eu tinha que vir ao computador para ver que personagem era e que ator seria ele na fase seguinte. Gostava muito das tramas de tecnologia, muito bem feitas. As explicações tenológicas também eram ótimas. E adorei a androide interpretada por Giselle Batista, só perto do final é que descobri que ela interpretou as duas androides, achei que uma tinha sido a irmã gêmea dela. Gostei que na trama tinham também judeus ortodoxos, mas depois soube que tinham na bíblia também. Mas independente disso os textos eram muito bons, colocaram as tradições. Me aborreci quando na abdução muitos bons ficaram só porque não eram cristãos, como se deus diferenciasse as pessoas pelo livro sagrado que leriam e não por seus atos. Judeus bons não seriam abduzidos porque eram judeus, inclusive uma pesquisadora que estava quase descobrindo a cura do câncer não foi abduzida interpretada por Mônica Torres. Muitas mulheres da trama eram fortes e bem sucedidas. Nessa equipe de pesquisa ainda estavam duas outras cientistas interpretadas por Carla Marins e Thaís Pacholek. Lizandra Souto interpretou uma grande médica diretora do hospital. Uma das minhas personagens preferidas era Bárbara, interpretada por Li Borges. Ela era uma âncora de televisão, tinham várias cenas no telejornal, muito bem feitas também. E por ter focado na carreira adiou a maternidade e tentava de modo independente ter um filho. Seu pai era um grande arqueólogo que vai trabalhar em Jerusalém, ele foi interpretado por Edson Montenegro. A própria Zoe era uma mulher forte, uma importante repórter da TV e depois lutou para proteger seu filho. Outra atriz que adoro e estava no elenco é Samara Felippo, uma policial destemida que tem um romance com um colega de trabalho casado interpretado pelo ótimo Fernando Pavão. Gosto muito dos atores que estavam nesse núcleo: Roberto Birindelli, Augusto Zachi e Igor Cosso. O serial killer foi interpretado por Jaime Periard. Dois personagens eram cientistas da Nasa interpretados pelos ótimos Emilio Orcciolo Neto e Marcello Valle. Como tiveram fases, e com a abdução muitos personagens sumiram, o elenco era enorme e famoso: Nina de Pádua, Jussara Freire, Selma Egrei, Flávio Galvão, Castrinho, Sidney Sampaio, Leona Cavalli, Beth Zalcman, Henri Pagnocelli, Claudio Gabriel, Jonatas Faro, Lu Grimaldi, Raphael Sander, Murilo Grossi, Luiza Tomé, Marcos Winter, Adriana Prado, ZéCarlos Machado, Pérola Faria, Paloma Bernardi, Sandro Rocha, Thaissa Carvalho, Jandir Ferrari, Junno Andrade, Flávia Monteiro, Juliana Silveira, Lucinha Lins, Marcelo Argenta, Bruno Daltro, Adriana Londoño, Rafael Sardão, Norival Rizzo, Joana Fomm, Carolina Oliveira, Miguel Roncato, Adriano Garib, Renato Livera, Maitê Pirajibe, Cacau Melo, Brendha Haddad e Juliana Xavier. Gostei demais de alguns atores que não conhecia: Thuany Parente, Andrey Lopes, Fran Elmor e o angolano gato Fredy Costa. Já estou em crise de abstinência dessa novela e de seus personagens. Fiquei inconformada que não mudaram o final e não fizeram uma continuação.
Assisti ao especial de Natal Juntos a Magia Acontece (2019) de Cleissa Regina Martins na TV Globo. A direção é de Maria de Médicis. É reprise do ano passado, da outra vez não vi, mas ouvi os elogios. E como é lindo. É promocional da Coca-Cola, mas tão, tão lindo. É Natal, a personagem da Zezé Motta está arrumando a árvore e morre. É sutil e delicado! O personagem do Milton Gonçalves fica viúvo e vai morar com a família da filha interpretada pela Camila Pitanga. O marido dela está desempregado, outro ator que adoro Luciano Quirino. O casal tem uma filha, que atriz linda e talentosa, Gabriely Motta. Chega então para o Natal o filho que está afastado, Fabrício Boliveira. Todos têm pequenas desavenças. Até mesmo a menina está com desentendimentos com os amigos porque ela ainda acredita em Papai Noel. O avô quer arrumar trabalho de Papai Noel pra ajudar a família, mas não consegue porque é negro. É uma história tão linda, tão cheia de significados e bem realista. A menina consegue cartinhas pro Papai Noel mas aparecem muito mais do que a família daria conta. Uma loja ajuda bastante, os vizinhos ajudam como podem mais um tantinho, é muito lindo. E sim, juntos somos mais fortes. Em tempos tão difíceis, é bom entender que todos nós precisamos uns dos outros, que cada um pode dar o que pode. Também é bonito porque fala da compreensão pelo outro, pelas dificuldades do outro, entender que cada um tem um caminho, e que ficar brigando pelas escolhas dos outros só nos magoa e nos enfraquece. Uma aula de tolerância, amor e empatia. Vários atores fazem participações: Tony Tornado, Alice Wegmann, Francisco Cuoco, Zezé Polessa e Aracy Balabanian.
Assisti Saramandaia (2013) de Dias Gomes na TV Globo. Foi uma brilhante adaptação de Ricardo Linhares da antiga Saramandaia. Direção geral de Fabrício Mamberti e Denise Saraceni. Eu amo realismo fantástico, e Saramandaia foi incrível. Belíssimo cenário, cores, figurinos, elenco, interpretações, ideias. E foi difícil ficar acordada para ver, ainda mais em dias de jogos. Eu tinha que ficar vendo outras programações e zapeando para ver quando começava. Um dia inclusive teve prorrogações no jogo e Saramandaia não apareceu. Mas era tão incrível, que valeu todos os sacrifícios. Saramandaia falou de preconceitos, liberdade e respeito. Com linguagem própria, a maioria tinha "diferencices", como João Gibão que tinha a "corcundice", mas que na verdade eram asas. Sua noiva Marcina, tinha calores, ficava vermelha e soltava fumaça quando se apaixonava. Era virgem porque não tinha conseguido namorar ninguém porque os queimava. João Gibão foi interpretado brilhantemente por Sérgio Guizé. Marcina por Chandelly Braz. Linda a personagem da mãe do João Gibão interpretada pela Renata Sorrah. A tolerância dessa mãe, a forma de ajudar o filho a superar as suas "diferencices" foi contagiante. Que lindo o amor do Seu Encolheu e Dona Redonda. Vera Holtz e Matheus Nachtergaele arrasaram, o cachorrinho Pingo deles também. Foi muito triste a festa de 25 anos de casamento, onde ninguém apareceu, nem os melhores amigos. A filha foi interpretada por Thaís Melchior que contracenava com André Bankoff. A trama da Dona Redonda foi ampliada e surgiu então a irmã gêmea da Dona Redonda. As roupas modernas, de menina, eram ótimas. Eu amei todos os figurinos de Gogoia Sampaio. Os cenários eram de May Martins, Fernando Schmidt e Claydiney Barino.Os efeitos especiais também eram muitos. E iluminação de William Gavião e Alexandre Reigada era belíssima.Obra de arte! Gabriel Braga Nunes estava ótimo como Aristóbolo e Débora Bloch como a Risoleta. A cidade toda sabia que ele era Lobisomem, mas ele era discreto, no dia que saiu do armário, todos passaram a evitá-lo. Os diálogos eram ótimos. O padre, interpretado brilhantemente por Maurício Tizumba, foi excomungado por ter casado um Lobisomem. Dona Paradeira, uma parteira preconceituosa, foi interpretada pela ótima Ana Beatriz Nogueira. Seu marido que punha o coração pela boca por Marcos Palmeira. Todos os casais eram apaixonantes, até mesmo os dos vilões. Lindinho o romance de Stela e Tiago. Adoro a Laura Neiva, tenho aprendido a gostar da interpretação de Pedro Tergolina. Muito bem escrito o conflito da personagem Laura Rosado. Ela tinha uma paixão fulminante pelo malvado Carlito Prata, mas se esforçava pra retomar o relacionamento com o Dr. Rochinha. Ela foi interpretada muito bem por Lívia de Bueno. O Carlito pelo Marcos Pasquim. E o doutor pelo André Frateschi. Eu adorei esse personagem, ele era fascinado pelas "mudancices" de Saramandaia. Achava lindas as asas do João Gibão, e emoção do ator quando as viu foi linda. Ele era fascinado pelas raízes do personagem do Tarcísio Meira. Como eu me emocionava com o casal Dona Pupu e Belisário. Que amor lindo! Ele só uma cabeça e ela sempre moderna, estimulando o amor do filho com a Risoleta. Os dois foram interpretados por Luiz Henrique Nogueira e Aracy Balabanian. Muito bonitinha a trama da Dora interpretada pela carismática Carolina Bezerra e sua amiga Camila Lucciola. Os casais principais foram interpretados por Lília Cabral e José Mayer e Leandra Leal e Fernando Belo. Adoro a atriz Ilva Niño que fez a braço direito da Vitória. Adorava a turma da barbearia: Zéu Britto, André Abujamra e sua esposa Georgiana Góes. Estava muito bem Val Perre que interpretou o capanga do Zico Rosado. Gostava também do delegado que fez voto de castidade interpretado muito bem por Theodoro Cochrane. Adorei rever a bela Angela Figueiredo. E a braço direito da personagem dela foi interpretada por outra bela atriz, Dja Martins. E sim, Fernanda Montenegro arrasou como a Dona Candinha e suas galinhas imaginárias. Eram lindas as cenas dela com Laura Neiva e Tarcísio Meira. A sintonia das duas nas cenas era linda! Já estou com saudades de Saramandaia.
Assisti Órfãos da Terra (2018-2019) de Thelma Guedes e Duca Rachid na TV Globo. Eu adoro essas autoras. Fiquei bem chateada quando tiraram essa novela que iria estrear às 21h. Era, desde que começou, a melhor novela no ar. A novela começou muito forte e com um tema muito espinhoso, a imigração. Povos que precisam sair do seu país pela violência, pela guerra, pela destruição. A casa da família de Laila é bombardeada na Síria. Eles andaram quilômetros atrás de algum campo de refugiados. Nessa longa e dolorosa caminhada, carregavam no colo o filho doente. Cenas de cinema e de cortar o coração. Impressionantes Julia Dalavia, Ana Cecília Costa e Marco Ricca. Um sheik se encanta com Laila, promete pagar o tratamento do irmão dela. Todo esse núcleo com interpretações impactantes: Herson Capri (Sheik Aziz), Letícia Sabatella (Soraia), Alice Wegmann, Bruno Cabrerizo (Hussein) e Renato Góes (Jamil). Laila foge com a família para o Brasil. Assustadoras as cenas no bote inflável que atravessaria o oceano. O núcleo da Síria passa a ser desativado. Com a morte de Aziz, começou a vingança de sua filha Dalila. Muitos críticos e público disseram que a novela ficou cansativa com essa "brincadeira" de gato e rato da Dalila, não sei, essas autoras trabalham como nunca as tramas paralelas. Novelas mais recentes e menos conservadoras são mais amplas de conteúdo. Talvez a pressão do script fizeram elas alongarem essa trama, mas as outras eram tão fascinantes, que novela, quantos temas profundos foram abordados. Primeiro sobre a força das mulheres. Soraia já era uma mulher com uma história trágica, forte e determinada, que foge com o seu amado que era o seu amante e é morta pelo Sheik. A própria Dalila, que mulher forte, e estudada, tinha feito faculdade na Inglaterra. E as vinganças permitiram falar de muitos temas como o tráfico de pessoas e a incapacidade de Dalila de se permitir de ser feliz. Mesmo amando Paul (Carmo Dalla Vecchia), ela não desistia da vingança e ainda o mata. O centro de refugiados em São Paulo abriga a família da Laila. Nesse espaço então foi possível falar de inclusão, culturas diferentes, povos que fogem da guerra, fome. Além dos personagens volte e meia tinham depoimentos de refugiados que vieram ao Brasil. Tiveram atores falando do Congo, da Venezuela. Do Congo estava a família da Marie (Eli Ferreira). Seu namorado no começo da novela era interpretado pelo congolês Blaise Musipere. Seu personagem não administra a chegada do filho da namorada, Martin (Max Lima). Ele se separa e se apaixona pela cantora Teresa (Leona Cavalli). Ela segue carreira internacional e a novela debate várias questões, realmente ia ser difícil conseguir que espaços europeus fechassem show com um imigrante. Desiludido ele tenta fugir do Brasil, não consegue, o dinheiro acaba e vai viver nas ruas. O cuidado com que trataram do tema, o acolhimento de todos com a dificuldade do rapaz com a bebida e questões sociais. Lindo o amor de Davi (Vitor Thiré) e Cibele (Guilhermina Libanio), fiquei muito triste que ele morreu, mas permitiu abordar tantos temas. Primeiro o ódio que o avô (Osmar Prado) incutiu no rapaz fazendo ele se alistar no exército judeu para defender o seu povo. Falou muito da projeção de pais, nesse caso do avô, no filho, para que ele realize os seus sonhos. Davi acaba se apaixonando exatamente por uma pacifista, a descendente de árabe, Cibele. Foi delicada a explicação da morte, para não projetar mais ódio por um tema tão espinhoso, ele teria morrido em treinamento, assim nenhum lado foi culpado. Mas mostrou a inutilidade da guerra. Achei que Davi ficou fantasminha por tempo demais e forçado o novo romance da Cibele. Davi estava em um núcleo apaixonante. Duas famílias vizinhas, uma árabe e outra judia, tiveram que lidar com suas diferenças. Sara (Verônica Debom) e Ali (Mohamed Harfouc) se apaixonam. Seus avôs em pé de guerra. O grupo alternava em cômico e dramático: Mamede (Flávio Migliaccio), Eva (Betty Gofman) e Mona (Lola Fanucchi). Se uniu a esse núcleo depois Abner (Marcelo Médici), Latifa (Luana Martau) e Ester (Nicetti Bruno). Abner era muito mau caráter, mas ficou engraçado quando se apaixonou pela Latifa. Achei engraçado no twitter uma participante dizer que era muito surreal que, em plena crise de desemprego, o Abner conseguisse tanto trabalho. Achei essa repetição de perder emprego demasiada. Gosto muito como as autoras trabalham com atores que não são conhecidos da televisão. Elas apostam mesmo em seus personagens. Foi assim com o grande Faruq (Edu Mossri). Médico, ele não podia exercer a profissão no Brasil, conservador, de cultura antiquada, tinha muita dificuldade de aceitar o acolhimento da namorada (Paula Burlamaqui). Ela era médica também. As mulheres eram fortes e determinadas. Ótimos diálogos. Lembro de um com a psicóloga (Carol Castro), que também namorou um sírio, da dificuldade delas de lidar com o machismo deles. Muito bem feitas as amizades masculinas, mesmo as machistas como de Norberto (Guilherme Fontes) e Gabriel (Anderson Mello). Os conselhos pessoais do advogado para o empresário eram absurdas e conservadoras, mas muito realistas. Eram muitas amizades de confidência entre personagens como Elias e Caetano (Glicério Rosário), Zoran (Angelo Coimbra) e Rogério (Luciano Salles). Fiquei triste que Missade não assumiu o amor com o Zoran e seguiu com o marido para a Síria, mas foi coerente. De criação conservadora, mesmo eles sendo cristãos, seria muito difícil para ela ter outro relacionamento. Eram muitas histórias maravilhosas, tramas com grandes atores: Eliane Giardini, Paulo Betti, Rodrigo Simas, Filipe Bragança, Danton Mello, Emmanuelle Araújo, Simone Gutierrez, Gabriela Munhoz e Yasmin Garcez. Eu e minhas amigas não ligamos quando Kaysar Dadour foi cotado para o elenco. Não era um participante que gostávamos. Mas ficamos impressionadas com o desempenho dele. Chegamos a esquecer que ele era o Kaysar e só lembrávamos do personagem, o Fauze. No começo ele interpretava o capanga do Aziz, quase não abria a boca, a internet delirava a cada frase que ele dizia. Quando o personagem veio para o Brasil integrou o núcleo cômico com a Santinha (Cristiane Amorim) e passamos a torcer pelo casal. Foi uma grata surpresa o romance da Valéria (Bia Arantes) com a Camila (Anaju Dorigon). Duas trambiqueiras que queriam se dar bem, a amizade delas floresceu. Aos poucos elas foram se regenerando enquanto curtiam a vida e se apaixonavam. A direção da emissora vetou o beijo em uma data que não poderia ser pior, quando o prefeito do Rio de Janeiro enviou agentes de censura a Bienal do Livro para vetar um livro de quadrinhos juvenil que tinha um beijo entre pessoas do mesmo sexo. O público esperneou o que pode nas redes sociais e a emissora resolveu permitir vários beijos entre pessoas do mesmo sexo em várias novelas na semana que terminou a novela. Viva o amor!
Assisti a segunda fase da novela Além do Tempo de Elizabeth Jhin na TV Globo. Direção geral de Pedro Vasconcelos. Essa novela foi tão marcante que a primeira fase eu comentei aqui. Na segunda fase os mesmos personagens apareciam nos dias de hoje, em outra funções com a vertente espiritualista de que alguns voltavam para resolver e evoluir. Não sou religiosa e nem sempre creio nessa visão espiritualista, mas a novela não carregou nessa filosofia. Aos poucos os discursos espiritualistas foram se diluindo, desaparecendo, e a novela abordou como foco a filosofia do amor, do perdão, de amar não só os que estão em sintonia conosco, mas de conseguirmos perdoar e nos perdoar, e amar e respeitar até aqueles que são diferentes de nós. Essa lição de tolerância e afeto foi muito emocionante, em um mundo tão cheio de ódios, desigualdades e intolerâncias. Esse diálogo da imagem foi no capítulo final. E os personagens voltavam em novas funções e novos figurinos. E que figurinos. Amava todos, mas em especial os da Melissa com coletes de teares manuais, incrível utilizarem artesanato brasileiro para a confecção de roupas e objetos. Havia uma confecção na novela, da família da Zilda, interpretada pela Nívea Maria que nessa versão vinha repleta de filhos, com uma família feliz. Ela era mãe do Felipe, Afonso e Severa, que igualmente vem com uns figurinos lindos. Paola Oliveira arrasou de novo com a sua personagem. Júlia Lemmertz continua sua mãe, mais solar nessa versão. Ainda um pouco interesseira, mas é ela que ajuda e não abandona a filha em momento algum. Sempre orientando, mas amando. Linda demais a relação das duas. Outro trunfo da segunda fase foi a novela ter ainda muitos segredos e dificílimo de serem descobertos. Nós nos surpreendíamos profundamente com os segredos. Logo descobríamos a raiva da filha pela mãe. Vitória e Emília vieram como mãe e filha. A mãe não reconhece a filha porque elas passaram décadas separadas, Nós achamos que a mãe abandonou a filha e por isso a filha a odeia tanto. Mas aí descobrimos as falcatruas do ex-marido da Vitória para se vingar do abandono da ex-mulher. Além do Tempo debateu muito rancor, vingança, posse, ciúmes. Sim, a mãe abandonou a filha pequena para ir viver com outro homem. É doloroso! Mas ela volta para ver a filha um pouco depois e o ex, em seu ódio, diz que a menina morreu de pneumonia porque não suportou o abandono da mãe. Que ele movido pelo ódio tenha feito essa barbaridade, é horrível, mas se ele tivesse um tempo pequeno depois, ou mesmo no dia seguinte pedido perdão e contado a verdade. Mas não, ele alimenta o seu ódio e ainda o transfere a sua filha por décadas, é cruel e monstruoso demais. Irene Ravache arrasa como Vitória, que interpretações. O Albieri é interpretado pelo Juca de Oliveira. A Emília por Ana Beatriz Nogueira e a Lívia, novamente neta de Vitória, por Alinne Moraes. Como a maioria das novelas das seis, as mulheres são profissionais bem sucedidas. Em Além do Tempo várias são empresárias bem sucedidas, como Emília dona da Beraldine, uma empresa de vinhos filiada no Rio de Janeiro que compra uma vinícola em Bela Rosa para expandir os negócios, como Rosa dona da L´Osteria da Rosa o mais importante restaurante de Bela Rosa. Ela inclusive é uma chefe de cozinha invejada na cidade e é interpretada por uma atriz que adoro, Carolina Kasting, sua filha é interpretada pela linda Klara Castanho. Zilda dona de uma confecção de peças em teares, vendia roupas e peças para hotéis, uma grande confecção. E Gema, dona da agência de turismo de Bela Rosa, interpretada pela Louise Cardoso. Ela dividia sociedade com o marido que reencarnou do Faraó na vida passada, interpretado pelo ZéCarlos Machado. Ele era um faraó bom e volta muito mal nessa vida. É a Gema que é excelente profissional, ela promove passeios turísticos em Bela Rosa, sabe liderar bem em equipe. Ele é um encostão, preconceituoso e péssimo pai. O filho é interpretado pelo neto da Irene Ravache, Cadu Libonati que só aparece nessa fase. Ele é sensitivo, gostei que esse aspecto se diluiu na novela e ele vê que foi o fofo filho da Rosa na fase anterior. Raul é um internacional fotógrafo, muito premiado. Ele vai a Bela Rosa com um escritor famoso, de livros sobre vinhos. Raul é interpretado pelo Val Perré e o escritor por Felipe Cardoso, atores que adoro. Chico é o filho da empregada, a mãe morreu e a Gema promete a mãe que vai cuidar dele, e cuida dele como filho. Chico é interpretado por João Gabriel D´Aleluia. Adorava as crianças, já não tão crianças assim. Essa foto é da confraternização final. Kadu Schons arrasou em cenas fortes e dramáticas. Felipe vem casado com a Melissa e os dois são pais do Alex. Nesse casal há um segredo também, Melissa não sabe de quem é seu filho. Alex sofre na separação com alienação parental que foi muito bem retratada na trama. Adorei que Felícia e a irmã só aparecem depois. Massimo, interpretado por Luís Melo, é um solteirão, teve um romance com Rosa mas não queria compromisso. A irmã de Massimo vai para Bali e envia as duas meninas para ele cuidar. É muito engraçado ele achar que são duas crianças e chegam duas mocinhas. Felícia agora ama moda, ao contrário de sua personagem anterior, é bem fresquinha. Flora Diegues que interpretou a Bianca precisou se afastar da trama. Com fortes dores de cabeça descobriu um coágulo no cérebro, foi submetida a uma cirurgia, passa bem, mas não voltou a trama. Ela tinha um romance engraçado com o personagem do Wagner Santisteban. Foi uma trama de muitas baixas. Alinne Moraes teve infecção urinária, passou o início da segunda fase atuando sentada. E Nívea Maria teve inflamação na garganta e foi afastada, conseguiu voltar no final. Amava os figurinos da Carola interpretada pela Ana Flávia Cavalcanti. Ela volta manipulável na segunda fase como na primeira, mas consegue se libertar e se tornar uma pessoa melhor. Vários personagens ficaram sozinhos na segunda fase. Uma pena que a alegre Rita não tenha tido um par romântico, adoro essa atriz interpretada pela Daniele Fontan. Ela era uma funcionária bem sucedida na empresa turística. Ela cria uma aula de dança com as crianças. Severa, interpretada por Dani Barros também ficou sozinha. Lindíssimos também os figurinos dela. Anita, depois de ter vivido um lindo casamento na primeira fase, volta mais amargurada na segunda. Gostei de não ser tão esquemática a trama. Ela viu os pais brigarem muito, acha que amor se desgasta, resolve ter friamente um filho com um pai escolhido. Se apaixona por Afonso, mas acha melhor se afastar e ter um filho sem envolvimento afetivo com um homem que também deseja ser pai da mesma forma. Gostei muito da novela abordar de forma madura essas escolhas. Se os dois pais quisessem o mesmo. Mas o Roberto esconde que aceita ser pai sem envolvimento porque acredita poder conquistá-la depois. Adoro a Letícia Persiles. Afonso é interpretado pelo Caio Paduan e Roberto por Romulo Estrela. Roberto veio como um bem sucedido médico, irmã de uma bem sucedida pediatra. Depois de desistir de ter o filho com Anita, ele recebe resposta que foi aceito no Médico sem Fronteiras, emocionante ver ele com a camiseta da instituição cuidando de um doente. A irmã pediatra também tinha um trabalho social, ela cuidava das crianças do orfanato. Demorei um tempo para lembrar que ela estava na primeira fase, como a primeira esposa do Felipe, adoro essa atriz, a Elisa Brites. Adorei manterem o segredo da identidade da austera Matilde. Era uma mulher reservada. O prefeito interpretado brilhantemente pelo Carlos Vereza falava o tempo todo se sua austera mulher. Que não podia saber isso, que não podia saber aquilo. No final aparece a maravilhosa Norma Blum, que tinha sido uma freira megera na primeira fase, pelo jeito não melhorou nada. O prefeito também só piorou. Manipulador, interesseiro e pior, não aparecia assim para os outros. Tudo o que fazia era na surdina. Ele promove muitas maldades só porque queria se dar bem. Personagem abominável. Outro personagem que não se regenerou, só foi ficando pior, foi o Pedro do incrível Emílio Dantas que eu já admirava na TV Record. Os tiques nervosos que ele criou para o personagem eram impressionantes. Fiquei triste que Rosa ficou com o Bento, queria ela com o Massimo. Mas a regeneração do Bento foi muito emocionante interpretado magistralmente pelo Luiz Carlos Vasconcelos. Ele se sentia culpado pela morte da mãe e continua um homem amargurado, rancoroso e ruim. Pelo amor da filha e por amar Rosa, ele acaba tendo ajuda e consegue descobrir que não era culpado da morte da mãe e começa a sua trajetória para ser um homem melhor. Continuei adorando a personagem da Doroteia. Mais leve nessa fase, ela continua interesseira e mãezona. Ela se torna a principal conselheira da filha. Apesar dos absurdos que a filha faz, ela aconselha, mas nunca a abandona. Um exemplo primoroso de mãe dedicada, que breca a filha quando precisa, mas que a ama incondicionalmente. Também continuou com seus textos impagáveis. É muito emocionante quando Melissa segura na mão de Lívia para salvá-los. Diferente da primeira fase que Pedro mata Felipe, mesmo que isso mate sua amada. O texto continua incrível quando Melissa conversa com a mãe que diz que ela vai se tratar no Rio de Janeiro. E Melissa diz "o que eu faço para não sentir o que eu sinto". Lindo já que dizem na psicologia que o primeiro passo para mudar é perceber que se precisa de ajuda e ter a percepção que há algum problema. A maturidade do texto de Além do Tempo foi sempre impressionante. Adorei nessa fase que vinham frases dessa ou da outra frase fechando os capítulos. Emocionante o texto de Irene Ravache, que já tinha sido interpretado na novela e terminando com Feliz Natal. Gostei que o texto final foi na voz de Chico Xavier e gostei muito que o texto não era espiritualista e sim sobre o amor: «Então, é possível, que tenhamos raiva ou que tenhamos ódio, é possível, sem termos direito para isso. Porque o ódio que sentirmos ou a cólera que alimentemos recai sempre sobre nós, no sentido da doença, de abatimento, de aflição e só pode nos causar mal, já que deixamos, há muito tempo, a faixa da animalidade para entrarmos na faixa da razão. Somos criaturas humanas e por isso devíamos sentir a verdadeira fraternidade de uns para com os outros, sem possibilidade de nos odiarmos, porque os irmãos verdadeiros nunca se enraivecem, uns contra os outros.»
Assisti a novela Além do Tempo - 1ª Fase de Elizabeth Jhin na TV Globo. Que obra de arte! Agora a novela segue no tempo atual. Essa autora mexe muito com o fantástico. Mescla ideias de reencarnação, com alguma vertente espírita, mas não fica com discursos. É o mote para a criação da história. Eu não costumo falar de novelas, séries e livros antes de terminar de vê-los, mas essa novela fecha um ciclo e começa praticamente uma segunda novela, uma incrível inovação que merecia um post a mais. Um folhetim clássico, inspirado no amor impossível de Romeu e Julieta, mas com a inovação de seguir no tempo mais de 100 anos depois. Lindo o amor de Lívia e Felipe, ela interpretada pela linda Alline Moraes e ele por outro talentoso ator, Rafael Cardoso. Li entrevistas com a Alline Moraes que ela tinha muito receio de fazer uma mocinha, agora a atriz é mãe, e que tinha receio de não conseguir convencer já que a moça tinha sido criada em um convento. Mas ela foi tão incrível e ela mesma se surpreendeu com a aceitação do público. O sucesso está no maravilhoso texto. Os segredos que ela não podia revelar realmente não podiam ser revelados. A condessa interpretada magistralmente por Irene Ravache, um de seus melhores papéis, tinha mandado matar a mãe da Lívia várias vezes. Então resolveram deixar que a condessa achasse que tinha conseguido para a mãe ficar protegida. E um segredo assim não pode ser revelado. A mãe de Lívia foi interpretada por Ana Beatriz Nogueira. Muito interessante também a relação de crueldade entre a condessa e sua fiel escudeira interpretada incrivelmente pela Nívea Maria. Uma mulher amargurada que sacrificou a sua vida para criar o filho e vivia a sombra da condessa que só a maltratava. A sensação que eu tinha é que uma não podia viver sem a outra tão fechadas em suas neuroses de algoz e vítima. As vilãs eram incríveis, arrasaram Paola Oliveira e Júlia Lemmertz. Júlia Lemmertz, interpretava Dorotéia, como ela mesmo dizia era uma plebeia, tinha tido a sorte de fazer um bom casamento com um nobre e sua filha era meio nobre. Amava o casal dela com o Bento, o vilão mor da novela, interpretado brilhantemente por Luiz Carlos Vasconcelos. Que personagem rico. Ele que fazia todas as maldades que a condessa ordenava. Uma delícia o romance que ele tem a Dorotéia. Val Perré ganhou um grande personagem. Estava no início de Babilônia que ainda não acabara quando ele abraçou o Raul de Além do Tempo. Como é uma novela de época não seria possível ele não falar de negritude e de escravidão. Ex-escravo, ele tinha sido abandonado pela mulher que lhe deixou o filho. Além do conde Bernardo, ele era o único que conseguia fazer as rosas ficarem maravilhosas pelos seus cuidados e sensibilidade. Ele e a Gema se apaixonam, que casal lindo. Ela sofria porque o filho não aceitava, mas também porque era mais velha que ele. Mas ele não se importava com a questão da idade, só com a desavença entre mãe e filho porque ele sabia da importância de uma família já que era um ótimo pai. Pena que esse casal não pode ficar junto. A Gema foi interpretada lindamente pela Louise Cardoso. Adorava todas as crianças, com histórias completas e consistentes. Foram interpretadas por Mel Maia, João Gabriel D´Aleluia e Kadu Schons. Adorava as preceptoras também interpretadas por Daniela Fontan, atriz que adoro e Dani Barros. Incrível nessa cena com os empregados, quando ainda não conhecíamos suas histórias. As histórias dos empregados eram muito completas. Letícia Persiles, atriz que amo, interpretou uma doce e sonhadora jovem que cai na sedução de um conquistador, interpretado muito bem por Rômulo Estrela. Ele é filho de Dorotéia e junto com a mãe estão sempre preparando golpes. A família de Dorotéia está falida e precisa da bondade da condessa e de bons casamentos para não cair na miséria. Outra empregada que gostava muito da personagem foi Carola, interpretada por Ana Flávia Cavalcanti, ela trabalhava como empregada na casa da condessa, mas o sonho era poder ter dinheiro para pagar os estudos e ser professora. Muito rica a história da personagem da Carolina Kasting, atriz que adoro. São vários segredos em vários personagens de Além do Tempo o que enriquecia muito a trama. Rosa Ventana tinha tido um filho e suas escapadelas eram para vê-lo. Com o trabalho ela pagava uma mulher para cuidar dele. Severa também tinha um segredo. Uma das poucas novelas que foi tão correta com a música erudita. Melissa tocava muito bem piano, eles se sentavam após o jantar para ouvi-la. Eram peças pequenas, mas executadas inteiras na novela. E não as óbvias Claire de Lune. E sim outras obras, uma só romântica, as outras densas. Só quando o menino Alex foi aprender a tocar que começou pelas mais fáceis e algumas eram mais conhecidas, mas nem todas. Fiquei curiosa em saber de quem eram as mãos de pianista que mostravam. E muito bem feita a edição, parecia mesmo que era a Melissa tocando. E tiveram o cuidado de escolher uma ótima pianista, mas com dedos finos e bonitos como os da Paola Oliveira. Eu já gostava do Emílio Dantas em personagens da TV Record, fiquei muito feliz com ele na TV Globo e em um personagem tão complexo. Um egoísta, ele só queria o seu amor pra ele, mas mesmo assim a põe em risco para matar o seu rival. As cenas finais ele arrasa e é muito surpreendente. Tudo é impecável. Cenários, figurinos, caracterizações, direções de cena e de arte. Essa novela é uma obra de arte. Tinham muitos atores e personagens que eu gostava: Felipe Camargo, Luís Melo, Carlos Vereza, Cassiano Carneiro, Michel Melamed, Othon Bastos, Norma Blum, Inês Peixoto, Caio Paduan, Marcelo Torreão, Flora Diegues, Nica Bonfim, Saulo Arcoverde e Wagner Santisteban. O único ponto negativo foi a música da abertura. Não tinha nada a ver. E eu ainda ouvia sempre "palavras, palavras, palavras, ao Bento".
Todas as Flores
3.4 99 Assista AgoraAssisti Todas as Flores - Parte 2 (2023) de João Emmanuel Carneiro na GloboPlay. Como eu amo essa novela. A primeira parte eu comentei aqui. Se a mocinha sofre muito na primeira, nessa não é diferente. Sophie Charlotte está incrível como a doce Maíra que fica amarga, rancorosa e vingativa. Sua mãe sequestra seu filho, ela então começa um plano pra destruí-la. Rouba o seu dinheiro, faz cirurgia nos olhos e passa a ter baixa visão, mas mantém em segredo. Como lidar com bandido é sempre perigoso, ela se prejudica bastante.
Humberto, mais canalha que nunca, rendeu bons momentos. Fiquei triste com o desfecho dele. Inacreditável, porque é muito vilão, dá até vergonha querer ele sobrevivendo e se dando bem. Fábio Assunção arrasou. Ele e a dupla com a Regina Casé renderam momentos deliciosos.
A turma da fazenda continua sofrendo horrores. Como os internos precisam mostrar que colaboram, vários nunca sabemos de que lado estão. Estão ótimos Samantha Jones, Duda Batsow e Luiz Fortes. Muito bom que a grande Denise Weinberg se une ao time. Ela é a grande cientista que faz experimentos e ainda cuida de toda a parte médica dos internos para melhor resultados nos crimes de tráfico de crianças e órgãos. A fazenda tinha algumas forçadas. Quem era indisciplinado era incapacitado por cirurgia e mantido por lá. Custo alto demais manter inúmeros inoperantes que precisavam de remédios, funcionários, refeições. Vendiam os órgãos depois, mas ter tanto interno era esquisito. Mas dramaturgicamente a trama funcionava muito bem.
Como eu torcia por Mauritânia e Javé, mas era uma relação difícil. Ele tinha uma química forte e uma relação sexual longa com a filha da Mauritânia e o que todos desconfiavam, ainda era pai do filho da jovem, portanto, pai da neta da amada. Thalita Carauta em um dos seus melhores personagens. Gostei muito do Jhona Burjak. Cenas quentes de vários atores não faltaram. No twitter então viviam falando que a Rhodes parecia um motel de tanto casal que namorava por lá. Muitas cenas quentes e instigantes.
Minha irmã terminou de ver antes e disse que não gostou de alguns dos desfechos. Eu concordo. Acho que a Vanessa poderia ter tido um final menos mirabolantes. Achei muito coerente o final do Pablo. Caio Castro estava ótimo. Abrir mão de uma fortuna não parecia ser o perfil dele. Como a novela falava de tráfico humano, a segunda temporada foi bem tensa, muito até, sofri bastante. Mas não dava pra imaginar que pessoas que trabalhavam há tantos anos com tráfico de pessoas, órgãos, fossem ter ações sem violência. E como a Maíra gostou de ter filho. Gostei muito! Grande novela!
Vai na Fé
3.8 23Assisti Vai na Fé (2023) de Rosane Svartman na TV Globo e na GloboPlay. Os outros co-autores eram Mário Viana, Renata Corrêa, Pedro Alvarenga, Renata Sofia, Fabrício Santiago e Sabrina Rosa. Vi a maior parte na TV Globo, mas quando não conseguia ver no horário, via na GloboPlay. Eu sempre vejo os primeiros capítulos das novelas, mas achava que não veria essa depois, uma pelo estilo do horário, prefiro às das 21h, e outra por falar de fé. Embora pareça não sou muito religiosa, mas a ideia de assistir produtos que falem e relatam vários tipos de fé. Vai na Fé entrou para a lista de novelas que mais amei. Já estou com saudade!
Eu participo de um grupo de novelas no whatsapp e tinha tempo que não víamos novelas juntas. Vai na Fé nos uniu de novo, bom, nem tanto, porque o bom de ver novela é poder discordar das escolhas, palpitar e "escrever a nossa própria novela". E volte e meia a gente discordava uma das outras. Eu era fã de Sol e Lui. Como disse uma amiga do grupo, ele fazia a Sol sorrir. José Loreto estava incrível.
Mas a retomada do amor entre Sol e Ben, a construção do amor, foi muito lindo. Não teve como não se emocionar com o casamento. Já era tempo de Sheron Menezes ser protagonista, o mesmo pra outro incrível ator, Samuel de Assis.
E não faltou música. E como nós amamos esses momentos. Além das músicas de Lui Lorenzo, ensaios, shows. Theo começou a ir em um karaokê, e outros iam com ele. A trama passou então a colocar músicas em vários trechos, com trilhas sonoras deslumbrantes, fortes e impactantes, com vários do elenco cantando. Que fantástico! Eu aguardava cada momento. Emílio Dantas arrasou em seu vilão pra lá de vilão. Amo Caio Manhente desde Berenice Procura.
Ele fez par romântico com a maravilhosa Kate de Clara Moneke, uma das grandes revelações da novela. Linda e talentosa, seu personagem teve muitas nuances. Inicialmente ela se envolveu com o Theo e a novela debateu temas urgentes como abuso e violência contra a mulher. Emocionei quando a Letícia diz "mas ela é só uma menina". Na trama passaram a por a culpa do envolvimento da Kate com um homem rico, mais velho e casado. Ela não tinha profissão definida, era balconista de um café, de repente começa a ser assediado por um homem rico, lindo, bem sucedido, julgá-la é no mínimo perverso. Interessante que por ser uma novela das 19h, abordou e aprofundou muitas questões urgentes.
Pra isso a novela contava com uma equipe de advogados. Dois protagonistas eram advogados talentosos em um escritório promissor. Era aí que ficava Lumiar, outra personagem cheia de camadas, inclusive a personagem que mais me identifiquei, por ela não ser religiosa, exagerada no trabalho, focada. E amei que o clichê não a levou para a fé, ela continuou cética, mesmo acompanhando a doença de sua mãe. Mais um grande personagem de Carolina Dieckman.
Os estudantes de direito, Lumiar era uma professora, davam o segundo tom no tema advocacia. Cotistas, eles passavam a trazer temas menos abordados entre advogados, mas mais mencionados nos jornais policiais. Jean Paulo Campos, que arrasou, inclusive, é preso por reconhecimento em foto, aberração que ainda existe nos dias de hoje. Os jovens criaram um grupo para debater injustiças, entender a lei, cuidar de casos difíceis.
Wilma Campos foi outra grande personagem com a maravilhosa Renata Sorrah em uma personagem repleta de diferenças. Atriz de grande sucesso, ela misturava em suas falas inúmeros trechos de grandes autores sejam da literatura, teatro, ou mesmo de novelas anteriores. Ao mesmo tempo foi uma péssima mãe e fez a bobagem de largar a carreira pra cuidar da do filho que desprezava. Ela odiava a música que ele ganhava dinheiro, então ela o humilhava constantemente. Vai na Fé trouxe ainda inúmeros trechos de peças de teatro, momentos únicos e mágicos. Queria que Lorençato (Bruno Garcia) tivesse voltado a trama e ficado com ela. Amei o curta Fumaça Macabra, nunca me diverti tanto.
Fomos às lágrimas com a Dora defendida magicamente por Cláudia Ohana. Ela e o marido tinham o Refúgio, ele era o maravilhoso Zé Carlos Machado. Ela descobre uma doença terminal. E de novo Vai na Fé passou a debater temas importantes, como o direito de um paciente sem chances de cura, escolher viver com dignidade em sua própria casa, com paliativos. A cena após a morte, das cinzas, a música, explodiu na internet. Foi lindo o cuidado de não fugir ao melodrama e fazer doído e triste, mas sem exageros e sem apelos.
Outro casal apaixonante era Clara e Helena. Gostei como foram construindo o amor das duas. Ela ainda casada com Theo, bastante preconceituosa em vários temas e a doce Helena. Regina Alves e Priscila Sztejnman arrasaram. Infelizmente o atual conservadorismo da TV Globo censurou várias vezes os beijos delas. A internet pressionou tanto que acabou acontecendo, mas bem depois quando outros casais entre pessoas do mesmo sexo também tiveram seus beijos censurados, foi muito triste e retrógado. Nós do grupo ficamos revoltadas.
Foram muitos personagens incríveis. A cada momento algum despontava em uma grande trama, como o Orfeu. Jonathan Haagensen arrasou com esse sombrio sócio. Enquanto Theo posava de empresário do ano, Orfeu nas sombras tomava conta de toda a marginalidade dos negócios deles. Renata Miryanova inclusive teve seu momento de holofotes. Secretária desde o pai do Theo, ajudava em esconder as ações ilícitas até que é traída pelo chefe e foge com o dinheiro.
Amava Bruna e Jairo, como torcia por esse casal. Ela começou vendendo quentinhas, passou a ter encomendas até que Sol ajudou ela e a mãe, a maravilhosa Elisa Lucinda, a montar um restaurante. Adoro a Clara Cristina Cardoso. Ela era daquelas amigas que todos queremos ter. Jairo era segurança de Lui Lorenzo e era muito batalhador. Lucas Oradovschi estava ótimo.
A parte virtual foi muito bem construída. A Guiga era a que mais encabeçava o tema. Mel Maia arrasou. A trama dela era engraçada, mas tinha traços dramáticos tocantes. Logo no começo seu pai é preso e os bens bloqueados. A mãe sempre viajando. Ela que tinha uma vida confortável, se vê de repente totalmente sem dinheiro. Ela era uma influencer muito respeitada e consegue com o seu trabalho continuar pagando a faculdade e sobreviver. Ela tem que mudar o seu estilo de vida e viver em um apart apertado, mas consegue com dignidade e trabalho se sustentar mesmo tão jovem. Ela ensina inclusive seu futuro namorado a trabalhar com isso também. Sem romantizar, a novela ainda mostra os perigos de não ficar atento a picaretas. E sim, ela ainda exagerava, o que sempre nos divertia. Na foto está com o primeiro namorado interpretado por Henrique Barreira, que falou de masculinidade tóxica. Antony Verão de Orlando Caldeira e Erika, da Letícia Salles, os dois fofoqueiros da novela tinham colunas virtuais de sucesso. Amei os desdobramentos e o desfecho de Érika.
Como disse eram muitos personagens. Outros atores eram Bella Campos como Jennifer, Mc Cabelinho como Hugo. Vitinho do incrível Luís Lobianco, o produtor. Naira de Tati Vilela, outra segurança. Dona Neide de Neyde Braga. Gabriel Contente como Tatá, Marcos Veras como Simas. Carlão por Che Morais. As crianças Manu Estevão, Nathália Costa e Nego Ney. Os jovens Sol, Ben e Theo; Jê Soares, Isacque Lopes e Matheus Polis.
Todas as Flores
3.4 99 Assista AgoraAssisti a Primeira Fase de Todas as Flores (2022) de João Emanuel Carneiro na Globoplay. Eu e minha irmã, noveleiras ficamos bem incomodadas que a novela não estrearia na TV aberta. Sem gostarmos das novelas que estão no ar, queríamos muito ver essa. Assinantes Globoplay, não paravam de elogiar, a internet e os críticos também, nos rendemos e cancelamos temporariamente Netflix, que é facílimo ir e voltar, o que me agradou demais, e assinamos Globoplay por um ano. Que estou aproveitando muito! Gosto muito de novelas que tem várias protagonistas, Sophie Charlotte, Letícia Colin, Regina Casé e Mariana Nunes, sim, uma novela matriarcal. E todas arrasam!
Penso que talvez esse autor seja mais aberto a inovações e talvez esse motivo de o terem colocado no Globoplay. Como essa ideia de duas fases, parar a novela no auge e voltar um tempo depois. Ele sempre inovou também nos roteiros.
O elenco é bem diverso, alguns entre os atores mais adorados da TV Globo, mas outros grandes atores que ou não eram chamados para televisão ou ficavam na sombra. Cássio Gabus Mendes seria o grande vilão, mas é ele que está desbaratando a máfia do tráfico humano. Todos tem vários traços e camadas. Sua mulher e filha são lindíssimas e talentosas Naruna Costa e Yara Charry. A mãe é advogada. O pai é investigador e sócio da Rhodes, a filha tem então um cargo alto na empresa, mas é igualmente competente como os pais, apesar de carregar um trauma que é desvendado na primeira temporada.
E não procuraram só atender a cota da lei, inúmeros grandes atores negros, em vários núcleos, no protagonismo, com personagens em várias profissões, classes sociais. Cada ator tinha o seu momento de destaque. Eu ouvi uma fofoca que a TV Globo vinha solicitando que as novelas encolhessem os seus elencos. Todas as Flores dava essa sensação, mas nem tanto, porque em algum momento era um núcleo que ganhava destaque. A novela tem o núcleo da Rhodes e da Gamboa, linda a vila que criaram na Gamboa. E como há muitos segredos, vamos descobrindo que muitos que estão no lado rico da novela, vieram da Gamboa. E ter uma loja permite que inúmeros patrocinadores apareçam.
Adorei que escalaram o grande ator de teatro Nilton Bicudo para um personagem complexo e emocionante. Raulzito era casado com Patsy, outra personagem ampla, com a incrível Suzy Rêgo. Ele está pra morrer, tem uma doença terminal, então quer aproveitar cada instante, vive em festas. Até que ele topa com uma das grandes personagens de Todas as Flores, Mauritânia, da maravilhosa Thalita Carauta.
Mauritânia é tão importante na trama que a internet encaixou ela no cartaz oficial. Vide nas imagens. E que riqueza de personagem, sim, é cômico muitas vezes, mas a parte dramática me emocionou muitas vezes. Na juventude, Mauritânia vai tentar sobreviver como atriz pornô e é expulsa de casa pela mãe, com a maravilhosa Zezeh Barbosa. Mostra a hipocrisia da sociedade que condena uma mulher de ganhar dinheiro com o que é dela, mas não expulsa de casa o corrupto que rouba dinheiro dos outros. E pra falar profundamente dessa ironia, Mauritânia fica milionária e torna-se uma das sócias da Rhodes. No núcleo da Zezeh estão Xande de Pilares, Michele Machado, Jonah Bujark, Heloisa Honein e Mumuzinho.
A mocinha sofre o diabo. Ela descobre que tem uma mãe viva e uma irmã que precisa de transplante de medula porque tem um câncer. Pra piorar o destino dela, ela e o namorado da irmã se apaixonam. Formando um quarteto está o personagem de Caio Castro, outro que alterna muito entre vilão e mocinho.
O personagem de Humberto Carrão é bobão demais, que raiva que dá dele. Ana Beatriz Nogueira tem um lindo personagem que sai de cena logo. Ela é a diretora da Rhodes, uma das principais sócias, seu filho que assume o seu lugar. E que personagem de Fábio Assunção. É vilão, mas como alguns vilões dessa novela, ele alterna entre culpa e vilania. Ele quer se livrar da facção, mas não tem caráter suficiente. E adora dinheiro.
Outro que sofre o diabo é Diego. Nicolas Prattes arrasa. Ele e seu núcleo familiar é muito pobre e vão morar nas ruas. Ele aceita assumir a culpa de um riquinho mimado e só se ferra, inclusive sua família.
A mãe é vívida por Kelzy Ecard arrasa. A irmã Duda Batsow (Jéssica), tem destinos insuportáveis. E o desenrolar de sua tragédia fica pra segunda fase, que agonia. O irmãozinho Biel é Rodrigo Vida.
Muitos atores estão em lugares diferentes do que normalmente atuam. Ângelo Antonio arrasa. Ele que ajuda Diego na prisão, mas tudo sempre tem um preço. Ele é casado com a linda Débora de Bárbara Reis.
Adoro o núcleo dos perfumistas: Cleber Tolini (Márcio), Camila Araújo (Gabriela) e Moira Braga (Fafá). A Rhodes tem um projeto de capacitação para deficientes visuais. Os diálogos eram demais e sutilmente falavam de capacitismo e preconceito. E que atores. Que delícia a personagem da Fafá. Também adorei o concurso garoto Rhodes com perfis de lindos homens diferentes. Uma forma divertida de amenizar o real motivo da trama, que alguns momentos torna-se denso e intensa principalmente nas fases que os participantes da organização mostram o que realmente são capazes de fazer. Ficamos muito tristes com o a saída das personagens: Guiomar, Raulzito e Deca. Que novela! Ainda no elenco estão: Jackson Antunes, Samantha Jones, Luis Navarro, Adriana Seiffert, Douglas Silva, Mary Sheila, Valentina Bandeira, Luiz Fortes e Leonardo Lima Carvalho. E participações de Chico Diaz, Denise Weinberg, Charles Paraventi, Angela Rebello, Bruno Ibañez e Antonio Karnewale. A trilha sonora é maravilhosa e tem no Spotify.
Além da Ilusão
3.7 9 Assista AgoraAssisti Além da Ilusão (2022) de AlessandraPoggi na TV Globo. Que novela! Fiquei muito feliz que o cineasta Jeferson De integrava a equipe de direção. Eu participo de um grupo de novela no Whatsapp e eram só elogios, bom, nem tanto, porque um dos prazeres do noveleiro é dar palpite e principalmente dizer como queria que tivesse sido, tanto que o bom de uma novela é ser uma obra aberta. Aguardo ansiosamente a nova novela dessa autora. Começa com a história de Elisa, será o début dela. A mãe precisa ir embora porque o pai (Lima Duarte) está doente. Elisa se apaixona pelo mágico de sua festa, seu pai, um juiz, fica possesso e passa a fazer um inferno da vida da filha. Até ir armado pagar o mágico pra largar a filha dele, encontrar ela lá, atirar e matá-la por engano porque ia acertar o mágico. Ele coloca então a culpa no mágico, manobra tudo pra sumir com as provas que inocentam o rapaz que vai preso. Todos estão ótimos Larissa Manoela, Rafael Vitti, Antonio Calloni e Sofia Budke. É linda demais a cena de avô e filha na vida real, Paloma e Lima Duarte. Eles são pai e filha na trama. Ele revela que sabe onde está a filha dela, mas morre antes de conseguir contar. Que cena difícil e imagino que mais difícil ainda ela esbravejar sob o próprio pai. Ela teve a menina que ninguém queria, uma bebê arrancada de seus braços e nunca mais soube de seu paradeiro. Ela também não conta quem é o pai. Tramas e tanto pra engatar a novela. Dez anos se passam e aumenta o destaque da vila operária. Os protagonistas criam a tecelagem, alguns que trabalhavam na fazenda migram pra fábrica. Eu amei que cada personagem tinha o seu momento de história. Uma mais bem construída que a outra. Onofre (Guilherme Silva) era um homem rude, amava a esposa e as filhas, mas apronta um bocado na trama. Felicidade (Carla Cristina Cardoso) sofre um bocado. Que personagens! Até a pequena Madalena (Vivi Sabino) ganha o seu destaque. por saber escrever muito bem, ela passa a ganhar trocados escrevendo cartas de amor pra Arminda e consegue comprar sua bicicleta. Eu amo os atores Olívia Araújo e Luciano Quirino, que emoção que eu fiquei quando a novela juntou os dois. Ela trabalhava na casa grande, era braço direito do Davi. Augusta era a amiga que todo mundo queria ter. O casamento dos dois foi lindo, mas eu amava um vestido marrom dela com bordados na manga. Os figurinos eram maravilhosos, alguns eram de Paula Carneiro, a direção de arte impecável. Abílio era viúvo, pai do Bento (Matheus Dias), personagem que eu e as minhas amigas odiamos, não queríamos de jeito nenhum que ele ficasse com a Letícia (Larissa Nunes). Achei que ela também iria concorrer a rainha do rádio já que a atriz canta maravilhosamente, mas focaram nela ser professora e tentar vaga em um colégio que foi muito bonita a trama, com bons questionamentos. Gaby Amarantos que foi a rainha do rádio. Emilía, a personagem, teve uma trama bem tortuosa. Ela era empregada do casarão, mas sonhava em no futuro ter uma casa daquela. Infelizmente ela se une a um patife (Marcos Veras) e passa a fazer golpes no casino. Na época casinos ainda eram permitidos. Achei muito bonito mostrar que ela pagou pelos seus erros, foi presa e depois foi cantar na rua. Por uma sorte do destino, principalmente de novela, ela volta a ser rainha do rádio e aí sim tem seu sonho realizado. Muito lindo! O marido de Emília (Cláudio Gabriel) não se conformava com o sonho de riqueza da esposa. Ele acaba se apaixonando pela viúva Giovanna, dona da venda na vila. Adoro a Roberta Gualda em um lindo personagem. Mãe do Lorenzo (Guilherme Prates).
Eu amava o casal Heloísa e Leôncio (Eriberto Leão). E com ele e com o Mathias, falou-se muito da luta antimanicomial que eu sou devota e que acabou coincidindo com as discussões em voltar com os manicômios hediondos do passado. E o assunto foi discutido sem ser didático. Até Nise da Silveira aparece na trama. Chamaram a Glória Pires que viveu a personagem no cinema, foi emocionante. A autora foi muito corajosa em abordar temas tão complexos na novela. Achamos muito coerente o desfecho do Mathias. Quantas pessoas que perdem a sanidade e vão viver com seus objetos nas ruas.
Foram tantas tramas que vou acabar sendo injusta com alguns personagens. Amava a família do Xuxu, quer dizer, do Constantino (Paulo Betti). Ele dono de casino, casada com uma viciada em jogos (Alexandra Richter), uma combinação que não dá certo. O amor deles era contagiante. Como gosto da Caroline Dallarosa e que personagem encantador, outra que queria como amiga. Arlette Salles era a matriarca da família e aparecia de vez em quando. Viúva, ela vivia intensamente e nunca desistia do amor. Juntam-se a esse núcleo a divertida e alucinada Mariana (Carol Romano) e o crupier Geraldo (Marcello Escorel). Malu Galli tinha uma linda e forte personagem. Leal ao marido que enlouqueceu, ela sofre muito por se apaixonar por seu sócio Eugênio (Marcello Novaes). A novela fala muito da época onde mulheres só podiam trabalhar com permissão do marido, relações trabalhistas da época, mulheres não poderem votar. Gostei muito que a autora investiu em cultura na novela. Começou e terminou com shows de ilusionismo. Teve show de vedetes com as ótimas Marisa Orth e Duda Brack. Inclusive no final encenaram Vestido de Noiva, mas só vimos os aplausos. Teve uma outra peça também de texto brasileiro encenado. Sempre nas festas da vila tinha grupo de músicos, alguns entre os próprios do elenco como o Claudio Jaborandy, e canto. Criaram um cinema na vila operária que estreou com o Mágico de Oz. Teve a rádio, a Novela de Rádio. Momento tão fundamental em falarmos de cultura. Comigo não tem lorota". Que personagem maravilhoso da Mariah da Penha. Amei que a Manuela virou celebridade. Cozinheira de mão cheia passa a ter programa na rádio e ter uma legião de fãs. Li que a autora estudou as expressões da época, tem até matéria no Gshow sobre isso, usaram quiprocó, sabão, gabiru, pombas, gastar os tubos, papagaio e muitas outras. Como eu torci pela Olívia e pelo Tenório. Débora Ozório e Jayme Matarazzo estavam ótimos. Ele padre e ela se apaixona, foi muito linda a história deles. Ele inclusive funda um jornal na vila e passa a falar de política, mesmo com a censura e opressão de Getúlio. Foi lindo o amor de Leopoldo (Michel Bois) e Plínio (Nikolas Antunes). Um filho de um rico empresário conservador (Shimon Namias) e o outro o galã de novelas de rádio. O público ficou indignado com o corte do beijo gay que acabou acontecendo no final da novela. Os atores emocionaram! Foi muito bom ver uma diversidade de atores no elenco, nem sempre tão conhecidos do público, abrindo espaço para outros talentos, alguns outros são Patricia Pinho, Ricky Tavares, Luciana de Rezende, Jorge Lucas, Alex Brasil, Thayla Luz, Patrick Sampaio, Fabrício Belsoff, Nicolas Parente, Andrea Dantas, Maria Luiza Galhano, Pia Manfroni, Pablo Moraes, Clara Duarte e Maria Manoela. Bárbara Paz e Danilo Mesquita estavam excelentes como os vilões. Achei cansativas as idas e vindas das armações, que encolheram outras tramas como a competição da rainha do rádio, a peça Vestido de Noiva, mas eles estavam ótimos e a complexidade dos seus personagens eram muito interessante.
Luciano Quirino escreveu um lindo texto no instagram dele que foi reproduzir aqui e finalizar essa postagem:
"Álbum de Família - Família aumentou
Hoje vai ao ar o ultimo capítulo de Além da Ilusão , uma História que alegrou e emocionou Milhões de Brasileiros. Fomos lindamente representados por personagens que fazem parte da história e da cultura desse país. Foi uma responsabilidade e um presente . Término esse trabalho feliz com a sensação de missão dada é missão cumprida. Muito grato a toda equipe produção, elenco , direção e técnicos, levo um pouquinho de cada um de vocês comigo. Foi SENSACIONAL estar com vocês nessa jornada . Até a próxima ❤️😉🙌🏾🍀🌻💥💔
E em nome da
Família Nogueira
MUITO OBRIGADO ☺️😉
O País do Cinema
3.9 2Assisti O País do Cinema (2020) de Mardello Ludwig Maia sobre o filme O Auto da Compadecida (2000) com Matheus Nachtergaele e Virgínia Cavendish. A apresentação é da Andréia Horta. Nessa nova temporada, o programa vai entrevistar participantes de filmes icônicos do cinema brasileiro. 20 anos se passaram depois da estreia desse filme. Ouvir as histórias foi fascinante. Matheus fala que encontrou com Ariano Suassuna em um evento e que o autor não falava nada com ele e a agonia que ele passou. No final, o escritor entregou um carta, queria muito ver essa carta. São muitas histórias, foi uma delícia de programa. No final, sempre pedem que os entrevistados escolham uma cena que mais gostam. O segundo programa falou do filme Carandiru (2003) com Caio Blat e Luiz Carlos Vasconcelos. Eu adoro esses atores que contaram bastante sobre o processo do filme. Luiz Carlos disse que chegou a acompanhar o Drauzio Varella nas consultas no Carandiru, que foi como um assistente. Esses episódios foram gravados antes da pandemia. Agora O País do Cinema passa toda quinta-feira, após a exibição do filme. Gostei bem mais desse formato. Deixei de ver muitos episódios porque ainda não tinha visto os filmes.
A Vida da Gente
3.9 194Assisti A Vida da Gente (2011) de Lícia Manzo na TV Globo. Eu quis ver de tanto que as minhas amigas elogiam essa novela. Realmente os diálogos são incríveis. A autora tem uma compreensão bastante profunda das relações. Essa versão foi condensada, mais pra quem já tinha visto, então ficou muito corrido e vários momentos cortados. A novela tinha muitas doenças e eu não costumo ver na arte produtos com doenças. Vocês já repararam que raramente vejo filme com doenças. Em A Vida da Gente o recurso era usado para criar conflitos, tanto que algumas doenças a mais da principal só descobri nessa reprise. A trama central tem um triângulo amoroso que começou na infância. Os pais dos protagonistas casaram. Rodrigo (Rafael Cardoso) e Ana (Fernanda Vasconcellos) se apaixonam. Um grave acidente coloca Ana de coma por anos. Manu (Marjorie Estiano) assume a filha de Ana com Rodrigo, eles se apaixonam e se casam. Ana acorda e os conflitos estão gerados. Surge o médico (Thiago Lacerda) apaixonado por Ana. Outras doenças da trama são: o câncer de próstata em Laudelino (Stênio Garcia), ele opera e fica bem. E por último a Júlia (Jesuela Moro), uma criança, tem hepatite grave e precisa de transplante. Nicette Bruno era a avó das meninas, que personagem rico e lindo. A Vida da Gente falou muito de pessoas imaturas com excelentes diálogos. Marcos (Ângelo Antonio), primeiro casado com a insuportável Vitória (Gisele Fróes), parecia não se aprumar profissionalmente, mas nesse caso não me incomodava tanto. Ele tinha um acordo com a esposa, ele cuidava da casa e das filhas e ela das finanças. Quando ele se separa é que complica, porque qualquer relacionamento é complexo com um homem sonhador, que nunca divide as despesas. Até dá se a nova esposa (Malu Galli) combinasse de sustentar todos, inclusive as filhas dele e do homem ser o dono de casa, mas quando o dinheiro é muito curto e esse não é o acordo, é muita deslealdade não dividir as despesas. Amava as personagens que faziam as filhas deles: Alice Wegmann, Ana Rita Cerqueira, Pietra Pan e Nathália Costa. Tinham vários tipos de imaturos. Nanda (Maria Eduarda de Carvalho) tinha dificuldade de amadurecer. Vivia em baladas, do dinheiro do pai (Paulo Betti), mesmo sem viver com ele. Até que se apaixona e vai logo viver com o namorado (Marat Descartes), mas ele tem um filho adolescente (Victor Navega Motta), o oposto dela, muito responsável e organizado. O companheiro morre uns meses depois, traço da novela ir sempre a extremos. Nanda e o enteado tem que se virar. O enteado vai para a casa do avô até se reconciliarem. O casal Celina (Lorena Cavalli) e Lourenço (Leonardo Medeiros) também foi muito bem construído. Ele amava demasiadamente a esposa, então a enrola, talvez até sem ter muita consciência, na questão da maternidade. Ela está prestes a fazer 40 anos e ele continua enrolando-a sobre a maternidade, nunca é a hora. Bastante desonesto, já que um homem pode mudar de ideia até na velhice se deseja ter filhos e a mulher tem o tempo biológico, mesmo que o mercado queira iludir com procedimentos, sendo que só uma minoria consegue, ainda mais quando se está mais velha. Ele tem uma atitude sem caráter e o casal se separa. Ele se arrepende e vai lutar pelo filho (Kaic Crescente). É uma bela trama. Amei a história da Moema (Cláudia Melo). Ela passa a novela cuidando do marido doente, com uma dedicação invejável. Raramente ela conseguia colocar alguém pra cuidar dele e ir ao baile. Quando ela fica viúva ela resolve cursar a faculdade. O namorado (Luiz Serra) tem dificuldade de compreender Muito lindo como ela luta por sua liberdade. Com a mesma delicadeza e firmeza que sempre teve em sua vida. Os núcleos dos personagens do baile eram muito bem construídos. E amava ver Zéu Britto na banda. Infelizmente a novela parece que contratou negros para atingir cotas. Personagens inconsistentes que só apareciam para dar enredo aos outros. Maria (Neusa Borges) chama Manu para que elas montem um bufê. Maria era cozinheira da casa principal, quando é mandada embora ela chama Manu para abrir o bufê. Manu fica muito bem de vida e consegue sustentar muitos personagens da novela: Ana em coma no hospital, a mãe (Ana Beatriz Nogueira) que vivia de aluguel em um apartamento bem confortável, o companheiro que vai investir na faculdade e a filha da Ana, compra um terreno enorme e constrói uma casa luxuosa. Mas Maria nem conseguia pagar a faculdade do Matias (Marcello Melo Jr.) que continuava sendo explorado como jardineiro na casa que trabalhava. Maria podia ter empregado o filho no bufê e pago a faculdade dele já que ele passa a novela estudando porque tinha um salário baixo e não conseguia fazer muitas matérias. Mas Maria podia pagar a faculdade. Matias é ressuscitado na novela para fazer o clichê patroa (Regiane Alves) usa empregado para o prazer. Wilson vivia atrás de arranjar uma namorada, mas nunca pensou em Maria. Tiveram que arrumar uma personagem de fora pra fazer o triângulo com Moema.
Era uma Vez...
3.3 41Assisti a novela Era Uma Vez (1998) de Walther Negrão no Canal Viva. Eu tinha visto um pouco dessa novela em alguma reprise, quis ver. Sempre amei a família do sítio. Quatro crianças (Luiza Curvo, Alexandre Lemos, Alessandra Aguiar e Pedro Agum), um pai (Herson Capri) e um avô (Elias Gleiser). Na época que passou eu mal ficava em casa, trabalhava direto, sem folga. Madalena (Drica Moraes) vai se esconder em uma cidadezinha "no meio do nada" pra fugir de um marido violento (Tuca Andrada). Emprega-se de governanta dos pestinhas. Ela e o pai das crianças se apaixonam. Sim, é uma novela antiga, quando ainda achavam que não precisavam ser muito realistas, e sim, muito texto é machista, mas Elizabeth Jinh é uma colaboradora e já é possível ver excelentes diálogos atuais sobre a condição de mulheres e relacionamentos. Ainda era a época que as novelas não precisavam ter negros em suas tramas, então a novela ignora que a maior parte da população brasileira é de negros. Acho que os casalzinhos mais esquisitos eram os mais jovens da trama. O playboy filé (Cláudio Henrich) vivia com uma turma em esportes radicais, depois que o pai (Jorge Dória) arruína financeiramente a vida da família, ele toma juízo. Mas é tudo muito fake, é bem história de rico que fica pobre, mas não é bem assim. Hipotecada a fazenda, conseguem de volta com uma chantagem frouxa e continuam ricos. Os duas pretendentes tem 18 anos, mas ainda estão no colégio. Emília (Débora Secco) é muito estudiosa, mas deve ter repetido de ano várias vezes pra ainda não estar na faculdade. Até dá pra entender a pressa de Filé pra casar com Babi (Nívea Stelmann) que queria intimidade só casando, mas casar aos 18 anos, os dois sem trabalho, é bem surreal. Ele acaba se decidindo por Emília, em vez de só namorar e os dois estudarem, casam rapidinho também. E o celeiro? Ok, ele com raiva do pai vai morar no celeiro. "Não quero nada do meu pai". Bom, mas o celeiro estava nas terras do pai e o celeiro era do pai. Filé não entende porque Babi não quer morar com ele no celeiro, mas como é uma novela da ilha da fantasia, não tem banheiro. Oi? Viver de modo simples é uma coisa, mas sem banheiro? Gostei que a Heloísa (Suzy Rêgo) ficou com o Xistos (Cláudio Marzo). Ela é detetive e aparece na trama praticamente como uma vilã. A novela resolve ser boazinha com os maus da trama. Heloísa se redime do mal que fez, ela passa a novela com comportamentos antiéticos, mas se redime ajudando Álvaro a encontrar Madalena. Os vilões também são chamados de loucos e internados em um hospício de luxo. Em novela hospício sempre é um bom lugar pra loucos, inclusive os pra ricos. Letícia (Sura Bertichevsky) não tem a mesma redenção. Depois de cometer um crime gravíssimo, abandona o filho em um orfanato, a pobre sofre o pão que o diabo amassou na novela, não arrumam um companheiro pra ela, nem uma carreira melhor. Até o filho (André Gonçalves) esqueceu-se dela depois que ela vai embora e some da trama. Até Waldir foi perdoado melhor que a pobre da Letícia. Waldir, depois de todas as maldades que fez a família do Xistos, volta ao seu emprego. A família que eu mais amava era a do Catulo (Emiliano Queiroz) e da Quitéria (Stella Freitas). Ele era o sábio da novela, ponderado, aconselhava todos. O Xistos o tinha como confidente. Quitéria era a adivinha da trama, ela percebia tudo, como amo esses atores. Eles adotaram um filho, a história do filho deles também é bonita. Ele se apaixona por uma mulher mais velha (Myrian Rios) com um filho adolescente (Eduardo Caldas). Lindo como os pais defendem o namoro do filho. Mas é novela antiga como eu disse, o pobre do adolescente só trabalha, estuda também, mas após os estudos tem que trabalhar, exaustivamente. Relações trabalhistas em novelas antigas são sempre esquisitas pra dizer o mínimo. O Pepe tinha o melhor arroz da região. Mas na hora da colheita explorava a cidade inteira na colheita em troca de uma macarronada. Ganhava a vida às custas de trabalho escravo. Não tinha um funcionário no "sítio". Mas achei importante abordar o abuso do ricaço sobre o seu funcionário. Rudy comprava cavalos, ok, sabia escolher bons cavalos, mas também ganhava as corridas porque tinha um bom jóquei. Apesar dele ganhar muito dinheiro com as apostas e enriquecer, era incapaz de remunerar melhor o seu funcionário, ou partilhar os lucros com ele. Tinham muitos personagens que eu gostava. A doce Cema (Maria Carol Rebello), uma irmã que todo mundo queria ter. Frei Chicão (Diogo Vilela) e Dona Santa (Nair Belo) tinham momentos lindos. Belíssimo o diálogo do frei falando pra irmã que ela fazia vista grossa as irresponsabilidades do filho (Marcos Frota). E ainda Luciano Vianna, Rejane Goulart e Tereza Rachel. Em 1998 já tinha a mania de na última semana ter um sequestro, achando que o público gosta. Ainda era a época que as novelas não tomavam certos cuidados com produtos para crianças. Pela família do sítio, muita criança amava e acompanhava a novela, mas a trama fica pesadíssima no final. Teve tentativa de estupro, mostrou assassinatos, tentaram matar o Maneco, ele só sobreviveu porque a bala não o matou, mas foi espancado na televisão e atiraram nele, sequestros, mais de um. Eu insisti porque queria ver o final, mas a novela fica muito ruim e chata nessa fase. Teve uma crítica muito grande com o surgimento da classificação indicativa, sim, pode ter alguns moralismos, exageros, mas é muito bom que as novelas para crianças sejam mais cuidadosos com violências.
Roda de Fogo
3.6 17Assisti a novela Roda de Fogo (1986) de Lauro Cesar Muniz na GloboPlay. A direção foi de Denis Carvalho. Impressionante! Maravilhosa! Inicialmente conta a história do poderoso empresário Renato Villar (Tarcísio Meira), filho de Antônio Villar (Mario Lago), fazendeiro empresário aponsentado mantem uma boa relação com o filho. Renato é casado com a belíssima Carolina D’Avila (Renata Sorrah), uma mulher elegante de tradicionalíssima família capitalista/ militar, mãe da mimada Helena D’Avila Villar (Mayara Magri). Renato antes de casar teve um grande amor com a ex-guerrilheira Maura Garcez (Eva Wilma), com quem teve um filho Pedro Garcez (Felipe Camargo), criado pelos avós maternos Joana Garcez (Yara Côrtez). Viúva e Dona de um Botequim na Zona Norte. Maura está em uma Clínica em Roma e Pedro não tem uma boa relação com o pai assim como a meia irmã. Renato se mostra um empresário frio capaz de qualquer coisa para atingir o topo. Isso fica muito claro no Primeiro Cápitulo Renato, Carolina e seu tio o General Hélio D’Avila (Percy Aires) estão em Brasília caminhando na Rampa do Planalto. O país está em plena mudança com as Diretas Já, e a Família D’Avila almoeja a Presidência da Republica para o então ambicioso Renato Villar que junto com seus sócios e amigos Mário Liberato adovogado (Cecil Thiré), Paulo Costa candiato ao senado (Hugo Carvana), Werner Benson anglo-alemão representante no Brasil do Banco de Munique (Carlos Kroeber) e Felipe D’Avila sobrinho e diretor de uma das empresas (Paulo Casteli) juntos enviaram para fora do páis milhares de dólares das empresas do Grupo Renato Villar. Mas tudo muda quando Celso Rezende (Paulo José), diretor financeiro internacional, resolve abrir o esquema para a justiça enviando secretamente documentos que comprovam toda a transação para o então juíz Marcos Labanca (Paulo Goulart), que se julga honesto acima da lei, Celso acaba vindo ao Brasil para servir de testemunnha, Renato e Mário trama sua morte que aperentemente tinha tudo para parecer acidental. Telma (Joana Fomm) mulher de Celso, ela mantem um romance com Paulo Costa. Mãe de Júnior Rezende (Cássio Cabus Mendes) que volta ao Brasil após a morte do pai começa a investigar e conhece Vera Santos (Cláudia Magno), filha de Anselmo Santos (Ivan Cândido), ex-policial e um dos capangas de Mário, outro é Jacinto Donato (Cláudio Curi) copeiro e secretário particular de Mário. Foi torturador na época da Ditadura. O juiz Labanca sente-se ameaçado por Renato que usa de chantagem para obter os documentos. Diante disso Labanca sai do Rio de Janeiro com filho Roberto (Jayme Periard), jovem advogado e apaixonado pela jovem Lúcia Brandão (Bruna Lombard), juíza incorruptível, ex-aluna de Labanca, sem saber recebe os documentos e acaba ficando na mira de Renato Villar. Filha de Fernando Brandão (Carlos Vergueiro) ex-comerciante que perdeu tudo e irmã de Laís Brandão (Lúcia Veríssímo), modelo, vaidosa, ambisiosa que se envolve com Felipe D’Avila, irmão de Ana Maria D’Avila (Isabela Garcia), netos do General Hélio D’Avila. Ana é apaixonada por Pedro e enfrenta toda a família para viver esse amor.
Tudo começa a tomar novo rumo quando Renato Villar fica sabendo que há um angioma em seu cérebro e que ele tem pouco tempo de vida. Nesse primeiro momento só quem sabe que Renato está doente é secretária Nazaré (Beth Bernado) e o Dr. Moysés Rodrigues (Nelson Dantas) que o acompanha e revela que ele tem pouco tempo de vida.
Então Renato começa analisar a vida e a fazer novas mudanças, afaste-se da família e vai para sua casa de praia aonde o caseiro Josias (Geraldo Carbitti) cuida desse refúgio. É nesse período também que ele aproxima-se de Lúcia, já apaixonado e tantando mudar, sua imagem conhece Gilberto Maia (Rodolfo Bottino), jornalista encarregado de fazer uma matéria do Grupo, Renato propõe de fazer um dossiê a ser revalado com data marcada. Gilberto acaba se envolvendo com Helena. Ele é um rapaz simples e amigo de Pedro, mora na casa de Gilson (Gilberto Martinho) ex-jogador de futebol, frequentador do bar de Joana por quem é apaixonado e vai disputar sua atenção com Fernando Brandão. A trama segue com outros núcleos não menos importnates. Como Tabaco (Osmar Prado), motorista do Grupo Renato Villar envolvido com três mulheres Patativa (Cláudia Alencar), constureira de vestidos de noiva, Bel (Inês Galvão), telefonista de um Hotel de luxo na Zona Sul e Marlene (Carla Daniel), empregada da mansão de Carolina. Correndo por fora Fátima (Cristina Sano) balconita do Bar de Joana, Linda (Lucianne Sant’Anna) amiga de Bel e bela Alice Amaral (Silvia Bandeira) amiga de Telma e Carolina no passado teve um caso com Renato e sentindo-se humilhada resolve se vingar de Renato e se alia à Mário vilão inescrupuloso, sádico e inteligentissimo (talvez um dos primeiros Homossexuais da teledramaturgia) muito refinado apresenta ter uma relação com Jacinto a quem confia cegamente. Juntos aos demais sócios orquestra um bem sucedido golpe contra Renato e a guerra está armada de um lado o Grupo Villar de outro nosso protagonista que tenta a todo custo corrigir alguns erros do passado um deles trazendo ao Brasil Maura mãe de Pedro que cresceu revoltado por ter sido criado com os avós e não tem estreimento com a família do pai. Lambanca por outro lado tenta a todo custo fazer com que Renato pague pelos seus crimes enquanto Lúcia apaixonada tem sua guerra interna em julgá-lo ou ama-lo. Maura por sua vez ao retonar tenta vencer seus medos da época da ditadura e junto com Renato se aproximar do filho. Gostei muito da mudança de Pedro no docorrer da trama, a personagem de Lúcia Veríssimo é uma daquelas que fala o que pensa e sente uma pena que ela tenha saído na novela por razões particulares. Felipe também era uma personagem muito simpático pena que se perdeu em sua irá por Pedro e ambição de poder. Já a personagem de Bruna Lombardi achei que se comportava oras como uma adolescente, oras como uma mulher fraca que todos ditavam o que ela devia ou não fazer. Já Carolina me surpreendeu não era tão fútil como parecia apresentar em momentos dentro da trama ela sabia exatemente o que queria. Seu defeito talvez tenha sido amar demais a Renato que enxergava o casamento como mais um bom contrato. O final como todo fim de novela deve ser supreendente e não foi diferente. A trama foi muito bem divida nas últimas semanas, não ficando para o final a resolução de tudo. Vou falar das trlhas sonoras a Nacional muito bem executada dentro da novela ritmos da época que a moçada curtia e curte até os dias de hoje para quem gosta de uma boa música. A Internacional embora boa não teve grande participação na trama. O título Roda de Fogo é muito sugestivo - Roda mostra o quanto a vida é uma roda, um círculo estamos marcando os mesmo passo. Fogo é a mudança, queimar, sair na frente nas batalhas que enfretamos.
Ainda estão no elenco: ADELAIDE PALETTE (ADELAIDE CONCEIÇÃO) – funcionária do bar de Joana/ ADRIANA FIGUEIREDO – Elizabeth/ ALENE ALVES – Carmem (empregada no apartamento do General Hélio)/ ALICE SERRANO – Lena (empregada no apartamento de Lúcia) / ANTÔNIO VIANA – oficial de Justiça do fórum, onde fica o escritório de Lúcia/ BETTY PRADO como ela mesma, modelo em uma sessão de fotos com Laís/ CARLO BRIANI – Dr. Guido Damiani (psiquiatra de Maura na Itália)/ CLÁUDIA COSTA – Elvira (mulher de Tabaco, no final)/ CLÁUDIO ELISABETSKY como ele mesmo, fotógrafo em uma sessão de fotos da qual Laís participa / DANTON JARDIM – Alcir (dono de uma agência de modelos, amigo de Laís, arruma trabalho para ela)/ DENIS DERKIAN – Luís Otávio Brito (colaborador de Renato de São Paulo)/ DENNY PERRIER – Sandro (editor do jornal Gazeta Carioca, chefe de Gilberto)/ ÉDER DE SÁ – Delegado André Lima (responsável por investigar a morte de Celso Rezende)/ EDWIGES GAMA – funcionária do cartório de imóveis que dá informações a Antônio sobre o prédio onde vive Joana/ ELY REIS – frequentador do bar de Joana/ ESMERALDA HANNAH – secretária do fórum, onde fica o escritório de Lúcia/ GUILHERME CORRÊA – Delegado Nil/ HEMÍLCIO FRÓES – padre que casa Pedro e Ana Maria/ IVAN CORRÊA/ IVAN SENNA – João Otávio (advogado que cuida dos interesses da empresa de Renato)/JOSÉ DE ABREU – Adauto (namorado de Laís, no início)/ KAZÉ AGUIAR – aluno de Lúcia na faculdade, no início/ LEONARDO JOSÉ – advogado em uma audiência com Lúcia, no início/ LEÔNIDAS AGUIAR – Samuca (vigia na entrada da mansão de Renato)/ LUCIENE SANT´ANNA – Linda (amiga de Bel)/ MARCOS PALMEIRA – rapaz que socorre Renato após ele desmaiar na rodovia/ MARTA/ OVERBECK – Drª Beatriz Alves (psiquiatra de Maura quando ela retorna ao Brasil)/ MICHAEL KEPP – Dr. Newman (médico que vem dos Estados Unidos para examinar Renato)/ NORIVAL CHAVES – um dos seguranças de Renato/ PAULETTE (PAULO BACELLAR) – coreógrafo do desfile organizado por Alcir na boate, assistido por Laís e Pedro/ PAULO JOSÉ – Celso Rezende (marido de Telma, pai de Júnior, denuncia o Grupo Villar, morre em seguida)/ REGINA MACEDO – Angelina (amiga de Maura na Itália)/RENATO COUTINHO – Dr. Spilman (primeiro médico procurado por Renato)/ RENATO FIRMO – frequentador do bar de Joana/ RENATO NEVES – funcionário do escritório de Mário/ RICARDO LIMA/ TATI ALVES – empregada na casa de Telma/ WALDIR RODRIGUES – um dos seguranças de Renato/ WALMIR GONÇALVES/ Cíntia (substituta de Nazaré no escritório de Renato)/ WALTER MATTESCO (Milton).
Ribeirão do Tempo
3.4 20Assisti Ribeirão do Tempo (2010) de Marcílio Moraes na TV Record. Em geral eu gosto de ver um ou outro dos capítulos iniciais das novelas, gosto de ler as matérias, ver quem são os artistas do elenco. Ribeirão do Tempo não me agradou no início, achei as cenas forçadas e sem graça. Mas como tinha gostado de uma ou outra história, principalmente da menina que se vestia de menino e eu queria saber qual o segredo que ela guardava, vi mais algumas vezes. A menina que se vestia de menino foi interpretada brilhantemente pela Letícia Medina. Uns quinze dias depois Ribeirão do Tempo se transformou na minha novela. Fazia muito tempo que eu não me identificava tanto com uma novela e gostava tanto. Eu amei a complexidade dos perfis dos personagens e suas transformações. Inicialmente o personagem Nicolau não me agradou, era um playboy mimado com brincadeiras sem graça com o rapaz do cartório até que ele começa a ser sabatinado pelo mais ilustre professor da cidade, o Dr. Flores, interpretado pelo Antonio Grassi. O Nicolau começa a ficar fascinante. Ele consegue do pai, um Senador o cargo de suplente e é orquestrado pelo professor a assassinar o próprio pai para se tornar Senador. Depois é sabatinado para começar a se erguer politicamente e chegar a Presidência, para isso o professor arquiteta um plano que é conseguido de matar o Presidente na visita que ele faz a Ribeirão do Tempo. Nicolau que já tinha mostras de psicopatia vai enlouquecendo. O desfecho de seu personagem é surpreendente e impactante. O Nicolau foi interpretado magistralmente por Heitor Martinez. Outro personagem que mudou completamente na novela foi a mimada Karina. Ela namorava o dono da pousada radical, interpretado pelo Ângelo Paes Leme, um rapaz mais tranquilo, enquanto ela tinha mais ambições. Ela se apaixona pelo Nicolau e igualmente começa a ser sabatinada pelo professor e pelo amado e é ela que coloca o veneno na cachaça do presidente e depois mata o rapaz do cartório a queima roupa, interpretado por Thelmo Fernandes. Eu adorava alguns casais. Adorava a história da Filomena que foi interpretada por uma atriz que adoro, a Liliana Castro. O autor havia dito que suas novelas tem poucos casamentos e gostei que os dois que tiveram um foi combinado, esquisitamente combinado, afinal Filomena tinha ilusões que conquistaria o amado então fez um acordo comercial de emprestar dinheiro se ele casasse com ela. E o casal do incrível Ari Jumento com a personagem da Patrycia Travassos. O Jumento era um personagem delicioso, prefeito da cidade, ele falava tantas sandices que eram hilárias. O ator é o ótimo André Di Biasi. Eu adorava ainda o casal da Sancha, interpretada brilhantemente pela Solange Couto e pelo personagem do incrível José Dumont. Eles arrasaram. Ela era uma enfermeira aposentada e ele jardineiro. Gostei muito do casal do Taumaturgo Ferreira com um personagem ímpar com uma atriz que não conhecia e passei a adorar, ela é linda inclusive, Daniela Galli. E claro que adorei o casal protagonista, gostava da complexidade da personagem da Bianca Rinaldi, uma mulher de negócios, bem sucedida, que se apaixona por um detetive paspalho interpretado pelo Caio Junqueira. No início eu tinha me afeiçoada ao personagem da incrível Jacqueline Laurence, ela é uma dos personagens assassinados na novela, que não são poucos. Quando ela morreu achei que Ribeirão do Tempo poderia perder o ritimo, mas o autor conduziu muito bem as outras tramas, o crescimento do personagem do Nicolou, que ficou eletrizante. Apesar da produção da novela acreditar que quem gostava iria ficar feliz com o espichamento da novela, não foi o que aconteceu comigo. Foi uma época que vi menos. A novela já vinha se encaminhando para o final. As tramas impactantes já vinham se organizando para o desfecho, espichar naquele momento deixou tudo um pouco confuso e eu achei um pouco cansativo. Mas foi por pouco tempo, já que eram muitas tramas para o professor ser desmascarado. A novela ficou quase um ano em cartaz e teve 250 capítulos. Cássio Scapin arrasou no personagem problemático. Ele é sordidamente manipulado pelo Dr. Flores. Adorei o casal que ele formou com a Dra. Marta, Flávia Monteiro interpretou uma delegada que gostei muito. Adorava a personagem da Alinne Borges que trabalhava no Instituto do Meio Ambiente. Ela era casada com o personagem do Rodrigo Phavanello, outro que é assassinado durante a trama. mas se apaixona pelo personagem do Rafael Calomeni. Divertidos os personagens de Carol Bezzera e Henrique Ramiro. Esses dois mais o personagem do detetive usaram muitos disfarces hilários. Arrasaram na trama com personagens complexos as belas Ana Paula Tabalipa e Bruna Di Tullio. As empregadas foram um capítulo à parte, hilária a Jaqueline Macoeh e a Josanna Vaz. O bom elenco continua: Tião D´Ávilla, Umberto Magnani, Angela Muniz, Eduardo Lago, Raymundo de Souza, Rejane Goulart, Henrique Martins, , Sílvia Salgado, Mariana Hein, Ari Guimas, Íris Bruzzi, Victor Fasano, Mônica Torres, Giuseppe Oristanio, Caio Vydal, Kaleo Maciel, Caco Baresi, Gilson Moura, Nicolas Bauer, Isabella Dionísio, Sheila Mello e Perfeito Fortuna. Foi uma novela com estreladas participações especiais: Françoise de Fourton, Cristina Pereira, Gracindo Júnior e Paulo Gorgulho.
Boogie Oogie
3.5 102 Assista AgoraAssisti a novela Boogie Oogie (2014-2015) na TV Globo. Escrita por Rui Vilhena e dirigida por Ricardo Waddington. Já estou com saudades. Amei a novela ambientada nos anos 70. Cheia de suspense, romance, comédia, ágil, bem editada, excelente texto. Genial! Quando pensávamos que um mistério tinha sido revelado aparecia outro desdobramento. A trama principal era das filhas trocadas na maternidade. Uma amante largada, cheia de ódio, paga uma enfermeira sem escrúpulos para trocar os bebês. A novela começa quando essas jovens já são moças e a ex-amante volta para se vingar para localizar as moças e desestabilizar o ex-amante. Bianca Bin arrasou com uma das filhas trocadas. Uma é filha de um amoroso mas austero militar de classe média. A outra mora em uma mansão de um pai amoroso que a mima de tudo quando é jeito e uma mãe cruel e indiferente. Tanto que a mãe fica feliz de saber que é a filha não é a filha, mas odeia a outra também. A outra foi interpretada pela Isis Valverde, adoro as duas atrizes e elas eram fortes e determinadas. O namorado da outra se apaixona pela outra irmã trocada sem saber, ele é interpretado pelo Marco Pigossi. Os pais são: Fernando (Marco Ricca) e Carlota (Giulia Gam) e Elísio (Daniel Dantas) e Beatriz (Heloísa Perissé). Em um momento das novelas elas ficam sabendo da troca, elas se odeiam. Mas o segredo da paternidade continua. A oprimida Beatriz teve um caso na adolescência e a filha pode ser filha do vizinho. Como todas as novelas das 6, há muitos avanços comportamentais. Três homens tinham várias cenas na cozinha Tadeu (Fabrício Boliveira), advogado que estudava pra ser diplomata, Mário (Guilherme Fontes) corretor e Homero (Osvaldo Mil) esse o único que morava sozinho e era bandido. Sem alardes, sem texto de preconceito, a família chegava, ficava na sala e o marido de avental avisava que o prato preferido da família estava pronto. Tadeu, Rafael, e muitos outros volte e meia estavam arrumando a cozinha, lavando a louça. Dos romances da novela amei o de Tadeu e Inês (Deborah Secco). Tadeu era o meu personagem preferido. Pena que a atriz precisou sair antes porque vai estar em outra novela. Mas o autor não se apertou, criou uma trama tão linda pra ela. Um agente que vive nos Estados Unidos sugeriu a ela fazer vídeos de ginástica, como tinham na época. Lindo no último capítulo o Tadeu recebendo o enorme vídeo cassete e a fita pra assistir. Outra dinâmica que ajudou muito foi as trocas de casas. O autor ultrapassou inúmeros limites com sacadas muito inteligentes nas trocas de personagens nas casas. Era um tal de Vitória para a casa dos pais biológicos e Sandra para a mansão. Mas as trocas iam além. Até normal o apartamento que moravam jovens ter sempre hóspedes novos. Inicialmente Tadeu e Ísis moravam lá, mas a tresloucada Susana com a excelente Alessandra Negrini em um de seus grandes papéis passou por lá. As cenas no banheiro eram geniais. A Susana inclusive foi uma das que mais peregrinou. Expulsa constantemente, morou no apartamento do Homero na casa da Cristina (Fabiula Nascimento) e inusitadamente no apartamento da Célia (Thaís de Campos) e de Artur (Gustavo Trestini).. Amei que a Susana ficou com o Fernando, eles eram muito parecidos. Ele colecionava amantes. Inusitadíssimo ele se envolver no final com a Cristina, muito inteligente o roteiro. Outra casa que mudou completamente a dinâmica com a separação da Cristina e do Mário. Acabaram se mudando pra lá a Susana e o Fernando, mas o Fernando como amante da Cristina e ex-amante da Susana, imaginem a confusão. Adorava o novo casal, Mário e Gilda (Letícia Spiller). Essa troca gerava uma dinâmica deliciosa. A pobre da Augusta (Sandra Corveloni) precisa ir morar com o vizinho ranzinza Vicente (Francisco Cuoco). Bastava a trama começar a ficar repetitiva, alguma troca acontecia. Logo no começo se juntam a mansão a família do Ricardo (Bruno Garcia) em um excelente papel. As festas eram lindas. Amei o casamento Rastafari de Danielle (Alice Wegmann) e Rodrigo (Brenno Leone). Ele foi escolhido em testes no Vídeo Show. Amava as imagens do Rio de Janeiro da época. A trilha sonora. E as inúmeras festas na Boogie Oggie sempre com confusão muito além do esperado. Achei uma foto com algumas das crianças. Adorava a personagem da Claudia (Giovanna Rispoli), ela era uma pestinha. Com um pai exageradamente austero, ela fica rebelde e nos divertiu a trama toda. A atriz também cresceu muito durante a novela, ficou uma mocinha. E adorei ela ganhar uma viagem de volta ao mundo. Mas todos estavam ótimos Otávio (José Victor Pires), Felipe (Caio Manhente), Alessandra (Julia Dalavia) e Serginho (João Vithor Oliveira). Eles viviam no Fliperama, pena que não achei uma foto todos juntos. O autor resolveu homenagear grandes atores. Além de Betty Faria e Francisco Cuoco em papéis importantes. trouxe atores consagrados para deliciosas participações. Francisco Cuoco chamava Madalena de Leninha, divertido perguntarem porque e ele dizer porque sim, na verdade porque eles fizeram par romântico em Pecado Capital e ela se chamava Leninha nessa novela. Para relembrar o embate de Tieta, surgiu Joanna Fonn na mansão como tia da Carlota. Uma personagem mandona que de hóspede passou a mandar na casa e nos empregados. O corvo era uma "Corva" como dizia Vitória interpretada por Pepita Rodrigues. Luiz Carlos Miele um informante. E Neusa Borges como uma cartomante. Adorava os empregados. A medrosa Ivete (Aline Xavier) que sempre queria arrumar um namorado. A engraçada Leda (Marizabel Pacheco), o motorista Adriano (Eduardo Gaspar) e a cozinheira (Dja Marthins). Eles sofriam com os mandos e desmandos contraditórios dos patrões. Zezé Motta também interpretou uma empregada da Leonor (Rita Êlmor). Inclusive as participações na Boogie Oggie eram geniais. Zezé Motta cantou lá, Betty Faria e Francisco Cuoco participaram de um concurso de dança. Adorei também a breve participação de uma golpista fingindo de grávida, Jussara (Thati Lopes) pena que ela foi embora. E os dançarinos Lyv Ziese, Renata Ricci e Luis Navarro na Boogie Oggie. Eles também participaram da dança da mudança de casa. Acabam parando na casa da Augusta. Inusitado e hilário, mas com lógica. A Augusta passa a ter dificuldades de pagar as contas e o filho convida os três para ajudar no orçamento. Inclusive as participações na Boogie Oggie eram geniais. Zezé Motta cantou lá, Betty Faria e Francisco Cuoco participaram de um concurso de dança. Adorei também a breve participação de uma golpista fingindo de grávida, Jussara (Thati Lopes) pena que ela foi embora. E os dançarinos Lyv Ziese, Renata Ricci e Luis Navarro na Boogie Oggie. Eles também participaram da dança da mudança de casa. Acabam parando na casa da Augusta. Inusitado e hilário, mas com lógica. A Augusta passa a ter dificuldades de pagar as contas e o filho convida os três para ajudar no orçamento. O elenco todo foi incrível, Uma pena não conseguir colocar foto de todo mundo. Adorei a Luisa (Alexandra Ritcher), as mulheres tinham características fortes, inteligentes. E imperfeita, ela escondeu que os pais eram porteiros, outros atores que adoro: Cacá Amaral e Ana Rosa. Ela participou da dança das cadeiras, infernizava a Carlota, mas depois vai trabalhar na VIP para investigar o Beto (Rodrigo Simas) em ótimo personagem também. Eu torcia muito para ele ficar com a irmã que não é irmã, a Vitória, fiquei feliz que ficaram juntos, mesmo que tenha sido sutil a aproximação. Gostava do casal intepretado por Caco Ciocler e pela portuguesa Maria João. Estava com saudades dessa atriz. O arqui vilão era interpretado por José Loreto. Amei que a Carlota deu a volta em todo mundo e se deu bem. Tinha lido outra possibilidade, mas gostei muito mais desse final. Ela era muito ardilosa, ficaria perfeitinho demais ela se dar mal. Fizeram participações: Christiana Guinle, Junno Andrade, Laura Cardoso e Priscila Fantim. Por ser uma novela cheia de aventura, as cenas de ação eram impecáveis. Lindíssima e triste a cena do acidente do noivo de Sandra. Muito bem feitas as cenas de atropelamento, as de tiro. Eu amei tudo nessa novela, figurinos, reconstituição de época, textos, personagens. Gostei de mostrar produtos da época, as latas de sorvete, crush, leite de rosas. Pode reprisar quanto quiser.
Cheias de Charme
3.8 301Assisti Cheias de Charme (2012) de Filipe Miguez e Izabel Oliveira na TV Globo. No começo seguia, depois me afastei, mas essa novela tinha um magnetismo incrível. Volte e meia via uma personagem que gostava, parava pra ver e quando percebia, tinha visto o capítulo inteiro. Ágil, alegre, bem editada e com roteiro consistente, Cheias de Charme inovou realmente no gênero. Foi também uma das primeiras vezes que realmente a internet esteve ligada com a trama. Não de forma falsa e sim de forma real. Achei bacana que elas aproveitam a ausência da patroa artista para usar o que ela tinha em casa e fazer o vídeo, além de coerente, é brincadeira comum de que as patroas saem e as empregadas se divertem. A abertura também era linda! Quando as empreguetes disseram que o vídeo delas estava no ar, lá estava ele, foi trending topic, liderou visitações, e também é uma graça. Achei bem interessante que no final a personagem da Cida escreveu um livro e que a TV Globo lançou o livro realmente. O elenco era ótimo. As empreguetes interpretadas brilhantemente pelas Leandra Leal, Isabelle Drummond e Taís Araújo. Chaynne foi interpretada pela Cláudia Abreu que também brilhou muito. Outro que estava ótimo foi Ricardo Tozzi, ele parecia canastrão como Fabian. Engraçado que quando o Inácio ficou no lugar do Fabian ele não era tão canastrão. O ator estava incrível. E eu adoro a Leandra Leal, desde o filme A Ostra e o Vento. Gostei demais também do tema social da personagem da Cida. A mãe era empregada da casa e faleceu, a família alardeava sempre que não deixou a menina ir para um abrigo, que deram casa, comida e estudos, mas faziam desde pequena ela trabalhar sem remuneração. Inclusive no último capítulo explicaram bem o trabalho infantil e escravo tão comum no Brasil. Sempre ouvi sobre famílias que "adotavam" crianças, mas as tratavam como empregadas, exigindo quase um pagamento pela benevolência de dar casa e comida. A personagem da Alexandra Richter falava sempre que deu casa, comida, tratamentos médicos e estudos, como se fosse muito generosa. Queria muito que a Penha ficasse com o Otto, personagem do Leopoldo Pacheco. Não gostei nada do personagem do Marcos Pasquim que caiu de paraquedas na trama, na verdade de prancha de surf, e muito menos que a Penha ter ficado com o ex-marido interpretado pelo Marcos Palmeira. Embora tenha achado o roteiro bem realista no romance com o surfista. Depois de viverem intensamente a paixão, a vida dos dois geraram intrigas, mas ficou esquisito depois o surfista mudar tão rapidamente para o Rio de Janeiro e pelo namoro ser tão categórico que não podia largar a escola de surf no Nordeste. Também achei meio forçado o personagem do Otto redescobrir a beata, interpretada pela Kika Kalache, e ela virar uma perua. O elenco todo era ótimo. No núcleo cômico estavam ótimos Bruno Mazzeo, Titina Medeiros, Fábio Lago e Luiz Henrique Nogueira. Adoro os atores que integraram o elenco: Daniel Dantas, Tato Gabus Mendes, Dhu Moraes, Aracy Balabanian, Edney Giovenazzi, Malu Galli, Humberto Carrão, Jonatas Faro, Simone Gutierrez, Rodrigo Pandolfo, Sérgio Malheiros e Tainá Muller.
Bela, a Feia
3.4 20Assisti a novela Bela a Feia de Gisele Joras na TV Record. Eu adorei a primeira semana, gostei da abertura, da agilidade da trama, mas depois só vi trechos. Voltei a ver um pouco mais o desfecho depois. Bela a Feia foi uma novela caprichada, com um ótimo elenco. Eu é que não curto mesmo esses roteiros mais restritos desse gênero de novela, sempre muito carregados de cores e exageros, que dirá nas cenas dos vilões, nesses textos as mocinhas são muito mocinhas e os vilões muito vilões. O texto original é de Fernando Gaitan. A novela também esticou um pouco demais. A Gisele Itiè estava ótima como a Bela. Como cada série teve um desfecho e a Bela agradou muito o público, a equipe tinha dúvidas se faria a transformação da Bela. Acabaram decidindo que sim e ela apareceu linda e com outro nome pra se proteger de seus inimigos, a novela então bombou no ibope que já ia bem. Depois que ela declarou a todos que era a Bela ficou em um meio termo. Eu adoro o ator que faz o par romântico com ela, o Bruno Ferrari. Eu gosto muito de vários atores do elenco. A Ester Góes estava ótimo como a ex-rica que viajava de classe econômica pra Miami pra comprar roupas pra passar pra personagem da Luísa Tomé vender. Adorei vários finais como o dela, ela acabou empobrecendo mais ainda, já que fazia uma vilã e foi ficando cada vez mais sozinha. Aí ela passou a ir ao Paraguai e a vender em um camelô. Outra que estava incrível foi outra vilã, a Verônica, interpretada pela Simone Spoladore que arrasou. Ela foi outra que teve um final divertido, igualmente fugiu com sua comparsa para o Paraguai, ficou loira e apresentadora de programa infantil. O Iran Malfitano era outro que estava muito bem como vilão. Estava impagável o Diogo do Sérgio Menezes.Gostei do final do personagem do Jonas Bloch, meio forçado ele ficar bonzinho e arrependido, mas eu adorei ele pedindo pra empregada, interpretada pela bela Sabrina Rosa, vestir um vestido da Verônica e se apaixonar pela linda moça. Eu adorava o núcleo cômico da Gamboa. O salão Monzetuma era um show. A Elvira foi uma grande personagem para a Bárbara Borges, além de divertidíssima e de fazer um par cômico delicioso com a Laila Zaid, ela me emocionava com a doçura de sua personagem. Adorei o final das duas que viraram famosas peruqueiras. O dono do Montezuma era interpretado pelo divertidíssimo João Camargo que fazia dobradinha cômica com o Rafael Primot. Adorei também o personagem cômico da Ana Roberta Gualda. As crianças também eram umas fofas. O elenco continua incrível: Silvia Pfeiffer, Ângela Leal, Carla Regina, Bemvindo Sequera, André Mattos, Ildi Silva, Thierry Figuera, Aracy Cardoso, Denise Del Vecchio, Claudio Gabriel, Daniel Aguiar, Marcela Barrozo, Gabriela Moreyra, Bia Montez, Sérgio Hondjakoff, Daniel Erthal, Pérola Faria, Natália Guimarães, Henrique Pagnoncelli, Raul Gazzolla, Oberdan Jr., Alexandre Barillari, Raquel Nunes e Eduardo Semerjian
Orgulho & Paixão
4.0 27Assisti a novela Orgulho e Paixão de Marcos Bersntein na TV Globo. Dirigida por Fred Mayrink. A novela foi baseada em obras da Jane Austen. No começo me incomodou e parei de ver. Não me identificava com essas personagens saltitantes, alegres demasiadamente, tão diferente das obras da escritora. E me incomodei profundamente no que chamei de novela branca. No início inclusive não havia um único personagem negro no site da emissora. Pode ser que os autores quiseram ambientar na Inglaterra, então realmente seria estranho muitos negros na época, mas quando ambientaram no Brasil, ficou deveras estranho. A novela não tinha um tempo definido, mas tinham barões de café e dava a entender que seria após a abolição da escravatura, então porque não haviam inúmeros negros nas ruas em pequenos serviços? Os negros foram libertos, mas sem nenhum projeto, as fazendas trocaram a mão de obra escrava pela imigrante e milhares de negros ganharam as ruas sem saber outras funções, sem suporte, fazendo pequenos serviços, comércio nas ruas. Muito estranho a novela desaparecer com eles. Mas Orgulho e Paixão foi uma novela solar e fundamental para os dias de hoje por dizer que as mulheres podem ser o que elas quiserem. Mesmo sendo uma novela de época, as personagens tinham comportamentos atuais e isso facilitou muito o discurso de que a mulher pode ser livre para fazer o que quiser. Parece surreal que atualmente uma novela precise dizer as mulheres dos dias de hoje que elas possam ser o que quiserem ser, mas os altos índices de feminicídio no Brasil mostram que muitas mulheres não só são privadas desse direito como ainda são ceifadas e mortas porque não atenderam ou não obedeceram ordens, muitas só porque quiseram se separar e seguir suas vidas, refazendo suas histórias. O pilar desse discurso foi Elisabeta (Nathália Dill). Ela queria ganhar o mundo, fazer algo que a inspirasse, tinha muitos planos e desejos. Foi lindo ela encontrar no amor por Darcy (Thiago Lacerda) a compreensão para realizar os seus sonhos. Eles se amaram, mas ela demorou para aceitar com receio que o casamento pudesse limitar os seus sonhos, na verdade o amor dos dois só ampliou as possibilidades. E não enrolaram no amor dos dois, logo já se relacionavam, viviam juntos. Era uma novela moderna em comportamento, não como era na época. Tanto que as mulheres eram sexualmente ativas, mas podiam escolher se queriam ou não ser mães, o que antes da pílula na década de 70 não era possível. O casal mais amado era Ema (Agatha Moreira) e Ernesto (Rodrigo Simas). Ela sempre quis casar e fazia tudo para que todos encontrassem o seu amor. Filha do barão do café, viu a sua vida arruinada com a decadência financeira da sua família. Ernesto surgiria somente para fazer triângulo amoroso com Ema que estava destinada a triste história de Jorge (Murilo Rosa) e Amélia (Letícia Persiles). Mas a química do casal ganhou o mundo exterior e contagiou tanto, que eles se tornaram um dos grandes casais da teledramaturgia. Pobre, ela foi viver com amigas no cortiço. A novela foi muito inteligente em criar vários núcleos que se misturavam. Amo cortiços por permitirem muitas interações de personagens.
E que trágica a história de Julieta. Um dos melhores personagens da carreira da Gabriela Duarte que pode debater o estupro, e principalmente o estupro do cônjuge, um tema tão delicado e que infelizmente é tão presente entre os brasileiros. A transformação da personagem foi linda demais. Muito bem feita a escolha de como Camillo conheceria a história da sua mãe. Seria mesmo muito difícil que alguém, até mesmo a mãe, contasse ao filho os horrores do seu pai e as condições da sua concepção. Delicado fazerem no confessionário, meio que por acidente. Até mesmo um pouco improvável, mas foi uma solução muito delicada. E lindo o desabrochar de um amor saudável com Aurélio (Marcelo Faria), que teve paciência em respeitar o tempo de sua amada tão machucada pelas violências que sofreu. Outra história que causou comoção foi de Luccino (Juliano Laham) e Otávio (Pedro Henrique Müller), que belos personagens e interpretações. Que lindo e delicado texto, que trama tão bem abordada. Luccino começa a perceber que gosta de Mário, não de Mariana (Chandelly Braz). Essa irmã Benedito se vestia de Mário para poder participar de corridas de motos e Luccino percebe que é de Mário que gosta, não de Mariana, até que aparece Otávio. Eles mesmos demoram a perceber e entender os seus sentimentos e a aceitar. Pela primeira vez teve um beijo entre pessoas do mesmo sexo na novela das seis. E vários outros depois. Em uma entrevista o diretor disse que desde o começo estava previsto porque a novela queria mostrar as várias formas de amar.
Então não entendi porque Tenória (Polly Marinho) ficou sozinha e não teve direito a um amor. Sua história foi linda. Ema descobre que Tenória era filha do barão, portanto sua tia. Os dois Tenória e Estilingue (JP Rufino) ganham uma casa, mas fica só nisso, parece que basta. Estilingue não ganhou a oportunidade de estudar, não ensinaram sobre o café, expertise da família, não incluíram nos mosqueteiros, inclusive no final disseram que o café dos mosqueteiros deu certo apesar de Camilo (Maurício Destri) fazer tudo praticamente sozinho, então porque Estilingue não se uniu a ele? As tramas dos negros da novela ficaram demasiadamente de pano de fundo. Como a do médico da cidade (Thiago Justino) que mal aparecia e do jornalista da cidade. Inclusive esses dois ainda não aparecem nos personagens no site. Foi linda a história do barão (Ary Fontoura). Ele ia ficar alguns capítulos e morrer no começo, mas o personagem agradou muito e ficou praticamente até o final. Depois de a família perder tudo era divertido ver ele de casa em casa, pedindo abrigo, logo após a hospedagem ele passava a mandar em tudo e todos e a reclamar de tudo. Foi uma bela oportunidade de falar sobre o envelhecimento e a inclusão na sociedade. Lindo quando o neto diz que é feliz porque tem uma família normal, uma mãe que pega no pé e um avô ranzinza. Depois o barão ainda teve oportunidade de ser um mosqueteiro e com sua experiência ajudar os jovens no negócio. Linda a história de Cecília (Anaju Doringon), a sonhadora que amava Rômulo (Marcos Pitombo). Pena que sua história estava ligada a muitos vilões que eram muito chatos e caricatos. Encantadora a de Mariana e que lindo casal com o coronel Brandão (Malvino Salvador). A da bela Jane (Pâmela Tomé) e do Camilo. Lindo também o amor maduro de Ofélia (Vera Holtz) e Felisberto (Tatu Gabus Mendes), amor quente, caliente, mas compreensivo. Como nos livros da Jane Austen, Felisberto é compreensivo, amoroso. Apesar de amalucada, Ofélia era uma mãe e tanto. Muito engraçada a fileirinha de Santos Antonios de ponta cabeça nos copos para cada filha. O final de Josephine (Christine Fernandes) foi muito over, mas achei importante abordar a história dessa mulher, presa a um casamento que não desejava com Almirante Tibúrcio (Oscar Magrini). As formas como ela escolhe para se libertar do fardo são inadequadas pra dizer o mínimo, mas ela desejava ser livre, ter amantes, dinheiro, poder escolher o seu destino, viajar. Bela personagem. Fani (Tammy Di Calafioiri) também, oprimida por essa falsa mãe, acaba sendo usada, ficando amargurada boa parte da trama. E que encanto a história da fogosa Lídia (Bruna Griphão). Ela acaba caindo na lábia do sedutor Uirapuru (Bruno Gissoni) e engravida. Resolve criar o filho sozinha e é apoiada por toda a família. Até que se apaixona pelo encantador Randolfo (Miguel Rômulo) que não só quer se casar com ela como assumir o seu filho. Lídia ganha vários números musicais em sonho que são verdadeiras preciosidades na novela. Natália do Valle surgiu quando Tarcísio Meira precisou se ausentar por problemas de saúde. Eu não gostava das inúmeras armações da novela, eram cansativas e repetitivas, mas tinham grandes atores. Alessandra Negrini e Grace Gianoukas estavam no núcleo cômico que agradou muito o público. Eu já achei repetitivo também. Outros vilões ainda foram interpretados por Jairo Mattos, Ricardo Tozzi e Giordano Bechenelli. Que linda história de Ludmila e Januário. Adoro esses atores Laila Zaid e Silvio Guindane. Ela uma mulher a frente do seu tempo diretora de uma fábrica de tecidos e de uma loja de moda feminina e ele um artista plástico. Também adorava o casal Charlotte (Isabella Santoni) e Olegário (Joaquim Lopes). Foram muitos personagens com ótimos atores: Rosane Goffman, Jacqueline Sato, Vânia de Brito, Nando Rodrigues e Emmilio Moreira. Os figurinos de Beth Filipeck eram de uma delicadeza impressionante, com uma riqueza de detalhes, bordados, lindos.
Amor de Mãe
3.8 52 Assista AgoraAssisti a novela Amor de Mãe (2019-2020-2021) de Manuela Dias na TV Globo. A direção foi de José Luiz Villamarim. Que belíssimo trabalho, que roteiro! Essa novela foi atropelada pela pandemia, pararam as gravações. Fizeram um esforço de guerra pra retomar e fechar a história da forma que fosse possível e infelizmente algumas tramas ficaram sufocadas, mas nada tirou a maravilha que foi essa novela. Inesquecível! A trama entrelaça a história de três mulheres, incrível no final que entendemos a relação delas desde que foram mães. Vitória (Taís Araújo), uma famosa advogada, tinha sido uma jovem estudante grávida que dá o seu filho. Lurdes (Regina Casé) que tem seu filho vendido pelo marido para a mesma mulher que recebe o filho da Vitória. E Thelma (Adriana Esteves) que compra o filho dessa mesma mulher. Todas maravilhosas, que atrizes. Gostei de falar de corresponsabilidade. O quanto nossos atos podem interferir ou promover crimes, o quanto cada um de nós é responsável pelo todo. Eu fiquei muito brava com um programa de fofoca de televisão que antes da novela começar já contou quem seria o filho de Lurdes (Chay Suede) e de sopetão, não deu nem ao trabalho de avisar que ia dar spoiler, quem não quisesse ouvir que zapeasse, bom, TVs não fazem isso, pedir pra pessoa sair do canal, então não dê spoilers. Sim, minhas amigas disseram que a novela deu várias pistas, mas antes da novela começar? Achei um desrespeito com o trabalho de todos os envolvidos. Um gosto por furo muito grosseiro. A cena da revelação foi emocionante! Pra novela poder ser realizada, todos tinham protocolos de segurança muito severos e eram testados periodicamente. Infelizmente todos os núcleos não poderiam voltar. Quanto menos elenco, cenas, equipes, mais seguro, mas valeu o esforço, foi lindo! Pena que alguns envolvidos não entendiam nada de protocolos. Acho que viviam em uma bolha porque em agosto já se sabia que não se sabia se a pessoa que tinha ficado contaminada não se contaminaria de novo. Achavam que poderia durar uns 5 meses, mas nada era certeza mesmo em agosto quando já se sabia também que dentro de casa não podem todos tirar as máscaras se vierem das ruas. A Lurdes poderia ter ficado na casa do Magno, e ter pouco contado com os jovens da casa e quando tivesse só por máscaras. Tirar as máscaras pra falar era muito assustador. Quando Sandro (Humberto Carrão) tira a máscara no hospital, local de contaminados, nem higienizando as mãos seria seguro, imagine sem higienizar como ele fez. Vitória também, depois de ficar com uma pessoa sem máscaras no carro, não ficou isolada em casa e nem fez teste pra se reaproximar da família. Já se sabia em agosto desses protocolos. E pior, foi na pior época de disseminação do vírus no Brasil. Colocaram em texto no final, mas eu acho que teria sido melhor em intervalos diferentes, uma pessoa, podia ser a ex-BBB Thelma, que é médica, explicar esses detalhes, já que há negacionista demais no Brasil. Lindo o amor de Penha (Clarissa Ribeiro) e Leila (Arieta Correa). A vida das duas foi se transformando na trama. Penha era a doméstica maltratada pela ricaça Lídia (Malu Galli). E Leila começou a novela em coma. Várias reviravoltas fazem as duas se unirem, se tornarem grandes bandidas e conseguiram fugir como no filme Thelma e Louíse, mas com final feliz. Por incrível que pareça eu torcia por elas. Outro grande valor de Amor de Mãe foi ter chamado grandes atores não tão conhecidos da televisão. Como a talentosa Magali Biff como Nicette. Sua personagem acaba se misturando em quase todos os núcleos e tendo papel fundamental. Primeiro ela é mãe do homem (Paulo Gomes) que o Magno acha que matou. Magno namora sua filha Betina (Isís Valverde) que não sabe da história. Depois Nicette mora em Guapori, a região contaminada pela indústria de Álvaro, que depois descobrimos que Betina é irmã de Álvaro porque o pai dele abusou de sua mãe. Mas a teia continua, ela é avó do filho da mulher do Álvaro, que engravidou do filho dela. E Álvaro, um dos grandes vilões da trama, aceita o filho de outro homem da esposa, surpreendente. Outros personagens marcantes com atores pouco conhecidos da televisão foram interpretados por Démick Lopes, Dida Camero, Rodolfo Vaz, MC Cabelinho, WJ, Nando Brandão, Rodrigo Garcia, Isabel Teixeira, Giulio Lopes, Aldene Abreu, Antonio Negrini, Stella Rabello e Mariana Nunes. A trilha sonora também era maravilhosa: Gal Costa, Gonzaguinha, Maria Bethânia, Cartola, Olodum, Chico Buarque, Clara Nunes, Elza Soares, Caetano Veloso, Elis Regina, Nina Simone, Jorge Benjor e Madredeus. Tem no spotify. Amor de Mãe falou muito sobre questões sociais. Educação inclusive na personagem da Camila, da incrível Jessica Ellen. Professora de uma escola pública em lugar de vulnerabilidade, ela procura ajudar seus alunos a procurar um futuro diferente para as suas vidas. Inclusive vários de seus alunos tornam-se personagens importantes na trama como Cacá Ottoni, Dan Ferreira, Jennifer Dias, Dora Friend e Aisha Moura. Foi uma novela de muitas perdas, estranhamente não por covid. E atores jovens como o belíssimo português Filipe Duarte e Léo Rosa que fez uma pequena participação como um jornalista. E Durval, ai o Durval, que personagem carismático do Enrique Diaz e todo errado, todo não, mas sim, foi um pai ausente. Eu me incomodei da filha (Duda Batsow) exigir muito dinheiro na pandemia pondo o pai em risco. Ele vai trabalhar de entregador de aplicativo, correndo o risco de morrer de covid. Se a filha e a mãe (Clarissa Kiste) estivessem passando necessidade, é certo, mas não era o caso, ela poderia esperar a pandemia passar pra exigir a responsabilidade financeira do pai. E principalmente quando o reencontrou. Acho que na pandemia nós precisamos muito mais lidar com a empatia e com a compaixão. E quem trabalha com artes ficou totalmente sem emprego, devia ter exigido antes quando ele tinha como correr atrás. Foi bem mais inteligente quando ofereceram moradia pra ele que não tinha dinheiro nem pra alugar uma vaga em pensão. Atrapalhado como sempre foi, teria grande chance de ir morar nas ruas como muitos nesse período escuro. E apesar de todos os defeitos, Durval era um bom dono de casa, bem bagunceiro, mas cozinhava, cuidava da filha, seria uma forma de ajudar no orçamento tendo funções domésticas. Mas a autora reserva um respiro pra ele, e a trama promove momentos deliciosos com a Dona Unicórnia. Gostei demais da atriz e cantora que interpretou a Verena, a Maria. Linda e talentosa. Fez par romântico com o personagem do gigante Irandhir Santos. Pena que foi bem pequena a parte da mãe biológica (Olívia Araújo) do Tiago. Muitas tramas pareciam já ter sido pensadas desde o começo, mas a pandemia encurtou as abordagens, mesmo assim foi uma linda cena. Uma pena também que não puderam definir o destino amoroso de Lurdes disputada pelos personagens dos grandes Luiz Carlos Vasconcelos e Nanego Lira. As crianças eram demais, já bem grandinhos um ano depois quando voltaram a gravar. E foram mais poupados, pouco apareciam. A bebê da Vitória então nem apareceu, mais seguro assim. Eram interpretadas por Clara Galinari e Pedro Guilherme. A lista de grandes atores é imensa: Vladimir Britcha, Murilo Benício, Erika Januzza, Tuca Andrada, Débora Lamm, Milhem Cortaz, Letícia Lima, Douglas Silva, Vera Holtz, Ana Flávia Cavalcanti, Camilla Márdila, Lucy Alves, Júlio Andrade, Alejandro Claveaux, Dan Ferreira, Eliane Giardini e Fabrício Boliveira. E a família da Dona Lurdes? Que personagens ricos, complexos, só grandes atores, que saudade já! Juliano Cazarré, Nanda Costa e Thiago Martins. Foi esperançoso no final todos sem máscaras falando que a vacina chegou pra todos, pena que não é realidade. Triste! Obs.: Fotos lindas no ábum!!
Escrava Mãe
3.7 12Assisti a novela Escrava Mãe (2016-2017) de Gustavo Reiz na TV Record. Não segui, acompanhei. Complementei com os resumos na internet e os resumos do capítulo antes ou depois. Cheguei inclusive ficar um bom tempo sem ver. Produção caprichosa, excelente elenco, foi uma nova experiência para a TV Record. A Casablanca, uma empresa terceirizada, realizou toda a novela em Paulínia, entregou o produto pronto. Foi inclusive um certo stress já que a novela demorou a entrar no ar e os atores se viram presos, sem poder aceitar outros trabalhos. Mas finalmente estreou.
Gostei de vários personagens. Tenho acompanhado o trabalho da Gabriela Moreyra, linda e talentosa. Foi incrível sua interpretação, até porque a novela anda bastante no tempo. No início, uma adolescente cheia de sonhos, depois uma mulher em luta pela liberdade e pela realização do seu amor. Adorei o português que fez par romântico com ela, Pedro Carvalho, igualmente lindo e talentoso. Há vários segredos em Escrava Mãe e ele traz vários. Ele tenta descobrir a história do pai que foi morto.
Diferente de muitas novelas sobre escravidão, Escrava Mãe mostrou os negros como lutadores, revoltados de sua condição, com quilombo ativo que aparece várias vezes, inclusive indo atacar os engenhos. Começou na África na festa de casamento da mãe da Escrava Mãe. Lindo o capítulo, muito bem realizado. Chegam então os algozes, eles lutam muito, mas são presos e trazidos de navio negreiro ao Brasil. Aqui alguns conseguem fugir e viver um tempo na floresta, mas o capitão do mato os localiza. Juliana, a Escrava Mãe nasce, a mãe entrega para um garoto que leva a menina a uma fazenda. Lá ela é tratada com muito amor por essa família, como se fosse mais uma filha, mas claro, sem alforria, é tudo uma farsa como acontecia muito nas fazendas. Fingiam que o negro era livre, para maltratá-lo caso tivesse um único pensamento livre. Ironicamente a única personagem negra conformada é interpretada por Zezé Motta, logo ela que é tão batalhadora pela igualdade. Mas ela explica sempre a Juliana que o melhor é se conformar. Ela é praticamente uma mãe para Juliana, e sabe que se a menina se rebelar vai sofrer muito na mão de seus donos. Ela é submissa por medo, não porque aceita a sua condição. Um grande mistério foi a chegada da Condessa, adoro essa atriz, Adriana Lessa. Ela envia para o vilarejo, para preparar a sua chegada, o seu lacaio Tozé, interpretado pelo Cássio Scapin. Adoro esses atores. Eles interagiam com o núcleo cômico, mas também tinham seus segredos. Jaime Periard interpretou um vilão. Uma graça a família da Belezinha, e que graça essa atriz Karen Marinho, gosto muitos dos atores que fizeram os pais dela, Cézar Pezuolli e Adriana Londoño, mas esquisito ser índia a mãe. Não me identificava muito com o núcleo cômico ligado a Jardineira, nem a repetitiva e cansativa rivalidade entre duas grandes atrizes Luiza Thomé e Jussara Freire. Apesar que adorei o romance da dona da Jardineira com o capitão, interpretado muito bem por Junno Andrade. O elenco todo era muito bom: Sidney Santiago, Raphael Montagner, Luiz Guilherme, Marcelo Escorel, Elina de Souza, Robertha Portella, Débora Gomez, Marcelo Batista, Manuela Duarte e Mariza Marchetti. Incrível a personagem da Esméria interpretada brilhantemente por Lidi Lisboa. Começou ela escrava e invejosa da boa vida da Juliana, uma escrava de dentro e tratada como se fosse filha. Depois ela é a irmã da condessa, fica rica e inicialmente, deslumbrada, quer escravos ao seu serviço, como acontecia muito com escravos que mudavam de status. Nova transformação, ela passa a lutar para libertar a irmã escravizada por uma artimanha do poder e a lutar pelos escravos. Como adorava o casal Atíla e Felipa. Adoro esses atores Milena Toscano e Léo Rosa. Os dois são grandes defensores do fim da escravidão. Adoro Ana Roberta Gualda e belo personagem. Ela é a bela Sinhazinha Tereza, que manca e tem que casar com Almeida, apesar de amar e ser amada pelo filho do coronel rival. Linda a canção tema dela. O pai achava que ela sendo manca não ia conseguir um partido e arranja um casamento com o filho de um amigo dele, sem saber o quanto esse pretendente é mulherengo, boa vida e mal. Os dois rivais são atores que gosto também Fernando Pavão e Rober Gobeh. O pai da Sinhazinha morre logo no começo e é outro ator que adoro Antonio Petrin. Eu torcia muito pelo romance de Beatrice e Tito Pardo. Adoro esses dois atores que estavam excelentes Bete Coelho e Nill Marcondes. Tito Pardo mostrou o lado cruel dos patrões, o patrão dele sempre prometeu alforria, o que faziam muito para conseguir obediência. Só que quando faleceu, no testamento disse que Tito Pardo só teria alforria após a morte da esposa. Quanta crueldade. Percebi que não estava previsto os dois ficarem juntos, mas se fosse uma novela aberta, pode ser que ficassem. Esse foi um dos problemas de Escrava Mãe, ser uma novela pronta, sem poder ter mudanças. Uma pena, perdeu muito com isso, não podendo mudar conforme o gosto do público.
Negócio da China
2.3 60Assisti Negócio da China (2008-2009) de Miguel Falabella na TV Globo. Eu amava essa novela, mas o público não gostou, então o autor resolveu mudar e passei a não gostar, virou um dramalhão. Gosto do lado lúdico do autor e drama parece que não é a praia dele, pelo menos no gênero que ele escreveu. Então abandonei por vários meses a novela e voltei a rever no final. Mas como gostei muito de vários aspectos, ainda mais do começo e de alguns personagens, resolvi dividir com vocês. Eu adoro a Grazi Massafera e ela foi a protagonista. Ela sofreu muito preconceito no início, principalmente do autor, que se desculpou no final vendo a atriz que ela é e vai vir a ser. Eu já tinha adorado o desempenho dela em comédia na novela Desejo Proibido. Infelizmente o núcleo dessa atriz sofreu bastante na novela. Fábio Assunção, com problemas das drogas, resolveu sair da novela e voltar ao tratamento. Inicialmente a possibilidade da volta ficou em aberto, mas no final o autor resolveu que achariam o corpo do Heitor e o ator não voltaria. Minha mãe e acho que todos nós sofremos muito com a luta do Fábio Assunção a esse veneno que são as drogas. E ela ficou desolada que ele não conseguiu voltar. A homenagem que fizeram ao ator no final da novela foi emocionante. Algo que eu gostei muito em Negócio da China e me impulsionou muito em escrever o post foi o resgate de atores afastados da telinha e a revelação de grandes talentos fora da telinha. Adorava a tia Saudade, interpretada pela ótima Duse Naccarati. Gosto demais das atrizes Bia Nunnes e Luciana Braga, essa segunda estava ótima em seu personagem, mas sua história era chata. Adorava o personagem simpático interpretada pela ótima Thelma Reston. Adorei o núcleo que lutava kung fu. Lindo o ator que interpretou o verdadeiro Liu, Jui Huang. Ele era o mais fraquinho da turma, mas li que ele é estrangeiro, portanto tinha dificuldade com nosso idioma e isso podia atrapalhar na interpretação. Ele fez um par romântico lindo com a Flor, interpretada pela Bruna Marquezine , que também na trama só tinha 13 anos e deu o seu primeiro beijo na ficção. Ela cresceu tanto durante a novela que ficou uma moça mesmo ainda uma adolescente. Ela participou na última semana do Vídeo Show e comentou que a figurista sofria com as roupas dela, porque ela cresceu muito durante a novela. E os figurinos dela eram outra atração, fofos, inspirados em mangás. Do núcleo do kung fu, adorei as revelações: Luciana Mizutani, Elder Gatteli e Anderson Lau, que estava ótimo como um vilão insuportável. Completavam o elenco atores que adoro: a doce Fernanda Rodrigues que estava ótima em sua primeira vilã e Ernesto Xavier. Gostei muito das cenas e dos efeitos especiais nas lutas de kung fu. E dos quatro bonequinhos que estavam na abertura e tinham segredos. Adorava o trio das "colegas" e seus figurinos coloridos como as personagens femininas do Almodóvar: Maria Gladys, Débora Olivieri e Josie Antello. Em alguns momentos a trama delas até que se arrastou um pouco, mas elas eram tão divertidas, que era uma delícia vê-las em cena. Faziam par com elas os atores: Bruce Gomlevsky e Nil Neves , esse eu não conhecia. Gostei muito também da atriz Claudia Netto. Gostava demais do casal formada pelos atores Raoni Carneiro e Renata Vilela, mesmo que subaproveitados na trama. E das secretárias: Elida L. Astorina e Karina Anhê. Eu e minha mãe adorávamos o núcleo português da trama, mas depois a história deles desandou e não nos agradava mais. Os atores são Carla Andrino, Joaquim Monchique, a divertidíssima Maria Vieira e o gato Ricardo Pereira . Ficou bem chato quando a ótima Claudia Gimenez se somou ao núcleo. Gostava da Semírames, interpretada pela Zezé Barbosa e do Zé Boneco, interpretado por Frederico Reuter, só não achava que ele cantava tudo o que diziam. Somavam a esse grupo os atores lindos e talentosos: Dudu Pelizzari e Juliana Didone. Ele se relacionou com uma atriz que amei, linda e talentosa, a Izabela Bicalho. E a Didone era par romântico com o Thiago Fragoso que fazia um triângulo amoroso com a personagem da Fernanda de Freitas. A história desse trio era muito chata. Adoro a Fernanda de Freitas, mas ela passou a novela com olhos lacrimejantes e vozinha chorosa, sendo que só no final realmente passou por um drama. Em toda a novela ela era uma menina rica, recém-formada, já em um cargo alto, alto salário, uma família razoável, bonita, mas só choramingava. Não convencia tanta tristeza em alguém tão feliz e que tinha tudo. Haviam outros atores que gosto muito mas estavam em núcleos dramáticos que ficaram cada vez mais chatos durante a trama. Os atores são: Natália do Vale, Herson Capri, Nathalia Timberg, Oscar Magrini, Vera Zimmermann, Francisco Cuoco, Xuxa Lopes, Ney Latorraca, Leona Cavalli, Eliana Rocha, Dalton Vigh, Ioná Magalhães e Rodrigo Mendonça.
Desejo Proibido
2.9 24Assisti Desejo Proibido de Walter Negrão na TV Globo. Eu adoro novela das seis e essa foi apaixonante! Um texto maravilhoso, um elenco incrível, uma produção caprichada. Vai ser difícil falar de tudo sem esquecer detalhes importantes, mas vou tentar. Eu gostava muito dos casais protagonistas, acompanho o Murilo Rosa desde a extinta TV Manchete e ele é sempre maravilhoso e Fernanda Vasconcellos, que já gostava muito em Malhação, também arrasou. Os dois personagens mudaram muito durante a trama. Murilo interpretava Miguel, um padre, e ela uma menina independente. Gostei muito das mulheres fortes e determinadas em Desejo Proibido, foram várias interpretadas pelas atrizes Letícia Sabatella, Eliana Fonseca, Eva Wilma, mesmo que essa tenha sida uma vilã, era uma mulher que nunca esmoreceu aos infortúnios, Nívea Maria, corajosa ao lado de um marido nem sempre previsível, Deborah Evelyn, Sthefany Brito que teve uma personagem que estudava apesar das pressões contrárias da mãe, terminou inclusive indo estudar engenharia como tanto sonhou, só não sei se mulheres podiam estudar engenharia nesse época. Os personagens masculinos eram igualmente complexos. Daniel de Oliveira arrepiava em seu vilão. José de Abreu interpretou um homem amargurado e antiqüado, mas havia tanta complexidade em seu personagem que nos fascinava. Pedro Neschling estava ótimo como o oportunista Diogo. Gostei demais dos personagens e dos atores Rodrigo Lombardi, Alexandre Borges, Emílio Orciollo Neto, André Arteche e Thiago Martins. O núcleo cômico era uma delícia. Eu amava os sonhos da Florinda interpretados maravilhosamente pela Grazi Massafera, quem podia imaginar que ela se desse tão bem em um papel cômico? Marcos Caruso era outra preciosidade com seu Padre Inácio. Os diálogos do padre também eram muito bons e revolucionários quando falavam da complexidade da fé, dos milagres e sobre amor. Lima Duarte teve um personagem incrível, o prefeito que amava discursos cheios de palavras difíceis e vazias. A pensão da Dona Purezinha foi outro achado. Ela trabalhava cozinhando para a cidade, cuidando da pensão, dos filhos, enquanto o marido vivia cansado interpretado incrivelmente pelo Othon Bastos.
Adorava muito o casal Brasil e Cidinha. Adorei os atores Nando Cunha e Mary Sheyla. Mais uma vez o texto era elaborado e com o nome do Soldado Brasil fizeram várias alusões a situação do país, o mesmo recurso era utilizado nas falas do Prefeito Viriato. Adorava o Galileu Boticário interpretado maravilhosamente pelo Pedro Paulo Rangel, sua bela esposa foi interpretado pela linda Júlia Lemmertz.
Outra preciosidade era o Delegado Trajano interpretado muito bem por Cássio Gabus Mendes, nunca ri tanto. Eu adorava a sua filha menor interpretada otimamente pela Bruna Marquezine, me diverti demais quando ela leu Marx e saiu citando para as irmãs que igualmente adorava e foram atuadas por Camila Rodrigues e Fernanda Paes Leme.A trilha sonora era linda e vou colocar a música de um belo momento de Desejo Proibido, a da noite de núpcias de Argemeiro e Eulália, da bela e talentosa estreante Aninha Lima. Só me me incomodou um pouco foi quando a Ana foi mantida em cativeiro em um buraco sem luz. Infelizmente só se preocupam com questões afetivas impróprias para os horários, até questiono algo que julgam impróprio e não se preocupam com a violência exacerbada em horários que crianças assistem.
Rock Story
3.6 17Assisti Rock Story de Marília Helena Nascimento na TV Globo. A direção era de Dennis Carvalho. Que novela incrível, inesquecível! Em geral não assisto novela das 19h. Só acompanho mesmo às das 18h porque o horário é mais favorável. Mas agora posso gravar, então o que eu perdia eu via no dia seguinte. Em geral sempre vejo o início de todas as novelas, às vezes só o primeiro capítulo. Mas essa me pegou logo e ansiava a hora de começar mais um capítulo diariamente. Que saudades! Foi muito bem feita a parte musical. Com vários clipes, shows, muito bem realizados. Gordo (Herson Capri) é sócio da Som Discos com sua filha Diana (Alinne Moraes) que é casada com um famoso roqueiro, o Gui Santiago (Vladimir Brichta) que está em decadência. Estourado, ele faz cada vez menos shows. A vida de Gui vira do avesso. Um cantor pop, Léo Régis (Rafael Vitti) rouba sua música. Ele descobre que sua esposa está de caso com o rapaz e um filho adolescente que ele não tinha contato é preso e fica sob sua guarda. Muito bem feita a parte empresarial da novela. Lázaro (João Vicente de Castro) era seu empresário. Surge então Lorena (Nathália Dill), na verdade Júlia, acusada de tráfico e começa a mudar a sua vida. Gui lança então a 4.4. Muito bem feita a construção da banda, o início dos ensaios, a profissionalização dos garotos interpretados muito bem por Nicolas Prattes, João Vitor Silva, Danilo Mesquita e Maicon Rodrigues. Depois um outro integrante apareceu na trama interpretado pelo Enzo Romani. Só a parte erudita é sempre um equívoco. Inacreditável que pesquisam tudo, todo o universo da música, mas acham que sabem como funciona o mercado erudito e cometem uma sucessão de erros. Deviam procurar consultoria exatamente como nas outras áreas. Linda demais a relação da Gilda (Suzy Rêgo) com o Haroldo, o Coelhão (Paulo Betti). Casados há muitos anos, eles adoravam apimentar a relação e viver personagens. Muito fofo! O filho esconde deles que tem câncer. Inclusive muito bem feitas as cenas, sem exageros de músicas melodramáticas. Com bastante realismo. Mostrou a dureza do tratamento, mas sem sensacionalismo e melodrama. Haroldo era dono da Boi Inimigo, afinal, não há um único boi que seja amigo de uma churrascaria. Lá se apresentava a Rebola Embola, grupo musical que tocava em geral samba com apresentação específica para turistas. Gostei de Rock Story mostrar várias formas de se viver de música. E vários outros clichês foram quebrados. Gui passa a viver sozinho com o filho. Volte e meia ele prepara lanches para a filha, interpretada pela fofa Lara Cariello, conversa com eles na cozinha lavando louça. Júlia mesmo fica sentada na mesa enquanto Gui prepara o lanche, lava louça. Quando todos vão morar juntos no ap, todos tem funções. Há vezes que o filho está lavando louça. E inclusive em uma cena Gui colocava roupa na máquina e Júlia lavava a louça. Vários negros integraram o elenco e fora de esteriótipos. Nanda (Kizi Vaz) era o braço direito de Gordo na gravadora e muito talentosa. Ela se apaixona por ele e precisa de tratamento. O advogado (Rocco Pitanga) e o médico (Rodrigo dos Santos), pena que esses dois personagens não tinham histórias completas, atuavam sozinhos, não mostravam família. Mas Luizão (Thiago Justino) era o tio do JF. E sustentava o garoto para que ele pudesse estudar piano. Luizão era o maître da churrascaria. Amei que Dona Néia ficou com o Ramon. Eu e vários internautas queriam #ForaAlmir. Almir (Evandro Mesquita) era o ex da Néia. Ele era casado, mas mesmo quando ficou viúvo não quis saber dos filhos. Só quando viu que eles viviam a larga em uma casa enorme. Um interesseiro. Ramon já gostava de verdade da Néia. Ajudava a Nèia em tudo o que ela precisava. Muito engraçado os dois fazendo faxina. Ela era muito brava, um dos grandes trabalhos da Ana Beatriz Nogueira. Gabriel Louchard que fez o Ramon também estava muito bem. Ele era explorado pelo Lázaro que o chantageava. Muito bacana mostrar várias famílias com formatos diferentes. Léo Régis que era o dono da mansão e levou a mãe e a irmã pra viverem com ele. A mãe era machista e conservadora. Gostava muito também da família da Edith, em um grande personagem para Viviane Araújo. Ela era casada com Nelson (Thelmo Fernandes). Ele era o vocalista do Rebola Embola, ela tinha sido a primeira morena do grupo, mas escolheu ser dona de casa e cuidar da família e dos filhos. Ela que percebe que sua filha Vanessa (Lorena Comparato) tem uma paixão fora do normal por Diana, e com cuidado consegue ajudar a filha a ver que essa relação só faz mal a menina, que acaba se apaixonando por Bianca (Mariana Vaz). Para ajudar no faturamento, Edith fazia doces para a churrascaria e para outras pessoas. Amava os patetas Romildo (Paulo Verlings) e William (Leandro Daniel). Fiquei feliz que eles foram para o interior cuidar de um bebê. Sim, eram bandidos, mas nunca gostei tanto das trapalhadas desses dois. Eles bem que tentaram arrumar trabalho, serem honestos, mas não conseguiam. E a tia do William? Outros grandes momentos!! E gostei que não transformaram Mariza (Júlia Rabello) em uma mãe zelosa quebrando o clichê do instinto materno. Ela não estava nem aí para o filho, só engravidou para tirar dinheiro do Haroldo, já tinha tentado isso de outros. E foi embora do país largando o filho sem sofrimento. Os shows eram demais. Em entrevistas, o elenco contava que tinha todo um trabalho de preparação vocal, ensaios. Adorava a dupla Miro (Guilherme Logullo) e Nina (Fabi Bang). Atores conhecidos de musicais. A história deles também era muito boa. Eles começaram a cantar quando crianças e durante a trama descobrimos que eles não eram irmãos, mas namorados. E que mentiam para o público há anos. Bonito que o público os perdoa depois de um tempo e eles voltam a ativa. Ótimas as apresentações de Laila (Laila Garin), adoro essa atriz. Pena que a personagem não valia nada. Adorava a Yasmin (Marina Moschen). Irmã de Léo Régis, tinha sido muito pobre e estava deslumbrada com o que o dinheiro poderia comprar. Lindo o romance dela com o Zac. Várias personagens eu adorava: Luana (Joana Borges), Zuleica (Cristina Müllins), Stefany (Giovana Cordeiro) e Astrid (Júlia Marini). Bacana também o personagem do Paçoca (Max Lima). Ele começa ajudando a banda e depois é contratado como técnico na Som Discos. Gostei que mostraram que nem todos se tornam artistas, mas nem por isso as profissões são desinteressantes. Não gostei no final que Lázaro mandou entregar convites gratuitos para lotar o show e colocar a culpa no Gui. Mesmo que ficou provado depois, dificilmente um artista se livra dessa mancha. Muitos vão achar que o Gui comprou alguém pra levar a culpa. E ainda teve uma morte. Foi pesado demais. Mas gostei de inovarem no casamento final. Gui e Júlia já tinham casado, inclusive todos os casamentos da novela foram lindos e caprichados. Até mesmo o não casamento da Diana. O casamento final foi do Gordo com a Eva (Alexandra Richter). Eva era uma psicóloga talentosa. Adorava os clipes, a trilha, a música de abertura com a Pitty. Foi lindo demais o final primeiro com Vladimir Brichta e Milton Nascimento cantando. Depois os que interpretaram músicos na novela e por último todo o elenco. Foi lindo demais! Inesquecível! Sou fã do Milton Nascimento, mas quem não é?
Apocalipse
3.0 17Assisti a novela Apocalipse (2018) da TV Record. Eu tenho o hábito de ver novelas que estão começando. Algumas vezes só vejo um capítulo, outras uma semana. Gosto de saber quem são os atores, qual a concepção. Não gosto das novelas religiosas em geral, mas estava curiosa sobre Apocalipse. Esse cartaz, que foi o de divulgação da novela, é da fase final quando Sérgio Marone interpreta o Anticristo e seus opositores são interpretados por Juliana Knust e Igor Rickli. Logo no primeiro capítulo eu não queria perder mais nada. Não deixei de ver um único capítulo. Claro, isso só foi possível porque conseguia gravar quando ia perder algo. Infelizmente a novela não foi bem de ibope e eu tenho uma teoria. Eu acho que Apocalipse tinha textos muito complexos, elenco extenso para o público habituado a novelas bíblicas. Eu sempre dou uma olhada nas novelas bíblicas que passam e os textos são bem simples, com vocabulário fácil, muito explicadinha, maniqueístas, o que não aconteceu com Apocalipse que tinham textos densos, ótimo vocabulário e não claros em relação aos comportamentos, todos tinham vários lados. Os personagens eram complexos, cheios de camadas. Só mesmo o Anticristo era mal, o resto tinham atitudes conflitantes. Debora sofreu demais na primeira fase . Sonhava com uma vida diferente da sua religião, era de uma família de judeus ortodoxos, mas o diferente era estudar, viver no Ocidente, ser livre. E como Manuela do Monte estava maravilhosa. E que lindo o ator que fizeram pra contracenar com ela, Felipe Cunha. Na segunda fase Debora era claramente má, amargurada uma grande personagem para a excelente Bia Seidl. Adriano então foi uma surpresa, mulherengo, irresponsável, passa a ajudar os bons mesmo pondo em risco a sua vida. Ótimo personagem também para Eduardo Lago. O público ficou procurando Adriano no céu no final e reclamaram que não acharam, muito justo. Na primeira fase eu comecei a ter dificuldade de entender a trama, muitos personagens. E uma pessoa no twitter me informou que porque a novela ia mal do ibope e que por isso começaram a correr e a picotar a trama, uma pena. Por isso estava tão confusa. Eu tinha que vir ao computador para ver que personagem era e que ator seria ele na fase seguinte. Gostava muito das tramas de tecnologia, muito bem feitas. As explicações tenológicas também eram ótimas. E adorei a androide interpretada por Giselle Batista, só perto do final é que descobri que ela interpretou as duas androides, achei que uma tinha sido a irmã gêmea dela. Gostei que na trama tinham também judeus ortodoxos, mas depois soube que tinham na bíblia também. Mas independente disso os textos eram muito bons, colocaram as tradições. Me aborreci quando na abdução muitos bons ficaram só porque não eram cristãos, como se deus diferenciasse as pessoas pelo livro sagrado que leriam e não por seus atos. Judeus bons não seriam abduzidos porque eram judeus, inclusive uma pesquisadora que estava quase descobrindo a cura do câncer não foi abduzida interpretada por Mônica Torres. Muitas mulheres da trama eram fortes e bem sucedidas. Nessa equipe de pesquisa ainda estavam duas outras cientistas interpretadas por Carla Marins e Thaís Pacholek. Lizandra Souto interpretou uma grande médica diretora do hospital. Uma das minhas personagens preferidas era Bárbara, interpretada por Li Borges. Ela era uma âncora de televisão, tinham várias cenas no telejornal, muito bem feitas também. E por ter focado na carreira adiou a maternidade e tentava de modo independente ter um filho. Seu pai era um grande arqueólogo que vai trabalhar em Jerusalém, ele foi interpretado por Edson Montenegro. A própria Zoe era uma mulher forte, uma importante repórter da TV e depois lutou para proteger seu filho. Outra atriz que adoro e estava no elenco é Samara Felippo, uma policial destemida que tem um romance com um colega de trabalho casado interpretado pelo ótimo Fernando Pavão. Gosto muito dos atores que estavam nesse núcleo: Roberto Birindelli, Augusto Zachi e Igor Cosso. O serial killer foi interpretado por Jaime Periard. Dois personagens eram cientistas da Nasa interpretados pelos ótimos Emilio Orcciolo Neto e Marcello Valle. Como tiveram fases, e com a abdução muitos personagens sumiram, o elenco era enorme e famoso: Nina de Pádua, Jussara Freire, Selma Egrei, Flávio Galvão, Castrinho, Sidney Sampaio, Leona Cavalli, Beth Zalcman, Henri Pagnocelli, Claudio Gabriel, Jonatas Faro, Lu Grimaldi, Raphael Sander, Murilo Grossi, Luiza Tomé, Marcos Winter, Adriana Prado, ZéCarlos Machado, Pérola Faria, Paloma Bernardi, Sandro Rocha, Thaissa Carvalho, Jandir Ferrari, Junno Andrade, Flávia Monteiro, Juliana Silveira, Lucinha Lins, Marcelo Argenta, Bruno Daltro, Adriana Londoño, Rafael Sardão, Norival Rizzo, Joana Fomm, Carolina Oliveira, Miguel Roncato, Adriano Garib, Renato Livera, Maitê Pirajibe, Cacau Melo, Brendha Haddad e Juliana Xavier. Gostei demais de alguns atores que não conhecia: Thuany Parente, Andrey Lopes, Fran Elmor e o angolano gato Fredy Costa. Já estou em crise de abstinência dessa novela e de seus personagens. Fiquei inconformada que não mudaram o final e não fizeram uma continuação.
Juntos a Magia Acontece
4.2 5Assisti ao especial de Natal Juntos a Magia Acontece (2019) de Cleissa Regina Martins na TV Globo. A direção é de Maria de Médicis. É reprise do ano passado, da outra vez não vi, mas ouvi os elogios. E como é lindo. É promocional da Coca-Cola, mas tão, tão lindo. É Natal, a personagem da Zezé Motta está arrumando a árvore e morre. É sutil e delicado! O personagem do Milton Gonçalves fica viúvo e vai morar com a família da filha interpretada pela Camila Pitanga. O marido dela está desempregado, outro ator que adoro Luciano Quirino. O casal tem uma filha, que atriz linda e talentosa, Gabriely Motta. Chega então para o Natal o filho que está afastado, Fabrício Boliveira. Todos têm pequenas desavenças. Até mesmo a menina está com desentendimentos com os amigos porque ela ainda acredita em Papai Noel. O avô quer arrumar trabalho de Papai Noel pra ajudar a família, mas não consegue porque é negro. É uma história tão linda, tão cheia de significados e bem realista. A menina consegue cartinhas pro Papai Noel mas aparecem muito mais do que a família daria conta. Uma loja ajuda bastante, os vizinhos ajudam como podem mais um tantinho, é muito lindo. E sim, juntos somos mais fortes. Em tempos tão difíceis, é bom entender que todos nós precisamos uns dos outros, que cada um pode dar o que pode. Também é bonito porque fala da compreensão pelo outro, pelas dificuldades do outro, entender que cada um tem um caminho, e que ficar brigando pelas escolhas dos outros só nos magoa e nos enfraquece. Uma aula de tolerância, amor e empatia. Vários atores fazem participações: Tony Tornado, Alice Wegmann, Francisco Cuoco, Zezé Polessa e Aracy Balabanian.
Saramandaia
3.6 40Assisti Saramandaia (2013) de Dias Gomes na TV Globo. Foi uma brilhante adaptação de Ricardo Linhares da antiga Saramandaia. Direção geral de Fabrício Mamberti e Denise Saraceni. Eu amo realismo fantástico, e Saramandaia foi incrível. Belíssimo cenário, cores, figurinos, elenco, interpretações, ideias. E foi difícil ficar acordada para ver, ainda mais em dias de jogos. Eu tinha que ficar vendo outras programações e zapeando para ver quando começava. Um dia inclusive teve prorrogações no jogo e Saramandaia não apareceu. Mas era tão incrível, que valeu todos os sacrifícios. Saramandaia falou de preconceitos, liberdade e respeito. Com linguagem própria, a maioria tinha "diferencices", como João Gibão que tinha a "corcundice", mas que na verdade eram asas. Sua noiva Marcina, tinha calores, ficava vermelha e soltava fumaça quando se apaixonava. Era virgem porque não tinha conseguido namorar ninguém porque os queimava. João Gibão foi interpretado brilhantemente por Sérgio Guizé. Marcina por Chandelly Braz. Linda a personagem da mãe do João Gibão interpretada pela Renata Sorrah. A tolerância dessa mãe, a forma de ajudar o filho a superar as suas "diferencices" foi contagiante. Que lindo o amor do Seu Encolheu e Dona Redonda. Vera Holtz e Matheus Nachtergaele arrasaram, o cachorrinho Pingo deles também. Foi muito triste a festa de 25 anos de casamento, onde ninguém apareceu, nem os melhores amigos. A filha foi interpretada por Thaís Melchior que contracenava com André Bankoff. A trama da Dona Redonda foi ampliada e surgiu então a irmã gêmea da Dona Redonda. As roupas modernas, de menina, eram ótimas. Eu amei todos os figurinos de Gogoia Sampaio. Os cenários eram de May Martins, Fernando Schmidt e Claydiney Barino.Os efeitos especiais também eram muitos. E iluminação de William Gavião e Alexandre Reigada era belíssima.Obra de arte! Gabriel Braga Nunes estava ótimo como Aristóbolo e Débora Bloch como a Risoleta. A cidade toda sabia que ele era Lobisomem, mas ele era discreto, no dia que saiu do armário, todos passaram a evitá-lo. Os diálogos eram ótimos. O padre, interpretado brilhantemente por Maurício Tizumba, foi excomungado por ter casado um Lobisomem. Dona Paradeira, uma parteira preconceituosa, foi interpretada pela ótima Ana Beatriz Nogueira. Seu marido que punha o coração pela boca por Marcos Palmeira. Todos os casais eram apaixonantes, até mesmo os dos vilões. Lindinho o romance de Stela e Tiago. Adoro a Laura Neiva, tenho aprendido a gostar da interpretação de Pedro Tergolina. Muito bem escrito o conflito da personagem Laura Rosado. Ela tinha uma paixão fulminante pelo malvado Carlito Prata, mas se esforçava pra retomar o relacionamento com o Dr. Rochinha. Ela foi interpretada muito bem por Lívia de Bueno. O Carlito pelo Marcos Pasquim. E o doutor pelo André Frateschi. Eu adorei esse personagem, ele era fascinado pelas "mudancices" de Saramandaia. Achava lindas as asas do João Gibão, e emoção do ator quando as viu foi linda. Ele era fascinado pelas raízes do personagem do Tarcísio Meira. Como eu me emocionava com o casal Dona Pupu e Belisário. Que amor lindo! Ele só uma cabeça e ela sempre moderna, estimulando o amor do filho com a Risoleta. Os dois foram interpretados por Luiz Henrique Nogueira e Aracy Balabanian. Muito bonitinha a trama da Dora interpretada pela carismática Carolina Bezerra e sua amiga Camila Lucciola. Os casais principais foram interpretados por Lília Cabral e José Mayer e Leandra Leal e Fernando Belo. Adoro a atriz Ilva Niño que fez a braço direito da Vitória. Adorava a turma da barbearia: Zéu Britto, André Abujamra e sua esposa Georgiana Góes. Estava muito bem Val Perre que interpretou o capanga do Zico Rosado. Gostava também do delegado que fez voto de castidade interpretado muito bem por Theodoro Cochrane. Adorei rever a bela Angela Figueiredo. E a braço direito da personagem dela foi interpretada por outra bela atriz, Dja Martins. E sim, Fernanda Montenegro arrasou como a Dona Candinha e suas galinhas imaginárias. Eram lindas as cenas dela com Laura Neiva e Tarcísio Meira. A sintonia das duas nas cenas era linda! Já estou com saudades de Saramandaia.
Órfãos da Terra
3.5 8Assisti Órfãos da Terra (2018-2019) de Thelma Guedes e Duca Rachid na TV Globo. Eu adoro essas autoras. Fiquei bem chateada quando tiraram essa novela que iria estrear às 21h. Era, desde que começou, a melhor novela no ar. A novela começou muito forte e com um tema muito espinhoso, a imigração. Povos que precisam sair do seu país pela violência, pela guerra, pela destruição. A casa da família de Laila é bombardeada na Síria. Eles andaram quilômetros atrás de algum campo de refugiados. Nessa longa e dolorosa caminhada, carregavam no colo o filho doente. Cenas de cinema e de cortar o coração. Impressionantes Julia Dalavia, Ana Cecília Costa e Marco Ricca. Um sheik se encanta com Laila, promete pagar o tratamento do irmão dela. Todo esse núcleo com interpretações impactantes: Herson Capri (Sheik Aziz), Letícia Sabatella (Soraia), Alice Wegmann, Bruno Cabrerizo (Hussein) e Renato Góes (Jamil). Laila foge com a família para o Brasil. Assustadoras as cenas no bote inflável que atravessaria o oceano. O núcleo da Síria passa a ser desativado. Com a morte de Aziz, começou a vingança de sua filha Dalila. Muitos críticos e público disseram que a novela ficou cansativa com essa "brincadeira" de gato e rato da Dalila, não sei, essas autoras trabalham como nunca as tramas paralelas. Novelas mais recentes e menos conservadoras são mais amplas de conteúdo. Talvez a pressão do script fizeram elas alongarem essa trama, mas as outras eram tão fascinantes, que novela, quantos temas profundos foram abordados. Primeiro sobre a força das mulheres. Soraia já era uma mulher com uma história trágica, forte e determinada, que foge com o seu amado que era o seu amante e é morta pelo Sheik. A própria Dalila, que mulher forte, e estudada, tinha feito faculdade na Inglaterra. E as vinganças permitiram falar de muitos temas como o tráfico de pessoas e a incapacidade de Dalila de se permitir de ser feliz. Mesmo amando Paul (Carmo Dalla Vecchia), ela não desistia da vingança e ainda o mata. O centro de refugiados em São Paulo abriga a família da Laila. Nesse espaço então foi possível falar de inclusão, culturas diferentes, povos que fogem da guerra, fome. Além dos personagens volte e meia tinham depoimentos de refugiados que vieram ao Brasil. Tiveram atores falando do Congo, da Venezuela. Do Congo estava a família da Marie (Eli Ferreira). Seu namorado no começo da novela era interpretado pelo congolês Blaise Musipere. Seu personagem não administra a chegada do filho da namorada, Martin (Max Lima). Ele se separa e se apaixona pela cantora Teresa (Leona Cavalli). Ela segue carreira internacional e a novela debate várias questões, realmente ia ser difícil conseguir que espaços europeus fechassem show com um imigrante. Desiludido ele tenta fugir do Brasil, não consegue, o dinheiro acaba e vai viver nas ruas. O cuidado com que trataram do tema, o acolhimento de todos com a dificuldade do rapaz com a bebida e questões sociais. Lindo o amor de Davi (Vitor Thiré) e Cibele (Guilhermina Libanio), fiquei muito triste que ele morreu, mas permitiu abordar tantos temas. Primeiro o ódio que o avô (Osmar Prado) incutiu no rapaz fazendo ele se alistar no exército judeu para defender o seu povo. Falou muito da projeção de pais, nesse caso do avô, no filho, para que ele realize os seus sonhos. Davi acaba se apaixonando exatamente por uma pacifista, a descendente de árabe, Cibele. Foi delicada a explicação da morte, para não projetar mais ódio por um tema tão espinhoso, ele teria morrido em treinamento, assim nenhum lado foi culpado. Mas mostrou a inutilidade da guerra. Achei que Davi ficou fantasminha por tempo demais e forçado o novo romance da Cibele. Davi estava em um núcleo apaixonante. Duas famílias vizinhas, uma árabe e outra judia, tiveram que lidar com suas diferenças. Sara (Verônica Debom) e Ali (Mohamed Harfouc) se apaixonam. Seus avôs em pé de guerra. O grupo alternava em cômico e dramático: Mamede (Flávio Migliaccio), Eva (Betty Gofman) e Mona (Lola Fanucchi). Se uniu a esse núcleo depois Abner (Marcelo Médici), Latifa (Luana Martau) e Ester (Nicetti Bruno). Abner era muito mau caráter, mas ficou engraçado quando se apaixonou pela Latifa. Achei engraçado no twitter uma participante dizer que era muito surreal que, em plena crise de desemprego, o Abner conseguisse tanto trabalho. Achei essa repetição de perder emprego demasiada. Gosto muito como as autoras trabalham com atores que não são conhecidos da televisão. Elas apostam mesmo em seus personagens. Foi assim com o grande Faruq (Edu Mossri). Médico, ele não podia exercer a profissão no Brasil, conservador, de cultura antiquada, tinha muita dificuldade de aceitar o acolhimento da namorada (Paula Burlamaqui). Ela era médica também. As mulheres eram fortes e determinadas. Ótimos diálogos. Lembro de um com a psicóloga (Carol Castro), que também namorou um sírio, da dificuldade delas de lidar com o machismo deles. Muito bem feitas as amizades masculinas, mesmo as machistas como de Norberto (Guilherme Fontes) e Gabriel (Anderson Mello). Os conselhos pessoais do advogado para o empresário eram absurdas e conservadoras, mas muito realistas. Eram muitas amizades de confidência entre personagens como Elias e Caetano (Glicério Rosário), Zoran (Angelo Coimbra) e Rogério (Luciano Salles). Fiquei triste que Missade não assumiu o amor com o Zoran e seguiu com o marido para a Síria, mas foi coerente. De criação conservadora, mesmo eles sendo cristãos, seria muito difícil para ela ter outro relacionamento. Eram muitas histórias maravilhosas, tramas com grandes atores: Eliane Giardini, Paulo Betti, Rodrigo Simas, Filipe Bragança, Danton Mello, Emmanuelle Araújo, Simone Gutierrez, Gabriela Munhoz e Yasmin Garcez. Eu e minhas amigas não ligamos quando Kaysar Dadour foi cotado para o elenco. Não era um participante que gostávamos. Mas ficamos impressionadas com o desempenho dele. Chegamos a esquecer que ele era o Kaysar e só lembrávamos do personagem, o Fauze. No começo ele interpretava o capanga do Aziz, quase não abria a boca, a internet delirava a cada frase que ele dizia. Quando o personagem veio para o Brasil integrou o núcleo cômico com a Santinha (Cristiane Amorim) e passamos a torcer pelo casal. Foi uma grata surpresa o romance da Valéria (Bia Arantes) com a Camila (Anaju Dorigon). Duas trambiqueiras que queriam se dar bem, a amizade delas floresceu. Aos poucos elas foram se regenerando enquanto curtiam a vida e se apaixonavam. A direção da emissora vetou o beijo em uma data que não poderia ser pior, quando o prefeito do Rio de Janeiro enviou agentes de censura a Bienal do Livro para vetar um livro de quadrinhos juvenil que tinha um beijo entre pessoas do mesmo sexo. O público esperneou o que pode nas redes sociais e a emissora resolveu permitir vários beijos entre pessoas do mesmo sexo em várias novelas na semana que terminou a novela. Viva o amor!
Além do Tempo
4.2 114Assisti a segunda fase da novela Além do Tempo de Elizabeth Jhin na TV Globo. Direção geral de Pedro Vasconcelos. Essa novela foi tão marcante que a primeira fase eu comentei aqui. Na segunda fase os mesmos personagens apareciam nos dias de hoje, em outra funções com a vertente espiritualista de que alguns voltavam para resolver e evoluir. Não sou religiosa e nem sempre creio nessa visão espiritualista, mas a novela não carregou nessa filosofia. Aos poucos os discursos espiritualistas foram se diluindo, desaparecendo, e a novela abordou como foco a filosofia do amor, do perdão, de amar não só os que estão em sintonia conosco, mas de conseguirmos perdoar e nos perdoar, e amar e respeitar até aqueles que são diferentes de nós. Essa lição de tolerância e afeto foi muito emocionante, em um mundo tão cheio de ódios, desigualdades e intolerâncias. Esse diálogo da imagem foi no capítulo final.
E os personagens voltavam em novas funções e novos figurinos. E que figurinos. Amava todos, mas em especial os da Melissa com coletes de teares manuais, incrível utilizarem artesanato brasileiro para a confecção de roupas e objetos. Havia uma confecção na novela, da família da Zilda, interpretada pela Nívea Maria que nessa versão vinha repleta de filhos, com uma família feliz. Ela era mãe do Felipe, Afonso e Severa, que igualmente vem com uns figurinos lindos. Paola Oliveira arrasou de novo com a sua personagem. Júlia Lemmertz continua sua mãe, mais solar nessa versão. Ainda um pouco interesseira, mas é ela que ajuda e não abandona a filha em momento algum. Sempre orientando, mas amando. Linda demais a relação das duas.
Outro trunfo da segunda fase foi a novela ter ainda muitos segredos e dificílimo de serem descobertos. Nós nos surpreendíamos profundamente com os segredos. Logo descobríamos a raiva da filha pela mãe. Vitória e Emília vieram como mãe e filha. A mãe não reconhece a filha porque elas passaram décadas separadas, Nós achamos que a mãe abandonou a filha e por isso a filha a odeia tanto. Mas aí descobrimos as falcatruas do ex-marido da Vitória para se vingar do abandono da ex-mulher. Além do Tempo debateu muito rancor, vingança, posse, ciúmes. Sim, a mãe abandonou a filha pequena para ir viver com outro homem. É doloroso! Mas ela volta para ver a filha um pouco depois e o ex, em seu ódio, diz que a menina morreu de pneumonia porque não suportou o abandono da mãe. Que ele movido pelo ódio tenha feito essa barbaridade, é horrível, mas se ele tivesse um tempo pequeno depois, ou mesmo no dia seguinte pedido perdão e contado a verdade. Mas não, ele alimenta o seu ódio e ainda o transfere a sua filha por décadas, é cruel e monstruoso demais. Irene Ravache arrasa como Vitória, que interpretações. O Albieri é interpretado pelo Juca de Oliveira. A Emília por Ana Beatriz Nogueira e a Lívia, novamente neta de Vitória, por Alinne Moraes.
Como a maioria das novelas das seis, as mulheres são profissionais bem sucedidas. Em Além do Tempo várias são empresárias bem sucedidas, como Emília dona da Beraldine, uma empresa de vinhos filiada no Rio de Janeiro que compra uma vinícola em Bela Rosa para expandir os negócios, como Rosa dona da L´Osteria da Rosa o mais importante restaurante de Bela Rosa. Ela inclusive é uma chefe de cozinha invejada na cidade e é interpretada por uma atriz que adoro, Carolina Kasting, sua filha é interpretada pela linda Klara Castanho. Zilda dona de uma confecção de peças em teares, vendia roupas e peças para hotéis, uma grande confecção.
E Gema, dona da agência de turismo de Bela Rosa, interpretada pela Louise Cardoso. Ela dividia sociedade com o marido que reencarnou do Faraó na vida passada, interpretado pelo ZéCarlos Machado. Ele era um faraó bom e volta muito mal nessa vida. É a Gema que é excelente profissional, ela promove passeios turísticos em Bela Rosa, sabe liderar bem em equipe. Ele é um encostão, preconceituoso e péssimo pai. O filho é interpretado pelo neto da Irene Ravache, Cadu Libonati que só aparece nessa fase. Ele é sensitivo, gostei que esse aspecto se diluiu na novela e ele vê que foi o fofo filho da Rosa na fase anterior. Raul é um internacional fotógrafo, muito premiado. Ele vai a Bela Rosa com um escritor famoso, de livros sobre vinhos. Raul é interpretado pelo Val Perré e o escritor por Felipe Cardoso, atores que adoro. Chico é o filho da empregada, a mãe morreu e a Gema promete a mãe que vai cuidar dele, e cuida dele como filho. Chico é interpretado por João Gabriel D´Aleluia.
Adorava as crianças, já não tão crianças assim. Essa foto é da confraternização final. Kadu Schons arrasou em cenas fortes e dramáticas. Felipe vem casado com a Melissa e os dois são pais do Alex. Nesse casal há um segredo também, Melissa não sabe de quem é seu filho. Alex sofre na separação com alienação parental que foi muito bem retratada na trama. Adorei que Felícia e a irmã só aparecem depois. Massimo, interpretado por Luís Melo, é um solteirão, teve um romance com Rosa mas não queria compromisso. A irmã de Massimo vai para Bali e envia as duas meninas para ele cuidar. É muito engraçado ele achar que são duas crianças e chegam duas mocinhas. Felícia agora ama moda, ao contrário de sua personagem anterior, é bem fresquinha. Flora Diegues que interpretou a Bianca precisou se afastar da trama. Com fortes dores de cabeça descobriu um coágulo no cérebro, foi submetida a uma cirurgia, passa bem, mas não voltou a trama. Ela tinha um romance engraçado com o personagem do Wagner Santisteban. Foi uma trama de muitas baixas. Alinne Moraes teve infecção urinária, passou o início da segunda fase atuando sentada. E Nívea Maria teve inflamação na garganta e foi afastada, conseguiu voltar no final.
Amava os figurinos da Carola interpretada pela Ana Flávia Cavalcanti. Ela volta manipulável na segunda fase como na primeira, mas consegue se libertar e se tornar uma pessoa melhor. Vários personagens ficaram sozinhos na segunda fase.
Uma pena que a alegre Rita não tenha tido um par romântico, adoro essa atriz interpretada pela Daniele Fontan. Ela era uma funcionária bem sucedida na empresa turística. Ela cria uma aula de dança com as crianças. Severa, interpretada por Dani Barros também ficou sozinha. Lindíssimos também os figurinos dela.
Anita, depois de ter vivido um lindo casamento na primeira fase, volta mais amargurada na segunda. Gostei de não ser tão esquemática a trama. Ela viu os pais brigarem muito, acha que amor se desgasta, resolve ter friamente um filho com um pai escolhido. Se apaixona por Afonso, mas acha melhor se afastar e ter um filho sem envolvimento afetivo com um homem que também deseja ser pai da mesma forma. Gostei muito da novela abordar de forma madura essas escolhas. Se os dois pais quisessem o mesmo. Mas o Roberto esconde que aceita ser pai sem envolvimento porque acredita poder conquistá-la depois. Adoro a Letícia Persiles. Afonso é interpretado pelo Caio Paduan e Roberto por Romulo Estrela.
Roberto veio como um bem sucedido médico, irmã de uma bem sucedida pediatra. Depois de desistir de ter o filho com Anita, ele recebe resposta que foi aceito no Médico sem Fronteiras, emocionante ver ele com a camiseta da instituição cuidando de um doente. A irmã pediatra também tinha um trabalho social, ela cuidava das crianças do orfanato. Demorei um tempo para lembrar que ela estava na primeira fase, como a primeira esposa do Felipe, adoro essa atriz, a Elisa Brites.
Adorei manterem o segredo da identidade da austera Matilde. Era uma mulher reservada. O prefeito interpretado brilhantemente pelo Carlos Vereza falava o tempo todo se sua austera mulher. Que não podia saber isso, que não podia saber aquilo. No final aparece a maravilhosa Norma Blum, que tinha sido uma freira megera na primeira fase, pelo jeito não melhorou nada. O prefeito também só piorou. Manipulador, interesseiro e pior, não aparecia assim para os outros. Tudo o que fazia era na surdina. Ele promove muitas maldades só porque queria se dar bem. Personagem abominável. Outro personagem que não se regenerou, só foi ficando pior, foi o Pedro do incrível Emílio Dantas que eu já admirava na TV Record. Os tiques nervosos que ele criou para o personagem eram impressionantes.
Fiquei triste que Rosa ficou com o Bento, queria ela com o Massimo. Mas a regeneração do Bento foi muito emocionante interpretado magistralmente pelo Luiz Carlos Vasconcelos. Ele se sentia culpado pela morte da mãe e continua um homem amargurado, rancoroso e ruim. Pelo amor da filha e por amar Rosa, ele acaba tendo ajuda e consegue descobrir que não era culpado da morte da mãe e começa a sua trajetória para ser um homem melhor.
Continuei adorando a personagem da Doroteia. Mais leve nessa fase, ela continua interesseira e mãezona. Ela se torna a principal conselheira da filha. Apesar dos absurdos que a filha faz, ela aconselha, mas nunca a abandona. Um exemplo primoroso de mãe dedicada, que breca a filha quando precisa, mas que a ama incondicionalmente. Também continuou com seus textos impagáveis.
É muito emocionante quando Melissa segura na mão de Lívia para salvá-los. Diferente da primeira fase que Pedro mata Felipe, mesmo que isso mate sua amada. O texto continua incrível quando Melissa conversa com a mãe que diz que ela vai se tratar no Rio de Janeiro. E Melissa diz "o que eu faço para não sentir o que eu sinto". Lindo já que dizem na psicologia que o primeiro passo para mudar é perceber que se precisa de ajuda e ter a percepção que há algum problema. A maturidade do texto de Além do Tempo foi sempre impressionante. Adorei nessa fase que vinham frases dessa ou da outra frase fechando os capítulos. Emocionante o texto de Irene Ravache, que já tinha sido interpretado na novela e terminando com Feliz Natal. Gostei que o texto final foi na voz de Chico Xavier e gostei muito que o texto não era espiritualista e sim sobre o amor:
«Então, é possível, que tenhamos raiva ou que tenhamos ódio, é possível, sem termos direito para isso.
Porque o ódio que sentirmos ou a cólera que alimentemos recai sempre sobre nós, no sentido da doença, de abatimento, de aflição e só pode nos causar mal, já que deixamos, há muito tempo, a faixa da animalidade para entrarmos na faixa da razão.
Somos criaturas humanas e por isso devíamos sentir a verdadeira fraternidade de uns para com os outros, sem possibilidade de nos odiarmos, porque os irmãos verdadeiros nunca se enraivecem, uns contra os outros.»
Além do Tempo
4.2 114Assisti a novela Além do Tempo - 1ª Fase de Elizabeth Jhin na TV Globo. Que obra de arte! Agora a novela segue no tempo atual. Essa autora mexe muito com o fantástico. Mescla ideias de reencarnação, com alguma vertente espírita, mas não fica com discursos. É o mote para a criação da história. Eu não costumo falar de novelas, séries e livros antes de terminar de vê-los, mas essa novela fecha um ciclo e começa praticamente uma segunda novela, uma incrível inovação que merecia um post a mais.
Um folhetim clássico, inspirado no amor impossível de Romeu e Julieta, mas com a inovação de seguir no tempo mais de 100 anos depois. Lindo o amor de Lívia e Felipe, ela interpretada pela linda Alline Moraes e ele por outro talentoso ator, Rafael Cardoso. Li entrevistas com a Alline Moraes que ela tinha muito receio de fazer uma mocinha, agora a atriz é mãe, e que tinha receio de não conseguir convencer já que a moça tinha sido criada em um convento. Mas ela foi tão incrível e ela mesma se surpreendeu com a aceitação do público. O sucesso está no maravilhoso texto. Os segredos que ela não podia revelar realmente não podiam ser revelados.
A condessa interpretada magistralmente por Irene Ravache, um de seus melhores papéis, tinha mandado matar a mãe da Lívia várias vezes. Então resolveram deixar que a condessa achasse que tinha conseguido para a mãe ficar protegida. E um segredo assim não pode ser revelado. A mãe de Lívia foi interpretada por Ana Beatriz Nogueira. Muito interessante também a relação de crueldade entre a condessa e sua fiel escudeira interpretada incrivelmente pela Nívea Maria. Uma mulher amargurada que sacrificou a sua vida para criar o filho e vivia a sombra da condessa que só a maltratava. A sensação que eu tinha é que uma não podia viver sem a outra tão fechadas em suas neuroses de algoz e vítima.
As vilãs eram incríveis, arrasaram Paola Oliveira e Júlia Lemmertz. Júlia Lemmertz, interpretava Dorotéia, como ela mesmo dizia era uma plebeia, tinha tido a sorte de fazer um bom casamento com um nobre e sua filha era meio nobre. Amava o casal dela com o Bento, o vilão mor da novela, interpretado brilhantemente por Luiz Carlos Vasconcelos. Que personagem rico. Ele que fazia todas as maldades que a condessa ordenava. Uma delícia o romance que ele tem a Dorotéia.
Val Perré ganhou um grande personagem. Estava no início de Babilônia que ainda não acabara quando ele abraçou o Raul de Além do Tempo. Como é uma novela de época não seria possível ele não falar de negritude e de escravidão. Ex-escravo, ele tinha sido abandonado pela mulher que lhe deixou o filho. Além do conde Bernardo, ele era o único que conseguia fazer as rosas ficarem maravilhosas pelos seus cuidados e sensibilidade. Ele e a Gema se apaixonam, que casal lindo. Ela sofria porque o filho não aceitava, mas também porque era mais velha que ele. Mas ele não se importava com a questão da idade, só com a desavença entre mãe e filho porque ele sabia da importância de uma família já que era um ótimo pai. Pena que esse casal não pode ficar junto. A Gema foi interpretada lindamente pela Louise Cardoso.
Adorava todas as crianças, com histórias completas e consistentes. Foram interpretadas por Mel Maia, João Gabriel D´Aleluia e Kadu Schons. Adorava as preceptoras também interpretadas por Daniela Fontan, atriz que adoro e Dani Barros.
Incrível nessa cena com os empregados, quando ainda não conhecíamos suas histórias. As histórias dos empregados eram muito completas. Letícia Persiles, atriz que amo, interpretou uma doce e sonhadora jovem que cai na sedução de um conquistador, interpretado muito bem por Rômulo Estrela. Ele é filho de Dorotéia e junto com a mãe estão sempre preparando golpes. A família de Dorotéia está falida e precisa da bondade da condessa e de bons casamentos para não cair na miséria. Outra empregada que gostava muito da personagem foi Carola, interpretada por Ana Flávia Cavalcanti, ela trabalhava como empregada na casa da condessa, mas o sonho era poder ter dinheiro para pagar os estudos e ser professora.
Muito rica a história da personagem da Carolina Kasting, atriz que adoro. São vários segredos em vários personagens de Além do Tempo o que enriquecia muito a trama. Rosa Ventana tinha tido um filho e suas escapadelas eram para vê-lo. Com o trabalho ela pagava uma mulher para cuidar dele. Severa também tinha um segredo.
Uma das poucas novelas que foi tão correta com a música erudita. Melissa tocava muito bem piano, eles se sentavam após o jantar para ouvi-la. Eram peças pequenas, mas executadas inteiras na novela. E não as óbvias Claire de Lune. E sim outras obras, uma só romântica, as outras densas. Só quando o menino Alex foi aprender a tocar que começou pelas mais fáceis e algumas eram mais conhecidas, mas nem todas. Fiquei curiosa em saber de quem eram as mãos de pianista que mostravam. E muito bem feita a edição, parecia mesmo que era a Melissa tocando. E tiveram o cuidado de escolher uma ótima pianista, mas com dedos finos e bonitos como os da Paola Oliveira.
Eu já gostava do Emílio Dantas em personagens da TV Record, fiquei muito feliz com ele na TV Globo e em um personagem tão complexo. Um egoísta, ele só queria o seu amor pra ele, mas mesmo assim a põe em risco para matar o seu rival. As cenas finais ele arrasa e é muito surpreendente. Tudo é impecável. Cenários, figurinos, caracterizações, direções de cena e de arte. Essa novela é uma obra de arte.
Tinham muitos atores e personagens que eu gostava: Felipe Camargo, Luís Melo, Carlos Vereza, Cassiano Carneiro, Michel Melamed, Othon Bastos, Norma Blum, Inês Peixoto, Caio Paduan, Marcelo Torreão, Flora Diegues, Nica Bonfim, Saulo Arcoverde e Wagner Santisteban.
O único ponto negativo foi a música da abertura. Não tinha nada a ver. E eu ainda ouvia sempre "palavras, palavras, palavras, ao Bento".