para a geração da nouvelle vague, carné foi um símbolo da estagnação do cinema francês; um diretor anacrônico, que não se enquadrava no auterism concebido nos 'cahiers du cinéma' e que tinha dirigido filmes medíocres como 'os trapaceiros' ('les tricheurs'), um retrato moralista da 'fauna adolescente' do saint-germain-des-prés de fins dos anos 50. apesar disso —acreditando nas más línguas—, ninguém menos que truffaut confessou que trocaria todos os seus filmes pela obra-prima de carné, rodada na frança de vichy: 'o boulevard do crime' ('les enfants du paradis'). em 95, nas comemorações do centenário do cinema, uma enquete entre críticos, diretores, atores e técnicos apontou que o melhor filme francês da história era, justamente, 'o boulevard do crime'. se, por um lado, isso não quer dizer muito —para que um filme colecione entusiastas e detratores, basta que exista—, por outro, é bom lembrar que 'o boulevard', eleito o grande clássico francês, deixa para trás obras de diretores importantes como gance, vigo, renoir, resnais e, de quebra, de toda a nouvelle vague. o roteiro de jacques prévert é pura poesia e os atores são formidáveis. tudo isso envolvido em uma atmosfera idílica pela mão de carné. é obrigatório.
O Boulevard do Crime
4.4 59 Assista Agorapara a geração da nouvelle vague, carné foi um símbolo da estagnação do cinema francês; um diretor anacrônico, que não se enquadrava no auterism concebido nos 'cahiers du cinéma' e que tinha dirigido filmes medíocres como 'os trapaceiros' ('les tricheurs'), um retrato moralista da 'fauna adolescente' do saint-germain-des-prés de fins dos anos 50. apesar disso —acreditando nas más línguas—, ninguém menos que truffaut confessou que trocaria todos os seus filmes pela obra-prima de carné, rodada na frança de vichy: 'o boulevard do crime' ('les enfants du paradis'). em 95, nas comemorações do centenário do cinema, uma enquete entre críticos, diretores, atores e técnicos apontou que o melhor filme francês da história era, justamente, 'o boulevard do crime'. se, por um lado, isso não quer dizer muito —para que um filme colecione entusiastas e detratores, basta que exista—, por outro, é bom lembrar que 'o boulevard', eleito o grande clássico francês, deixa para trás obras de diretores importantes como gance, vigo, renoir, resnais e, de quebra, de toda a nouvelle vague. o roteiro de jacques prévert é pura poesia e os atores são formidáveis. tudo isso envolvido em uma atmosfera idílica pela mão de carné. é obrigatório.