Nenhum filme chega perto de entender essa geração (e de uma maneira bem sóbria sem determinar julgamentos) como esse né?
Sem contar que acho que jamais me coloquei tanto numa posição empática em um coming of age feminino quanto aqui.
A insegurança e a desconfortabilidade da personagem frente às questões de reconhecimento de si, do seu corpo e do mundo ao redor são quase palpáveis. Impossível passar incólume. Dos melhores de 2018 e Elsie Fisher é um arraso!
Dos melhores de 2018 mesmo. Elsie Fischer é um arraso!
Fui ver no modo recalque puro por causa da vitória em cima da Varda, mas não tem como não entender e até achar justo. Eu sempre tive um fraco pela narrativa das histórias que achamos e que se revelam a partir de um outro ponto de vista. É algo que eu sempre esperei ver no campo profissional por puro fascínio mesmo.
E esse daqui dá uma aula nesse sentido. Até a montagem, quando assume a sobriedade do tema, se torna espetacular e pontua ainda mais essa relação de um filme que se torna outro. Bom pra caralho mesmo!
Achei tão ruim, mas tão ruim, que em determinado momento parei de prestar atenção e criei um próprio filme na minha cabeça onde o verdadeiro vilão era o Jeremias, morto com a Winchester 22 do Santo Cristo.
A melhor coisa que podia acontecer a esse filme é justamente o total desconhecimento do público em relação ao enredo, já que tudo que trailer e spots mostraram por aí, sequer tocam a superfície do que o filme quer contar (e conta).
E é de uma reverência absurda ao original. Em vez de criar novos caminhos, expande aqueles já consolidados, formula novas perguntas pras questões já respondidas e utiliza aquele universo de forma absurdamente consciente.
Falar de roteiro sem dar spoiler é quase impossível. O filme é muito direcionado pela sua narrativa (O que inclusive vai afastar o público médio no boca-a-boca, visto que ele é extremamente Slow Pace, não tem a menor pressa de desenvolver seus personagens e plots e se tem 10 minutos de ação em todo o filme, é muito) e eu tô impressionado que como o marketing conseguiu preservar os principais plot points e dá pra entender toda a preocupação com o embargo. Tem informação vital já com 5 minutos que acaba te direcionando pra um lugar, pra lá na frente o roteiro começar a brincar com a dualidade do que é real/o que não é, flertando levemente pra dar errado, mas acaba se aprumando e o final é mais do que satisfatório. Muitos ecos de Pinóquio e A.I.
Tecnicamente, é um assombro. Deakins e Villeneuve são daquelas parcerias que se renovam de uma forma impressionante. Um complementa o outro e o filme é um deslumbre do começo ao fim. Zimmer, que quando sai do automático é espetacular, faz uma das suas trilhas menos originais, porém isso tá longe de ser um ponto ruim. Já que é Zimmer goes full Vangelis e o resultado é maravilhoso (O Clímax do filme é um absurdo com Villeneuve e Deakins à toda enquanto o Zimmer tá lá VOOOOOOOOOOOM)
Gosling maravilhoso e lindo como sempre. Ford é quase um Cameo (apesar de terem vendido ele como co-protagonista) e o elenco em si é bem acertado.
Únicos problemas são: Leto. E tenho a impressão de que menos por ele, mais pelo Villeneuve e pelo Fancher nesse caso. Se o Niander ao fim é um grande ?, quase uma muleta da narrativa, a sua atuação é claramente uma escolha de direção. Cada frase de 10 palavras na boca do Leto leva 2 minutos para ser dita como se fosse pra criar uma força de discurso que nunca leva a lugar algum. Se era pra ser ameaçador, não é. Se era pra ser sábio, não é. É quase uma caricatura e se o Villeneuve não percebeu isso e fez essa escolha consciente, eu não tenho nada a dizer.
A Ana de Armas é triste de ruim também e tem MUUUUITO tempo de tela, além de protagonizar uma cena pra lá de constrangedora que poderia e deveria ter sido limada do filme.
O roteiro peca um pouco pela solução fácil que arranja no último terço e nunca se aprofunda nas questões que levanta (e que são ecos das questões do primeiro), além de deixar muita coisa de lado. Mas dentro do seu desenvolvimento existe muito daquela dualidade Criação/Criatura, Deuses/Humanos, que acaba criando uma mística tão potente de "o inexplicável perante nós" (que Leftovers tanto aproveitou), que acaba suprimindo a subjetividade em si.
Eu nao sei como todo mundo saiu puto da sala por nao ter entendido quando é tao ridicularmente obvio.
Trash total. Nao sei se encaro como proposta Campy e gosto ou se acho a pior porcaria do ano. Tem potencial pra encaixar nas duas definições.
Fora isso, você virem falar de filme complicado ou cabeção ou ainda que não entendeu nada quando o Aronofsky parece que tomou aulas com o Nolan e me exagera na exposição nos 10 minutos finais do filme entregando tudo que podia funcionar pretensamente como subtexto ABSURDAMENTE MASTIGADO é difícil né.
Só faltou aparecer uma luz divina e um coral de HALLELUJAH por trás do Bardem quando ele fala "I Am Who I Am'
Como eu queria imprimir todos os frames desse filme e colocar na parede. Esteticamente é a coisa mais bela que vi em um bom tempo. É um puta retrato brutal da relação colonizador-colonizado.
Principalmente ao você ver o quanto a figura dos 4 brancos do filme remetem sempre ao lobo em pele de cordeiro: O expedicionário do tempo passado, ''amigo'' da selva e dos índios, mas em uma cruzada egoica apenas pela sua vida (e a cena da bússola deixa isso bem claro). O Jesuíta, moralista e acolhedor, que reage com a chibata em prol dos seus dogmas. O Falso messias (que sequência aterradora meu deus) e o expedicionário do tempo presente. È sempre a mesma tônica: A mentira, a dissimulação, o controle e o egoísmo que no fim, acabam engolidos pela força da selva e pela completa inabilidade de se lidar com tal força em estado bruto.
Primeiros minutos Tudo muito lindo e a destruição vista em Man Of Steel pela ótica do Wayne realmente é DO CARALHO.
18 Meses depois: Deve ser o sonho molhado de todo diretor recriar a cena da morte dos pais do Bruce ? Eu sinceramente não aguento mais.
Bruce cai no poço e os Morcegos fazem ele ascender ¯\_(ツ)_/¯
Cena na África: Lex pensa "preciso forjar um assassinato, acho que pessoas baleadas na africa pode ser convicente, afinal o super homem sempre carrega uma metralhadora na mao" e TODO MUNDO CAI NESSA
Lex: Aí, cê é do exército né ? Cara random do exército: Sou Lex: Quero acesso aos destroços da nave Cara random do exército:Ok Lex: Quero o corpo do Zod tb Cara random do exército: Claro Lex: Ótimo. Tome uma bala de cereja
Diana aparece, desfila pra lá, pra cá, não participa de porra nenhuma, cuida só dos seus bagulhos que não interessam a ninguém, nem ao espectador. Altamente descartável no primeiro ato. (E se vierem justificar com A FOTO, eu vou xingar todo). Quando aparece no 3º toda paramentada, o apelo do Ícone se sobressai e todo mundo fica OHHHHHHHHHH (inclusive eu)
Batman sonha que está em Mad Max. Superman vira um genocida e tem uns insetões voando pra lá e pra cá.
A explosão do congresso teria tudo pra ser uma ótima cena, se a horrorosa montagem não comprometesse tudo.
Avança bastante: Lex corta as digitais (lol) de um Alien e consegue acesso a nave, que aparenta ser uma AI, mas tá pouco se fudendo se o Lex tá por lá afim de zoar.
Lex sequestra Martha e Lois porque tava afim, já que não há o menor indicativo no filme de que ele havia descoberto a identidade do Superman.
Meu momento favorito: "Quero matar o superman porque papai me batia :'( "
Descobrimos que por conta de um plano sem pé nem cabeça, o melhor detetive do mundo (AKA Batman) estava sendo manipulado pelo Lex por 2 anos.
Plano esse que mostra que Lex é bem inteligente e bem burro ao mesmo tempo: "preciso que o batman mate o super homem pra mim, entao vou esconder a kryptonita dele"
Meu momento favorito 2 : Batman e Super saem no pau. A porrada come solta. Batman vence e grita: "EU VOU TE MATAR, aliás nem vou porque sua mãe tem o mesmo nome da minha mãe <3. vamos ser amigos kkkkkkkkkk" (Claro que faz o sentido de Salvar a Martha do outro, já que não pode salvar a sua. Mas é tão jogado na cara e sem a menor emoção no filme, que só fica ridiculo mesmo)
Meu momento favorito 3: Sou Russo, sou miserável. Sou matador mesmo. Mas vou esperar o Batman acabar com todo mundo no andar de baixo pra matar essa mulher.
Corta pra Nave, Lex pensa "aproveitando que meu plano vai dar certo e o batman vai matar o super homem, é uma otima ideia liberar um monstro mto mais forte que o super homem na cidade"
Corta pro avião. Diana indo embora. Ela vê tv, ela pensa "eu devia voltar, mas esse roteiro não me fez criar laços com ninguém, sequer me deu um direcionamento moral, a escolha lógica seria me picar e deixar todo mundo se fuder kkkkk". Mas como ela não tá fazendo nada, ela volta.
Libera o monstro. Bater no monstro não dá certo, O monstro come energia. Vamo jogar mais energia no monstro então.
Suppa morre. O bicho morre.
Governo Americano: "eu sei que a gente tratou o cara mal o filme todo, mas o cara era um SOLDADO AMERICANO. USA USA USA USA USA"
- Roteirista 1: "Caralho, será que eles já perceberam a essa altura que o Lex Luthor não tem nada a ver com o Lex Luthor ?
- Roteirista 2: "E se a gente raspar a cabeça dele ?"
- Roteirista 1: "Genial!!!"
Rola umas 4 cenas finais, o coração bate e até 2017.
Enfim, eu realmente ainda preciso entender como um roteiro desses passou por sessões de tratamento e ainda me saiu tão desconexo, inchado, cheio de subtramas inuteis e sem foco algum. Beleza que era preciso fazer um filme de preparação de terreno pra Liga e assim responder o Universo Marvel, mas tudo é muito apressado e a opção de criar a trama apenas para chegar neste fim, usando várias resoluções imbecis como vimos acima, é de emputecer qualquer um.
Direção pálida (Se Snyder contém seus maneirismos insuportáveis, também não faz qualquer coisa digna de nota) e uma montagem que evidencia ainda mais a bagunça a que serve.
Vou me abster de comentar qualquer coisa sobre o Eisenberg 'uma nota' e seu Lex. Passa além da minha compreensão esse Cast.
Cavill é um superman ok, mas não tem carisma. 10 de apresentação, 0 de conteúdo. Sdds Christopher Reeve
O que eu gostei ? o Batman do Affleck. Dá pra sentir o arco do personagem, como a cruzada dos anos na luta endureceu ele e como agora ele tá pouco se fodendo pros meios desde que chegue ao fim. É extremamente funcional e de longe, a melhor coisa do filme.
P.S : Já cansei dessa história de que pro filme ser sombrio, precisa encher de filtro dark do Instagram e foder com a fotografia e com o espectador (ver o que está em tela em alguns momentos, é impossível).
P.S. 2 : Até agora tento achar um propósito pra todos os subplots desnecessários da Lois.
Eu não sei porque de repente o Inarritu virou a grande referência como diretor em Hollywood, mas nunca que esse blockbuster vazio transvestido de arte é mais do que apenas isso. Total Style Over Substance, com uma das direções mais aborrecidas que já vi, aonde o Inarritu grita o tempo todo “Olhem como eu sou foda /esse plano sequencia é genial / venerem minha obra” ao querer definir forçadamente o foco e o curso da ação o tempo todo.
Mas nada é tão problemático e reforça tanto as falhas disso aqui, quanto o fiapo de roteiro que o compõe. Me inventam um escopo dramático para o personagem do Di Caprio extremamente mal desenvolvido e que serve apenas para servir como mote para a Vingança que por sua vez serve de mote a própria existência do filme. O filme claramente não delinea seus personagens e tenta investir em uma aura de contemplação e beleza plástica emulando a descoberta dessa nova américa, quando Malick já havia feito em “O Novo Mundo” e que eu sinceramente não entendo como referência e sim como chupinhação mesmo. Mas Inarritu não é Malick. Enquanto Malick é Sutil, Inarritu é grosseiro e concede uma trajetória nada crível para seu personagem. O artíficio do Flashback destroi completamente o ritmo narrativo sempre que é sobreposto, em um trabalho equivocado da edição, ao universo real do filme. Os dialógos são terríveis e lá no finalzinho, quando eu já estava completamente estafado e desconectado, me inventam um Deus Ex Machina na cena do encontro com os índios no Riacho que queria poder ignorar, mas não dá.
É um filme grandioso e de incríveis aspectos técnicos. Mas pra mim, cinema não é isso. Cinema é narrativa. E se Inarritu soubesse compensar a falta de roteiro com uma narrativa visual bacana, já me ganharia mais, mas como falei acima, ele sabota o que cria o tempo todo.
Tenho alguns problemas com as atuações também. Tom Hardy pra mim tá no completo piloto autômatico, renovando seus maneirismos e resumindo tudo em uma atuação pra lá de preguiçosa para um personagem terrivelmente construído.
Já Di Caprio, é de uma entrega incrível e de um trabalho físico como poucas vezes vi recentemente. Mas é algo muito OVER. De dentro pra fora. Há a necessidade do grito, da explosão, da externalização bruta. Claro que serve perfeitamente ao propósito do filme, mas não é o tipo de atuação que me agrade no contexto maior. Vai se beneficiar de um ano relativamente fraco e vai levar o Oscar pra casa. Mas é inquestionável ? De jeito nenhum.
Mas existe algo (especificamente alguém) para quem eu credito todas as láureas possíveis quando for falar sobre esse filme: Emmanuel Lubezki. O que El Chivo faz aqui é extraordinário. E quando penso que tudo foi feito com luz natural, só me assombra ainda mais. É uma fotografia fenomenal, de um tema estético absurdamente deslumbrante e que se sobressai mesmo quando o egolátra do Diretor, a minimiza em priori do seu serviço.
Enfim, plasticamente belo, narrativamente inexistente e exaustivamente maçante. Saí do Cinema direto pra ver Deadpool pra me desintoxicar desse pretenso cinema autoral que é a nova tônica do mercado. Se Inarritu é realmente o modelo desse cinema, eu tenho medo do que vem por aí.
Eu estava com expectativas extremamente altas. Afinal, Skyfall é o melhor BOND de todos para mim.
Porém SPECTRE é muito aquém. Se aproxima muito em estrutura da bagunça que é Quantum of Solace.
Roteiro formulaico, primeiro ato de completo deslocamento de ação (Viaja pra Londres, cena de ação, Roma, Cena de Ação, Tanger, Cena de Ação) e desenvolvimento quase nulo. Bond nunca foi tão unidimensional nesses novos filmes.
A coisa começa a ficar levemente interessante no momento em que o Vilão entra em cena pra cair vertiginosamente no Clímax mais frouxo desse ''reboot'' da Franquia.
Direção do Mendes no piloto automático, Fotografia eficiente do Hoytema mas o filme é bastante mediano
Então, chega a ser assustador observar a completa maturidade e segurança que o Chazelle tem em contar uma história de amor usando uma outra história de amor como pano de fundo. La La Land não é sobre o encontro de um casal, ou até é, mas a força reside quando ele se entrega a declaração de amor mais bela e nostálgica a uma era de Hollywood e uma era da música que se perdeu.
É um musical que reverencia musicais. Seja em seus números, seja em suas referências visuais, seja em seus personagens (e em alguns momentos, os dialogos sobre o futuro destes é um reflexo perfeito da relação entre a indústria e o gênero hoje em dia). E é um completo show do roteiro, que esmiuça isso de forma absurda, ao mesmo tempo em que transforma a história do casal em uma parábola dessa "morte anunciada".
Os números musicas são encantadores, extremamente nostágicos, Chazelle faz transições e cortes que rementem aos grandes musicais dos 50/60 e a direção é um assombro. A sequência inicial mesmo, é de deixar louco.
Completamente encantado que um filme desses, ressurja, se aproprie dessa aura de forma significativa e a recoloque no cenário atual de forma tão pungente. FILMAÇO !
Vi Blow-Up pela primeira vez entre 10 ou 15 anos atrás. E duas coisas me fascinaram. A ruptura com a forma narrativa que era praticada no cinema em geral até então e o rigor do Antonioni com seus elementos cênicos (os enquadramentos que ele cria a partir dos cenários são absurdos).
Aproveitando a reexibição de cópia restaurada em um cinema daqui da cidade, fiquei entusiasmado de ver e fui com uma "amiga". Mas dessa vez, desde os primeiros minutos de projeção, me senti absurdamente incomodado com a construção do protagonista mais insuportável que me lembro de ter visto no cinema nos últimos tempos. O pobre e rico homem branco e sua busca por momentos fugazes que preencham seu vazio existencial em correlação com toda a construção extremamente problemática dos arquétipos femininos do filme. Sinceramente, Foda-se Blow Up :D
Sempre posso rever A Aventura ou A Noite
P.S.: A "amiga" odiou e acabei dando uma fora na primeira sessão que a levei. :(
Meu deus. Que filme sem rumo do caralho. Eu nao dou a mínima pra hype, DC, Marvel, tio Patinhas ou etc. Tudo que peço de um filme é coerência narrativa. Coisa que o roteiro e a edição (fazia tempo que não via uma edição tão amadora) de Suicide Squad sequer passam perto de alcançar.
Até agora não entendo a inexistência de desenvolvimento em um Roteiro que decide que começar no Ponto A e ir ao ponto B sem investigar todos os caminhos ao redor, daria certo. Desenvolvimento NULO
A caracterização do Coringa é uma das poucas coisas coniventes com o tom que o filme procura ter e nunca acha (não sei se queria ser engraçado e acabou sendo dark ou se queria ser dark e acabou sendo tosco ou se queria ser tosco e acabou sendo.......tosco mesmo) O problema é que ele tá num filme totalmente a parte. Extremamente deslocado e chega a ser ridículo como o roteiro o utiliza apenas para ser Escada da Arlequina (e a relação dos dois é extremamente abusiva, ainda que o roteiro invista o tempo todo no "é doentio, mas é amor". Isso sim me deixou puto)
Que filme espetacular, denso e Brutal. Um dos filmes mais sufocantes e imersivos que já vi.
Totalmente em linguagem de sinais, te torna completamente inábil a entender o que se comunica (tal qual um surdo-mudo em um mundo de sons), forçando a sua atenção ao plano da imagem e o que essa imagem quer dizer.
O diretor constrói cada plano meticulosamente para que essa imagem diga algo e transforma o filme em um assombroso exercício de linguagem cinematográfica.
E os 20 minutos finais, ainda que construídos de forma duvidosa (justificar moral é sempre uma coisa problemática em narrativas) são de um horror doentio. Vou demorar anos pra tirar uma certa cena da cabeça...
Um prego foi batido no caixão da velha Hollywood. Uma referência se ergueu no centro da indústria. Um filme sujo, catártico e imerso em toneladas de areia implodiu os conceitos que dominavam a produção em massa norte americana sem dó, nem piedade.
Em um cenário perfeito, daqui há 10 ANOS, Fury Road será cultuado como o filme que derrubou o Patriarcado vigente na misógina Hollywood. Seus idólos terão caído por terra, suas ideologias serão descartadas e todo filme de gênero produzido desde então, terá um novo referencial a atingir.
Em determinado momento de FURY ROAD, uma personagem retorna a um ponto de onde havia saído apenas para chutar o cinto de castidade que lhe era imposto como parte do fardo de ser PROPRIEDADE de um homem.
E mesmo que o título leve o nome do seu homem central, o protagonismo não é seu. Como nas lutas feministas, não cabe ao homem ser protagonista ou aquele que imputa as diretrizes a ser seguidas. O homem consciente deve ser um Aliado na dura batalha contra o machismo e a exploração da figura feminina.
Max é um animal em estado bruto. Arredio, selvagem (como a focinheira bem ilustra), contra tudo e todos. Mas o contato dele com essas mulheres, a mútua cooperação, a convivência vai moldando-o aos poucos, o acalmando, o tornando em alguém compreensivo que mesmo que tenha perdido o tato para lidar com outros, ainda conserva um pouco de humanidade dentro de si.
Cabe a FURIOSA e seu grupo de mulheres fugindo de uma distopia (será ???) aterrorizante onde as mulheres são apenas úteros e peitos, o protagonismo dessa luta. Max, assim como nós, é apenas um vetor quando não mero espectador. E sempre que está com o seu na reta, uma mulher está pronta para lhe salvar.
Aliado ao fantástico design de produção, George Miller cria uma sinfonia de puro som, de pura fúria, de areia pura. Uma fotografia que beira o encatamento (Cenas como a da tempestade de areia foram feitas para se emoldurar e exibir na parede da sala de casa).
Todo filme de Hollywood precisa do subterfúgio barato da donzela em perigo. Em FURY ROAD, elas constantemente são o perigo, como também são a única salvação para os comportamentos autodestrutivos dos homens graças ao seu empoderamento.
Poderiamos escrever linhas e mais linhas sobre como um filme SEMINAL nasceu. Como esse WOMEN Empowerment era preciso dentro desse nicho. Mas nada disso será tão importante, quanto a expectativa de que as relações de mídia (tão importantes em uma consciência coletiva) observem esse novo e estranho (para eles) papel que o sexo feminino ganhou. Porque ao fim de FURY ROAD, quando vemos seu espectador-mor renegar a participar de uma vitória que não te pertence e enxergamos o grupo de mulheres mais Bravo que o cinema de ação já viu (FURIOSA é a Ripley da nossa geração. FURIOSA é desde já um ícone) ascendendo (literalmente) ao poder, percebemos que a semente, outro elemento de suma importância no filme, foi plantada.
Tem pouco menos de 24h que saí da sessão. Mas desde então, não penso em outra coisa. Li tópicos de comunidades cinéfilas que participo inteiros pra ver com um sorriso no rosto, cada recepção positiva, cada elogio, cada reconhecimento da obra magistral que Dolan faz aqui.
Ainda não fechei minha lista de melhores do ano de 2014. Eu sabia que eu precisava ver esse filme antes disso. Só não esperava que ele me arrebatasse tanto rumo ao topo com uma extrema facilidade.
Vi Eu Matei Minha Mãe faz tanto tempo que não me recordo com precisão do que achei (Eu tenho uma péssima memória. Se não ficar revendo alguns filmes, em 2-3 anos eles se tornam um ? na minha cabeça). Mas lembro que vi Amores por influência de uma antiga paquera e odiei com todas minhas forças.
Não preciso me recordar bem para saber que o nível aqui é outro. Dolan atinge uma maturidade estética (Tem uns 10 planos imensamente lindos) e uma narrativa impressionante. E mesmo que Boyhood tenha me tocado por motivos mais pessoais, esse daqui talvez seja o grande filme do ano. Um dos grandes da década.
Dorval, Clement e Pilon são 3 forças absurdas em cena. O que esses 3, principalmente essas 2 mulheres fazem na tela é de arrebatar. E só joga a credibilidade do Oscar ainda mais por terra, por não reconhecer a melhor perfomance feminina de 2014.
Um punhado de cenas memoráveis, culminando naquele final e na tão aclamada cena em que ao som de Wonderwall me fez soltar um "Puta que pariu Dolan" no meio da sessão. Sorte que eu estava sozinho na sala e aproveitei para reagir ao filme como reagiria em casa. Me emocionei, sorri, extravasei e não ousei levantar da cadeira até "Born to Die" terminar de tocar.
Reverei com reverência de ano em ano para guardar para a vida toda Emoticon heart <3
Nunca fui grande entusiasta de filmes de ação calcados em Artes Marciais. Pra falar a verdade, sempre passei longe. Mas existe algo nesse film que transcende o mero gênero, para se tornar a melhor coisa já vista nesse nicho em todos os tempos e seguramente um dos melhores filmes de 2014.
Tudo é um acerto. Do roteiro que emula e homenageia os clássicos de máfia orientais e ocidentais, até as coreografias que conseguem extrair beleza da violência como se fosse uma dança.
Mas nada é tão absurdo quanto o trabalho de Direção do Gareth Evans. É uma segurança nas filmagens das cenas, um trabalho de mise en scene, um planejamento absurdo de como tudo vai acontecer, que é louvável. O cara simplesmente entrega uma direção que aliada a frenética e absurdamente boa edição, torna o filme um espetáculo visual e técnico sem igual.
O Filme é bem bacana e tal. Mas tem muita coisa no roteiro que me incomoda profundamente. A falta de aprofundamento narrativo e os diálogos bizonhos principalmente.
Elenco afinadissimo e a direção do Ainouz é ótima (Take final é lindo de morrer). Mas foi só ali, nesse take final, que o filme conseguiu me arrebatar alguma emoção e criar algum vínculo. Já era tarde demais..
Maravilhoso. Uma sci-fi de responsa (O que a direção de arte e a produção fazem com o orçamento diminuto aqui é uma coisa de louco) e um drama humano de primeira.
Aquela cena no supermercado é de uma beleza singular.
Não é AQUELE FILMAÇO que eu esperava, mas o saldo é extremamente positivo. Pra um filme onde tanta coisa acontece com tantos personagens (HAJA PERSONAGEM!), o desenvolvimento é até válido. E gosto muito da forma como o roteiro trabalha com a dicotomia medo-respeito(subserviência) com que tratam o Gojira. Natural que em determinado momento se refiram a ele como o equilibrio ou até mesmo como DEUS. Da ameaça à necessidade de que ele nos salve.
A direção do Edwards é mais interessante pelo design de produção (filme pipoca de referências o tempo todo) do que pelo apuro técnico. Mas alguns momentos são assombrosos. E a cena dos paraquedistas em meio a tempestade, é certamente uma das imagens mais incríveis que veremos nos cinemas em 2014.
Cranston está incrível e ainda não entendi muito bem o que fizeram pra convencer a Binoche a ter 3 minutos de cena. Watanabe que derrapa feio. Constrói seu personagem inteiro em uma única expressão facial : A Cara de cu. Destoa totalmente. E Hawkins se fosse cortada, ninguém sentia falta. Johnson está até carismático, e pro tom narrativo da 2a metade do filme (onde ele efetivamente é protagonista) cabe bem.
Puro-Sangue
3.2 233 Assista Agoraque bobagem branca é essa?
Oitava Série
3.8 336 Assista AgoraNenhum filme chega perto de entender essa geração (e de uma maneira bem sóbria sem determinar julgamentos) como esse né?
Sem contar que acho que jamais me coloquei tanto numa posição empática em um coming of age feminino quanto aqui.
A insegurança e a desconfortabilidade da personagem frente às questões de reconhecimento de si, do seu corpo e do mundo ao redor são quase palpáveis. Impossível passar incólume. Dos melhores de 2018 e Elsie Fisher é um arraso!
Dos melhores de 2018 mesmo. Elsie Fischer é um arraso!
Ícaro
4.0 126 Assista AgoraFui ver no modo recalque puro por causa da vitória em cima da Varda, mas não tem como não entender e até achar justo. Eu sempre tive um fraco pela narrativa das histórias que achamos e que se revelam a partir de um outro ponto de vista. É algo que eu sempre esperei ver no campo profissional por puro fascínio mesmo.
E esse daqui dá uma aula nesse sentido. Até a montagem, quando assume a sobriedade do tema, se torna espetacular e pontua ainda mais essa relação de um filme que se torna outro. Bom pra caralho mesmo!
A Maldição da Casa Winchester
2.6 460 Assista AgoraAchei tão ruim, mas tão ruim, que em determinado momento parei de prestar atenção e criei um próprio filme na minha cabeça onde o verdadeiro vilão era o Jeremias, morto com a Winchester 22 do Santo Cristo.
Se pá, fez mais sentido e tudo.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraA melhor coisa que podia acontecer a esse filme é justamente o total desconhecimento do público em relação ao enredo, já que tudo que trailer e spots mostraram por aí, sequer tocam a superfície do que o filme quer contar (e conta).
E é de uma reverência absurda ao original. Em vez de criar novos caminhos, expande aqueles já consolidados, formula novas perguntas pras questões já respondidas e utiliza aquele universo de forma absurdamente consciente.
Falar de roteiro sem dar spoiler é quase impossível. O filme é muito direcionado pela sua narrativa (O que inclusive vai afastar o público médio no boca-a-boca, visto que ele é extremamente Slow Pace, não tem a menor pressa de desenvolver seus personagens e plots e se tem 10 minutos de ação em todo o filme, é muito) e eu tô impressionado que como o marketing conseguiu preservar os principais plot points e dá pra entender toda a preocupação com o embargo. Tem informação vital já com 5 minutos que acaba te direcionando pra um lugar, pra lá na frente o roteiro começar a brincar com a dualidade do que é real/o que não é, flertando levemente pra dar errado, mas acaba se aprumando e o final é mais do que satisfatório. Muitos ecos de Pinóquio e A.I.
Tecnicamente, é um assombro. Deakins e Villeneuve são daquelas parcerias que se renovam de uma forma impressionante. Um complementa o outro e o filme é um deslumbre do começo ao fim. Zimmer, que quando sai do automático é espetacular, faz uma das suas trilhas menos originais, porém isso tá longe de ser um ponto ruim. Já que é Zimmer goes full Vangelis e o resultado é maravilhoso (O Clímax do filme é um absurdo com Villeneuve e Deakins à toda enquanto o Zimmer tá lá VOOOOOOOOOOOM)
Gosling maravilhoso e lindo como sempre. Ford é quase um Cameo (apesar de terem vendido ele como co-protagonista) e o elenco em si é bem acertado.
Únicos problemas são: Leto. E tenho a impressão de que menos por ele, mais pelo Villeneuve e pelo Fancher nesse caso. Se o Niander ao fim é um grande ?, quase uma muleta da narrativa, a sua atuação é claramente uma escolha de direção. Cada frase de 10 palavras na boca do Leto leva 2 minutos para ser dita como se fosse pra criar uma força de discurso que nunca leva a lugar algum. Se era pra ser ameaçador, não é. Se era pra ser sábio, não é. É quase uma caricatura e se o Villeneuve não percebeu isso e fez essa escolha consciente, eu não tenho nada a dizer.
A Ana de Armas é triste de ruim também e tem MUUUUITO tempo de tela, além de protagonizar uma cena pra lá de constrangedora que poderia e deveria ter sido limada do filme.
O roteiro peca um pouco pela solução fácil que arranja no último terço e nunca se aprofunda nas questões que levanta (e que são ecos das questões do primeiro), além de deixar muita coisa de lado. Mas dentro do seu desenvolvimento existe muito daquela dualidade Criação/Criatura, Deuses/Humanos, que acaba criando uma mística tão potente de "o inexplicável perante nós" (que Leftovers tanto aproveitou), que acaba suprimindo a subjetividade em si.
Enfim, Filmão
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraEu nao sei como todo mundo saiu puto da sala por nao ter entendido quando é tao ridicularmente obvio.
Trash total. Nao sei se encaro como proposta Campy e gosto ou se acho a pior porcaria do ano. Tem potencial pra encaixar nas duas definições.
Fora isso, você virem falar de filme complicado ou cabeção ou ainda que não entendeu nada quando o Aronofsky parece que tomou aulas com o Nolan e me exagera na exposição nos 10 minutos finais do filme entregando tudo que podia funcionar pretensamente como subtexto ABSURDAMENTE MASTIGADO é difícil né.
Só faltou aparecer uma luz divina e um coral de HALLELUJAH por trás do Bardem quando ele fala "I Am Who I Am'
O Abraço da Serpente
4.4 237 Assista AgoraComo eu queria imprimir todos os frames desse filme e colocar na parede. Esteticamente é a coisa mais bela que vi em um bom tempo. É um puta retrato brutal da relação colonizador-colonizado.
Principalmente ao você ver o quanto a figura dos 4 brancos do filme remetem sempre ao lobo em pele de cordeiro: O expedicionário do tempo passado, ''amigo'' da selva e dos índios, mas em uma cruzada egoica apenas pela sua vida (e a cena da bússola deixa isso bem claro). O Jesuíta, moralista e acolhedor, que reage com a chibata em prol dos seus dogmas. O Falso messias (que sequência aterradora meu deus) e o expedicionário do tempo presente. È sempre a mesma tônica: A mentira, a dissimulação, o controle e o egoísmo que no fim, acabam engolidos pela força da selva e pela completa inabilidade de se lidar com tal força em estado bruto.
Filmaço do caralho.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 4,9K Assista AgoraPrimeiros minutos
Tudo muito lindo e a destruição vista em Man Of Steel pela ótica do Wayne realmente é DO CARALHO.
18 Meses depois:
Deve ser o sonho molhado de todo diretor recriar a cena da morte dos pais do Bruce ? Eu sinceramente não aguento mais.
Bruce cai no poço e os Morcegos fazem ele ascender ¯\_(ツ)_/¯
Cena na África:
Lex pensa "preciso forjar um assassinato, acho que pessoas baleadas na africa pode ser convicente, afinal o super homem sempre carrega uma metralhadora na mao" e TODO MUNDO CAI NESSA
Lex: Aí, cê é do exército né ?
Cara random do exército: Sou
Lex: Quero acesso aos destroços da nave
Cara random do exército:Ok
Lex: Quero o corpo do Zod tb
Cara random do exército: Claro
Lex: Ótimo. Tome uma bala de cereja
Diana aparece, desfila pra lá, pra cá, não participa de porra nenhuma, cuida só dos seus bagulhos que não interessam a ninguém, nem ao espectador. Altamente descartável no primeiro ato. (E se vierem justificar com A FOTO, eu vou xingar todo). Quando aparece no 3º toda paramentada, o apelo do Ícone se sobressai e todo mundo fica OHHHHHHHHHH (inclusive eu)
Batman sonha que está em Mad Max. Superman vira um genocida e tem uns insetões voando pra lá e pra cá.
A explosão do congresso teria tudo pra ser uma ótima cena, se a horrorosa montagem não comprometesse tudo.
Avança bastante: Lex corta as digitais (lol) de um Alien e consegue acesso a nave, que aparenta ser uma AI, mas tá pouco se fudendo se o Lex tá por lá afim de zoar.
Lex sequestra Martha e Lois porque tava afim, já que não há o menor indicativo no filme de que ele havia descoberto a identidade do Superman.
Meu momento favorito: "Quero matar o superman porque papai me batia :'( "
Descobrimos que por conta de um plano sem pé nem cabeça, o melhor detetive do mundo (AKA Batman) estava sendo manipulado pelo Lex por 2 anos.
Plano esse que mostra que Lex é bem inteligente e bem burro ao mesmo tempo: "preciso que o batman mate o super homem pra mim, entao vou esconder a kryptonita dele"
Meu momento favorito 2 : Batman e Super saem no pau. A porrada come solta. Batman vence e grita: "EU VOU TE MATAR, aliás nem vou porque sua mãe tem o mesmo nome da minha mãe <3. vamos ser amigos kkkkkkkkkk" (Claro que faz o sentido de Salvar a Martha do outro, já que não pode salvar a sua. Mas é tão jogado na cara e sem a menor emoção no filme, que só fica ridiculo mesmo)
Meu momento favorito 3: Sou Russo, sou miserável. Sou matador mesmo. Mas vou esperar o Batman acabar com todo mundo no andar de baixo pra matar essa mulher.
Corta pra Nave, Lex pensa "aproveitando que meu plano vai dar certo e o batman vai matar o super homem, é uma otima ideia liberar um monstro mto mais forte que o super homem na cidade"
Corta pro avião. Diana indo embora. Ela vê tv, ela pensa "eu devia voltar, mas esse roteiro não me fez criar laços com ninguém, sequer me deu um direcionamento moral, a escolha lógica seria me picar e deixar todo mundo se fuder kkkkk". Mas como ela não tá fazendo nada, ela volta.
Libera o monstro. Bater no monstro não dá certo, O monstro come energia. Vamo jogar mais energia no monstro então.
Suppa morre. O bicho morre.
Governo Americano: "eu sei que a gente tratou o cara mal o filme todo, mas o cara era um SOLDADO AMERICANO. USA USA USA USA USA"
- Roteirista 1: "Caralho, será que eles já perceberam a essa altura que o Lex Luthor não tem nada a ver com o Lex Luthor ?
- Roteirista 2: "E se a gente raspar a cabeça dele ?"
- Roteirista 1: "Genial!!!"
Rola umas 4 cenas finais, o coração bate e até 2017.
Enfim, eu realmente ainda preciso entender como um roteiro desses passou por sessões de tratamento e ainda me saiu tão desconexo, inchado, cheio de subtramas inuteis e sem foco algum. Beleza que era preciso fazer um filme de preparação de terreno pra Liga e assim responder o Universo Marvel, mas tudo é muito apressado e a opção de criar a trama apenas para chegar neste fim, usando várias resoluções imbecis como vimos acima, é de emputecer qualquer um.
Direção pálida (Se Snyder contém seus maneirismos insuportáveis, também não faz qualquer coisa digna de nota) e uma montagem que evidencia ainda mais a bagunça a que serve.
Vou me abster de comentar qualquer coisa sobre o Eisenberg 'uma nota' e seu Lex. Passa além da minha compreensão esse Cast.
Cavill é um superman ok, mas não tem carisma. 10 de apresentação, 0 de conteúdo. Sdds Christopher Reeve
O que eu gostei ? o Batman do Affleck. Dá pra sentir o arco do personagem, como a cruzada dos anos na luta endureceu ele e como agora ele tá pouco se fodendo pros meios desde que chegue ao fim. É extremamente funcional e de longe, a melhor coisa do filme.
P.S : Já cansei dessa história de que pro filme ser sombrio, precisa encher de filtro dark do Instagram e foder com a fotografia e com o espectador (ver o que está em tela em alguns momentos, é impossível).
P.S. 2 : Até agora tento achar um propósito pra todos os subplots desnecessários da Lois.
P.S 3 : Xô Snyder
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraEu não sei porque de repente o Inarritu virou a grande referência como diretor em Hollywood, mas nunca que esse blockbuster vazio transvestido de arte é mais do que apenas isso. Total Style Over Substance, com uma das direções mais aborrecidas que já vi, aonde o Inarritu grita o tempo todo “Olhem como eu sou foda /esse plano sequencia é genial / venerem minha obra” ao querer definir forçadamente o foco e o curso da ação o tempo todo.
Mas nada é tão problemático e reforça tanto as falhas disso aqui, quanto o fiapo de roteiro que o compõe. Me inventam um escopo dramático para o personagem do Di Caprio extremamente mal desenvolvido e que serve apenas para servir como mote para a Vingança que por sua vez serve de mote a própria existência do filme. O filme claramente não delinea seus personagens e tenta investir em uma aura de contemplação e beleza plástica emulando a descoberta dessa nova américa, quando Malick já havia feito em “O Novo Mundo” e que eu sinceramente não entendo como referência e sim como chupinhação mesmo. Mas Inarritu não é Malick. Enquanto Malick é Sutil, Inarritu é grosseiro e concede uma trajetória nada crível para seu personagem. O artíficio do Flashback destroi completamente o ritmo narrativo sempre que é sobreposto, em um trabalho equivocado da edição, ao universo real do filme. Os dialógos são terríveis e lá no finalzinho, quando eu já estava completamente estafado e desconectado, me inventam um Deus Ex Machina na cena do encontro com os índios no Riacho que queria poder ignorar, mas não dá.
É um filme grandioso e de incríveis aspectos técnicos. Mas pra mim, cinema não é isso. Cinema é narrativa. E se Inarritu soubesse compensar a falta de roteiro com uma narrativa visual bacana, já me ganharia mais, mas como falei acima, ele sabota o que cria o tempo todo.
Tenho alguns problemas com as atuações também. Tom Hardy pra mim tá no completo piloto autômatico, renovando seus maneirismos e resumindo tudo em uma atuação pra lá de preguiçosa para um personagem terrivelmente construído.
Já Di Caprio, é de uma entrega incrível e de um trabalho físico como poucas vezes vi recentemente. Mas é algo muito OVER. De dentro pra fora. Há a necessidade do grito, da explosão, da externalização bruta. Claro que serve perfeitamente ao propósito do filme, mas não é o tipo de atuação que me agrade no contexto maior. Vai se beneficiar de um ano relativamente fraco e vai levar o Oscar pra casa. Mas é inquestionável ? De jeito nenhum.
Mas existe algo (especificamente alguém) para quem eu credito todas as láureas possíveis quando for falar sobre esse filme: Emmanuel Lubezki. O que El Chivo faz aqui é extraordinário. E quando penso que tudo foi feito com luz natural, só me assombra ainda mais. É uma fotografia fenomenal, de um tema estético absurdamente deslumbrante e que se sobressai mesmo quando o egolátra do Diretor, a minimiza em priori do seu serviço.
Enfim, plasticamente belo, narrativamente inexistente e exaustivamente maçante. Saí do Cinema direto pra ver Deadpool pra me desintoxicar desse pretenso cinema autoral que é a nova tônica do mercado. Se Inarritu é realmente o modelo desse cinema, eu tenho medo do que vem por aí.
Dheepan: O Refúgio
3.6 82 Assista AgoraEu ainda tento achar alguma explicação crível pra mudança de tom que o Audiard imprime no final
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista AgoraEu estava com expectativas extremamente altas. Afinal, Skyfall é o melhor BOND de todos para mim.
Porém SPECTRE é muito aquém. Se aproxima muito em estrutura da bagunça que é Quantum of Solace.
Roteiro formulaico, primeiro ato de completo deslocamento de ação (Viaja pra Londres, cena de ação, Roma, Cena de Ação, Tanger, Cena de Ação) e desenvolvimento quase nulo. Bond nunca foi tão unidimensional nesses novos filmes.
A coisa começa a ficar levemente interessante no momento em que o Vilão entra em cena pra cair vertiginosamente no Clímax mais frouxo desse ''reboot'' da Franquia.
Direção do Mendes no piloto automático, Fotografia eficiente do Hoytema mas o filme é bastante mediano
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraEntão, chega a ser assustador observar a completa maturidade e segurança que o Chazelle tem em contar uma história de amor usando uma outra história de amor como pano de fundo. La La Land não é sobre o encontro de um casal, ou até é, mas a força reside quando ele se entrega a declaração de amor mais bela e nostálgica a uma era de Hollywood e uma era da música que se perdeu.
É um musical que reverencia musicais. Seja em seus números, seja em suas referências visuais, seja em seus personagens (e em alguns momentos, os dialogos sobre o futuro destes é um reflexo perfeito da relação entre a indústria e o gênero hoje em dia). E é um completo show do roteiro, que esmiuça isso de forma absurda, ao mesmo tempo em que transforma a história do casal em uma parábola dessa "morte anunciada".
Os números musicas são encantadores, extremamente nostágicos, Chazelle faz transições e cortes que rementem aos grandes musicais dos 50/60 e a direção é um assombro. A sequência inicial mesmo, é de deixar louco.
Completamente encantado que um filme desses, ressurja, se aproprie dessa aura de forma significativa e a recoloque no cenário atual de forma tão pungente. FILMAÇO !
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista AgoraVi Blow-Up pela primeira vez entre 10 ou 15 anos atrás. E duas coisas me fascinaram. A ruptura com a forma narrativa que era praticada no cinema em geral até então e o rigor do Antonioni com seus elementos cênicos (os enquadramentos que ele cria a partir dos cenários são absurdos).
Aproveitando a reexibição de cópia restaurada em um cinema daqui da cidade, fiquei entusiasmado de ver e fui com uma "amiga". Mas dessa vez, desde os primeiros minutos de projeção, me senti absurdamente incomodado com a construção do protagonista mais insuportável que me lembro de ter visto no cinema nos últimos tempos. O pobre e rico homem branco e sua busca por momentos fugazes que preencham seu vazio existencial em correlação com toda a construção extremamente problemática dos arquétipos femininos do filme. Sinceramente, Foda-se Blow Up :D
Sempre posso rever A Aventura ou A Noite
P.S.: A "amiga" odiou e acabei dando uma fora na primeira sessão que a levei. :(
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraUm oferecimento Nicolas Winding Refn, o melhor pasteleiro de vento da cidade.
Ô alegoria vazia do cacete
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraMeu deus. Que filme sem rumo do caralho.
Eu nao dou a mínima pra hype, DC, Marvel, tio Patinhas ou etc.
Tudo que peço de um filme é coerência narrativa. Coisa que o roteiro e a edição (fazia tempo que não via uma edição tão amadora) de Suicide Squad sequer passam perto de alcançar.
Até agora não entendo a inexistência de desenvolvimento em um Roteiro que decide que começar no Ponto A e ir ao ponto B sem investigar todos os caminhos ao redor, daria certo. Desenvolvimento NULO
A caracterização do Coringa é uma das poucas coisas coniventes com o tom que o filme procura ter e nunca acha (não sei se queria ser engraçado e acabou sendo dark ou se queria ser dark e acabou sendo tosco ou se queria ser tosco e acabou sendo.......tosco mesmo) O problema é que ele tá num filme totalmente a parte. Extremamente deslocado e chega a ser ridículo como o roteiro o utiliza apenas para ser Escada da Arlequina (e a relação dos dois é extremamente abusiva, ainda que o roteiro invista o tempo todo no "é doentio, mas é amor". Isso sim me deixou puto)
E não tem como não rir descontroladamente da sem vergonhice que é a cena do "sonho" da Harley
A Gangue
3.8 134Que filme espetacular, denso e Brutal. Um dos filmes mais sufocantes e imersivos que já vi.
Totalmente em linguagem de sinais, te torna completamente inábil a entender o que se comunica (tal qual um surdo-mudo em um mundo de sons), forçando a sua atenção ao plano da imagem e o que essa imagem quer dizer.
O diretor constrói cada plano meticulosamente para que essa imagem diga algo e transforma o filme em um assombroso exercício de linguagem cinematográfica.
E os 20 minutos finais, ainda que construídos de forma duvidosa (justificar moral é sempre uma coisa problemática em narrativas) são de um horror doentio. Vou demorar anos pra tirar uma certa cena da cabeça...
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraUm prego foi batido no caixão da velha Hollywood. Uma referência se ergueu no centro da indústria. Um filme sujo, catártico e imerso em toneladas de areia implodiu os conceitos que dominavam a produção em massa norte americana sem dó, nem piedade.
Em um cenário perfeito, daqui há 10 ANOS, Fury Road será cultuado como o filme que derrubou o Patriarcado vigente na misógina Hollywood. Seus idólos terão caído por terra, suas ideologias serão descartadas e todo filme de gênero produzido desde então, terá um novo referencial a atingir.
Em determinado momento de FURY ROAD, uma personagem retorna a um ponto de onde havia saído apenas para chutar o cinto de castidade que lhe era imposto como parte do fardo de ser PROPRIEDADE de um homem.
E mesmo que o título leve o nome do seu homem central, o protagonismo não é seu. Como nas lutas feministas, não cabe ao homem ser protagonista ou aquele que imputa as diretrizes a ser seguidas. O homem consciente deve ser um Aliado na dura batalha contra o machismo e a exploração da figura feminina.
Max é um animal em estado bruto. Arredio, selvagem (como a focinheira bem ilustra), contra tudo e todos. Mas o contato dele com essas mulheres, a mútua cooperação, a convivência vai moldando-o aos poucos, o acalmando, o tornando em alguém compreensivo que mesmo que tenha perdido o tato para lidar com outros, ainda conserva um pouco de humanidade dentro de si.
Cabe a FURIOSA e seu grupo de mulheres fugindo de uma distopia (será ???) aterrorizante onde as mulheres são apenas úteros e peitos, o protagonismo dessa luta. Max, assim como nós, é apenas um vetor quando não mero espectador. E sempre que está com o seu na reta, uma mulher está pronta para lhe salvar.
Aliado ao fantástico design de produção, George Miller cria uma sinfonia de puro som, de pura fúria, de areia pura. Uma fotografia que beira o encatamento (Cenas como a da tempestade de areia foram feitas para se emoldurar e exibir na parede da sala de casa).
Todo filme de Hollywood precisa do subterfúgio barato da donzela em perigo. Em FURY ROAD, elas constantemente são o perigo, como também são a única salvação para os comportamentos autodestrutivos dos homens graças ao seu empoderamento.
Poderiamos escrever linhas e mais linhas sobre como um filme SEMINAL nasceu. Como esse WOMEN Empowerment era preciso dentro desse nicho. Mas nada disso será tão importante, quanto a expectativa de que as relações de mídia (tão importantes em uma consciência coletiva) observem esse novo e estranho (para eles) papel que o sexo feminino ganhou. Porque ao fim de FURY ROAD, quando vemos seu espectador-mor renegar a participar de uma vitória que não te pertence e enxergamos o grupo de mulheres mais Bravo que o cinema de ação já viu (FURIOSA é a Ripley da nossa geração. FURIOSA é desde já um ícone) ascendendo (literalmente) ao poder, percebemos que a semente, outro elemento de suma importância no filme, foi plantada.
O Que Fazemos nas Sombras
4.0 662 Assista AgoraToda vez que lembro de qualquer cena, eu me fodo de rir. Ô filme deliciosamente retardado !
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraTem pouco menos de 24h que saí da sessão. Mas desde então, não penso em outra coisa. Li tópicos de comunidades cinéfilas que participo inteiros pra ver com um sorriso no rosto, cada recepção positiva, cada elogio, cada reconhecimento da obra magistral que Dolan faz aqui.
Ainda não fechei minha lista de melhores do ano de 2014. Eu sabia que eu precisava ver esse filme antes disso. Só não esperava que ele me arrebatasse tanto rumo ao topo com uma extrema facilidade.
Vi Eu Matei Minha Mãe faz tanto tempo que não me recordo com precisão do que achei (Eu tenho uma péssima memória. Se não ficar revendo alguns filmes, em 2-3 anos eles se tornam um ? na minha cabeça). Mas lembro que vi Amores por influência de uma antiga paquera e odiei com todas minhas forças.
Não preciso me recordar bem para saber que o nível aqui é outro. Dolan atinge uma maturidade estética (Tem uns 10 planos imensamente lindos) e uma narrativa impressionante. E mesmo que Boyhood tenha me tocado por motivos mais pessoais, esse daqui talvez seja o grande filme do ano. Um dos grandes da década.
Dorval, Clement e Pilon são 3 forças absurdas em cena. O que esses 3, principalmente essas 2 mulheres fazem na tela é de arrebatar. E só joga a credibilidade do Oscar ainda mais por terra, por não reconhecer a melhor perfomance feminina de 2014.
Um punhado de cenas memoráveis, culminando naquele final e na tão aclamada cena em que ao som de Wonderwall me fez soltar um "Puta que pariu Dolan" no meio da sessão. Sorte que eu estava sozinho na sala e aproveitei para reagir ao filme como reagiria em casa. Me emocionei, sorri, extravasei e não ousei levantar da cadeira até "Born to Die" terminar de tocar.
Reverei com reverência de ano em ano para guardar para a vida toda Emoticon heart <3
Operação Invasão 2
4.1 365 Assista AgoraNunca fui grande entusiasta de filmes de ação calcados em Artes Marciais. Pra falar a verdade, sempre passei longe.
Mas existe algo nesse film que transcende o mero gênero, para se tornar a melhor coisa já vista nesse nicho em todos os tempos e seguramente um dos melhores filmes de 2014.
Tudo é um acerto. Do roteiro que emula e homenageia os clássicos de máfia orientais e ocidentais, até as coreografias que conseguem extrair beleza da violência como se fosse uma dança.
Mas nada é tão absurdo quanto o trabalho de Direção do Gareth Evans. É uma segurança nas filmagens das cenas, um trabalho de mise en scene, um planejamento absurdo de como tudo vai acontecer, que é louvável. O cara simplesmente entrega uma direção que aliada a frenética e absurdamente boa edição, torna o filme um espetáculo visual e técnico sem igual.
Pra ver e sair cheio de hematomas.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraPorque existem certos filmes, que tem como único intuito, te esgotar fisica e mentalmente. Extremamente perturbado.
Puta que Pariu
Praia do Futuro
3.4 935 Assista AgoraO Filme é bem bacana e tal. Mas tem muita coisa no roteiro que me incomoda profundamente.
A falta de aprofundamento narrativo e os diálogos bizonhos principalmente.
Elenco afinadissimo e a direção do Ainouz é ótima (Take final é lindo de morrer). Mas foi só ali, nesse take final, que o filme conseguiu me arrebatar alguma emoção e criar algum vínculo. Já era tarde demais..
Monstros
3.0 315 Assista AgoraMaravilhoso. Uma sci-fi de responsa (O que a direção de arte e a produção fazem com o orçamento diminuto aqui é uma coisa de louco) e um drama humano de primeira.
Aquela cena no supermercado é de uma beleza singular.
Godzilla
3.1 2,1K Assista Agora[LIGHT SPOILER's]
Não é AQUELE FILMAÇO que eu esperava, mas o saldo é extremamente positivo. Pra um filme onde tanta coisa acontece com tantos personagens (HAJA PERSONAGEM!), o desenvolvimento é até válido. E gosto muito da forma como o roteiro trabalha com a dicotomia medo-respeito(subserviência) com que tratam o Gojira. Natural que em determinado momento se refiram a ele como o equilibrio ou até mesmo como DEUS. Da ameaça à necessidade de que ele nos salve.
A direção do Edwards é mais interessante pelo design de produção (filme pipoca de referências o tempo todo) do que pelo apuro técnico. Mas alguns momentos são assombrosos. E a cena dos paraquedistas em meio a tempestade, é certamente uma das imagens mais incríveis que veremos nos cinemas em 2014.
Cranston está incrível e ainda não entendi muito bem o que fizeram pra convencer a Binoche a ter 3 minutos de cena. Watanabe que derrapa feio. Constrói seu personagem inteiro em uma única expressão facial : A Cara de cu. Destoa totalmente. E Hawkins se fosse cortada, ninguém sentia falta. Johnson está até carismático, e pro tom narrativo da 2a metade do filme (onde ele efetivamente é protagonista) cabe bem.
Pipocão dos bons !
[spoiler][/spoiler]