Últimas opiniões enviadas
-
Um profissional em roubos de cofre que atua de forma independente e que almeja realizar seu último plano em parceria com um chefão de crimes da cidade. Um excelente filme policial que conduz o público na jornada deste personagem que é especialista em roubos de cofre.
É muito bom ver como o chefão do crime que o contrata começa a dominá-lo ao conceder coisas que ele deseja. Contudo, quanto mais pedidos são aceitos, mais na mão do chefão o protagonista está e ser dominado é uma coisa que o protagonista odeia. Daí conseguimos imaginar o atrito que isto causará ao longo da história.
Um filme muito bom.
-
O filme abre revelando a ação do assassino sem revelar quem é ou como age. Isso nos prepara para o clássico embate entre o bem (detetive) contra o mal (assassino). Contudo, Michael Mann, roteirista e diretor, opta por caminhos nada convencionais para o gênero.
A forma que acontece as descobertas e o desenlace da trama é uma proto estrutura da série CSI que será lançada muitos anos depois. A diferença é que neste filme temos um protagonista complexo pois por causa de um trauma numa das investigações passadas ele tem o dom de pensar como os psicopatas. Um dom que vem com a maldição de crises e surtos emocionais. Eu curti muito essa característica do personagem pois deu camadas instigantes à ele.
O antagonista tem seu modo sádico de agir e em determinada altura da trama o roteirista quis humanizar o assassino ao nos revelar
A cena em si é até simbolicamente interessante por causa da condição do antagonista e da mulher que fica com ele. Mas, ainda sim seria estranho esse caminho. Deu um receio pois quase que o roteirista seguiria para um caminho mais complicado ao tentar nos fazer ter pena dele, mas logo a rota é redirecionada ao caminho clássico de bem x mal.um passado de abusos e uma cena que beira ao encontro de par romântico.
No jogo de caça ao assassino temos o embate final entre o bem e o mal que foi sem sal e sem qualquer suspense para nos fazer temer o que poderia acontecer. Ao término do filme ficou claro uma aceleração da resolução da trama que estava sendo bem conduzida pelo detetive que demonstra de forma afiada sua capacidade dedutiva. Contudo, muitos elementos colocados no filme não são mais explorados e nem ao menos citados posteriormente e que elevariam mais ainda a obra caso fossem resgatados. Como exemplo temos a citação de William Blake onde as pinturas dele inspiram o assassino (mas não exploram o simbolismo e a mística do pintor no assassino), temos a própria personalidade do detetive que é comentada como levando-o a crises que afetam a família e amigos, mas não vemos isso acontecendo e a alcunha de "Fada dos Dentes" que não é tão explorado pela obra (a gente entende que faz parte do método dele, mas não é reforçado em outras situações).
O estilo do filme caminha pelo noir com visitas rápidas ao surrealismo, mas nada de forma tão convincente por causa da execução de alguns eventos e da resolução final. Pareceu que o roteirista quis abordar muita coisa sem ter tanto tempo para tal (descobri que se trata de uma adaptação e talvez o livro execute tais elementos de forma mais precisa).
Confesso que demorei para digerir o filme, mas pessoalmente não gostei da forma como as coisa desenrolaram. Porém, curti o conflito do protagonista que me fez acompanhar até o final é temer pelo que poderia acontecer com ele caso tivesse outra crise.
Últimos recados
- Nenhum recado para Narratio|.
Mais uma trama que envolve roubos, clássico do Michael Mann. Um filme com roteiro muito bem escrito, diálogos e personagens complexos. A história gosta de fazer com que o público se envolva com cada um dos personagens ao nos revelar sua relação familiar. Isso deixa o filme bastante longo, mas revela particularidades importantes que acaba afetando na trama principal.
É satisfatória notar a crescente disputa entre o policial Vincent Hanna (Al Pacino) e o bandido sofisticado Neil (Robert De Niro). A cena do diálogo entre eles é muito boa porque revela o quão parecido eles são, cada um na sua área. E há uma certa admiração entre eles. O jogo de policial e ladrão aliado aos dramas relacionais de cada um eleva o filme como uma grande obra do cinema. Tem algumas questões esquisitas de roteiro como a forma que Neil convence a namorada a fugir com ele que não foi nada convincente. Mas são pormenores que dá para relevar.
É um filme muito longo para o que costumamos ver hoje, mas consegue desenvolver muito bem cada detalhe e não fica cansativo. Algo bom a se notar é que no final
o Neil perde para ele mesmo pois teve a chance de fugir, mas precisava se vingar de um ex-colega de roubo que o traiu. Ninguém escapa de Neil e o sacrifício do amor foi necessário para tal cumprimento.