Primeiro longa do DF a ganhar o Festival de Brasília (conquista até hoje só repetida por Branco sai, Preto Fica), Louco por Cinema consegue captar bem o espírito de terra arrasada que as produções nacionais vivenciavam na primeira década dos anos 1990, após a canetada que pôs fim a Embrafilme. Nos próprios Festivais de Brasília anteriores foi preciso descobrir obras que estavam inacabadas e financiá-las para que pudessem ser exibidas, afim de preencher a seleção do evento. O longa de André Luis Oliveira, lançado nos primeiros momentos da retomada, começa com uma premissa comum aos cineastas daquela geração. Acompanhamos Lula, interpretado por Nuno Leal Maia, que tenta finalizar uma obra que jura ter dirigido durante a década de 1970. O problema, no entanto, é que ele está em um manicômio e nunca foi diretor de nada.
Apesar de acreditar que a coincidência foi explorada no lançamento de forma proposital, o nome do protagonista não é uma homenagem ao então candidato a presidente da república nas eleições de 94, mas uma correlação com outro filme de Oliveira, Meteorango Kid - O Herói Intergalático, de 1969. No seminal filme baiano, Lula é um jovem inconsequente que entrecorta delírios de ácido com momentos galantes como estrela de cinema. Aqui, 25 anos depois, nosso herói intergalático já está decadente, perdido em um surto, mas ainda com a paixão efervescente pelo cinema. Seu plano é criar uma rebelião com os colegas de manicômio no intuito de obrigar as autoridades a reunir seus colegas de equipe para finalizar sua obra inacabada. Ele consegue isso por ajuda de sua psiquiatra Vera Cooper, um dos últimos papéis Denise Bandeira no cinema, antes de se consolidar como roteirista. A médica desafia secretários de Estado, seus superiores e até a própria sanidade porque acredita que Lula retomará a consciência ao ver seu sonho realizado.
O elenco é enorme, e há vários destaques. Enquanto os protagonistas são atores do Rio badalados nos anos 90, toda a equipe coadjuvante é preenchida por atores locais. Nomes que são figurinhas repetidas em toda essa fase do cinema brasiliense dos anos 90 e 2000 (alguns até hoje), como Andrade Jr, Gê Martú, Chico San'anna, Bidô Galvão, Guilherme Reis (que depois viraria Secretário de Cultura) e por aí vai... Era incomum, na época, ver tantos rostos brasilienses na telona, e por isso o incomum prêmio de "Melhores Atores Coadjuvantes" dado para todos eles fez tanto estardalhaço naquele festival. Havia, obviamente, um receio de isso ser mal visto pela plateia como um bairrismo, mas a reação fora contrária. Louco por Cinema foi ovacionado, merecidamente, e críticas positivas logo saíram nos jornais. Não obstante, o filme saiu como o maior vencedor, com 6 prêmios.
De certo modo, entretanto, essa obra caiu no esquecimento. Sinto que aconteceu por conta de não ter feito tanto sucesso além do festival, além de até hoje não ter tido um release digital além do VHSrip que circula aí pela internet. De fato, o filme de Oliveira padece de vários problemas, principalmente técnicos, acometidos por conta de uma difícil produção, mas seus méritos envelheceram melhor. Vejo que "Louco por Cinema" conversa bastante com o atual momento (repetido, é verdade) em que o cinema brasileiro se encontra nos dilemas de uma outra sabotagem estatal. Assim como a obra inacabada de 'Lula', esta aqui também merecia um resgate.
Embora o "O Mistério do Tosão de Ouro" seja uma grande adaptação que evoque o melhor do trabalho de Hergé, o filme seguinte carece de toda essa grandeza. As mudanças no elenco não se encaixam, apesar de Talbot retornar muito bem como Tintim. Ele tenta carregar um roteiro muito confuso, mas o resultado é uma sequência completamente B e, infelizmente, não tão boa. A Wikipédia diz que foi uma fracasso de bilheteria, mas não consegui encontrar mais informações sobre. Bem, pelo menos é interessante para quem é fã.
Os quadrinhos de Hergé traduzidos para o live action de forma perfeita. Casting absurdamente bem pensado, raras vezes um cachorro chama tanta a atenção nas telas quanto ao que fez o Milu. hahaha Deveria ser mais visto, pena que nunca teve um lançamento decente no Brasil. Amém que temos a internet.
Nelson Pereira dos Santos era tão gênio que rodou um filme com roteiro improvisado, tendo que atuar no papel principal e escalar a própria equipe como coadjuvante.... e ainda alcançou um resultado extremamente competente e bem dirigido.
Acho interessante como ele mesmo afirma que esse filme foi um rascunho, quase exercício do que viria ser Vidas Secas. Curiosamente, o resultado é um anti-Vidas Secas em vários sentidos hahaha
Por isso, imagino que se o plano original de gravar aquele filme em 1959 não tivesse sido abortado, o resultado do que conhecemos hoje seria completamente distinto.
Enrolei anos para assistir esperando uma versão minimamente decente em HD que não fosse aquele VHSrip tenebroso que está no youtube. Esses dias encontrei uma em 720p e baixei. Aparentemente, ela veio de uma telecinagem mais recente, que parece ter sido feita através do internegativo da distribuição do filme para o leste europeu pouco após o lançamento. O negativo original, segundo o próprio Nelson Pereira dos Santos, está perdido. Rio 40 Graus não está no release em DVD da Bretz que celebra a sua carreira por conta de um litígio do cineasta com a Cinemateca Brasileira, caso provavelmente até hoje sem solução.
Não sei de onde veio a versão que assisti, mas não posso deixar de notar que começa com o logotipo da Ancine de forma tremida, como uma tentativa de imitar o efeito da película carcomido cujos frames pulam durante a projeção. Talvez seja uma escolha um tanto questionável, incorporar a falta de cuidado da preservação, triste problema que apodera-se de quase toda a cinematografia nacional, como estética para apresentar um filme cujo original está perdido e que só conseguiremos assistir da maneira deficitária em que se encontra. No entanto, não enxergo isso como um insulto à memória de Rio 40 Graus. Muito pelo contrário.
Talvez, se eu tivesse assistido àquela versão porca do youtube, a experiência pudesse ter sido semelhante. Isso porque a força dessa obra é tão grande que perpassa qualquer problema técnico de áudio ou imagem. Fico extremamente grato de existir a versão que assisti. E é lamentável a real possibilidade de que nunca existirá uma melhor que essa. Dito isso, em retrospecto, acho que morreria esperando caso quisesse assisti-la da maneira que Nelson pretendeu originalmente. E é melhor que veja do jeito que dá, nas condições que tenho, do que esperar até que tudo se perca. Porque, infelizmente, é uma possibilidade que sempre haverá.
Penso que é um milagre que consigamos ver esses filmes. E, enfim, sinto que deveria ter assistido a esse há muito tempo. Feliz por ter tido o privilégio.
Como brasiliense, vejo que esse filme contém 104 minutos que nada mais fazem além de reforçar a preguiça que muitos da minha geração têm com Legião Urbana.
Credo. Torturante ver um troço desses. Não vou entrar em detalhes porque os outros comentários por aqui já especificam muito bem. A impressão que dá é que o filme só evoca a tudo de mais tosco e vazio que aquela geração significou. E, logicamente, ela não foi só isso. Ou pelo menos não parece ter sido só isso.
Um ponto interessante é que nenhum cineasta contemporâneo dessa galera jamais conseguiu fazer um filme biográfico decente sobre o singular momento em que a cultura da capital federal efervesceu e transcendeu para o Brasil todo. A obra de Renê Sampaio talvez seja mais sofisticada do que essa porcaria, mas acredito que o único que tenha realmente conseguido ter um olhar nostálgico e ao mesmo tempo crítico seja Vladimir Carvalho, este um quarentão naqueles bizarros anos oitenta. Ou seria Vladimir o único cineasta realmente competente a se prestar ao papel de retratar aquele momento? De qualquer maneira, a cada ano que passa, pior envelhece a ótica que obras como esta sugerem.
Dos filmes que o Cage fez na última década, tem uns projetos interessantes que parecem ter sido mero potencial desperdiçado, e Vingança ao Anoitecer é um deles. Acho algumas situações muito interessantes, principalmente o contraste entre decadências da velha guarda, uma representada pelo personagem com demência do Cage, que tem como único objetivo de vida assassinar um terrorista moribundo, e a outra que dá espaço para que esse desejo seja o único sopro de vitalidade em uma CIA envolta de fracassos e burocracia. Porém, parece que há dois filmes ali, um completamente irônico e outro que quer levar o patriotismo completamente a sério. Não sei o qual era a intenção de Paul Schrader, mas me despertou bastante curiosidade saber que o processo de montagem lhe foi negado pelo estúdio. Uma pena.
No fim, é um filme mediano, mas acho que vale assistir.
os roteiristas pegaram a essência da galhofa dessa franquia e conseguiram um feito bastante complexo: ter uma profundidade substancial nos personagens e ao mesmo tempo não se levar a sério, subvertendo o próprio gênero em que a história se insere
Acho que esse nem teve distribuição no Brasil, vi em um voo da Copa Airlines indo para o Panamá. Interessante retrato da República Dominicana, mesmo que a partir de uma narrativa um tanto clichê. Apesar de ser um filme que busca contar uma história de superação através do esporte, acaba sendo mais efetivo nas subtramas, principalmente na que perpassa a relação conturbada do protagonista com o filho. Tecnicamente bem feito, mas sem tanto a oferecer. Vale a curiosidade, porém.
Excelente filme. Realismo sem precedentes. No tribunal, uma mulher toda espancada alega ter sido estuprada por 5 malucos com aparência completamente bizarra. Eles não param de zombar com a cara dela no meio da sessão, só mesmo a mãe deles pra achar que são inocentes. Daí o advogado de defesa chega atrasado, todo paspalhão, e diz que eles bateram nela por legítima defesa (?), que o sexo fora consensual (?) e que na verdade eles são as vítimas da situação (?). Ao ouvir essa explicação incrível e à prova de falhas, o público de figurantes aleatórios na audiência levanta e aplaude, gritando que a mulher é mentirosa e clamando pela absolvição daqueles anjinhos.
Outra cena maravilhosa é quando o Nicolas Cage vai atrás de um dos estupradores para assassiná-lo como se fosse um suicídio encenado. Apontando a arma no cara, ele pede para escrever uma nota com "Deus, me perdoe". Então, o grande Nic diz: "Vem cá, coloca seus dedos na arma". Sem nem pestanejar, o maluco vai lá e faz isso! O que diabos ele pensou que ia acontecer? E BUM, morre. Foda demais.
Se o filme fosse acompanhado daquelas risadas de sitcom, a experiência seria completa! Todavia, mesmo sem elas, vale muito a pena, recomendo a todos.
Se viram e gostaram, assistam também a "The Hangman", com Al Pacino e Karl Urban, do mesmo diretor e produtora. A Patriot Films só faz filmaço.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 350Caralho terminei com os olhos ardendo
Louco Por Cinema
2.6 9Primeiro longa do DF a ganhar o Festival de Brasília (conquista até hoje só repetida por Branco sai, Preto Fica), Louco por Cinema consegue captar bem o espírito de terra arrasada que as produções nacionais vivenciavam na primeira década dos anos 1990, após a canetada que pôs fim a Embrafilme. Nos próprios Festivais de Brasília anteriores foi preciso descobrir obras que estavam inacabadas e financiá-las para que pudessem ser exibidas, afim de preencher a seleção do evento. O longa de André Luis Oliveira, lançado nos primeiros momentos da retomada, começa com uma premissa comum aos cineastas daquela geração. Acompanhamos Lula, interpretado por Nuno Leal Maia, que tenta finalizar uma obra que jura ter dirigido durante a década de 1970. O problema, no entanto, é que ele está em um manicômio e nunca foi diretor de nada.
Apesar de acreditar que a coincidência foi explorada no lançamento de forma proposital, o nome do protagonista não é uma homenagem ao então candidato a presidente da república nas eleições de 94, mas uma correlação com outro filme de Oliveira, Meteorango Kid - O Herói Intergalático, de 1969. No seminal filme baiano, Lula é um jovem inconsequente que entrecorta delírios de ácido com momentos galantes como estrela de cinema. Aqui, 25 anos depois, nosso herói intergalático já está decadente, perdido em um surto, mas ainda com a paixão efervescente pelo cinema. Seu plano é criar uma rebelião com os colegas de manicômio no intuito de obrigar as autoridades a reunir seus colegas de equipe para finalizar sua obra inacabada. Ele consegue isso por ajuda de sua psiquiatra Vera Cooper, um dos últimos papéis Denise Bandeira no cinema, antes de se consolidar como roteirista. A médica desafia secretários de Estado, seus superiores e até a própria sanidade porque acredita que Lula retomará a consciência ao ver seu sonho realizado.
O elenco é enorme, e há vários destaques. Enquanto os protagonistas são atores do Rio badalados nos anos 90, toda a equipe coadjuvante é preenchida por atores locais. Nomes que são figurinhas repetidas em toda essa fase do cinema brasiliense dos anos 90 e 2000 (alguns até hoje), como Andrade Jr, Gê Martú, Chico San'anna, Bidô Galvão, Guilherme Reis (que depois viraria Secretário de Cultura) e por aí vai... Era incomum, na época, ver tantos rostos brasilienses na telona, e por isso o incomum prêmio de "Melhores Atores Coadjuvantes" dado para todos eles fez tanto estardalhaço naquele festival. Havia, obviamente, um receio de isso ser mal visto pela plateia como um bairrismo, mas a reação fora contrária. Louco por Cinema foi ovacionado, merecidamente, e críticas positivas logo saíram nos jornais. Não obstante, o filme saiu como o maior vencedor, com 6 prêmios.
De certo modo, entretanto, essa obra caiu no esquecimento. Sinto que aconteceu por conta de não ter feito tanto sucesso além do festival, além de até hoje não ter tido um release digital além do VHSrip que circula aí pela internet. De fato, o filme de Oliveira padece de vários problemas, principalmente técnicos, acometidos por conta de uma difícil produção, mas seus méritos envelheceram melhor. Vejo que "Louco por Cinema" conversa bastante com o atual momento (repetido, é verdade) em que o cinema brasileiro se encontra nos dilemas de uma outra sabotagem estatal. Assim como a obra inacabada de 'Lula', esta aqui também merecia um resgate.
Tintim e as Laranjas Azuis
3.4 4Embora o "O Mistério do Tosão de Ouro" seja uma grande adaptação que evoque o melhor do trabalho de Hergé, o filme seguinte carece de toda essa grandeza. As mudanças no elenco não se encaixam, apesar de Talbot retornar muito bem como Tintim. Ele tenta carregar um roteiro muito confuso, mas o resultado é uma sequência completamente B e, infelizmente, não tão boa. A Wikipédia diz que foi uma fracasso de bilheteria, mas não consegui encontrar mais informações sobre. Bem, pelo menos é interessante para quem é fã.
Tintin E O Mistério Do Tosão De Ouro
3.6 4Os quadrinhos de Hergé traduzidos para o live action de forma perfeita. Casting absurdamente bem pensado, raras vezes um cachorro chama tanta a atenção nas telas quanto ao que fez o Milu. hahaha Deveria ser mais visto, pena que nunca teve um lançamento decente no Brasil. Amém que temos a internet.
Um Tira da Pesada
3.4 382 Assista AgoraMário Jorge Andrade dublando Eddie Murphy é um patrimônio nacional
Boca de Ouro
3.7 34Filmaço!!
Meteorango Kid, Héroi Intergalático
3.6 45Aliás... este filme é dedicado à meu cabelo
Vai Trabalhar, Vagabundo
3.4 22 Assista Agorafilmes que dão vontade de viver dentro
Admiradora Secreta
3.5 213 Assista AgoraO filme é bom mas a dublagem da Herbert Richards é uma obra-prima!!
Descanse em paz, Kelly Preston
Mandacaru Vermelho
3.3 15Nelson Pereira dos Santos era tão gênio que rodou um filme com roteiro improvisado, tendo que atuar no papel principal e escalar a própria equipe como coadjuvante.... e ainda alcançou um resultado extremamente competente e bem dirigido.
Acho interessante como ele mesmo afirma que esse filme foi um rascunho, quase exercício do que viria ser Vidas Secas. Curiosamente, o resultado é um anti-Vidas Secas em vários sentidos hahaha
Por isso, imagino que se o plano original de gravar aquele filme em 1959 não tivesse sido abortado, o resultado do que conhecemos hoje seria completamente distinto.
Bar Esperança
3.8 28 Assista AgoraHugo Carvana, obrigado.
Rio, 40 Graus
3.9 86 Assista AgoraEnrolei anos para assistir esperando uma versão minimamente decente em HD que não fosse aquele VHSrip tenebroso que está no youtube. Esses dias encontrei uma em 720p e baixei. Aparentemente, ela veio de uma telecinagem mais recente, que parece ter sido feita através do internegativo da distribuição do filme para o leste europeu pouco após o lançamento. O negativo original, segundo o próprio Nelson Pereira dos Santos, está perdido. Rio 40 Graus não está no release em DVD da Bretz que celebra a sua carreira por conta de um litígio do cineasta com a Cinemateca Brasileira, caso provavelmente até hoje sem solução.
Não sei de onde veio a versão que assisti, mas não posso deixar de notar que começa com o logotipo da Ancine de forma tremida, como uma tentativa de imitar o efeito da película carcomido cujos frames pulam durante a projeção. Talvez seja uma escolha um tanto questionável, incorporar a falta de cuidado da preservação, triste problema que apodera-se de quase toda a cinematografia nacional, como estética para apresentar um filme cujo original está perdido e que só conseguiremos assistir da maneira deficitária em que se encontra. No entanto, não enxergo isso como um insulto à memória de Rio 40 Graus. Muito pelo contrário.
Talvez, se eu tivesse assistido àquela versão porca do youtube, a experiência pudesse ter sido semelhante. Isso porque a força dessa obra é tão grande que perpassa qualquer problema técnico de áudio ou imagem. Fico extremamente grato de existir a versão que assisti. E é lamentável a real possibilidade de que nunca existirá uma melhor que essa. Dito isso, em retrospecto, acho que morreria esperando caso quisesse assisti-la da maneira que Nelson pretendeu originalmente. E é melhor que veja do jeito que dá, nas condições que tenho, do que esperar até que tudo se perca. Porque, infelizmente, é uma possibilidade que sempre haverá.
Penso que é um milagre que consigamos ver esses filmes. E, enfim, sinto que deveria ter assistido a esse há muito tempo. Feliz por ter tido o privilégio.
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KComo brasiliense, vejo que esse filme contém 104 minutos que nada mais fazem além de reforçar a preguiça que muitos da minha geração têm com Legião Urbana.
Credo. Torturante ver um troço desses. Não vou entrar em detalhes porque os outros comentários por aqui já especificam muito bem. A impressão que dá é que o filme só evoca a tudo de mais tosco e vazio que aquela geração significou. E, logicamente, ela não foi só isso. Ou pelo menos não parece ter sido só isso.
Um ponto interessante é que nenhum cineasta contemporâneo dessa galera jamais conseguiu fazer um filme biográfico decente sobre o singular momento em que a cultura da capital federal efervesceu e transcendeu para o Brasil todo. A obra de Renê Sampaio talvez seja mais sofisticada do que essa porcaria, mas acredito que o único que tenha realmente conseguido ter um olhar nostálgico e ao mesmo tempo crítico seja Vladimir Carvalho, este um quarentão naqueles bizarros anos oitenta. Ou seria Vladimir o único cineasta realmente competente a se prestar ao papel de retratar aquele momento? De qualquer maneira, a cada ano que passa, pior envelhece a ótica que obras como esta sugerem.
O Mistério de Henri Pick
3.7 29 Assista AgoraO mais curioso é que um filmaço desses acabou por não ser reconhecido como deveria, assim como os próprios livros que deseja homenagear.
Parafraseando um review que vi: "dedico essas subestimadas cinco estrelas, especialmente, à M."
Jasão e o Velo de Ouro
3.6 115As crianças de 1963 estão esperando até hoje a continuação e eu também!!!
Vingança ao Anoitecer
2.2 101Dos filmes que o Cage fez na última década, tem uns projetos interessantes que parecem ter sido mero potencial desperdiçado, e Vingança ao Anoitecer é um deles. Acho algumas situações muito interessantes, principalmente o contraste entre decadências da velha guarda, uma representada pelo personagem com demência do Cage, que tem como único objetivo de vida assassinar um terrorista moribundo, e a outra que dá espaço para que esse desejo seja o único sopro de vitalidade em uma CIA envolta de fracassos e burocracia. Porém, parece que há dois filmes ali, um completamente irônico e outro que quer levar o patriotismo completamente a sério. Não sei o qual era a intenção de Paul Schrader, mas me despertou bastante curiosidade saber que o processo de montagem lhe foi negado pelo estúdio. Uma pena.
No fim, é um filme mediano, mas acho que vale assistir.
Terra Violenta
3.0 138 Assista AgoraJohn Wick versão faroeste
Um Amor, Mil Casamentos
2.5 243Pô, acho que cumpre o que promete na real
A História Oficial
4.1 140 Assista AgoraBicho esse release restaurado que tá na Netflix
show demais!!!
A Doce Vida
4.2 316 Assista Agorabicho, quase uma semana que assisti e não consigo parar de pensar nesse filme
Bad Boys Para Sempre
3.4 395 Assista Agoraos roteiristas pegaram a essência da galhofa dessa franquia e conseguiram um feito bastante complexo: ter uma profundidade substancial nos personagens e ao mesmo tempo não se levar a sério, subvertendo o próprio gênero em que a história se insere
Spawn: O Soldado do Inferno
2.8 398 Assista Agoratop 10 piores filmes baseados em quadrinhos
SAMBÁ
3.1 1Acho que esse nem teve distribuição no Brasil, vi em um voo da Copa Airlines indo para o Panamá. Interessante retrato da República Dominicana, mesmo que a partir de uma narrativa um tanto clichê. Apesar de ser um filme que busca contar uma história de superação através do esporte, acaba sendo mais efetivo nas subtramas, principalmente na que perpassa a relação conturbada do protagonista com o filho. Tecnicamente bem feito, mas sem tanto a oferecer. Vale a curiosidade, porém.
Uma História de Vingança
2.7 84 Assista AgoraExcelente filme. Realismo sem precedentes. No tribunal, uma mulher toda espancada alega ter sido estuprada por 5 malucos com aparência completamente bizarra. Eles não param de zombar com a cara dela no meio da sessão, só mesmo a mãe deles pra achar que são inocentes. Daí o advogado de defesa chega atrasado, todo paspalhão, e diz que eles bateram nela por legítima defesa (?), que o sexo fora consensual (?) e que na verdade eles são as vítimas da situação (?). Ao ouvir essa explicação incrível e à prova de falhas, o público de figurantes aleatórios na audiência levanta e aplaude, gritando que a mulher é mentirosa e clamando pela absolvição daqueles anjinhos.
Outra cena maravilhosa é quando o Nicolas Cage vai atrás de um dos estupradores para assassiná-lo como se fosse um suicídio encenado. Apontando a arma no cara, ele pede para escrever uma nota com "Deus, me perdoe". Então, o grande Nic diz: "Vem cá, coloca seus dedos na arma". Sem nem pestanejar, o maluco vai lá e faz isso! O que diabos ele pensou que ia acontecer? E BUM, morre. Foda demais.
Se o filme fosse acompanhado daquelas risadas de sitcom, a experiência seria completa! Todavia, mesmo sem elas, vale muito a pena, recomendo a todos.
Se viram e gostaram, assistam também a "The Hangman", com Al Pacino e Karl Urban, do mesmo diretor e produtora. A Patriot Films só faz filmaço.