Rever esse filme após à primeira conferida na adolescência é uma nova experiência, obra-prima que contrasta totalmente com a personalidade caótica de Glauber, em alguns momentos, surpreende pelo formalismo do olhar e pela densidade do texto que se divide em divino e satânico. Uma obra atemporal que trata de questões messiânicas, políticas e do banditismo, mantendo um tom épico e de forte teatralidade; em 4K renasce para novos espectadores. Cópia maravilhosa lançada pela versátil home vídeo.
Prequel espetacular, competente, visualmente arriscado, fetichista, cartunesco, com ótimas atuações e um foco no olhar juvenil que dá o tom da artificialidade para alguns cenários: trabalho de diretor de primeira qualidade.
Super competente, possui muitas questões de ritmo como ocorreu no primeiro e no segundo filme da última trilogia, mas no geral, estabelece personagens com os quais é possível se identificar, principalmente Noa, que perde tudo abruptamente e o filme lembra bastante de citar o material fonte e de manter as raízes vivas quando expande todos os desafios que o personagem principal terá que enfrentar. A trama ainda abriu a possibilidade para algo que o Tim Burton fez no filme de 2001 no uso do telescópio. Existem passagens que poderiam receber maior tempo, não tenho dúvidas, mas é mais um episódio competente numa franquia com temas densos e elaborados. A sequência final com os pássaros é muito criativa. Filme honesto.
As tomadas com as formigas e demais animais, além do olhar taxidermista em sequências de decomposições secas, são de uma grandeza visual e narrativa que não é algo que vai ganhar o respeito e a valorização recorrente. Não é errado dizer que é uma obra-prima pela dinâmica e pelas escolhas do diretor e do macro fotógrafo Ken Middleham, claramente uma inspiração para os trabalhos de Aronofsky (Pi), Duna parte 2 de Villeneuve e a franquia Tremors. Excelente filme.
Inovação pura, técnica com alfinetes e uma atmosfera de delírio que lembra muito o estilo adotado pelo escritor Brian Selznick em seus livros, o mais famoso, Hugo Cabret.
Obra-prima com um exercício metalinguístico gigantesco, colorido impecável, produção de alto padrão e atuação magistral da maravilhosa Anna Magnani. A cena em que a personagem Camilla educa a "suposta elite" é excepcional. Deslumbrante.
A sinopse não está correta, baseado no livro de mesmo título, o filme mostra o ciclo de castas envolvidos com a pesca, mas centra sua perspectiva nos dilemas morais de mulheres e homens que são submetidos a casamentos arranjados e os desafios que as tradições locais provocam na vida dessas personagens. O rio em questão é um personagem de marcação de situações numa fotografia exemplar. Ótimo clássico restaurado pela World Cinema de Scorsese.
O moleque transante Alfredo deixou um rastro de caos, confusão e piolho nas regiões íntimas das suas namoradas. É desse tipo de filme que a humanidade precisa, com direito a tiro no c* e a morte simbólica da família tradicional. O comentário do amigo André comparando o protagonista ao Seu Madruga me deu crises de riso ahahahaahhaha.
John Waters é um grande diretor e Divine tem uma complexidade na atuação desse filme que é impressionante, indo além da mítica "caricatural" que seu trabalho com o diretor costuma ter. É comum que produções mais recentes com esse contexto de fama e paranoia receba comentários positivos sobre os atores e atrizes, principalmente no circuito do streaming e das grandes corporações que dominam essas mesmas plataformas, mas neste trabalho os atores são orgânicos, reais e talentosos em seus absurdos. É uma obra-prima da subversão e da demolição do conceito de família e da normatividade norte-americana. O filme te faz rir inicialmente, mas revela uma seriedade dolorosa ao final.
Exagerado e visualmente impactante, gosto bastante dos filmes de Fellini porque existe um trabalho de cenografia pela qual Hollywood alimenta enorme desprezo. É longo e o próprio diretor tinha antipatia pelo personagem, mas os cenários e os figurinos são impecáveis. Interessante como ele mostra Londres, uma cidade oca, vazia e cinzenta, enquanto Dresden na Alemanha é gelada e iluminada por velas. Não é o meu favorito do diretor, mas não dá para ignorar a sua maneira de abordar os sonhos.
Obra-prima. O povo adora alguém que tome à frente das ações, como todos os outros filmes do mestre, extremamente psicanalítico. Admiradores de Antonioni não vão dizer que se parece com Zabriskie Point porque o medo de "pegar mal" nas vistas das suas rodinhas super conceituadas é maior, mas conversa demais com o radicalismo discursivo dos anos 70. Tapa na cara da sociedade.
Os filmes "Corra", "Bamboozled" de Spike Lee e "Ficção Americana" geram um riso "confortável" no alvo da sua crítica, o que só reforça o distanciamento e a falta de noção do absurdo das situações presentes. Apesar do texto denso, é elegantíssimo. A maioria dos seus críticos não teriam as mesmas ressalvas se fosse um filme do Woody Allen, afinal, a cor desse diretor não é a questão dos seus filmes simples e com o mesmo didatismo do indicado ao Oscar: e, além disso, o didatismo em questão tem que ser esfregado na cara porque a falta de sensibilidade da mentalidade racista e seus códigos é enorme. Filme simples e eficiente.
Poesia visual com foco na sutileza e na imaginação da diretora. Um trabalho muito delicado que remete bastante em alguns pontos ao estilo do Abbas Kiarostami.
Adaptação impressionante, um desafio imenso colocar na tela a densidade desse universo com códigos políticos, sociais, religiosos, ambientais e planos dentro de planos. Duna Parte 2 é uma ópera de guerra que nasce com o ensinamento e os ritos de passagem de Paul rumo ao encontro da sua visão derradeira como Duque e Líder do planeta Duna. Na parte 1 todo processo é litúrgico e nobre, com alguma proteção até ocorrer a traição contra a família Atreides, no segundo episódio esses eventos são ampliados dentro da mítica dos Fremen e das Reverendas. Duna parte dois consegue sintetizar um sentimento enorme que remete ao leste europeu e ao eixo entre polônia e hungria (onde foi rodado e com visível sensibilidade "específica" quando o assunto é sci-fi), culturas africanas e Eurasiáticas (um misto de Sarajevo com espectro Ortodoxo e islâmico) com suas arquiteturas brutalistas, naves que parecem insetos e o estudo de ecossistema que custou 4 anos da vida do autor para transcrever para à ficção uma realidade imaginativa atemporal. A direção de Greig Fraser na fotografia remete bastante a nova onda do cinema polonês dos anos 60, precisamente no filme Pharaoh de Jerzy Kawalerowicz.
O uso do preto e do branco, os tons de dourado, a fotografia alaranjada e uma visível homenagem a David Lynch na abertura e na cena da orelha com insetos que é uma releitura objetiva do início de Blue Velvet do próprio Lynch. Enquanto fã dos livros e da série, me sinto contemplado com mais uma adaptação de um material riquíssimo que evoca ares de grandes produções como Apocalipse Now, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei e 2001 do Kubrick. O cinema comercial em sua forma mais arriscada e inovadora, que terá forte impacto na forma como Hollywood produz suas obras e como trata o público.
Um olhar naturalista e baseado em pintura para uma mulher que aparentemente "não sabe" quem é, e segue manipulada até certo momento tanto na ficção, como na própria execução da personagem. O fato é que Emma Stone está fantástica no filme e é injusto não reconhecer que a atriz escolheu desenvolver sua interpretação desse roteiro. Cinema é uma arte coletiva. Na Escócia, o filme causou polêmica por ser considerado "corrupto" com os valores históricos do país: a produção costura diversos movimentos da pintura clássica, quebrando as noções regulares de história e geografia, o que igualmente ocorre, com a "Frankenstein" que a personagem Bella é, multifacetada. A fotografia em 35mm é o maior trufo em minha visão, os aspectos morais apontados como incômodos, dizem bastante sobre os valores atuais e a dificuldade de entender o anacronismo visual e histórico que a obra aborda. Na realidade, eu acho que a gritaria toda é porque parte do público não está acostumado a ver homem com bunda cabeluda no cinema e mulher não depilada.
Quem não dá 5 estrelas a esse filme tem raiva de qualquer retrato da realidade do trabalhador, cansado, sem motivo para sorrir, e manda a pqp o trabalho na primeira oportunidade de transar. Outro trufo do diretor é a quebra da "Mítica" amistosa e gentil dos finlandeses, um povo desconfiado por natureza. Além de tudo, ótimo acompanhar um casal sem vaidade, sem rosto bonito e gente real com atuações impecáveis na tela.
Algo que precisa ser claramente melhorado é a cara dos personagens o tempo todo ofegantes ou com tom de seriedade, mas visivelmente, é um problema de direção porque o elenco principal tá acima da média pra dimensão desse trabalho, outro fator prejudicial foi a duração dos episódios, uma das cenas mais esperadas foi adiada em dois episódios e exibida em uma prévia ao final dos EPs, ao chegar ao momento da luta, é tudo muito rápido. Eu entendo que é uma primeira temporada e que se trata de um produto infanto-juvenil, mas o material fonte é riquíssimo. Outra coisa muito incômoda é a falta de continuidade, as roupas sempre impecáveis e não existe sangue ou grafismo na violência, o oposto do que a proposta deveria ser.
Apesar dessas ressalvas, acredito que a temporada é competente porque a produção é bem feita, o elenco foi bem escolhido e o roteiro pensa bastante na audiência para qual se destina; O elenco adulto também é muito bom, entretanto, o formato de edição e continuidade de tik tok prejudica o potencial que a série tem. Mesmo com todos esses pontos eu consegui me divertir e ter simpatia principalmente por Anna e Grover, Percy é claramente muito bem atuado, mas os 3 funcionam muito bem.
Obs.: A série tem o mesmo problema de Sandman, muito cenário com VFX quando o formato dos cenários deveria ser realista e teatral. Hollywood não sabe trabalhar com cenografia atualmente. Infelizmente.
Minha pergunta principal ao longo dessa produção é como esse diretor conseguiu manter a ordem da obra mesmo com tanta desorganização e caos do ponto de vista humano. De certa forma me lembrou um pouco Funeral Parade of Roses e Rally your books, além de Roma de Fellini.
Eu gostaria de ser produtor desse diretor porque é incrível como os seus filmes são no geral ótimos, mas não recebem 20% da divulgação que merecem, fora que pessoalmente é uma simpatia. Se fosse um diretor francês já teria recebido a Palma de Ouro em Cannes.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 430 Assista AgoraRever esse filme após à primeira conferida na adolescência é uma nova experiência, obra-prima que contrasta totalmente com a personalidade caótica de Glauber, em alguns momentos, surpreende pelo formalismo do olhar e pela densidade do texto que se divide em divino e satânico. Uma obra atemporal que trata de questões messiânicas, políticas e do banditismo, mantendo um tom épico e de forte teatralidade; em 4K renasce para novos espectadores. Cópia maravilhosa lançada pela versátil home vídeo.
Furiosa: Uma Saga Mad Max
3.9 245Prequel espetacular, competente, visualmente arriscado, fetichista, cartunesco, com ótimas atuações e um foco no olhar juvenil que dá o tom da artificialidade para alguns cenários: trabalho de diretor de primeira qualidade.
Planeta dos Macacos: O Reinado
3.7 125Super competente, possui muitas questões de ritmo como ocorreu no primeiro e no segundo filme da última trilogia, mas no geral, estabelece personagens com os quais é possível se identificar, principalmente Noa, que perde tudo abruptamente e o filme lembra bastante de citar o material fonte e de manter as raízes vivas quando expande todos os desafios que o personagem principal terá que enfrentar. A trama ainda abriu a possibilidade para algo que o Tim Burton fez no filme de 2001 no uso do telescópio. Existem passagens que poderiam receber maior tempo, não tenho dúvidas, mas é mais um episódio competente numa franquia com temas densos e elaborados. A sequência final com os pássaros é muito criativa. Filme honesto.
Fase IV: Destruição
3.3 33As tomadas com as formigas e demais animais, além do olhar taxidermista em sequências de decomposições secas, são de uma grandeza visual e narrativa que não é algo que vai ganhar o respeito e a valorização recorrente. Não é errado dizer que é uma obra-prima pela dinâmica e pelas escolhas do diretor e do macro fotógrafo Ken Middleham, claramente uma inspiração para os trabalhos de Aronofsky (Pi), Duna parte 2 de Villeneuve e a franquia Tremors. Excelente filme.
Night on Bald Mountain
3.6 3Inovação pura, técnica com alfinetes e uma atmosfera de delírio que lembra muito o estilo adotado pelo escritor Brian Selznick em seus livros, o mais famoso, Hugo Cabret.
As Aventuras do Príncipe Achmed
4.1 26obra-prima da animação
A Carruagem de Ouro
3.8 17Obra-prima com um exercício metalinguístico gigantesco, colorido impecável, produção de alto padrão e atuação magistral da maravilhosa Anna Magnani. A cena em que a personagem Camilla educa a "suposta elite" é excepcional. Deslumbrante.
Titash Ekti Nadir Naam
3.8 1A sinopse não está correta, baseado no livro de mesmo título, o filme mostra o ciclo de castas envolvidos com a pesca, mas centra sua perspectiva nos dilemas morais de mulheres e homens que são submetidos a casamentos arranjados e os desafios que as tradições locais provocam na vida dessas personagens. O rio em questão é um personagem de marcação de situações numa fotografia exemplar. Ótimo clássico restaurado pela World Cinema de Scorsese.
Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia
4.0 101O moleque transante Alfredo deixou um rastro de caos, confusão e piolho nas regiões íntimas das suas namoradas. É desse tipo de filme que a humanidade precisa, com direito a tiro no c* e a morte simbólica da família tradicional. O comentário do amigo André comparando o protagonista ao Seu Madruga me deu crises de riso ahahahaahhaha.
O Cair das Folhas
3.9 33 Assista AgoraMuito lindo.
A Time of Roses
3.8 3A complexidade dos temas garante uma experiência única, ao melhor estilo do Antonioni, porém, feito por um diretor finlandês.
Problemas Femininos
4.0 100John Waters é um grande diretor e Divine tem uma complexidade na atuação desse filme que é impressionante, indo além da mítica "caricatural" que seu trabalho com o diretor costuma ter. É comum que produções mais recentes com esse contexto de fama e paranoia receba comentários positivos sobre os atores e atrizes, principalmente no circuito do streaming e das grandes corporações que dominam essas mesmas plataformas, mas neste trabalho os atores são orgânicos, reais e talentosos em seus absurdos. É uma obra-prima da subversão e da demolição do conceito de família e da normatividade norte-americana. O filme te faz rir inicialmente, mas revela uma seriedade dolorosa ao final.
Casanova de Fellini
3.6 50 Assista AgoraExagerado e visualmente impactante, gosto bastante dos filmes de Fellini porque existe um trabalho de cenografia pela qual Hollywood alimenta enorme desprezo. É longo e o próprio diretor tinha antipatia pelo personagem, mas os cenários e os figurinos são impecáveis. Interessante como ele mostra Londres, uma cidade oca, vazia e cinzenta, enquanto Dresden na Alemanha é gelada e iluminada por velas. Não é o meu favorito do diretor, mas não dá para ignorar a sua maneira de abordar os sonhos.
O Menino e a Garça
4.0 218Obra-prima.
Finis Hominis: O Fim do Homem
3.5 33 Assista AgoraObra-prima. O povo adora alguém que tome à frente das ações, como todos os outros filmes do mestre, extremamente psicanalítico. Admiradores de Antonioni não vão dizer que se parece com Zabriskie Point porque o medo de "pegar mal" nas vistas das suas rodinhas super conceituadas é maior, mas conversa demais com o radicalismo discursivo dos anos 70. Tapa na cara da sociedade.
Ficção Americana
3.8 385 Assista AgoraOs filmes "Corra", "Bamboozled" de Spike Lee e "Ficção Americana" geram um riso "confortável" no alvo da sua crítica, o que só reforça o distanciamento e a falta de noção do absurdo das situações presentes. Apesar do texto denso, é elegantíssimo. A maioria dos seus críticos não teriam as mesmas ressalvas se fosse um filme do Woody Allen, afinal, a cor desse diretor não é a questão dos seus filmes simples e com o mesmo didatismo do indicado ao Oscar: e, além disso, o didatismo em questão tem que ser esfregado na cara porque a falta de sensibilidade da mentalidade racista e seus códigos é enorme. Filme simples e eficiente.
Faya Dayi
4.0 3 Assista AgoraPoesia visual com foco na sutileza e na imaginação da diretora. Um trabalho muito delicado que remete bastante em alguns pontos ao estilo do Abbas Kiarostami.
Mami Wata
3.6 3A fotografia mais importante do cinema recente em uma obra africana, e digo isso sem exageros.
Duna: Parte 2
4.3 669Adaptação impressionante, um desafio imenso colocar na tela a densidade desse universo com códigos políticos, sociais, religiosos, ambientais e planos dentro de planos. Duna Parte 2 é uma ópera de guerra que nasce com o ensinamento e os ritos de passagem de Paul rumo ao encontro da sua visão derradeira como Duque e Líder do planeta Duna. Na parte 1 todo processo é litúrgico e nobre, com alguma proteção até ocorrer a traição contra a família Atreides, no segundo episódio esses eventos são ampliados dentro da mítica dos Fremen e das Reverendas. Duna parte dois consegue sintetizar um sentimento enorme que remete ao leste europeu e ao eixo entre polônia e hungria (onde foi rodado e com visível sensibilidade "específica" quando o assunto é sci-fi), culturas africanas e Eurasiáticas (um misto de Sarajevo com espectro Ortodoxo e islâmico) com suas arquiteturas brutalistas, naves que parecem insetos e o estudo de ecossistema que custou 4 anos da vida do autor para transcrever para à ficção uma realidade imaginativa atemporal. A direção de Greig Fraser na fotografia remete bastante a nova onda do cinema polonês dos anos 60, precisamente no filme Pharaoh de Jerzy Kawalerowicz.
O uso do preto e do branco, os tons de dourado, a fotografia alaranjada e uma visível homenagem a David Lynch na abertura e na cena da orelha com insetos que é uma releitura objetiva do início de Blue Velvet do próprio Lynch. Enquanto fã dos livros e da série, me sinto contemplado com mais uma adaptação de um material riquíssimo que evoca ares de grandes produções como Apocalipse Now, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei e 2001 do Kubrick. O cinema comercial em sua forma mais arriscada e inovadora, que terá forte impacto na forma como Hollywood produz suas obras e como trata o público.
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraUm olhar naturalista e baseado em pintura para uma mulher que aparentemente "não sabe" quem é, e segue manipulada até certo momento tanto na ficção, como na própria execução da personagem. O fato é que Emma Stone está fantástica no filme e é injusto não reconhecer que a atriz escolheu desenvolver sua interpretação desse roteiro. Cinema é uma arte coletiva. Na Escócia, o filme causou polêmica por ser considerado "corrupto" com os valores históricos do país: a produção costura diversos movimentos da pintura clássica, quebrando as noções regulares de história e geografia, o que igualmente ocorre, com a "Frankenstein" que a personagem Bella é, multifacetada. A fotografia em 35mm é o maior trufo em minha visão, os aspectos morais apontados como incômodos, dizem bastante sobre os valores atuais e a dificuldade de entender o anacronismo visual e histórico que a obra aborda. Na realidade, eu acho que a gritaria toda é porque parte do público não está acostumado a ver homem com bunda cabeluda no cinema e mulher não depilada.
Sombras no Paraíso
3.9 26 Assista AgoraQuem não dá 5 estrelas a esse filme tem raiva de qualquer retrato da realidade do trabalhador, cansado, sem motivo para sorrir, e manda a pqp o trabalho na primeira oportunidade de transar. Outro trufo do diretor é a quebra da "Mítica" amistosa e gentil dos finlandeses, um povo desconfiado por natureza. Além de tudo, ótimo acompanhar um casal sem vaidade, sem rosto bonito e gente real com atuações impecáveis na tela.
Percy Jackson e os Olimpianos (1ª Temporada)
3.3 135 Assista AgoraAlgo que precisa ser claramente melhorado é a cara dos personagens o tempo todo ofegantes ou com tom de seriedade, mas visivelmente, é um problema de direção porque o elenco principal tá acima da média pra dimensão desse trabalho, outro fator prejudicial foi a duração dos episódios, uma das cenas mais esperadas foi adiada em dois episódios e exibida em uma prévia ao final dos EPs, ao chegar ao momento da luta, é tudo muito rápido. Eu entendo que é uma primeira temporada e que se trata de um produto infanto-juvenil, mas o material fonte é riquíssimo. Outra coisa muito incômoda é a falta de continuidade, as roupas sempre impecáveis e não existe sangue ou grafismo na violência, o oposto do que a proposta deveria ser.
Apesar dessas ressalvas, acredito que a temporada é competente porque a produção é bem feita, o elenco foi bem escolhido e o roteiro pensa bastante na audiência para qual se destina; O elenco adulto também é muito bom, entretanto, o formato de edição e continuidade de tik tok prejudica o potencial que a série tem. Mesmo com todos esses pontos eu consegui me divertir e ter simpatia principalmente por Anna e Grover, Percy é claramente muito bem atuado, mas os 3 funcionam muito bem.
Obs.: A série tem o mesmo problema de Sandman, muito cenário com VFX quando o formato dos cenários deveria ser realista e teatral. Hollywood não sabe trabalhar com cenografia atualmente. Infelizmente.
O Profundo Desejo dos Deuses
4.3 10Minha pergunta principal ao longo dessa produção é como esse diretor conseguiu manter a ordem da obra mesmo com tanta desorganização e caos do ponto de vista humano. De certa forma me lembrou um pouco Funeral Parade of Roses e Rally your books, além de Roma de Fellini.
Domingo
3.3 26Eu gostaria de ser produtor desse diretor porque é incrível como os seus filmes são no geral ótimos, mas não recebem 20% da divulgação que merecem, fora que pessoalmente é uma simpatia. Se fosse um diretor francês já teria recebido a Palma de Ouro em Cannes.