Melhor filme que assisti de 2020! A narrativa é muito cativante e me fez se importar com os personagens cada vez mais. O garotinho que faz o David é o mais carismático, porém todo o elenco entrega atuações poderosas.
Como não se sensibilizar com a "loucura religiosa" do Paul? E com a avó que vai aos poucos conquistando o coração dos seus netos?
Enfim, assim como Nomadland, esse filme aposta numa pegada documental que muito me atrai, por isso espero que continue tendo sucesso na temporada de premiações.
Muito bom! Dei boas risadas assistindo o resumo desse ano tão triste. O tom satírico e metalinguístico engrandeceu a produção. Porém, para ser melhor, esse especial poderia ter sido um pouco mais longo e menos centrado nos Estados Unidos.
Que filme! Eu realmente fui na vibe dele e tive uma impressão muito positiva. As cenas de Lara no balé são torturantes, tão dolorosa essa busca por aceitação e por ser apenas uma "garota normal". Apesar de ter apoio de muita gente, Lara realmente sofre por ser incompreendida. Por mais feliz que seja o momento, basta olharmos para ela e vermos que a mesma se sente "um peixe fora d'água". Pessoalmente, a única coisa que não gostei muito foi do final.
Que angustiante assistir aquela cena de mutilação! Justamente por ser um ato tão extremo, merecia ser melhor explicado. Nas cenas seguintes, vemos Lara já acordada no hospital e, em seguida, ela já aparece na rua, aparentemente totalmente recuperada. O filme deveria ter sido mais didático nesse momento, explicando o risco que a Lara correu e o quanto ela teve sorte de sobreviver. Ao não fazer isso, ele meio que abre a possibilidade de que uma pessoa trans também venha a enxergar a automutilição como uma boa solução.
Alguém da minha família sempre se aproxima no exato momento que eu tô assistindo uma cena de sexo num filme. É lei? Como se explica isso? Aconteceu justamente naquela cena mais sacana!
Não gostei da trilha sonora, pois me pareceu barulhenta e distante do ritmo do filme. No geral, a narrativa não chega a ser encantadora, mas gostei muito da cena com o Nicholas criança saindo da piscina e indo para o banheiro. Inclusive, essa cena é usada como gancho nos momentos finais da história. Já a questão do preconceito é bem abordada, mostrando que a homofobia é algo bem presente na vida do protagonista, no entanto, o racismo é quase invisível, uma vez que ele não o sente na pele.
Esse filme é uma pérola, especialmente pra nós que somos potiguares. A presença de uma base dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial é um dos episódios mais interessantes da História do nosso Estado.
Agora, Sandoval era um visionário, olha só o recado dele para os terraplanistas do nosso tempo: "Senhor pode seguir a sua reta, mas a Terra é redonda".
Não costumo gostar de filmes sobre corridas, mas esse realmente me surpreendeu positivamente. Tem um ritmo cativante, boas tiradas e uma direção segura (mais fora do que dentro dos carros, rs).
"Há um ponto, ao atingir 7000 rpm, onde tudo desaparece. A máquina fica sem peso. Apenas desaparece. E tudo o que resta é um corpo, se movendo através do espaço e do tempo. A 7000 rpm é onde você o encontra.Você sente isso chegando. Ele rasteja até você, vai até seu ouvido e e faz uma pergunta. A única pergunta que importa:Quem é você?"
Assisti esse filme pela primeira vez em pleno encontro de catequese, acreditam? Obviamente, o objetivo era ensinar sobre os perigos das drogas, mas ainda não acredito que colocaram a gente pra assistir algo assim, é cada cena pesada.
Última das cinco estações ao lado de Antoine Doinel. Foi muito especial conhecer seu livro e relembrar toda a trajetória. Valeu Antoine, nosso eterno incompreendido!
Em "Call me by your name", o amor é retratado por meio de sua dimensão ambígua: ele rende experiências especiais e enriquecedoras, mas também leva as pessoas a sofrer muito com a separação. Contudo, sofrer por um amor verdadeiro, em função de uma experiência profunda com o outro, vale muito a pena. São pouquíssimas as pessoas que tem a oportunidade de viver algo tão intenso e profundo como o que foi vivido por Elio e Oliver. Chamar-se pelo nome de outro significa dizer que algo dele permanece no indivíduo. Isso não é pouco.
O brilhantismo desse filme está no uso que o diretor faz do plano-sequência. Durante quase toda a ação não perdemos de vista a jovem Kaja (Andrea Berntzen). Ela sonha em ser eleita e se tornar parlamentar. Mas em Utoya, além de fugir do terrorista que promove o ataque, Kaja procura por sua irmã Emilie e tenta ajudar algumas pessoas que encontra pelo caminho.
Já no primeiro momento em que ela surge na tela, sugere-se uma conversa interativa com quem a assiste. Kaja olha para a câmera e diz: “Vocês nunca vão entender. Só escute o que eu digo, certo?”. Logo em seguida, percebemos que, na verdade, ela está conversando com alguém ao telefone, usando fone de ouvindo.
Porém, a mensagem forte de alerta já nos foi passada e meio que nos prepara para a morte da protagonista.
Em relação ao ataque terrorista, ele foi praticado por um homem branco e norueguês. Esse homem tinha uma visão extremista acerca da imigração e do multiculturalismo. O diretor do filme, Erick Poppe, é bastante explícito ao apresentar, até nas linhas finais, o extremismo de direita como responsável pelas centenas de vítimas em Utoya. Além disso, ele também destaca que essa é uma ameaça crescente e que se faz presente por toda a Europa.
No final da película, logo após Kaja ser morta de maneira dramática, a câmera passa a acompanhar Magnus, um amigo que estava ao seu lado. Ele percebe a chegada de um bote motorizado e corre em sua direção para conseguir se salvar. Já dentro do bote encontramos, entre os sobreviventes, a irmã da protagonista. Ela está pressionando o ferimento de outra pessoa, tentando salvá-la. A imagem é mostrada de maneira muito rápida, mas passa a mensagem de que os ideais humanistas de Kaja não morreram com ela. Pelo contrário, continuam vivos por meio de sua irmã Emilie.
Amo demais esse filme! A dedicação de Linklater para gravar essa obra ao longo de tanto tempo valeu muito a pena. Apenas a vida normal acontecendo tem seu encanto, especialmente quando se trata do amadurecimento de um garoto como o Mason.
Hoje pela manhã, pouco depois de ter acordado, ouvi um radialista falando sobre a rebelião que havia ocorrido no maior presídio aqui do estado. Ele era taxativo em suas análises: falta leis mais rigorasas, falta polícia melhor equipada, há excesso de direitos humanos e regras obsoletas impedem que os pais coloquem seus filhos desde cedo para trabalhar. Por fim, concluiu de forma assertiva dizendo-se a favor dos militares no poder.
Confesso que pensei em mandar uma mensagem para ele, pedir que ao menos lesse um pouco de história. Especialmente dos recentes anos 60, 70 e 80 quando os militares chegaram ao poder para salvar o país da violência e da corrupção, mas acabaram impondo uma ditadura autoritária que durou mais de duas décadas. Porém desisti, talvez ele, homem de bem, não compreendesse minhas honestas intenções.
Refleti sobre o que leva tantas pessoas a, assim como ele, pensarem dessa maneira. Falta de educação consistente? Medo irrefletido da violência? Crença ingênua em soluções totalizantes? Talvez um pouco de cada coisa.
Então, isso me fez lembrar de um filme que assisti ontem: chama-se "A vila". Depois que terminei de vê-lo fiquei um pouco decepcionado e com a impressão de não tê-lo apreendido completamente. Mas ao ouvir o radialista nesta manhã, comecei a estabelecer relações e chegar a boas interpretações.
"A vila" conta a história de um grupo de pessoas que, após passarem por eventos traumáticos em suas vidas (assassinatos de familiares, estupros, entre outros), resolveram fundar uma comunidade dentro de uma floresta e se isolar do mundo exterior.
O fundadores não explicam aos seus filhos esse fato e inclusive criam mitos assustadores para que eles não tentem atravessar a floresta que leva ao mundo exterior. Infelizmente, o que talvez eles não esperassem, era que a violência não está apenas no outro mundo, na outra classe social ou na outra nação. Ela está dentro de nós. Por isso, não demorou muito para que um dos habitantes da vila tentasse matar um jovem chamado Lucious.
Como única solução para salvá-lo, mesmo cega, a apaixonada Ivy resolve atravessar a floresta e buscar remédios na cidade para que possa salvar seu amor. Durante o trajeto, ela descobre que o monstro da floresta era na verdade um morador da própria vila e, ao chegar a cidade, percebe que há ali pessoas boas capazes de lhe ajudar.
Fiquei pensando em todas essas revelações do filme e sua relação com o fortalecimento de opiniões segregacionistas semelhantes a do radialista que estive ouvindo. Ambos retratam um desejo de se isolar e uma tendência a enclausurar-se em sua própria vila ideológica. Não percebendo a possibilidade de existir algo bom no mundo fora dali.
Mesmo enxergando ainda permanecemos cegos. A maldade está dentro de cada um de nós, inclusive dos homens de bem, ela não sumirá porque é muito mais fragmentada do que gostaríamos. Mesmo se nos isolarmos de tudo que abominamos e matarnos tudo o que nos assusta, ela não desaparecerá, apenas ganhará uma nova forma.
Talvez por isso seja o momento para fecharmos os olhos e, na esperança de salvar quem amamos, irmos em direção aos monstros que estão nos presídios, no planalto, na cidade grande e nos países estrangeiros. Eles são muito parecidos com nós, por mais que evitemos enxergar. Eles também são humanos e não é impossível imaginar que podem nos oferecer ajuda.
Se ficarmos em nossa vila ideológica, isolados de tudo, iremos temporariamente sentir-se seguros e protegidos. Mas com o tempo, descobriremos que que não há nada de diferente em nós. E mais: perceberemos que sem os outros, aqueles que estão fora de nós, é bem mais difícil de sobreviver.
Há uma cena nesse filme que me produziu algumas reflexões sobre a relação entre ciência e religião. Sofi, uma jovem profundamente espiritualizada, conversa com seu namorado Ian, um cientista ateu que estuda os olhos, sobre as diferentes capacidades de percepção. Segue abaixo o diálogo na íntegra entre esse casal que protagoniza o filme:
"Ian: O que foi? Eu sei que algo está errado, então... Sofi: Você me deixa todo dia para torturar minhoquinhas? Ian: Não estamos torturando minhocas, Sofi. Se te interessa, estamos modificando organismos. Nesse caso, são minhocas para terem visão. Sofi: Pode fazer minhocas cegas enxergarem? Ian: Mais ou menos. Podemos agora, talvez. Sofi: Acha que é uma boa ideia? Ian: Acha que é uma má ideia? Sofi: Acho que é perigoso brincar de Deus. Ian: Sofi, eu acredito em prova. Não há nenhuma prova que há algum espírito mágico... Que é invisível, vivendo acima de nós, bem em cima de nós. Sofi: Quantos sentidos as minhocas têm? Ian: Elas têm dois: Olfato e tato. Por quê? Sofi: Então elas vivem sem habilidade de ver ou mesmo de conhecer luz, certo? A noção de luz para elas é inimaginável. Ian: Isso. Sofi: Mas nós humanos sabemos que a luz existe ao redor delas, bem acima delas. Elas não percebem, mas com uma pequena mutação, podem. Certo? Ian: Correto. Sofi: Então Doutor Olhos... Talvez alguns humanos, casos raros, sofreram mutações para terem outro sentido, um sentido espiritual. E podem perceber um mundo que está bem acima de nós, em todo lugar. Igual à luz nas minhocas. Ian: Então você é uma mutante? Sofi: E não sou a única."
Esse pequeno diálogo, juntamente com todo o enredo do filme, serve para revelar que o nosso desconhecimento acerca do mundo e da vida é muito maior do que nossa torpe pretensão por vezes tenta encobrir. De quantos sentidos podemos ser feitos? Essa pergunta é uma provocação que serve para não nos acomodarmos achando que já sabemos todas as respostas. O nosso mundo material pode muito bem não ser o único. Apurar e descobrir novos sentidos significa abrir nossa mente para explorar mundos até então inimagináveis.
Atuação de gala do jovem DiCaprio nessa obra que parte de uma história real para abordar um tema bem interessante. Pessoas como Dwight são terríveis. Querem que todos ao seu redor se ferrem, pois só isso para amenizar seu fracasso individual. O grande perigo é não termos a mesma força de Toby e acabarmos acreditando que nunca alcançaremos um destino diferente do delas.
Acabei de assistir na mostra "Vidas negras importam" exibida no Canal Brasil. Muito bom, especialmente diante desse contexto de protestos por causa do assassinato de George Floyd nos EUA.
Que pessoa sensível e única é a Hatidze! Conhecer seu mundo foi uma experiência incrível. Essa história realmente me emocionou. É lindo de ver a sintonia que a personagem tem com a natureza, sua relação com a mãe e com as crianças dos vizinhos. Destaco as seguintes palavras dela conversando com a mãe já bastante frágil: "Se você fosse um bebê, eu a pegaria em meus braços e fugiríamos daqui. Mataram todas as minhas abelhas. Nada mais me resta. Já não temos mais nada. Você morrerá em breve. O que será de mim então?".
Minari - Em Busca da Felicidade
3.9 551 Assista AgoraMelhor filme que assisti de 2020! A narrativa é muito cativante e me fez se importar com os personagens cada vez mais. O garotinho que faz o David é o mais carismático, porém todo o elenco entrega atuações poderosas.
Como não se sensibilizar com a "loucura religiosa" do Paul? E com a avó que vai aos poucos conquistando o coração dos seus netos?
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraQue me desculpe o Martin, mas o melhor personagem desse filme se chama Oclinhos. Uma fofura, rs!
2020 Nunca Mais
3.4 89Muito bom! Dei boas risadas assistindo o resumo desse ano tão triste. O tom satírico e metalinguístico engrandeceu a produção. Porém, para ser melhor, esse especial poderia ter sido um pouco mais longo e menos centrado nos Estados Unidos.
Girl
3.8 161 Assista AgoraQue filme! Eu realmente fui na vibe dele e tive uma impressão muito positiva. As cenas de Lara no balé são torturantes, tão dolorosa essa busca por aceitação e por ser apenas uma "garota normal". Apesar de ter apoio de muita gente, Lara realmente sofre por ser incompreendida. Por mais feliz que seja o momento, basta olharmos para ela e vermos que a mesma se sente "um peixe fora d'água".
Pessoalmente, a única coisa que não gostei muito foi do final.
Que angustiante assistir aquela cena de mutilação! Justamente por ser um ato tão extremo, merecia ser melhor explicado. Nas cenas seguintes, vemos Lara já acordada no hospital e, em seguida, ela já aparece na rua, aparentemente totalmente recuperada. O filme deveria ter sido mais didático nesse momento, explicando o risco que a Lara correu e o quanto ela teve sorte de sobreviver. Ao não fazer isso, ele meio que abre a possibilidade de que uma pessoa trans também venha a enxergar a automutilição como uma boa solução.
Rainha de Copas
3.8 101 Assista AgoraAlguém da minha família sempre se aproxima no exato momento que eu tô assistindo uma cena de sexo num filme. É lei? Como se explica isso? Aconteceu justamente naquela cena mais sacana!
Moffie
3.5 29Não gostei da trilha sonora, pois me pareceu barulhenta e distante do ritmo do filme. No geral, a narrativa não chega a ser encantadora, mas gostei muito da cena com o Nicholas criança saindo da piscina e indo para o banheiro. Inclusive, essa cena é usada como gancho nos momentos finais da história. Já a questão do preconceito é bem abordada, mostrando que a homofobia é algo bem presente na vida do protagonista, no entanto, o racismo é quase invisível, uma vez que ele não o sente na pele.
Marvin
3.7 71 Assista AgoraÓtimo filme! O Festival Varilux em Casa (gratuito!) tá me entretendo bastante nessa pandemia.
For All - O Trampolim da Vitória
3.1 23Esse filme é uma pérola, especialmente pra nós que somos potiguares. A presença de uma base dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial é um dos episódios mais interessantes da História do nosso Estado.
Agora, Sandoval era um visionário, olha só o recado dele para os terraplanistas do nosso tempo: "Senhor pode seguir a sua reta, mas a Terra é redonda".
Ford vs Ferrari
3.9 713 Assista AgoraNão costumo gostar de filmes sobre corridas, mas esse realmente me surpreendeu positivamente. Tem um ritmo cativante, boas tiradas e uma direção segura (mais fora do que dentro dos carros, rs).
"Há um ponto, ao atingir 7000 rpm, onde tudo desaparece. A máquina fica sem peso. Apenas desaparece. E tudo o que resta é um corpo, se movendo através do espaço e do tempo. A 7000 rpm é onde você o encontra.Você sente isso chegando. Ele rasteja até você, vai até seu ouvido e e faz uma pergunta. A única pergunta que importa:Quem é você?"
O Escândalo
3.6 459 Assista Agora"Notícias são como um navio. Você tira as mãos do volante e ele puxa com força para a esquerda."
Eu, Christiane F.,13 Anos, Drogada e Prostituída
3.6 1,2K Assista AgoraAssisti esse filme pela primeira vez em pleno encontro de catequese, acreditam? Obviamente, o objetivo era ensinar sobre os perigos das drogas, mas ainda não acredito que colocaram a gente pra assistir algo assim, é cada cena pesada.
O Amor em Fuga
4.1 92 Assista AgoraÚltima das cinco estações ao lado de Antoine Doinel. Foi muito especial conhecer seu livro e relembrar toda a trajetória. Valeu Antoine, nosso eterno incompreendido!
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraEm "Call me by your name", o amor é retratado por meio de sua dimensão ambígua: ele rende experiências especiais e enriquecedoras, mas também leva as pessoas a sofrer muito com a separação. Contudo, sofrer por um amor verdadeiro, em função de uma experiência profunda com o outro, vale muito a pena. São pouquíssimas as pessoas que tem a oportunidade de viver algo tão intenso e profundo como o que foi vivido por Elio e Oliver. Chamar-se pelo nome de outro significa dizer que algo dele permanece no indivíduo. Isso não é pouco.
Utøya - 22 de Julho
3.8 78O brilhantismo desse filme está no uso que o diretor faz do plano-sequência. Durante quase toda a ação não perdemos de vista a jovem Kaja (Andrea Berntzen). Ela sonha em ser eleita e se tornar parlamentar. Mas em Utoya, além de fugir do terrorista que promove o ataque, Kaja procura por sua irmã Emilie e tenta ajudar algumas pessoas que encontra pelo caminho.
Já no primeiro momento em que ela surge na tela, sugere-se uma conversa interativa com quem a assiste. Kaja olha para a câmera e diz: “Vocês nunca vão entender. Só escute o que eu digo, certo?”. Logo em seguida, percebemos que, na verdade, ela está conversando com alguém ao telefone, usando fone de ouvindo.
Porém, a mensagem forte de alerta já nos foi passada e meio que nos prepara para a morte da protagonista.
Em relação ao ataque terrorista, ele foi praticado por um homem branco e norueguês. Esse homem tinha uma visão extremista acerca da imigração e do multiculturalismo. O diretor do filme, Erick Poppe, é bastante explícito ao apresentar, até nas linhas finais, o extremismo de direita como responsável pelas centenas de vítimas em Utoya. Além disso, ele também destaca que essa é uma ameaça crescente e que se faz presente por toda a Europa.
No final da película, logo após Kaja ser morta de maneira dramática, a câmera passa a acompanhar Magnus, um amigo que estava ao seu lado. Ele percebe a chegada de um bote motorizado e corre em sua direção para conseguir se salvar. Já dentro do bote encontramos, entre os sobreviventes, a irmã da protagonista. Ela está pressionando o ferimento de outra pessoa, tentando salvá-la. A imagem é mostrada de maneira muito rápida, mas passa a mensagem de que os ideais humanistas de Kaja não morreram com ela. Pelo contrário, continuam vivos por meio de sua irmã Emilie.
Meu Pé Esquerdo
4.2 419Tive a oportunidade de assistir esse e outros filmes enquanto cursava uma disciplina de Educação Inclusiva. Que experiência enriquecedora!
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraJunto com a ficção, as viagens espaciais são o mais próximo do infinito que o ser humano consegue tocar.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraAmo demais esse filme! A dedicação de Linklater para gravar essa obra ao longo de tanto tempo valeu muito a pena. Apenas a vida normal acontecendo tem seu encanto, especialmente quando se trata do amadurecimento de um garoto como o Mason.
Domicílio Conjugal
4.1 113 Assista AgoraE esse livro sobre sua infância e adolescência Antoine? Quando vai sair?
A Vila
3.3 1,6KA vila que habita em nós, texto escrito em 2017.
Hoje pela manhã, pouco depois de ter acordado, ouvi um radialista falando sobre a rebelião que havia ocorrido no maior presídio aqui do estado. Ele era taxativo em suas análises: falta leis mais rigorasas, falta polícia melhor equipada, há excesso de direitos humanos e regras obsoletas impedem que os pais coloquem seus filhos desde cedo para trabalhar. Por fim, concluiu de forma assertiva dizendo-se a favor dos militares no poder.
Confesso que pensei em mandar uma mensagem para ele, pedir que ao menos lesse um pouco de história. Especialmente dos recentes anos 60, 70 e 80 quando os militares chegaram ao poder para salvar o país da violência e da corrupção, mas acabaram impondo uma ditadura autoritária que durou mais de duas décadas. Porém desisti, talvez ele, homem de bem, não compreendesse minhas honestas intenções.
Refleti sobre o que leva tantas pessoas a, assim como ele, pensarem dessa maneira. Falta de educação consistente? Medo irrefletido da violência? Crença ingênua em soluções totalizantes? Talvez um pouco de cada coisa.
Então, isso me fez lembrar de um filme que assisti ontem: chama-se "A vila". Depois que terminei de vê-lo fiquei um pouco decepcionado e com a impressão de não tê-lo apreendido completamente. Mas ao ouvir o radialista nesta manhã, comecei a estabelecer relações e chegar a boas interpretações.
"A vila" conta a história de um grupo de pessoas que, após passarem por eventos traumáticos em suas vidas (assassinatos de familiares, estupros, entre outros), resolveram fundar uma comunidade dentro de uma floresta e se isolar do mundo exterior.
O fundadores não explicam aos seus filhos esse fato e inclusive criam mitos assustadores para que eles não tentem atravessar a floresta que leva ao mundo exterior. Infelizmente, o que talvez eles não esperassem, era que a violência não está apenas no outro mundo, na outra classe social ou na outra nação. Ela está dentro de nós. Por isso, não demorou muito para que um dos habitantes da vila tentasse matar um jovem chamado Lucious.
Como única solução para salvá-lo, mesmo cega, a apaixonada Ivy resolve atravessar a floresta e buscar remédios na cidade para que possa salvar seu amor. Durante o trajeto, ela descobre que o monstro da floresta era na verdade um morador da própria vila e, ao chegar a cidade, percebe que há ali pessoas boas capazes de lhe ajudar.
Fiquei pensando em todas essas revelações do filme e sua relação com o fortalecimento de opiniões segregacionistas semelhantes a do radialista que estive ouvindo. Ambos retratam um desejo de se isolar e uma tendência a enclausurar-se em sua própria vila ideológica. Não percebendo a possibilidade de existir algo bom no mundo fora dali.
Mesmo enxergando ainda permanecemos cegos. A maldade está dentro de cada um de nós, inclusive dos homens de bem, ela não sumirá porque é muito mais fragmentada do que gostaríamos. Mesmo se nos isolarmos de tudo que abominamos e matarnos tudo o que nos assusta, ela não desaparecerá, apenas ganhará uma nova forma.
Talvez por isso seja o momento para fecharmos os olhos e, na esperança de salvar quem amamos, irmos em direção aos monstros que estão nos presídios, no planalto, na cidade grande e nos países estrangeiros. Eles são muito parecidos com nós, por mais que evitemos enxergar. Eles também são humanos e não é impossível imaginar que podem nos oferecer ajuda.
Se ficarmos em nossa vila ideológica, isolados de tudo, iremos temporariamente sentir-se seguros e protegidos. Mas com o tempo, descobriremos que que não há nada de diferente em nós. E mais: perceberemos que sem os outros, aqueles que estão fora de nós, é bem mais difícil de sobreviver.
O Universo No Olhar
4.2 1,3KHá uma cena nesse filme que me produziu algumas reflexões sobre a relação entre ciência e religião. Sofi, uma jovem profundamente espiritualizada, conversa com seu namorado Ian, um cientista ateu que estuda os olhos, sobre as diferentes capacidades de percepção. Segue abaixo o diálogo na íntegra entre esse casal que protagoniza o filme:
"Ian: O que foi? Eu sei que algo está errado, então...
Sofi: Você me deixa todo dia para torturar minhoquinhas?
Ian: Não estamos torturando minhocas, Sofi. Se te interessa, estamos modificando organismos. Nesse caso, são minhocas para terem visão.
Sofi: Pode fazer minhocas cegas enxergarem?
Ian: Mais ou menos. Podemos agora, talvez.
Sofi: Acha que é uma boa ideia?
Ian: Acha que é uma má ideia?
Sofi: Acho que é perigoso brincar de Deus.
Ian: Sofi, eu acredito em prova. Não há nenhuma prova que há algum espírito mágico... Que é invisível, vivendo acima de nós, bem em cima de nós.
Sofi: Quantos sentidos as minhocas têm?
Ian: Elas têm dois: Olfato e tato. Por quê?
Sofi: Então elas vivem sem habilidade de ver ou mesmo de conhecer luz, certo? A noção de luz para elas é inimaginável.
Ian: Isso.
Sofi: Mas nós humanos sabemos que a luz existe ao redor delas, bem acima delas. Elas não percebem, mas com uma pequena mutação, podem. Certo?
Ian: Correto.
Sofi: Então Doutor Olhos... Talvez alguns humanos, casos raros, sofreram mutações para terem outro sentido, um sentido espiritual. E podem perceber um mundo que está bem acima de nós, em todo lugar. Igual à luz nas minhocas.
Ian: Então você é uma mutante?
Sofi: E não sou a única."
Esse pequeno diálogo, juntamente com todo o enredo do filme, serve para revelar que o nosso desconhecimento acerca do mundo e da vida é muito maior do que nossa torpe pretensão por vezes tenta encobrir. De quantos sentidos podemos ser feitos? Essa pergunta é uma provocação que serve para não nos acomodarmos achando que já sabemos todas as respostas. O nosso mundo material pode muito bem não ser o único. Apurar e descobrir novos sentidos significa abrir nossa mente para explorar mundos até então inimagináveis.
O Despertar de um Homem
3.7 260 Assista AgoraAtuação de gala do jovem DiCaprio nessa obra que parte de uma história real para abordar um tema bem interessante. Pessoas como Dwight são terríveis. Querem que todos ao seu redor se ferrem, pois só isso para amenizar seu fracasso individual. O grande perigo é não termos a mesma força de Toby e acabarmos acreditando que nunca alcançaremos um destino diferente do delas.
Eu Não Sou Seu Negro
4.5 136 Assista AgoraAcabei de assistir na mostra "Vidas negras importam" exibida no Canal Brasil. Muito bom, especialmente diante desse contexto de protestos por causa do assassinato de George Floyd nos EUA.
Honeyland
4.1 153Que pessoa sensível e única é a Hatidze! Conhecer seu mundo foi uma experiência incrível. Essa história realmente me emocionou. É lindo de ver a sintonia que a personagem tem com a natureza, sua relação com a mãe e com as crianças dos vizinhos. Destaco as seguintes palavras dela conversando com a mãe já bastante frágil: "Se você fosse um bebê, eu a pegaria em meus braços e fugiríamos daqui. Mataram todas as minhas abelhas. Nada mais me resta. Já não temos mais nada. Você morrerá em breve. O que será de mim então?".
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraTom Hanks salva o filme entregando uma grande atuação no final.