Filme boboca... Entendo que esteja mirando no público pré-adolescente e adolescente, mas mesmo assim é fraco na argumentação. No início do filme temos uma cena da aluna discutindo com a prof de Educação Física, é um diálogo confuso e débil. O filme progride no que poderia ser interessante, na entrada ao mundo do Jumanji, mas novamente é frágil, carregado e denso. Uma hora de filme interrompi a atividade e desisti do filme.
O filme é fraco. Superficial no Desenvolvimento, confuso e prevísivel. Tem excesso de drama e poucas lições. A melhor lição certamente é a fala “Não corte o que pode ser desatado, uma lição para a vida”. Ademais vi diálogos rasos e ensinamentos de para-choque de caminhão na voz do plastificado ex-sexy symbol Edson Celulari, agora alavancado a sábio.
O Contexto e Argumento do Espiritismo não entrereram e geraram muito mais angústia e sofrimento que paz e contentamento. Não houve ambivalência entre o Céu e o Inferno retratados, do contrário, há o predomínio do segundo (o que certamente não se pretendia). Imagino ser uma falha de composição do roteiro.
Há várias histórias em paralelo acontecendo, que é uma construção de roteiro a prender o expectador e mantê-lo concentrado. Infelizmente não funciona e gera mais confusão.
Os efeitos especiais são pavorosos, lembram os da novela “Mutantes’ ou dos Power Rangers da década de 90.
Estou a caminho de ler a obra literária referente ao filme e espero reciclar a má experiência que tive.
Recomendo ao público geral que esteja procurando drama assister este filme. Irá deparar-se com questões existenciais, políticas e pitadas de humor ácido. Parte-se do Argumento da catástrofe natural, que isola uma pequena comunidade em um prédio restante. Todo o redor está destruído. Teremos então um coflito ricos x pobres, detentores de terras x desabrigados. O Desenvolvimento corre atrativo, embora com pontos importantes abertos. Deveria existir uma equipe de tecnologia para tentar contato com o mundo exterior, seja por frequência de rádio, internet ou expedições de longa data, mas o tema parece esquecido.r Aparentemente toda a comunidade está bem com a tragédia. Ningúem procura por helicópteros ou aviões sobrevoantes, sinalizadores de fumaça ou luminosos. Este isolamento é pouco verossímil e detrata o filme. A comunidade vota pela exclusão dos não moradores do prédio, o que também não me parece prudente e factível, mas tudo bem. Nesse contexto, a perseguição típica de um Estado totalitário aos opositores será representada e agrada. Ver as paredes sendo pintadas de vermelho evidenciando os traidores, aqueles que abrigam não moradores, ou o termo ‘ratos’ tantas vezes vinculado a estes dá a dimensão política e escatólogica que uma crise pode gerar. Observei o protagonista com pouco destaque, tendo no coadjuvante Delegado maior aprofundamento em concepção e aprofundamento de caráter. Cito a assistente direta do Delegado, que é uma personagem carismática e cômica, mostrando ambivalência e completude a seu gestor. No geral o enredo corre bem e alegra. Talvez um pouco massante. No máximo 4 estrelas, mas seria generoso demais.
O Colecionador de Ossos entrou na celeuma dos filmes de investigação policial e suspense do final dos anos 90, junto a títulos como O Silêncio dos Inocentes e Seven: Os Sete Crimes Capitais. Destes citados, O Colecionador de Ossos é o de menor destaque. Tivemos ali a participação de duas estrelas de Hollywood, Denzel Washington e Angelina Jolie. Vi um desenrolar lento do filme, demorando a estimular o expectador. Uma série de assassinatos vem ocorrendo e dão a tônica do filme, que tem desfecho péssimo. O assassino busca vingança do Detetive, tentando revelar sua identidade ao deixar pistas nas cenas dos crimes. A vingança ocorre por um julgamento criminal do passado, que sob o prisma do criminoso foi injusto. É uma premissa ruim. Detalho também outra cena débil e até risível, onde o tetraplégico detetive consegue ferir gravemente o assassino, machucando sua mão e depois mordendo seu pescoço. Observam-se mais pontos negativos que positivos, embora seja uma história que envolva e mostre alguma genialidade na arte de decifrar crimes. Li por aí que o livro homônimo tem abordagem diferente, com o assassino sendo o médico pessoal do Detetive. Deve ser mais conexo lá. Não recomendo assistir, é um longa com ares de grandiosidade, mas pouca robustez.
The Super Mario bros é um filme que certamente agradará o público adulto e provavelmente o infantil. O filme acerta ao manter as fórmulas originais da história sem forçar em grandes divagações. Meu principal ímpeto ao assistir o filme foi o de ver como a Marca lidaria com a princesa raptada pelo vilão. Teríamos então o contraste da princesa frágil e indefesa, a ser resgatada pelo herói, típica dos anos 80 quando do lançamento da franquia, comparada com a princesa empoderada atual. Como então seria lidada esta questão, conduzida pelo tradicionalistmo japonês? Vemos a Princesa Peach forte, independente e líder, um pouco distante da aura de santidade e castidade observada nos vitrais do castelo de Super mario 64 (Nintendo 64). Aqui o protagonismo sutilmente passará da figura masculina para a feminina. Diversas serão as cenas em que o pseudo-protagonista será visto como débil e descartável. Sua baixa estatura é frequentemente ridicularizada em viés tragicômico. Teremos então o triste arquétipo Homer Simpsons / Peter Griffin para o herói. Chegamos então ao Mario, o herói. A jornada do herói inclui frustações familiares (o pai negando a ambição do filho), elos fraternos firmes com o irmão Luigi e a recém-amada. É compreensível a fórmula utilizada de arco narrativo no contexto da Jornada do herói, fortalecendo-o ao decorrer das experiências. Do protagonista ao antagonista. Bowser buscará o amor da Princesa na mesma medida em que mostrará sua maldade e inconsequência. Não me lembro dos jogos de video-game mostrarem intenções românticas quando do rapto da Princesa, o que observando com o prisma atual me pareça óbvio e coadune bem ao roteiro. Outros personagens serão adicionados sem grande profundidade, a saber o carismático gorilla Donkey Kong, bordado na métrica da força bruta debatendo com a inteligência. Um coadjuvante agradou-me bastante que foi o Toad. Humor e carisma na medida certa ao ser servo da princesa. O roteiro é fragmentado e frágil. Muitos ambientes e contextos amarrado sem vínculos consistentes. Universos paralelos, do mundo real ao mundo da fantasia são fórmulas frequentemente exploradas (o armário nas crônicas de Nárnia, a plataforma 9 ¾ em Harry Potter), mas em Super Mario não funcionam bem. Melhor seria imergir a história toda já no universo fantástico. Recomendo assistir este filme, as primeiras camadas de análise mostram-no simples, divertido e eficiente. Para crianças é um ótimo sessão da tarde e para os adultos uma agradável visita ao passado.
Não recomendo assistir este filme. A expectativa gerada pelo longa ser a sequência do antológico antecessor era grande e não foi atingida. Temos um roteiro frágil, falho e confuso. Por outro lado, agrada rever o psicopata Norman Bates. A sinopse do filme é interessante, a de reintegrar Norman à sociedade e os desdobramentos de tanto. Teremos assim pessoas próximas às previamente assassinadas que buscarão vingança. A trama inicia-se mal, com uma colega de trabalho (Mary) do protagonista aceitando dormir em sua casa logo no primeiro dia de sua liberdade. O fato posteriormente é justificado com o plano de vingança pretendido por mãe e filhas, mas não passa verossimilhança. Outros elementos são inseridos para coadunar a história, mas não agradam. Temos o atual dono do motel que será demitido, um casal que visitará os porões da casa para sexo, entre outros elementos que darão sustância à história mas não profundidade. As experimentações do roteiro ocorrerão justamente entre o casal de mãe e filha e o protagonista e são péssimas. Há muita confusão entre os assassinos dos coadjuvantes, em certo momento o xerife determinará que a justiça inocentou Norman, mas segue confuso. Norman seguirá pressionado não sabendo como lidar com os estímulos externos. Enfim, desisto de tentar desmembrar o Frankstein que se tornou o filme. Revisitar o ambiente do primeiro filme, a casa, o hotel, o pântano, traz algumas alegrias ao expectador. Pena que pára por aí. Serão teses e fatos pouco rebuscados jogados no colo do expectador, que terá que se limpar deles para não arranhar o brilhantismo do primeiro filme.
Pearl é um bom filme, excessivamente trash e pouco rebuscado, mas mesmo assim, um bom filme. Bom filme porque tem um roteiro conciso e coeso, sem grandes provocações ou inclinações filosóficas. É um longa que entretém. Talvez nesta falta de lapidação perdam-se elementos importantes a serem explorados, que poderiam enriquecer a história sem torná-la massante. O diálogo entre a protagonista com sua mãe que antecede a briga física das duas é o ponto alto do filme, embora tenha sido precoce. Poderíamos ter mais cenas de conflitos entre as duas para melhor justificar o ‘levantar da faca’ da mãe. A morte prematura do amante da protagonista também indicia o pouco rebusque dado à trama, diálogos rápidos para tanta profundidade. Vagamente o empurrar do carro com o amante assassinado lembrou-me do clássico Psicose. O monólogo final é o ponto fraco do filme, poderia ser muito mais. Poderia ser mais profundo e atormentador, mas não o foi. Chegou a dar-me bocejos. Logo depois temos cenas interessantes do assassinato e esquartejamento da irmã, e finalmente o festim final, que muito me lembrou o clássico Massacre da Serra Elétrica. Recomendo assistí-lo.
Deparei-me com o cartaz “Muco - Contradição na Tradição” que traz a imagem de um monge indiano em oração. Assisti ao trailer que certamente me interessou ao abordar princípios religiosos locias atrelado à possibilidade da revelação de contradições. Yoga, Budismo, meditação, princípios metafísicos, alimentação, etc possivelmente seriam explorados. O filme não alcançou todas essas pretenções. Vi muita panfletagem política a respeito de desmatamento de florestas para pecuária de corte e leite. Vi cenas graves de maus-tratos a animais, tanto no Brasil quanto na India: maus-tratos físicos, reproduções assistidas sem os devidos cuidados, etc. Entendo as intenções propostas de informar, mas é um tema sensível que deveria ter sido melhor abordado na sinopse para não impressionar o expectador desavisado. E de fato percebi esta intenção no roteiro, a de causar choque, de incomodar. Ponto negativo. Pude aprender mais sobre a cultura indiana e o paradoxal consumo de leite bovino, uma vez que a vaca é sagrada. Pude aprender sobre os sábios indianos e as práticas de Yoga, princípios de não-violência e respeito aos seres viventes. Faço referencias ao belíssimo livro: Budismo – Claro e Simples de Steve Hagen, que tange esses assuntos. Novamente senti um viés político radical no filme contra o consumo de carne e derivados. Concordo com as restrições e imagino que abordás-la com mais sutileza tenda a angariar mais praticantes. A abordagem grave vista mais assusta os interessáveis. Diria até que fere o princípio da não-violência. Se recomendo o filme? Sim, trará reflexões contemporâneas. Percebi certo amadorismo da produção, apelando em temas sensíveis sem os cuidados devidos. De todo, vale o ingresso.
Rosa Púrpura do Cairo é um filme agradável ao público mais exigente, mesmo podendo impactar entusiastas a passeio.. Levantar-se-ão questões maritais que seguem conflituosas, como o papel feminino no casamento e casos extra-conjugais. Parte-se do um casamento infeliz da protagonista Cecilia para a fuga encontrado em sessões de cinema A personificação do amor no ator Tom Baxter literaliza-se na cena em que este trasmuta-se da tela para a vida real. Este ponto inaugura a fase de fantasia do longa metragem. A idealização de um amor romântico dicotomizado pela cruel realidade de violências e agressões choca-se literalmente na cena da briga dentro da igreja, local não gratuitamente escolhido para tanto. Nuances da religião, moral e ética são levantadas e postas em evidência, mesmo que em segundo plano. O espectador poderá divagar sobre temas profundos como a linha limítrofe entre a realidade e a ficção e a aceitação da trágica realidade ou o seu confronto, encenados estes em clima de comédia. É uma obra que agrada e emociona, o final infeliz faz alusão à mesquinhez e finalmente à melancolia que tantas vezes contempla a alma humana.
Recomendo esta história a todos que queiram entreter-se e também colocaram-se a pensar. Teremos dicotomias sociais, representadas no poder financeiro entre as famílias protagonistas. Levanta-me a pergunta se uma das famílias é tida como a melhor ao longo do filme. Inclino-me a pensar que a família mais pobre é levemente preferida pelo roteirista. Assistir ao filme levou-me a pensar que houve mais ensinamentos destes para o outro lado. Ponto é que há convergência de opiniões e saberes ao longo do filme, o que leva a crer que a tragédia excêntrica a que as famílias tiveram que ser submetidas teve um final feliz.
Ame Amagu está entre os melhores filmes que tive a oportunidade de assistir. É um filme completo, no sentido de demonstrar valores humanos no contexto de classes. A figura do Samurai é emblemática à cultura nipônica, em especial quando a tangimos com os “ronins”, os samurais peregrinos. O filme retratará todo um contexto de evolução da alma humana. O enredo irá situar-se numa hospedaria próxima a uma estrada, por hora fechada devido às fortes chuvas. Devido à enchente na estrada, um casal de ronins irá hospedar-se ali. Passam a conviver então com as pessoas simples do local, situado em uma classe social baixa. O protagonista, samurai, logo é notado devido a sua maestria em conciliar conflitos, possuindo parcimônia, inteligência emocional e habilidade técnica. Eventualmente ele findará o conflito de espada de dois populares, evitando ferimentos e mortes. O arco narrativo vê-se marcado então por uma luta por dinheiro, onde o protagonista derrota mestres de espada da cidade. Embora houvesse nobreza em sua atitude, a de levar dinheiro para os pobres da hospedaria, esta decisão marca o arco narrativo de maneira sutil. A esposa do protagonista é um personagem peculiar, apresenta conduta pouco vista no universo contemporâneo do século XXI. Mostra-se submissa ao marido, ou seja, sob a sua missão, dando suporte ao que ele acredita ser o correto. O trato entre os dois é romântico e cortês, demonstrando respeito e honra. O enredo continua com a percepção da aristocracia ao samurai. Este é convidado a demonstrar suas habilidades em uma apresentação pública e obtém sucesso; assim logo vem o convite para que assuma o cargo de mestre do Dojo, a academia de espadas. O Rei mostra-se muito satisfeito com suas habilidades. Impacta então o elemento que fecha o arco narrativo, a tomada de decisão dos mestres do Dojo de invalidarem o título do samurai, apoiados na luta por dinheiro que era prática proibida. Descontente com a última notícia, o casal de ronins volta-se à estrada, agora já possível de ser atravessada e segue sua viagem. O Rei, enfurecido, tenta encontrar estrada à fora o casal, tendo este encontro deixado em aberto. Precisamente neste ponto, encerra-se o filme. É um filme emocionante, bem construído, possui o arco narrativo bem definido e seus principais argumentos são bem conectados. A fotografia aponta para a sociedade antiga, pouco tecnológica e muito arborizada, um universo já distante ao que vivemos hoje. Mais de 5 vezes me possibilitaram assistir a esta obra de arte, acredito que consiga resumir bem o que pretendia o Roteirista Akira Kurosawa ao criticar as estrututas hierárquias sociais, muitas vezes amparadas em vaidades, medo e preguiças.
“Onde os fracos não tem vez” não é a tradução ideal para o filme, “Onde os velhos não tem vez” talvez o seria; digo isto pois o filme tratará o último caso policial do Xerife Ed Tom Bell, que culminará em sua aposentadoria. O Xerife divide o papel de protagonista da história com o fazendeiro Llewelyn Moss, que inicia o filme encontrando uma maleta de dinheiro próximo à cena de um crime envolvendo traficantes de drogas no deserto do Texas. Teremos então a trama sendo composta com a fuga desregrada do fazendeiro de um assassino de aluguel, Anton Chigurh, contratado especialmente para o retorno da maleta. O fazendeiro Llewelyn representa o arquétipo da pessoa comum, com decisões acertadas e erradas, lampejos de genialidade e de burrice. Llewelyn tem em sua construção atribuições militares relativas à Guerra do Vietnã, sendo um veternado de guerra, assim tem traquejo com armas e técnicas de guerra. Estas serão colocadas à prova pelo assassino Chigurh, interessante personagem coadjuvante e antagonista. Chigurh é um assassino frio e calculista, apresenta vários traços de psicopatia. Parte de seus crimes acontecem com ele atribuindo acaso ao contexto, girando moedas em “cara ou coroa” para definir o futuro. Essa premissa tem raízes em fundamentos niilistas, relacionando caos à falta de sentido das relações sociais cotidianas. Determinada cena mostra Chigurh atirando em um pombo sem motivos aparentes. Aqui podemos fazer um paralelo com Llewelyn, que praticava caça esportiva atirando em cervos, aparentemente duas situações semelhantes com percepções morais distintas. O figurino pensado para o assassino Chigurh é friamente proposto a ser exótico, tendo um corte de cabelo antiquado e tosco. A intenção do filme é tornar o personagem em alguma medida caricatural, de modo que não estimule os telespectadores a enxergarem nele um herói. A fuga do fazendeiro perde-se em erros que levam-no à morte. Prova-se que ele não era do ramo dos crimes e, mesmo tentando confrontá-lo, acreditava poder vencer. A saber algumas atitudes frágeis deste protagonista: voltar a cena do crime à noite (para dar água ao mercenário ainda vivo), não inspecionar a maleta com dinheiro em busca um localizador digital, manter contato com sua esposa e, principalmente, sua renúncia à esposa para a prostituta. Realço: Quando os traficantes mexicanos interceptam a esposa e sogra de Llewelyn e descobrem o seu paradeiro, fica implícito que armariam uma armadilha. Então contratam uma prostituta para seduzir o personagem e deste cenário aproveitam-se para surpreedê-lo e matá-lo. Embora o filme não explicite a contratação da prostituta, é uma proposição adequada ao contexto. A morte do protagonista não leva o filme ao final, implicita-se portanto como mais um evento cotidiano àquela realidade distópica. Assim é construída a situação exata para a aposentadoria do Xerife, que não consegue mais combater os crimes contemporâneos, muito menos compreendê-los. Para o Xerife, que no início do filme orgulhava-se de policiais não precisarem sacar suas armas antigamente, a realidade atual já não mais o continha. Ele era um “velho que não teria mais vez”. O filme desagrada em alguns momentos sendo monótono (trechos entre o primeiro e segundo hotel) chegando a dar sono, mas recupera o fôlego e agrada. A trilha sonora agrada em seu minimalismo. Recomendo o filme, alertando os sensíveis para cenas de violência.
A Família Addams é um clássico da cultura pop. Idealizado enquanto um show de humor com elementos obscuros, angariou milhares de fãs. Temos personagens marcantes como o Mãozinha e o primo It, além da famosa música de abertura. A versão recente lançada para o cinema (2019) é um filme agradável. É um roteiro destinada ao público Livre, pretendendo alcançar crianças. O roteiro segue a linearidade regressiva, com um conflito sendo repetido ao início e ao final: a fuga da família da cidade por ser perseguida. Neste último, o desfecho é diferente do primeiro. Teremos no enredo o contraste de pessoas comuns com os moradores excêntricos da casa recém-descoberta. É interessante a combinação de elementos de horror com a comédia. As tranças de cabelo da Wanda e seu humor sombrio, a árvore com vida própria, o gigante fantasma da casa, entre vários elementos propostos entretém e divertem. Por tratar de um tema potencialmente assustador, o filme anda numa corda bamba sempre ao que poderia, de fato, assustar. Cai desta corda uma vez, a cena em que o filho Pugsley anda pelas paredes, numa referência a filmes de exorcistas, passa do ponto e incomoda. A arte do filme agrada e mostra-se versátil. Temos animação ao estilo recente Disney para coadjuvantes e cartunescos e suprareis para os personagens principais. É engraçado o andar da Mortiça e o design no Frankstein. É hilária a tia caolha que revela ter metade do tamanho. Um familiar da familia montado em uma aranha gigante, nem se fala então. Todos elementos que compõe um universo excêntrico. Adorei o cabelo da antagonista também. A trama falha em profundidade e perpetua clichês infantis como popularidade sectária na escola. Podia-se valer da oportunidade para não insistir na temática. O filho Pugsley também não agrada, tem um arco narrativo que não empolga. Tem-se a impressão de uma história criada para fechar lacunas. Cito ainda a referência a Anton Lavey representada em um dos familiares da Família, com o chifre, cavanhaque e careca características. Recomendo o filme!
Romance melodramático de segunda categoria. Fraco e frágil. Supõe-se atingindo os incautos por choradeiras sem fim e, de fato, fá-lo. O enredo gira em torno da doença da mãe do eu-lírico, um menino passando da infância para a pré-adolescência. A mãe tem o quadro sendo agravado a ponto da doença torná-la uma séria candidata à morte, fato sabidamente observado pelo filho. Surge neste contexto um personagem com traços místicos que ajudará o menino a passar pelo processo da morte, materializo numa árvore falante. O arco narrativo foca em histórias contadas pelo personagem ao menino funcionando como elemento transgressor da sua realidade. Funciona, numa análise freudiana (1856-1939), como o Super Ego limitando e diretrizando as atitudes do protagonista. Personagens coadjuvantes são caracturais demais, perdendo em fidedignidade e verossimilhança: a avó, que propõe-se identitária pela rigidez; o colega da escola que pratica bullying com o protagonista, sem profundidade e blasé enquanto revolução do protagonista; e o ex-marido. A este último, vou prosar com maior afinco. Maior afinco porque foi nesta parte do filme que senti nojo. O ex-marido personifica em si preconceitos na fala “Ah, isso é porque eu sou um cara bonito”. Parte da premissa que apenas a sua beleza é atributo necessário para geraar um filho, conceito este disforme ao mundo contemporâneo. O nojo parte justamente de não o ser verdade, uma vez que a atribuição desta fala ao contexto proativa ideais de brutalidade e poder baseado na estética. Esse detalhe fez a minha avaliação do filme piorar muito, tendo em vista que, para a minha ótica, fá-lo apontar para a direção errado. As histórias da árvore são confusas. Tenta passar a ideia de que nem sempre atitudes más tem resultados ruins, mas peca pela falta de simplicidade ao expô-la. Como pontos positivos, cito as animações, havia tempos que não assistia uma. Elas têm qualidades. Recomponho-me: ponto positivo. Acredito ter sido o único. Encerro para não voltar a lembrar do ‘chororô’ do filme. Não coloco esse texto contra os dramas, sou grande fã do gênero, mas gosto quando funciona. Cito dois filmes que o drama funciona: Requiem e Fatso. Resumindo: é um filme para crianças, tornado ‘cult’ devido à fragilidade intelectual da elite pensante.
O filme chama a atenção pelo famoso nome: "Blade Runner". Havia ouvido esse nome diversas vezes, resolvi assistí-lo. Destaco a cena de sexo em que o "Indiana Jones" em alguma medida força a mulher ao ato. Certamente uma cena dessa seria rechaçada nos dias de hoje. Cinema atual que, aliás, coloca o homem na posição de espera e quem toma a iniciativa do beijo é invariavelmente a mulher. À parte dessa gritante observação, seguimos. A ambientação do filme é adequada e os cenários imergem o telespectador ao universo pós-apocalíptico. As gigantescas pirâmides com apartamentos, os prédio altíssimos, os cenários fechados caóticos de cidades de metrópole estão bem postos. Os carros voadores são elementos naturalmente esperados de cidades futuristas, 40 anos após o lançamento do longa, eles ainda não existem. Pena que o desenvolvimento do filme não agrada. Os personagens não estão concatenados de maneira que interesse, claramente fica evidente uma quantidade aleatória de robos fugitivos coadjuvantes para que a trama se desenrole. Poderia ser melhor desenvolvido. A cena que poderia salvar o filme não o fez, justamente aquela em que a Máquina encontra o Criador e acaba o matando. Poderia ser melhor aprofundada. Enquanto aprofundamento, sugiro a conversa entre Bernand e o Diretor no livro Brave New World. A ideia é a mesma, porém bem executada. O filme torna-se maçante no final e a cena de luta final dura mais tempo que deveria, gerando tédio. O personagem principal se apaixonar pela robô e eles fugirem mesmo ela tendo pouco tempo de vida foi um final que me agradou, talvez por uma fagulha de romance que ainda exista em mim. Recomendo o filme, mesmo se desenrolando com lentidão. Talvez há anos fosse revolucionário.
Recentemente fui recomendado pela plataforma Netflix a assistir esse filme, acredito que estava na categoria de Clássicos. Foi uma recomendação bem-vinda. A premissa do filme de levar um policial do FBI a investigar assaltantes de bancos entre surfistas, dadas algumas hipóteses, funciona bem. A história ganha ritmo e dinamismo linearmente. O anti-herói Bodhi questiona e desafia o espectador e a justiça ao colocar-se ao lado de Deus em conversa com o Oficial Utah. O próprio desfecho do filme remete a essa dualidade em uma cena marcante na praia. O filme traz memórias de um passado distante da década de 1990 vendo computadores ao estilo "tubo" e telefones que só conseguiam fazer ligações. Embora maçante em cenas de ação e lutas, o filme consegue entreter e propõe reflexões interessantes quanto à liberdade e a necessidade da polícia enquanto agente moderador.
Birdman não é um filme simples de entender, agora pela segunda vez que assisti pude ter melhores percepções. Acho preciosismo e prepotência colocá-lo entre os melhores, como vi alguns fazendo. Alguns pontos em abertos neste enredo levam mais à confusão que à liberdade criativa ao telespectador. O efeito de câmeras popularizado no mainstream com Black Swan é notado e ganha espaço, tonando o cinema um grande teatro. Embora neste filme o ritmo sequencial seja muito rápido, encavalando cenas e encurtando o tempo de percepção e assimilação do conteúdo por vezes. O filme vale-se do surrealismo para criar um ambiente fantasioso, que é logo observado no início com o personagem principal flutuando. Talvez pudesse ser melhor aproveitado esse universo onírico, o que vimos apresentado foi uma cena débil do personagem voando para lá e para cá. Tem alguns diálogos interessantes, como o da crítica do jornal. O filme tenta ser cult mas falta profundidade. Não é total perda de tempo mas você vai terminar com um pouco dessa sensação. Isso se chegar ao final.
Jumanji: Bem-Vindo à Selva
3.4 1,2K Assista AgoraFilme boboca...
Entendo que esteja mirando no público pré-adolescente e adolescente, mas mesmo assim é fraco na argumentação.
No início do filme temos uma cena da aluna discutindo com a prof de Educação Física, é um diálogo confuso e débil.
O filme progride no que poderia ser interessante, na entrada ao mundo do Jumanji, mas novamente é frágil, carregado e denso.
Uma hora de filme interrompi a atividade e desisti do filme.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75O filme é fraco. Superficial no Desenvolvimento, confuso e prevísivel. Tem excesso de drama e poucas lições. A melhor lição certamente é a fala “Não corte o que pode ser desatado, uma lição para a vida”. Ademais vi diálogos rasos e ensinamentos de para-choque de caminhão na voz do plastificado ex-sexy symbol Edson Celulari, agora alavancado a sábio.
O Contexto e Argumento do Espiritismo não entrereram e geraram muito mais angústia e sofrimento que paz e contentamento. Não houve ambivalência entre o Céu e o Inferno retratados, do contrário, há o predomínio do segundo (o que certamente não se pretendia). Imagino ser uma falha de composição do roteiro.
Há várias histórias em paralelo acontecendo, que é uma construção de roteiro a prender o expectador e mantê-lo concentrado. Infelizmente não funciona e gera mais confusão.
Os efeitos especiais são pavorosos, lembram os da novela “Mutantes’ ou dos Power Rangers da década de 90.
Estou a caminho de ler a obra literária referente ao filme e espero reciclar a má experiência que tive.
Sobreviventes - Depois do Terremoto
3.2 39 Assista AgoraRecomendo ao público geral que esteja procurando drama assister este filme. Irá deparar-se com questões existenciais, políticas e pitadas de humor ácido.
Parte-se do Argumento da catástrofe natural, que isola uma pequena comunidade em um prédio restante. Todo o redor está destruído. Teremos então um coflito ricos x pobres, detentores de terras x desabrigados.
O Desenvolvimento corre atrativo, embora com pontos importantes abertos. Deveria existir uma equipe de tecnologia para tentar contato com o mundo exterior, seja por frequência de rádio, internet ou expedições de longa data, mas o tema parece esquecido.r Aparentemente toda a comunidade está bem com a tragédia. Ningúem procura por helicópteros ou aviões sobrevoantes, sinalizadores de fumaça ou luminosos. Este isolamento é pouco verossímil e detrata o filme.
A comunidade vota pela exclusão dos não moradores do prédio, o que também não me parece prudente e factível, mas tudo bem. Nesse contexto, a perseguição típica de um Estado totalitário aos opositores será representada e agrada. Ver as paredes sendo pintadas de vermelho evidenciando os traidores, aqueles que abrigam não moradores, ou o termo ‘ratos’ tantas vezes vinculado a estes dá a dimensão política e escatólogica que uma crise pode gerar.
Observei o protagonista com pouco destaque, tendo no coadjuvante Delegado maior aprofundamento em concepção e aprofundamento de caráter. Cito a assistente direta do Delegado, que é uma personagem carismática e cômica, mostrando ambivalência e completude a seu gestor.
No geral o enredo corre bem e alegra. Talvez um pouco massante. No máximo 4 estrelas, mas seria generoso demais.
O Colecionador de Ossos
3.7 662 Assista AgoraO Colecionador de Ossos entrou na celeuma dos filmes de investigação policial e suspense do final dos anos 90, junto a títulos como O Silêncio dos Inocentes e Seven: Os Sete Crimes Capitais. Destes citados, O Colecionador de Ossos é o de menor destaque.
Tivemos ali a participação de duas estrelas de Hollywood, Denzel Washington e Angelina Jolie.
Vi um desenrolar lento do filme, demorando a estimular o expectador. Uma série de assassinatos vem ocorrendo e dão a tônica do filme, que tem desfecho péssimo. O assassino busca vingança do Detetive, tentando revelar sua identidade ao deixar pistas nas cenas dos crimes. A vingança ocorre por um julgamento criminal do passado, que sob o prisma do criminoso foi injusto. É uma premissa ruim.
Detalho também outra cena débil e até risível, onde o tetraplégico detetive consegue ferir gravemente o assassino, machucando sua mão e depois mordendo seu pescoço.
Observam-se mais pontos negativos que positivos, embora seja uma história que envolva e mostre alguma genialidade na arte de decifrar crimes.
Li por aí que o livro homônimo tem abordagem diferente, com o assassino sendo o médico pessoal do Detetive. Deve ser mais conexo lá.
Não recomendo assistir, é um longa com ares de grandiosidade, mas pouca robustez.
Super Mario Bros.: O Filme
3.9 783 Assista AgoraThe Super Mario bros é um filme que certamente agradará o público adulto e provavelmente o infantil. O filme acerta ao manter as fórmulas originais da história sem forçar em grandes divagações.
Meu principal ímpeto ao assistir o filme foi o de ver como a Marca lidaria com a princesa raptada pelo vilão. Teríamos então o contraste da princesa frágil e indefesa, a ser resgatada pelo herói, típica dos anos 80 quando do lançamento da franquia, comparada com a princesa empoderada atual. Como então seria lidada esta questão, conduzida pelo tradicionalistmo japonês?
Vemos a Princesa Peach forte, independente e líder, um pouco distante da aura de santidade e castidade observada nos vitrais do castelo de Super mario 64 (Nintendo 64). Aqui o protagonismo sutilmente passará da figura masculina para a feminina. Diversas serão as cenas em que o pseudo-protagonista será visto como débil e descartável. Sua baixa estatura é frequentemente ridicularizada em viés tragicômico. Teremos então o triste arquétipo Homer Simpsons / Peter Griffin para o herói.
Chegamos então ao Mario, o herói. A jornada do herói inclui frustações familiares (o pai negando a ambição do filho), elos fraternos firmes com o irmão Luigi e a recém-amada. É compreensível a fórmula utilizada de arco narrativo no contexto da Jornada do herói, fortalecendo-o ao decorrer das experiências.
Do protagonista ao antagonista. Bowser buscará o amor da Princesa na mesma medida em que mostrará sua maldade e inconsequência. Não me lembro dos jogos de video-game mostrarem intenções românticas quando do rapto da Princesa, o que observando com o prisma atual me pareça óbvio e coadune bem ao roteiro.
Outros personagens serão adicionados sem grande profundidade, a saber o carismático gorilla Donkey Kong, bordado na métrica da força bruta debatendo com a inteligência. Um coadjuvante agradou-me bastante que foi o Toad. Humor e carisma na medida certa ao ser servo da princesa.
O roteiro é fragmentado e frágil. Muitos ambientes e contextos amarrado sem vínculos consistentes. Universos paralelos, do mundo real ao mundo da fantasia são fórmulas frequentemente exploradas (o armário nas crônicas de Nárnia, a plataforma 9 ¾ em Harry Potter), mas em Super Mario não funcionam bem. Melhor seria imergir a história toda já no universo fantástico.
Recomendo assistir este filme, as primeiras camadas de análise mostram-no simples, divertido e eficiente. Para crianças é um ótimo sessão da tarde e para os adultos uma agradável visita ao passado.
Psicose 2
3.3 213 Assista AgoraNão recomendo assistir este filme. A expectativa gerada pelo longa ser a sequência do antológico antecessor era grande e não foi atingida. Temos um roteiro frágil, falho e confuso. Por outro lado, agrada rever o psicopata Norman Bates.
A sinopse do filme é interessante, a de reintegrar Norman à sociedade e os desdobramentos de tanto. Teremos assim pessoas próximas às previamente assassinadas que buscarão vingança. A trama inicia-se mal, com uma colega de trabalho (Mary) do protagonista aceitando dormir em sua casa logo no primeiro dia de sua liberdade. O fato posteriormente é justificado com o plano de vingança pretendido por mãe e filhas, mas não passa verossimilhança.
Outros elementos são inseridos para coadunar a história, mas não agradam. Temos o atual dono do motel que será demitido, um casal que visitará os porões da casa para sexo, entre outros elementos que darão sustância à história mas não profundidade. As experimentações do roteiro ocorrerão justamente entre o casal de mãe e filha e o protagonista e são péssimas. Há muita confusão entre os assassinos dos coadjuvantes, em certo momento o xerife determinará que a justiça inocentou Norman, mas segue confuso. Norman seguirá pressionado não sabendo como lidar com os estímulos externos. Enfim, desisto de tentar desmembrar o Frankstein que se tornou o filme.
Revisitar o ambiente do primeiro filme, a casa, o hotel, o pântano, traz algumas alegrias ao expectador. Pena que pára por aí. Serão teses e fatos pouco rebuscados jogados no colo do expectador, que terá que se limpar deles para não arranhar o brilhantismo do primeiro filme.
Pearl
3.9 989Pearl é um bom filme, excessivamente trash e pouco rebuscado, mas mesmo assim, um bom filme. Bom filme porque tem um roteiro conciso e coeso, sem grandes provocações ou inclinações filosóficas. É um longa que entretém. Talvez nesta falta de lapidação perdam-se elementos importantes a serem explorados, que poderiam enriquecer a história sem torná-la massante.
O diálogo entre a protagonista com sua mãe que antecede a briga física das duas é o ponto alto do filme, embora tenha sido precoce. Poderíamos ter mais cenas de conflitos entre as duas para melhor justificar o ‘levantar da faca’ da mãe. A morte prematura do amante da protagonista também indicia o pouco rebusque dado à trama, diálogos rápidos para tanta profundidade. Vagamente o empurrar do carro com o amante assassinado lembrou-me do clássico Psicose.
O monólogo final é o ponto fraco do filme, poderia ser muito mais. Poderia ser mais profundo e atormentador, mas não o foi. Chegou a dar-me bocejos. Logo depois temos cenas interessantes do assassinato e esquartejamento da irmã, e finalmente o festim final, que muito me lembrou o clássico Massacre da Serra Elétrica.
Recomendo assistí-lo.
Muco: contradição na tradição
3.3 3Deparei-me com o cartaz “Muco - Contradição na Tradição” que traz a imagem de um monge indiano em oração. Assisti ao trailer que certamente me interessou ao abordar princípios religiosos locias atrelado à possibilidade da revelação de contradições. Yoga, Budismo, meditação, princípios metafísicos, alimentação, etc possivelmente seriam explorados. O filme não alcançou todas essas pretenções.
Vi muita panfletagem política a respeito de desmatamento de florestas para pecuária de corte e leite. Vi cenas graves de maus-tratos a animais, tanto no Brasil quanto na India: maus-tratos físicos, reproduções assistidas sem os devidos cuidados, etc. Entendo as intenções propostas de informar, mas é um tema sensível que deveria ter sido melhor abordado na sinopse para não impressionar o expectador desavisado. E de fato percebi esta intenção no roteiro, a de causar choque, de incomodar. Ponto negativo.
Pude aprender mais sobre a cultura indiana e o paradoxal consumo de leite bovino, uma vez que a vaca é sagrada. Pude aprender sobre os sábios indianos e as práticas de Yoga, princípios de não-violência e respeito aos seres viventes. Faço referencias ao belíssimo livro: Budismo – Claro e Simples de Steve Hagen, que tange esses assuntos.
Novamente senti um viés político radical no filme contra o consumo de carne e derivados. Concordo com as restrições e imagino que abordás-la com mais sutileza tenda a angariar mais praticantes. A abordagem grave vista mais assusta os interessáveis. Diria até que fere o princípio da não-violência.
Se recomendo o filme? Sim, trará reflexões contemporâneas. Percebi certo amadorismo da produção, apelando em temas sensíveis sem os cuidados devidos. De todo, vale o ingresso.
A Rosa Púrpura do Cairo
4.1 591 Assista AgoraRosa Púrpura do Cairo é um filme agradável ao público mais exigente, mesmo podendo impactar entusiastas a passeio.. Levantar-se-ão questões maritais que seguem conflituosas, como o papel feminino no casamento e casos extra-conjugais. Parte-se do um casamento infeliz da protagonista Cecilia para a fuga encontrado em sessões de cinema
A personificação do amor no ator Tom Baxter literaliza-se na cena em que este trasmuta-se da tela para a vida real. Este ponto inaugura a fase de fantasia do longa metragem.
A idealização de um amor romântico dicotomizado pela cruel realidade de violências e agressões choca-se literalmente na cena da briga dentro da igreja, local não gratuitamente escolhido para tanto. Nuances da religião, moral e ética são levantadas e postas em evidência, mesmo que em segundo plano.
O espectador poderá divagar sobre temas profundos como a linha limítrofe entre a realidade e a ficção e a aceitação da trágica realidade ou o seu confronto, encenados estes em clima de comédia.
É uma obra que agrada e emociona, o final infeliz faz alusão à mesquinhez e finalmente à melancolia que tantas vezes contempla a alma humana.
Pais e Filhos
4.3 212 Assista AgoraRecomendo esta história a todos que queiram entreter-se e também colocaram-se a pensar. Teremos dicotomias sociais, representadas no poder financeiro entre as famílias protagonistas. Levanta-me a pergunta se uma das famílias é tida como a melhor ao longo do filme. Inclino-me a pensar que a família mais pobre é levemente preferida pelo roteirista. Assistir ao filme levou-me a pensar que houve mais ensinamentos destes para o outro lado. Ponto é que há convergência de opiniões e saberes ao longo do filme, o que leva a crer que a tragédia excêntrica a que as famílias tiveram que ser submetidas teve um final feliz.
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Depois da Chuva
4.0 47Ame Amagu está entre os melhores filmes que tive a oportunidade de assistir. É um filme completo, no sentido de demonstrar valores humanos no contexto de classes. A figura do Samurai é emblemática à cultura nipônica, em especial quando a tangimos com os “ronins”, os samurais peregrinos. O filme retratará todo um contexto de evolução da alma humana.
O enredo irá situar-se numa hospedaria próxima a uma estrada, por hora fechada devido às fortes chuvas. Devido à enchente na estrada, um casal de ronins irá hospedar-se ali. Passam a conviver então com as pessoas simples do local, situado em uma classe social baixa. O protagonista, samurai, logo é notado devido a sua maestria em conciliar conflitos, possuindo parcimônia, inteligência emocional e habilidade técnica. Eventualmente ele findará o conflito de espada de dois populares, evitando ferimentos e mortes. O arco narrativo vê-se marcado então por uma luta por dinheiro, onde o protagonista derrota mestres de espada da cidade. Embora houvesse nobreza em sua atitude, a de levar dinheiro para os pobres da hospedaria, esta decisão marca o arco narrativo de maneira sutil.
A esposa do protagonista é um personagem peculiar, apresenta conduta pouco vista no universo contemporâneo do século XXI. Mostra-se submissa ao marido, ou seja, sob a sua missão, dando suporte ao que ele acredita ser o correto. O trato entre os dois é romântico e cortês, demonstrando respeito e honra.
O enredo continua com a percepção da aristocracia ao samurai. Este é convidado a demonstrar suas habilidades em uma apresentação pública e obtém sucesso; assim logo vem o convite para que assuma o cargo de mestre do Dojo, a academia de espadas. O Rei mostra-se muito satisfeito com suas habilidades. Impacta então o elemento que fecha o arco narrativo, a tomada de decisão dos mestres do Dojo de invalidarem o título do samurai, apoiados na luta por dinheiro que era prática proibida. Descontente com a última notícia, o casal de ronins volta-se à estrada, agora já possível de ser atravessada e segue sua viagem. O Rei, enfurecido, tenta encontrar estrada à fora o casal, tendo este encontro deixado em aberto. Precisamente neste ponto, encerra-se o filme.
É um filme emocionante, bem construído, possui o arco narrativo bem definido e seus principais argumentos são bem conectados. A fotografia aponta para a sociedade antiga, pouco tecnológica e muito arborizada, um universo já distante ao que vivemos hoje. Mais de 5 vezes me possibilitaram assistir a esta obra de arte, acredito que consiga resumir bem o que pretendia o Roteirista Akira Kurosawa ao criticar as estrututas hierárquias sociais, muitas vezes amparadas em vaidades, medo e preguiças.
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista Agora“Onde os fracos não tem vez” não é a tradução ideal para o filme, “Onde os velhos não tem vez” talvez o seria; digo isto pois o filme tratará o último caso policial do Xerife Ed Tom Bell, que culminará em sua aposentadoria. O Xerife divide o papel de protagonista da história com o fazendeiro Llewelyn Moss, que inicia o filme encontrando uma maleta de dinheiro próximo à cena de um crime envolvendo traficantes de drogas no deserto do Texas. Teremos então a trama sendo composta com a fuga desregrada do fazendeiro de um assassino de aluguel, Anton Chigurh, contratado especialmente para o retorno da maleta.
O fazendeiro Llewelyn representa o arquétipo da pessoa comum, com decisões acertadas e erradas, lampejos de genialidade e de burrice. Llewelyn tem em sua construção atribuições militares relativas à Guerra do Vietnã, sendo um veternado de guerra, assim tem traquejo com armas e técnicas de guerra. Estas serão colocadas à prova pelo assassino Chigurh, interessante personagem coadjuvante e antagonista.
Chigurh é um assassino frio e calculista, apresenta vários traços de psicopatia. Parte de seus crimes acontecem com ele atribuindo acaso ao contexto, girando moedas em “cara ou coroa” para definir o futuro. Essa premissa tem raízes em fundamentos niilistas, relacionando caos à falta de sentido das relações sociais cotidianas. Determinada cena mostra Chigurh atirando em um pombo sem motivos aparentes. Aqui podemos fazer um paralelo com Llewelyn, que praticava caça esportiva atirando em cervos, aparentemente duas situações semelhantes com percepções morais distintas.
O figurino pensado para o assassino Chigurh é friamente proposto a ser exótico, tendo um corte de cabelo antiquado e tosco. A intenção do filme é tornar o personagem em alguma medida caricatural, de modo que não estimule os telespectadores a enxergarem nele um herói.
A fuga do fazendeiro perde-se em erros que levam-no à morte. Prova-se que ele não era do ramo dos crimes e, mesmo tentando confrontá-lo, acreditava poder vencer. A saber algumas atitudes frágeis deste protagonista: voltar a cena do crime à noite (para dar água ao mercenário ainda vivo), não inspecionar a maleta com dinheiro em busca um localizador digital, manter contato com sua esposa e, principalmente, sua renúncia à esposa para a prostituta. Realço: Quando os traficantes mexicanos interceptam a esposa e sogra de Llewelyn e descobrem o seu paradeiro, fica implícito que armariam uma armadilha. Então contratam uma prostituta para seduzir o personagem e deste cenário aproveitam-se para surpreedê-lo e matá-lo. Embora o filme não explicite a contratação da prostituta, é uma proposição adequada ao contexto.
A morte do protagonista não leva o filme ao final, implicita-se portanto como mais um evento cotidiano àquela realidade distópica. Assim é construída a situação exata para a aposentadoria do Xerife, que não consegue mais combater os crimes contemporâneos, muito menos compreendê-los. Para o Xerife, que no início do filme orgulhava-se de policiais não precisarem sacar suas armas antigamente, a realidade atual já não mais o continha. Ele era um “velho que não teria mais vez”.
O filme desagrada em alguns momentos sendo monótono (trechos entre o primeiro e segundo hotel) chegando a dar sono, mas recupera o fôlego e agrada. A trilha sonora agrada em seu minimalismo. Recomendo o filme, alertando os sensíveis para cenas de violência.
A Família Addams
3.3 258 Assista AgoraA Família Addams é um clássico da cultura pop. Idealizado enquanto um show de humor com elementos obscuros, angariou milhares de fãs. Temos personagens marcantes como o Mãozinha e o primo It, além da famosa música de abertura.
A versão recente lançada para o cinema (2019) é um filme agradável. É um roteiro destinada ao público Livre, pretendendo alcançar crianças. O roteiro segue a linearidade regressiva, com um conflito sendo repetido ao início e ao final: a fuga da família da cidade por ser perseguida. Neste último, o desfecho é diferente do primeiro. Teremos no enredo o contraste de pessoas comuns com os moradores excêntricos da casa recém-descoberta.
É interessante a combinação de elementos de horror com a comédia. As tranças de cabelo da Wanda e seu humor sombrio, a árvore com vida própria, o gigante fantasma da casa, entre vários elementos propostos entretém e divertem. Por tratar de um tema potencialmente assustador, o filme anda numa corda bamba sempre ao que poderia, de fato, assustar. Cai desta corda uma vez, a cena em que o filho Pugsley anda pelas paredes, numa referência a filmes de exorcistas, passa do ponto e incomoda.
A arte do filme agrada e mostra-se versátil. Temos animação ao estilo recente Disney para coadjuvantes e cartunescos e suprareis para os personagens principais. É engraçado o andar da Mortiça e o design no Frankstein. É hilária a tia caolha que revela ter metade do tamanho. Um familiar da familia montado em uma aranha gigante, nem se fala então. Todos elementos que compõe um universo excêntrico. Adorei o cabelo da antagonista também.
A trama falha em profundidade e perpetua clichês infantis como popularidade sectária na escola. Podia-se valer da oportunidade para não insistir na temática. O filho Pugsley também não agrada, tem um arco narrativo que não empolga. Tem-se a impressão de uma história criada para fechar lacunas.
Cito ainda a referência a Anton Lavey representada em um dos familiares da Família, com o chifre, cavanhaque e careca características.
Recomendo o filme!
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 992 Assista AgoraRomance melodramático de segunda categoria. Fraco e frágil. Supõe-se atingindo os incautos por choradeiras sem fim e, de fato, fá-lo.
O enredo gira em torno da doença da mãe do eu-lírico, um menino passando da infância para a pré-adolescência. A mãe tem o quadro sendo agravado a ponto da doença torná-la uma séria candidata à morte, fato sabidamente observado pelo filho.
Surge neste contexto um personagem com traços místicos que ajudará o menino a passar pelo processo da morte, materializo numa árvore falante. O arco narrativo foca em histórias contadas pelo personagem ao menino funcionando como elemento transgressor da sua realidade. Funciona, numa análise freudiana (1856-1939), como o Super Ego limitando e diretrizando as atitudes do protagonista. Personagens coadjuvantes são caracturais demais, perdendo em fidedignidade e verossimilhança: a avó, que propõe-se identitária pela rigidez; o colega da escola que pratica bullying com o protagonista, sem profundidade e blasé enquanto revolução do protagonista; e o ex-marido. A este último, vou prosar com maior afinco.
Maior afinco porque foi nesta parte do filme que senti nojo. O ex-marido personifica em si preconceitos na fala “Ah, isso é porque eu sou um cara bonito”. Parte da premissa que apenas a sua beleza é atributo necessário para geraar um filho, conceito este disforme ao mundo contemporâneo. O nojo parte justamente de não o ser verdade, uma vez que a atribuição desta fala ao contexto proativa ideais de brutalidade e poder baseado na estética. Esse detalhe fez a minha avaliação do filme piorar muito, tendo em vista que, para a minha ótica, fá-lo apontar para a direção errado.
As histórias da árvore são confusas. Tenta passar a ideia de que nem sempre atitudes más tem resultados ruins, mas peca pela falta de simplicidade ao expô-la.
Como pontos positivos, cito as animações, havia tempos que não assistia uma. Elas têm qualidades. Recomponho-me: ponto positivo. Acredito ter sido o único. Encerro para não voltar a lembrar do ‘chororô’ do filme. Não coloco esse texto contra os dramas, sou grande fã do gênero, mas gosto quando funciona. Cito dois filmes que o drama funciona: Requiem e Fatso.
Resumindo: é um filme para crianças, tornado ‘cult’ devido à fragilidade intelectual da elite pensante.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraO filme chama a atenção pelo famoso nome: "Blade Runner". Havia ouvido esse nome diversas vezes, resolvi assistí-lo.
Destaco a cena de sexo em que o "Indiana Jones" em alguma medida força a mulher ao ato. Certamente uma cena dessa seria rechaçada nos dias de hoje. Cinema atual que, aliás, coloca o homem na posição de espera e quem toma a iniciativa do beijo é invariavelmente a mulher.
À parte dessa gritante observação, seguimos. A ambientação do filme é adequada e os cenários imergem o telespectador ao universo pós-apocalíptico. As gigantescas pirâmides com apartamentos, os prédio altíssimos, os cenários fechados caóticos de cidades de metrópole estão bem postos. Os carros voadores são elementos naturalmente esperados de cidades futuristas, 40 anos após o lançamento do longa, eles ainda não existem.
Pena que o desenvolvimento do filme não agrada. Os personagens não estão concatenados de maneira que interesse, claramente fica evidente uma quantidade aleatória de robos fugitivos coadjuvantes para que a trama se desenrole. Poderia ser melhor desenvolvido. A cena que poderia salvar o filme não o fez, justamente aquela em que a Máquina encontra o Criador e acaba o matando. Poderia ser melhor aprofundada. Enquanto aprofundamento, sugiro a conversa entre Bernand e o Diretor no livro Brave New World. A ideia é a mesma, porém bem executada.
O filme torna-se maçante no final e a cena de luta final dura mais tempo que deveria, gerando tédio.
O personagem principal se apaixonar pela robô e eles fugirem mesmo ela tendo pouco tempo de vida foi um final que me agradou, talvez por uma fagulha de romance que ainda exista em mim.
Recomendo o filme, mesmo se desenrolando com lentidão. Talvez há anos fosse revolucionário.
Caçadores de Emoção
3.7 471 Assista AgoraRecentemente fui recomendado pela plataforma Netflix a assistir esse filme, acredito que estava na categoria de Clássicos. Foi uma recomendação bem-vinda.
A premissa do filme de levar um policial do FBI a investigar assaltantes de bancos entre surfistas, dadas algumas hipóteses, funciona bem. A história ganha ritmo e dinamismo linearmente. O anti-herói Bodhi questiona e desafia o espectador e a justiça ao colocar-se ao lado de Deus em conversa com o Oficial Utah. O próprio desfecho do filme remete a essa dualidade em uma cena marcante na praia.
O filme traz memórias de um passado distante da década de 1990 vendo computadores ao estilo "tubo" e telefones que só conseguiam fazer ligações.
Embora maçante em cenas de ação e lutas, o filme consegue entreter e propõe reflexões interessantes quanto à liberdade e a necessidade da polícia enquanto agente moderador.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraBirdman não é um filme simples de entender, agora pela segunda vez que assisti pude ter melhores percepções. Acho preciosismo e prepotência colocá-lo entre os melhores, como vi alguns fazendo. Alguns pontos em abertos neste enredo levam mais à confusão que à liberdade criativa ao telespectador.
O efeito de câmeras popularizado no mainstream com Black Swan é notado e ganha espaço, tonando o cinema um grande teatro. Embora neste filme o ritmo sequencial seja muito rápido, encavalando cenas e encurtando o tempo de percepção e assimilação do conteúdo por vezes.
O filme vale-se do surrealismo para criar um ambiente fantasioso, que é logo observado no início com o personagem principal flutuando. Talvez pudesse ser melhor aproveitado esse universo onírico, o que vimos apresentado foi uma cena débil do personagem voando para lá e para cá.
Tem alguns diálogos interessantes, como o da crítica do jornal.
O filme tenta ser cult mas falta profundidade. Não é total perda de tempo mas você vai terminar com um pouco dessa sensação. Isso se chegar ao final.